quarta-feira, 6 de junho de 2012

A Moça de Catanduva


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Raymundo Rodrigues Espelho

   " Valeu a pena? Tudo vale a pena, se a alma não é pequena".
 Fernando Pessoa

    Quando lemos o mimoso artigo do Dr. Joaquim S. Thiago,intitulado " DOIS LIVROS: DOIS ENCANTOS". deliciamo- nos com a leitura, pela facilidade que o escritor tem para escrever e para falar também. Dr.Thiago focaliza diversos livros espíritas, mas como sugere o título  destaca dois: " O Semeador de Estrelas". de Suely Caldas Schubert, pela Editora Alvorada e " O Espiritismo na Arte", de Léon Denis, pela Arte e Cultura.
    O autor nos prendeu a atenção do início ao fim. Quando cita : "O Semeador de Estrelas", que nasceu inspirado no quadragésimo  aniversário do apostolado mediúnico do tribuno, Divaldo Pereira Franco. Suely escreveu-o com a alma e o coração... É um livro tocante, que se lê de uma assentada , tal o valor que encerra.
    Através dele, vem à tona, a peregrina beleza que emoldura a vida exemplar de Divaldo, "lídimo cavaleiro andante do ideal cristão..." 
    Já completou quarenta e quatro anos, semeando a boa semente.
    Ao registrar alguns capítulos do livro, Dr. Thiago menciona

" A Moça de Catanduva".
    Paramos a leitura. Ficamos a meditar. Quem será a conterrânea a quem o Divaldo se refere? O pensamento voltou à nossa infância e juventude, na década de  50, lá no interior de nosso Estado? A frequência no então Catecismo Espírita. a  "Mocidade Autônoma", lá no" Bezerra", a participação também na Diretoria do" Amor e Caridade" e da U.M.E.. A dedicada mestra, a timoneira, Apparecida Figueiredo, a Diva, Da.Lola,o sr. Benedito. o Dr. Venâncio, os di Giacomo. , Zeviani, Dr. Doméirio de Oliveira, Tia Sinha, meu tio Raimundo e assim, foram desfilando em nossa mente,cheia de saudades os dirigentes e demais confrades daqueles tempos de aprendizado e de alegria cristã.  
    Nessa época Divaldo, ainda muito jovem, já visitava e proferia suas palestras na cidade. Meus familiares, assim como toda a família espírita da cidade, simpatizantes do Espiritismo e muitos confrades da região compareciam ao "Amor e Caridade", ao  Cine Republica dirigido pelo dedicado Mario Pelegrino ou a um clube da cidade. Onde quer que fosse realizada a palestra, o recinto ficava lotado, ou, como diria o orador apinhado. Todos ávidos de ouvir o jovem tribuno e aprender algo mais.
    Tenho um sobrinho nascido nessa época, que recebeu o nome de Divaldo em homenagem ao médium.
    E a moça de Catanduva? Que teria feito de importante? Lógico que o desejo que, o artigo nos despertou para ler o novo livro, foi aguçado com o título do capitulo mencionado.
    Fomos à livraria espírita, próxima de casa e poucos minutos depois. estavamos com o livro aberto na pagina 154, Divaldo inicia a narração:
    "Oportunamente fui pregar em Catanduva. Naquele tempo viajava-se muito de trens noturnos. Eu o tomava em Catanduva e ia até São Paulo.  Era uma viagem razoavelmente confortável.
    Numa das vezes em que estive naquela cidade, ao regressar. Dona Lola (Zancaner) Sanchez  e outros confrades me levaram até a estação rodoviária... chamou-me a atenção  uma senhora camponesa despedindo-se da filha.A jovem era uma daquelas menininhas bonitinhas, bem modesta ,do interior,vestida com simplicidade, o cabelo liso, partido ao meio e muito mimosa.
    A mãe abraçava-a e despedia-se, beijava e abraçava-a de novo e a cena comoveu-me. Fiquei olhando a ternura da mãe com a filha de dezoito ou dezenove anos..."
    Lemos o capítulo em minutos e depois, começando do começo, lemos o livro todo em uma assentada. O Dr. Thiago mais uma vez está certo: muito aprendemos, muito recordamos.
    Ao ler o nosso capítulo verificamos que não acontecera aquilo que haviamos deduzido desde que lemos o comentário sobre o livro. Não se tratava de uma jovem  participante do movimento espírita.
    Divaldo narra o que aconteceu durante a viagem e leciona com maestria, como sempre o faz, a respeito de qualquer assunto, sobre o poder da prece. Suely, como nos demais capítulos, comenta e tira suas ilações, frisando dentre outros ensinamentos, o mecanismo do socorro pelo plano espiritual e termina com estas palavras sobre as quais muito precisamos meditar:
    "Ficamos, todavia, com a certeza de que onde estivermos, em qualquer momento, haverá um meio de ajudar ao semelhante. E de que a prece é o meio mais eficaz, quando se deseja ser útil, especialmente quando nos faltem quaisquer outros recursos".
    Concordamos plenamente com o Dr. Thiago: Trata-se de um encanto de livro, mas não vamos tirar o sabor da leitura a outros leitores, conterrâneos ou não, concitando-os a lerem " O SEMEADOR DE ESTRELAS". l

Do livro A Revelação da Chave. Editora EME 1992

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