segunda-feira, 20 de março de 2017

Registro. Divaldo Pereira Franco no Paraná XIX Conferência Estadual Espírita. Pinhais, PR

19 de março de 2017
A individualidade é o Espírito que somos, no corpo em que estamos. (Divaldo Franco)
Estando presente diversas lideranças e expositores da Doutrina Espírita do Paraná, do Movimento Espírita brasileiro, do Paraguai e dos Estados Unidos da América, a XIX Conferência Estadual Espírita foi encerrada. O Presidente da Federação Espírita do Paraná, Adriano Greca, sensibilizado, agradeceu o trabalho e o apoio dos colaboradores, em número expressivo, destacando o trabalho da equipe dos intérpretes da língua dos sinais – LIBRAS -, as caravanas que se deslocaram de vários Estados, do Paraguai e dos Estados Unidos da América para estarem presentes neste ágape espiritual que se desenrolou durante três dias em Pinhais/PR. O Saldo destes últimos três dias de intensas atividades foi altamente positivo. Foram, nas palavras de Jorge Godinho, Presidente da Federação Espírita Brasileira, momentos de interação dos dois planos da vida, foram, também, dias de aprendizado e de reflexões valorizando o maior arcabouço filosófico que a humanidade possui, O Livro dos Espíritos.
Sem descanso e sem cansaço, Divaldo Franco, orador, médium e humanista reconhecido internacionalmente, proferiu a conferência de encerramento abordando o tema Desafios Existências. Destacando a individualidade, uma das características constituintes do ser humano segundo Peter Ouspensky (1878 – 1947), o pacifista e dedicado servidor do Cristo, frisou que essa individualidade tem por meta buscar o vir a ser, isto é, traçar um perfil desejável de aprimoramento espiritual e moral. A individualidade é o Espírito que somos, no corpo em que estamos. Essa individualidade permanece, a despeito do desaparecimento da indumentária física. O SELF não se destrói, transitando de corpo em corpo até alcançar o estado numinoso, segundo Carl Gustav Jung (1875-1961), psiquiatra suíço e fundador da psicologia analítica, ou seja, o estabelecimento do Reino de Deus na intimidade do ser humano, conforme ensinava o Mestre de Nazaré.
A reencarnação tem por meta principal desenvolver o Espírito, devendo aprender a respeitar o outro, a conviver com os demais, evitando ferir por qualquer forma o próximo. Assim, o ser lúcido deverá analisar-se, examinando a sua individualidade, descobrindo as inclinações más herdadas das ações realizados no passado.
Narrando a história de Ilse, um caso registrado pelo renomado psicanalista americano Dr. James Hollis e publicado no livro Os Pantanais da Alma, Divaldo, um dos mais consagrados oradores e médium da atualidade, emocionou o numeroso público composto por cerca de doze mil pessoas, apresentando o drama dessa Polonesa, radicada nos Estados Unidos da América.  Ilse era uma jovem cristã, que no ano de 1.942, enquanto fazia compras, foi equivocadamente identificada como judia e levada como prisioneira para terrível campo de concentração na própria Polônia e depois para outros, como o Bergen-Belsen, na Alemanha. Seus protestos e apresentação de documentos comprovando não ser judia não demoveram os inflexíveis soldados das Tropas SS, que ali estavam para aprisionar todos os que fossem hebreus. Chegando ao campo de concentração, foi empurrada para a fila de triagem de onde seria enviada para a câmara de gás ou para o barracão de prisioneiros.
À sua frente estava uma mulher frágil acompanhada de duas filhas muito pequenas. Antevendo seu destino, a morte pelo gás, tentou a enfraquecida mãe, deixar com Ilse ambas as meninas para que pudessem escapar da morte terrível pela asfixia. Temendo ser envolvida naquela situação – o que fatalmente resultaria na sua morte – Ilse empurrou com força as duas meninas na direção da senhora que já se afastava em direção a execução. Um soldado nazista percebendo a tentativa da verdadeira mãe em salvar as filhas, com requintes de crueldade e impiedade, mandou as meninas para junto de sua mãe, destinando-as à morte, também.
Ilse jamais esqueceu o olhar daquela mulher fragilizada, física e emocionalmente, a lhe fitar naquele momento. Ilse jamais se esqueceria das lágrimas que vertiam daqueles olhos entristecidos, desesperados.
Lutou para não morrer, sobrevivendo a diversos campos de concentração, sempre aguardando ser selecionada para a morte. Os anos se dobraram e finalmente o campo de concentração foi liberado pelos aliados Russos. Ilse estava entre os sobreviventes. Saiu dali como uma sombra fantasmagórica. Foi para um campo de refugiados e depois transferida para a Inglaterra.
Mais tarde mudou-se para Chicago, nos Estados Unidos da América, passando a viver as facilidades do conforto americano, tornando-se bibliotecária. Certo dia, em seu ambiente de trabalho, encontrou uma coleção de jornais encadernados do ano de 1.942. Esse ano lhe era muito peculiar. Com as mãos trêmulas pegou o volume, e ao acaso, abre em uma página onde havia uma fotografia. Ilse se identificou, fora fotografada no exato momento em que empurrava as garotinhas de volta para a mãe. Jamais se perdoara. Recusava-se a casar. Não se considerava digna de ser mãe, nem mesmo se achava digna de ser amada. Não lograra obter a paz para sua consciência. Peregrinara por diversas religiões, mas em nenhuma conseguira encontrar o que tanto almejava: o perdão de sua covardia moral que resultara na morte de mãe e filhas.
Tomada de profunda angústia e tristeza, Ilse escreveu ao seu psicanalista pedindo um encontro sigiloso onde somente ela falaria por um espaço de duas horas, bem como deveria guardar segredo absoluto. Ao pedido anexou uma fotografia velha, amassada, parecendo ter sido arrancada de um jornal. Aceita as condições, o encontro foi marcado. No dia estabelecido, Ilse compareceu ao consultório, narrou todo o seu drama, informando que na crença judaica, o pecador que encontrasse três pessoas dignas para se confessar, seria perdoada. Seu psicanalista foi o primeiro.
Terminada a exposição, o psicanalista disse a ela que pegasse de volta com a secretária o valor da consulta, pois que ele não havia contribuído, como profissional, para a melhora da paciente. No livro em tela, o profissional se perguntava: teria Ilse encontrado os outros para que se sentisse perdoada?
São esses os espinhos cravados na alma dos indivíduos. Esses desafios existências são variados e intrincados. O egoísmo, os vícios físicos e morais, os maus hábitos, invariavelmente levam os indivíduos aos vales do sofrimento. As Leis Divinas ou Naturais não podem ser defraudadas, nem derrogadas, sua ação é educativa e reabilitadora. Os espinhos cravados na alma perturbam a marcha. Devem ser arrancados e suas cicatrizes curadas.
O Benfeitor Emmanuel, pela psicografia de Chico Xavier, informa que somente se poderá considerar vitorioso depois da desencarnação, pois que a qualquer momento um deslise pode ser praticado e constatar que, caindo, perdeu as oportunidades de evolução. Assim, cada qual deverá se manter atento para não cair nas ciladas do egoísmo, do orgulho, da vaidade, da presunção, por exemplo.
Jesus há dois mil anos nos espera. Esse ser de luz chama os seus eleitos à plenitude. Ele deu ao mundo os mecanismos e conhecimentos para que todos pudessem estar com Ele, redivivo, trabalhando mergulhado em Seu amor, em verdadeiro ato de doação e entrega incondicional. Os grandes desafios são as imperfeições, a falta de fé.
Com narrativas esclarecedoras, Divaldo Franco destaca que a verdade quase sempre é preterida em favor da fantasia enganadora e bajuladora. O Espiritismo é instrumento eficaz no despertamento da consciência, onde o céu e o inferno são construções individuais e particulares. O Evangelho é Jesus de volta para enxugar as lágrimas da dor, acolhendo as súplicas dos sofredores e as lamúrias de tantos. O amor está, como sempre esteve, presente no seio da humanidade que nem sempre se mostra receptiva à esta fonte de vida.
Há que se ter coragem de amar para poder abafar a ação das imperfeições, perdoando e perdoando-se. Cada criatura humana deve se destacar no amor ao próximo, e ao passo em que vai se depurando, vai extraindo do imo da alma os espinhos da iniquidade humana. Cada um deve enfrentar as duras lutas para não se deixar envolver pelas fraquezas de caráter e que precisam ser trabalhadas.
Mensagem de Bezerra de Menezes
O Benfeitor, pela psicofonia de Divaldo Franco, deixou sua mensagem acolhedora e instrutiva e anotada segundo a minha própria percepção, dizendo que deveríamos nos alegrar esperando que nossos nomes estejam escritos no livro do Reino dos Céus, atendendo ao doce e suave chamado de Jesus. Não tergiversar, não se enganar ou enganar a ninguém. O sentido da vida é amar, tendo Jesus presença assegurada em nossos corações. Tanto sofrimento, tanta tecnologia de ponta e tanta carência moral, dominados pelas paixões enganadoras. Que o nosso esforço seja coroado de luz. Ouvistes as orientações dos expositores amorosos e deles recebestes as instruções de bem-viver. Em qualquer circunstância sejas aquele que ama, que agradece todos os cometimentos da vida. As dores do mundo quando bem suportadas transformam-se em estrelas de bênçãos.
Texto: Paulo Salerno
Fotos: Jorge Moehlecke
(Informações recebidas em email de Jorge Moehlecke)

Registro. Divaldo Pereira Franco no Paraná XIX Conferência Estadual Espírita. Pinhais, PR

18 de março de 2017
O amor, quanto mais se divide, mais se multiplica. (Divaldo Franco)
Divaldo Franco, voltando a se expressar na XIX Conferência Estadual Espírita, promovida pela Federação Espírita do Paraná, abordou o tema O Ser Humano Integral.
Em 1917, em plena Revolução Russa se destacou George Ivanovich Gurdjieff (1866 – 1949), um estudioso do comportamento humano, notadamente da consciência. Para tal reuniu em torno de si alunos interessados nessa Escola de Consciência. Obtendo um salvo-conduto, viajou ao redor do mundo para encontrar homens notáveis. Após, em menos de um ano, fixou-se em Paris/França. Seu discípulo, Peter Ouspensky (1878 – 1947), era aplicado. Segundo Ouspensky, a criatura para ser humana deve se constituir de quatro características.
1ª – a personalidade;
2ª – o conhecimento;
3ª – a consciência, subdividida em níveis, a seguir expostos; e
4ª – a consciência cósmica.
Os níveis de consciência, de acordo com Peter Ouspensky são sete principais, a saber:
A intelectiva; a emocional; a instintiva; a motora; a sexual; a emocional superior (moral); e a intelectiva superior ou coletiva.
O verdadeiro espírita deve ser o modelo de homem integral, consciente de que pode colaborar para a transformação do planeta, tornando-se melhor do que foi ontem. O cidadão deve se melhorar para que o mundo seja melhor. As conquistas, as mudanças, se operam no campo interno das individualidades.
É necessário que a Doutrina Espírita saia dos livros e passe a ser praticada, dando um sentido ético de bem-viver, com a consciência própria e com o próximo. Quando o cristão se encontrar em dúvida, deve se questionar: Se fosse Jesus em meu lugar, o que Ele faria? É dever de todo espírita saber que o perdão é o filho dileto do amor.
Os ensinamentos de Jesus devem ser aplicados nas ações desenvolvidas pelos indivíduos como fundamento essencial, imaginando estar com Ele a percorrer as terras da Palestina do passado, embriagando-se no amor.
Esses dias que a humanidade vive, enaltecem o trabalho esclarecedor de Haroldo Dutra Dias pela sua tradução do Novo Testamento. O homem e a mulher integral são construtores corajosos do novo mundo que será melhor do que o de ontem. Aceitar o convite de Jesus para construir um mundo onde o amor seja o sentimento que une todos os indivíduos sob o manto de o Evangelho do Cristo é inadiável. Com o Poema Meu Deus e Meus Senhor, Divaldo concluiu se profícuo trabalho de despertar as consciências, muitas ainda adormecidas. Os aplausos atestaram o carinho e o amor que todos dedicam ao Semeador de Estrelas, confirmando que suas judiciosas palavras produziram algum resultado.
Texto: Paulo Salerno
Fotos: Jorge Moehlecke                                                                                   


(Informações recebidas em email de Jorge Moehlecke)