sábado, 1 de julho de 2017

Registro. Divaldo Franco no Paraná Cascavel

29 de junho de 2017
Lideranças espíritas locais, regionais e estadual, representada pelo 2º Vice-Presidente da Federação Espírita do Paraná, Luiz Henrique da Silva recepcionaram Divaldo Franco no Clube Tuiuti, onde foi homenageado pelo transcurso de seu 90º aniversário, transcorrido em maio próximo passado. Cidadão Honorário de Cascavel, Divaldo visitou essa pujante cidade pela primeira vez em 23 de julho de 1968, desenvolvendo uma atividade doutrinária. A homenagem, conduzida pelo Presidente da 10ª União Regional Espírita/FEP, Laudelino Risso, coordenador do evento, se constituiu no destaque de expressivos textos contidos na trilogia de Manoel Philomeno de Miranda, psicografada pelo insigne orador baiano: Transição Planetária; Amanhecer de uma Nova Era; e Perturbações Espirituais. Nos trechos destacados estão contidas músicas que foram belamente interpretadas pelos liderados do Professor Jocimar, emocionando os mais de três mil expectadores.
Stanislav Grof (1931-), psiquiatra tcheco, estudou os transtornos de natureza esquizofrênica, os estados alterados de consciência, constatando a reencarnação e a influência dos Espíritos na vida das pessoas. A psique humana não desaparece com o decesso do corpo físico, expressando-se para além da dimensão meramente física. O psiquiatra tcheco foi um dos fundadores da Psicologia Transpessoal, a denominada quarta força. Radicado nos Estados Unidos da América, desenvolveu pesquisas sobre os estados alterados de consciência – EAC -, utilizando-se de experiências com o ácido lisérgico como meio de atingir esses estados, juntamente com Aldous Huxley (1894-1963), escritor inglês. Assim, os homens de ciência, com seus estudos aprofundados sobre a mente humana, têm contribuído para o bem-estar de muitos, aliviando, e até mesmo curando, esses transtornos psiquiátricos.
Conceitos como Deus, a imortalidade, as obsessões estão sendo estudados, permitindo que o homem se conheça em maior amplitude, possibilitando ações que levam ao bem-estar, ao conforto espiritual e moral, onde a morte não significa mais do que um portal para a dimensão extrafísica, permanecendo o ser em plena lucidez, expressando-se para além da dimensão do cérebro físico.Outro fator abordado pelo eminente orador foi o das experiências de quase morte, que ao narrar sua própria experiência, evidenciou a expressão inteligente se manifestando para além do equipamento cerebral, ínsito no corpo físico, isto é, de natureza transcendente, guardando perfeito equilíbrio emocional e racional. O pensamento se expressa com lucidez, embora estando fora do cérebro físico. É a vida se expressando além da fronteira física.
A vida é única, as existências são múltiplas. O Espírito é imortal, reencarnando-se para aprimorar-se, crescendo em conhecimento e espiritualmente, construindo, desde agora, o Reino dos Céus em sua intimidade. A reencarnação é a base fundamental do Espiritismo. Os filósofos pré-socráticos paravam as suas pesquisas e pensamentos na barreira chamada morte. Sócrates foi o divisor de águas ao expressar-se com base em uma doutrina de natureza ética, espiritualista, que avança para além do corpo meramente físico.O pensamento humano se expande, alcançando compreensão e clareza sobre os fatos. O bem, em contínuo desenvolvimento, se expressa através da ação de homens lúcidos, evangélicos, como é o caso do atual Papa Francisco e de João Paulo II que afirmava que as comunicações entre vivos e os mortos são reais, atestando que a vida é enriquecedora, possuindo objetivos nobres. Cada indivíduo é o autor de suas próprias vidas.
Dinâmico, prático e lúcido, Divaldo Franco prendeu a atenção ao narrar experiências, suas e de outros, destacando a imortalidade, a comunicabilidade, a reencarnação, a pluralidade das existências e a sublime presença de Deus na vida de Suas criaturas. O Espiritismo dá ao homem, nestes dias tormentosos, a alegria de viver, dada a certeza da imortalidade. O ser humano transfere-se de uma para outra dimensão sem solução de continuidade. O momento é glorioso, o homem vai vencendo o mal, abrindo espaços para o bem se expressar generosamente. O espírita deve ser o exemplo do bom cristão, tornando-se, até mesmo, em exceção no meio nefasto do mal. No conceito de Rollo May (1909-1994), psicólogo americano, o homem ao adotar como filosofia de vida o individualismo, o sexismo e o consumismo tem construído a sua própria infelicidade, atormentando-se em ter, esquecendo-se de ser.
Há esperança de uma nova era, quando o bem superar o mal, construindo uma sociedade melhor, equilibrada, ética e moral, sendo feliz hoje, vivenciando a felicidade agora, pois que a imortalidade é uma realidade. O fardo é leve, o jugo é suave, assim se expressou o Mestre Galileu, destacando que cada um deve ajustar-se à Lei Divina, reencarnando sucessivamente para desenvolver o amor ao próximo e a si mesmo, construindo um mundo melhor, melhorando-se, alcançando o estado numinoso, de individuação, no conceito de Carl Gustav Jung. Cada indivíduo, destacou o nobre e incansável orador, deve agradecer as suas tribulações de vida, agindo com galhardia, confiança, guardando a certeza da imortalidade. Recitando o Poema da Gratidão, de Amélia Rodrigues, Divaldo encerrou a magnífica conferência, destacando que é possível ser feliz hoje. O público, jubiloso e acolhedor, agradeceu-lhe com expressiva salva de palmas. Reabastecendo-se nas fontes do amor, o semeador devotado segue intimorato, vivamente feliz, porque ama.
Texto: Paulo Salerno
Fotos: Jorge Moehlecke

(Recebido em email de Jorge Moehlecke)