sexta-feira, 16 de novembro de 2018

Divaldo Pereira Franco em São José do Rio Preto, SP

14-11-2018.

Fotos: Edgar Patrocínio
Texto: Djair de Souza Ribeiro
Sob a organização da União das Entidades Espiritas (USE) Intermunicipal de São José do Rio Preto cerca de 2.200 pessoas reuniram-se no Ginásio Poliesportivo do Hospital Bezerra de Menezes, da cidade de São José do Rio Preto – SP para ouvir o tribuno Divaldo Pereira Franco iluminar o público presente através da Conferência Espírita realizada na noite de 14 de novembro de 2.018.
Divaldo inicia a conferência recuando à primavera de 1792 levando-nos a todos ao edifício de La Salpêtriere, construído originalmente para ser uma fábrica de pólvora, servia agora de prisão – na realidade era mais um depósito de tudo quanto “incomodava” a sociedade - para prostitutas e manter afastados da coletividade social os doentes mentais, os criminosos insanos e epilépticos.
Naquela manhã adentrava-se a La Salpêtriere o médico Philippe Pinel (1745-1826) notabilizado por ser o precursor do revolucionário pensamento de que os portadores transtornos mentais eram doentes e, nessa condição, deveriam receber o mesmo tratamento respeitoso dispensado aos doentes “normais”em geral, abandonando a violência e agressividade como usualmente se empregava. Tomado de inusitada coragem e determinação, libertou daquela masmorra medieval um total de cinquenta e três doentes mentais.
Anos mais tarde surge na mesma La Salpêtriere aquele que se transformaria no mais renomado cientista dos problemas cerebrais Jean-Martin Charcot (1825 - 1893), médico, psiquiatra, neurologista e fundador da moderna neurologia, tendo concluído em suas investigações, ser a hipnose um procedimento apropriado no tratamento de perturbações psíquicas, em especial a histeria.
Entre os inúmeros alunos destacaram-se: Sigmund Freud, Joseph Babinski, Alfred Binet e Pierre Janet.
Todavia, por esta época esses renomados cientistas consideravam a Mediunidade como sendo um distúrbio mental.
Pierre-Marie-Félix Janet (1859-1947) psicólogo, psiquiatra e neurologista francês com importantes contribuições para o estudo moderno das desordens mentais e emocionais envolvendo ansiedade, fobias e outros comportamentos anormais foi o mais destacado entre todos que dirigiram seus ataques contra a Doutrina Espírita, buscando atingir a mediunidade e, por conseguinte, invalidar todo o alicerce dos princípios da doutrina libertadora, uma vez que todo o conteúdo doutrinário nos chegou através da mediunidade.
Em 1.889, Pierre Janet, publicou o livro L'automatisme psychologique: Essai de psychologie expérimentale sur les formes inférieures de l'activité humaine. (O Automatismo Psicológico - Ensaio de Psicologia Experimental sobre as Formas Inferiores da Atividade Humana)
O livro, em sua segunda parte, consagra inteiramente o Capítulo 3 para apresentar os resultados dos estudos dos diversos fenômenos espíritas (mediúnicos) chegando mesmo a elaborar capítulos sobre o Espiritismo (Resumo Histórico do Espiritismo e Hipóteses Relativas ao Espiritismo).
São, porém, nos capítulos finais que Pierre Janet busca ferir de morte a mediunidade afirmando que o fenômeno mediúnico é uma desagregação psicológica e que se explica como sendo uma dualidade cerebral (aquilo que sou versus aquilo que sonho ser).
A conclusão do eminente cientista é um golpe terrível para os médiuns e para a mediunidade: “Os fenômenos ditos mediúnicos eram, na verdade, manifestações patológicas, doentias e se equiparavam aos distúrbios psiquiátricos como a esquizofrenia, a histeria e a epilepsia”.
Com a chancela da ciência, os médiuns passaram a ser tidos como possuidores de alienação mental.
Um rótulo amargo e terrível estava sendo colocado nos médiuns: A mediunidade é sinônimo de loucura.
O mais agravante é que Pierre Janet jamais houvera pesquisado e efetuado experiências com médiuns ou mesmo assistido a uma seção mediúnica. Seus estudos e conclusões basearam-se em trabalhos divulgados por outros pesquisadores.
Em 1934 o Dr. von Meduna constatou que os cérebros dos portadores de Esquizofrenia eram diferentes dos daqueles portadores de Epilepsia. Dessa forma, se pudessem ser provocadas convulsões, essas deveriam por um ponto final nos sintomas principais da esquizofrenia.
Em 1937 o neurologista italiano Ugo Cerletti (1877-1963) apresenta a terapia dos choques elétricos controlados objetivando produzir o mesmo mecanismo das convulsões para atenuar os sintomas da esquizofrenia.
Com o avanço da química medicamentosa surgem na década de 60 do Séc. XX as primeiras drogas (barbitúricos) no tratamento de um amplo leque de transtornos mentais.
Após essa verdadeira história da evolução dos tratamentos psiquiátricos, Divaldo passa a abordar a Mediunidade e as inverídicas acusações que ela recebe de pessoas pobremente informadas ou ainda daquelas refratárias às verdades libertadoras.
Para melhor emoldurar o tema Divaldo Franco relata um fato ocorrido em 1982 por ocasião de uma das muitas visitas que Divaldo fez a Francisco Cândido Xavier, em Uberaba – MG.
Nesta oportunidade, Chico Xavier informou Divaldo de que sua mãezinha, a Sra. Anna Alves Franco – encontrava-se presente.
Os dois médiuns seguiram para um recinto, no qual ambos concentraram-se para o transe mediúnico. Divaldo psicografou mensagem do Dr. Bezerra de Menezes destinada ao médium mineiro enquanto Chico Xavier psicografou, em 42 páginas, mensagem da Sra. Anna Alves Franco dirigida a Divaldo. 1
A missiva carinhosa trazia detalhes envolvendo a todos os 13 filhos. Em determinado ponto da carta a missivista observou que ao desencarnar fora ela recebida por uma grande amiga a Sra. Maria Domingas Bispo, desencarnada em 1932.
Retornando para Salvador Divaldo mostrou a carta da mãe querida a todos os irmãos os quais não reconheceram a existência dessa amiga mencionada por Dona Anna.
Baseado nessa afirmativa – unânime dos irmãos – Divaldo passou a pesquisar, sem lograr êxito, contudo.
Após orar à mãezinha amada surgiu-lhe uma inspiração e finalmente logrou encontrar o registro do óbito, exatamente como a mensagem psicografada por Chico Xavier narrara.
O registro fora encontrado em um cemitério de uma localidade chamada São José das Pororocas. Pois D. Maria Domingas Bispo, na condição de protestante, fora sepultada num local apropriado para os evangélicos, posto que os mesmos não tinham permissão para serem sepultados nos cemitérios católicos.
Abençoada mediunidade e abençoado Espiritismo – o Consolador prometido por Jesus – por trazer à luz do conhecimento humano a verdade libertadora da qual Jesus nos ensinou.

1 A versão completa e detalhada dessa narrativa, pode ser encontrada no capítulo 24 (Chico Não Se Engana), de o livro O Paulo de Tarso dos Nossos Dias, de autoria de Ana Maria Spränger, editado pela LEAL.