domingo, 28 de julho de 2019

Seminário de Divaldo Franco “Vazio Existencial” em Mogi das Cruzes

Em 26 de julho de 2019

O Seminário proferido por Divaldo Franco, que ocorreu na Entidade Espírita Cáritas, no dia 26 de julho,  teve a participação intimista de um público de 500 pessoas. O orador explanou sobre o verdadeiro sentido da vida e o vazio existencial que atinge diversas pessoas na atualidade.
Para tanto, o palestrante realizou uma análise, na perspectiva sociológica e histórica, das diversas correntes de pensamentos filosóficas que tiveram como base a busca pela felicidade, mas, que também culminaram no adoecimento da sociedade pós-moderna. 
           Demócrito,  filósofo pré-socrático, do século V a.C., já mencionava que tudo o que cabe no pensamento é matéria. Voltaire, no século  XVII, iluminista e materialista, ao receber o 33ᵒ grau da  Maçonaria, disse: “eu não creio no Deus que os homens criaram, mas no Deus que criou os homens”. No século XIX, Schopenhauer, com sua filosofia pessimista, sugere o suicídio como solução. Também neste século, Nietzsche propõe o niilismo. Em 1917, surge a revolução comunista com Stálin. Para Marx, a religião seria o ópio do povo, com o intuito de enganar a massa e, por isso, era necessário acabar com Deus e a religião judaico-cristã, pervertendo os jovens.
No ano de 1928, na Dinamarca, já se debatia sobre as partículas infinitamente pequenas, com a teoria da Complementariedade, de Niels Bohr, em que tudo está perfeito, até mesmo o caos. O nacionalismo intenso na Alemanha (1935)  desembocou na ascensão de Hitler, e foi na segunda guerra mundial,  iniciada por este, que 110 milhões de pessoas foram mortas. O existencialista Sartre  lutou contra o nazismo, mas, ao ver  tanta degradação nos religiosos da época, virou materialista. Enquanto declarava-se a paz, simultaneamente, as igrejas de Paris ficaram vazias. Em 1947, ocorre a guerra entre as Coreias, em que a Coreia do Norte se faz comunista
Na década de 60, do século passado, os Beatles iniciaram uma conquista ao mundo com a sua música, mas sofreram a angústia de não terem um ideal demarcado. Exemplo disso foi o Woodstock, maior festival de música da história que ocorreu nos 15, 16 e 17 de agosto de 1969. Por meio do som e das letras do rock e também das performances no palco, a contracultura começou a penetrar a sociedade como um todo, no contexto da Guerra Fria, em que os Estado Unidos foi capaz de lançar armas proibidas na guerra do Vietnã. A partir dessa conjuntura, Divaldo leva o auditório   a refletir sobre a ética, concluindo que quando não se há ética, há-se o caos.
Em 1980, teve-se o paciente zero da AIDS e a sociedade precisou começar a mudar seus hábitos sexuais diante desta síndrome, pois o sexo desvairado é um instrumento de angústia.
Para ilustrar ainda mais, o vazio existencial, Divaldo Franco lança mão da história narrada por Camus, no livro O Estrangeiro. Nela, a personagem Meursault, um homem indiferente à vida e à morte de sua mãe, acaba se envolvendo em um assassinato por motivo fútil.  Segundo o protagonista da obra, tanto faz uma coisa ou outra, pois nada importa no final, há apenas a indiferença de sentimentos. Divaldo Franco menciona que a maioria dos seres humanos, na atualidade, por vezes, em algum instante da vida, sente-se um estrangeiro de si mesmo, com vazio existencial.
Para erradicar o vazio existencial, Divaldo convida seu ouvinte a servir, pois quem não vive para servir, ainda não aprender a viver. A própria pergunta 540, do Livro dos Espíritos, já prenuncia a física quântica e a importância do servir, quando os espíritos respondem que: “(...) é assim que tudo serve, tudo se encadeia na Natureza, desde o átomo primitivo até o arcanjo, pois ele mesmo começou pelo átomo. Admirável lei de harmonia, de que o vosso Espírito limitado ainda não pode abranger o conjunto!”. Logo, fundamentalmente, o objetivo da vida é servir. Gabriela Mistral, Prêmio Nobel de Literatura em 1945, ilustrou muito bem em seu poema “O prazer de servir”, que “toda a Natureza é um desejo de serviço”.
Divaldo Franco propõe que se faça uma viagem interior para descobrir o sentido da vida. Que se preencha o vazio existencial, emitindo boas palavras. Toda vez que vier um pensamento ruim, deve-se trocá-lo por um bom. Pensar no bem, emitindo ondas de eletropositivos. Amar!, pois o  Amor é latente e está no interior do homem. Estabelecer metas, objetivos e não se deixar diminuir por aqueles que estão mais atrasados.
O vazio existencial está atrelado ao prelúdio da depressão. Jung ao se deprimir, expressou que avaliara o conceito depressão até o dia em que teve uma. Para vencer a depressão, deve-se tomar substâncias que substituam aquelas que não estão sendo produzidas pelos neurônios e que, por isso, desencadeiam a doença. Deve-se também, oferecer o esforço para curar-se, pois não há terapia que funcione se o paciente não colabora.
O ser humano é fundamentalmente, espiritual, antes mesmo das sensações de comer, dormir e fazer sexo. No início, o homem teve medo da morte e com isto, surge a primeira emoção: o medo. A segunda emoção do ser humano foi a ira e a terceira expressão de sentimento, foi o Amor. Como este é uma emoção recente, o medo e a ira ainda assaltam o indivíduo. Por isso, faz-se necessário amar de tal forma como se estivesse amando a si mesmo, redescobrindo o autoamor.
Divaldo Franco conclama a todos a amar como principal antídoto ao vazio existencial,  ponderando que se alguém não gosta de você, o problema é dele. Mas se é você que não ama, o problema é seu. Jesus disse para orar e vigiar. Orar é arar, é estimular coisas boas, dizer a outrem que siga adiante. Seja você o que não permite que ninguém saia do seu lado sem levar algo de bom, pois o importante é não ser inimigo de ninguém.
Foto: Edgard Patrocínio
Texto: Carlyne Paiva 

(Informação recebida em email de Jorge Moehlecke)