segunda-feira, 30 de setembro de 2019

Conferência por Divaldo Franco Santos, SP

28-09-2019.

“É fundamental, à criatura humana, em sua vilegiatura carnal, encontrar o sentido existencial. A perda desse objetivo condu-la ao desespero ou à indiferença por tudo quanto lhe acontece, empurrando-a pela via da morte emocional, sem que tenha estímulos para as lutas que se apresentam, convidando-a ao crescimento e à felicidade”. Joanna de Ângelis, de o livro JESUS E VIDA, capítulo O Sentido Existencial, psicografia de Divaldo Franco, LEAL.
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A USE Intermunicipal de Santos escolheu as amplas e confortáveis instalações do Mendes Convention Center para acolher 3.500 pessoas que se reuniram para ouvir Divaldo Franco na noite do dia 28 de setembro de 2019. O evento intega a programação da 67ª Semana Espírita de Santos.
Nessa oportunidade Divaldo foi presenteado pelos 3.500 participantes do evento que – à capela – cantaram a música “Como é Grande o Meu Amor por Você” tentando traduzir no gesto todo o carinho e gratidão pelos inumeráveis exemplos de conduta Espírita-Cristã do Semeador de Estrelas.
Tomando a palavra e dando início ao desenvolvimento da Conferência Divaldo faz referência ao filósofo latino Marco Túlio Cícero (106 aC-43aC), citando-o pela frase: “A história é a pedra de toque que desgasta o erro e faz brilhar a verdade”. Dezesseis séculos mais tarde com base nas palavras de Cícero, lorde Francis Bacon (1561-1626) o filósofo inglês observou: “Uma visão superficial da filosofia leva a mente humana ao ateísmo, mas a profundidade da filosofia leva-a para a religiosidade”.
A partir desse introito Divaldo faz um périplo – rápido, conquanto riquíssimo de informações – buscando equacionar o contraditório comportamento humano que emergindo das formas de vida unicelulares chegou ao paroxismo da tecnologia atual que permitiu à humanidade andar na lua e visitar inúmeros planetas do sistema solar e desvelar um sem número de “segredos” que a Natureza ocultava.
Paradoxalmente, porém, essa mesma criatura, que Divaldo chamou de “homo virtuallis” não consegue erradicar a violência – física ou moral -, a fome, a guerra, a exploração dos mais fracos pelos mais fortes.
Kardec, preocupado com essa questão indagou aos Bons Espíritos, através da questão 919 de O Livro dos Espíritos:
Qual o meio prático mais eficaz que tem o homem de se melhorar nesta vida e de resistir à atração do mal?
E a resposta dos Benfeitores da Humanidade  foi sintética, porém, profunda:
“Um sábio da antiguidade vo-lo disse: Conhece-te a ti mesmo.”
Há 280 anos que o pensador inglês Thomas Heart anunciava "O ser humano perdeu o endereço de Deus". Parafraseando o pensador, Divaldo do alto de sua experiência e sabedoria amplia esse pensamento acrescentando que a criatura moderna – além do endereço de Deus - perdeu igualmente o endereço de Si mesmo, fato que o leva a viver exclusivamente para atender questões imediatas empurrando-o para o individualismo, o sexualismo e o consumismo esquecendo-se do AMOR.
A partir desse ponto Divaldo leva-nos a todos a experimentar emoções sublimes ao discorrer sobre Jesus, Modelo e Guia da humanidade, que veio nos falar do amor.
"Deus é Amor” afirma o evangelista João na Primeira Epístola de João do Novo Testamento, e com base nessa afirmativa, Divaldo ilustra a presença de Deus em a Natureza.
Para tanto discorre desde o Universo infinito que a moderna Astronomia contabiliza somente na Via Láctea a existência de cerca de 200 bilhões de estrelas – entre as quais o nosso Sol -, e que em todo o Universo observável há cerca de 150 bilhões de galáxias, o que levou os Astronomos a afirmarem de que há 10 vezes mais estrelas no Universo do que grãos de areia em todo o planeta Terra.
Divaldo – seguindo na ilustração do amor de Deus - leva-nos à uma breve viagem pela maravilha do nosso corpo físico, instrumento abençoado que Deus forneceu às criaturas para desenvolvimento intelecto-moral do Espírito imortal que nele habita.
Toda essa maravilhosa máquina é dirigida pela Consciência.
Em seguida Divaldo nos conduz a uma viagem pelo “universo” da Consciência e enumera a conclusão de diversos estudos e pesquisas iniciando pelo sociólogo, médico psiquiatra e psicólogo o professor Emilio Mira y Lopez (1896-1964) que, do ponto de vista psicológico o ser humano é constituído de cinco (5) elementos:
1. Personalidade: A máscara que afivelamos à face.
2. Conhecimento: São as aquisições intelectivas e formada pelas lições de aprendizagem.
3. Identificação: São as sintonias daquilo com o que nos afinizamos.
4. Consciência: (Cuja atuação em conjunto com o Conhecimento forma a base do discernimento).
A consciência possui níveis diferenciados como conceituou Pedro Ouspensky:
4.1. Consciência de sono SEM sonhos (Só pensa em si próprio: É meu)
4.2. Consciência de sono COM sonhos (Já passamos a ter ideais e não somente o desejo de acumular)
4.3. Consciência de sono ACORDADO (A consciência que não mais está sonolenta pelo egoísmo)
4.4. Consciência de  mesmo. Nível consciencial atingido quando o Ego - a máscara que afivelamos à face e que luta por defender a qualquer preço nossa Individualidade - toma conhecimento dos conteúdos psíquicos. Em outras palavras: É quando eu sei fazer o que DEVO quando POSSO e – também - fazer o que POSSO quando DEVO. Nesse ponto Divaldo ilustra que as crises – morais, sociais, econômicas – vem do fato de realizarmos o que PODEMOS quando NÃO DEVEMOS e fazer o que DEVEMOS quando NÃO PODEMOS.
Ainda no item de Consciência de SÍ mesmo Divaldo alonga maiores esclarecimentos e enumera as 7 (sete) funções que a Consciência vai permitir controlar na máquina orgânica:
I) Função Emocional;
II) Função Intelectiva;
III) Função do Instinto;
IV) Função dos Movimentos;
V) Função Sexual (Expressões Feminina _Anima - e Masculina – Animus - permitindo equilibrar a psicologia à anatomia);
VI) Função Emoção Superior
VII) Função Intelectiva Superior.
4.5. Consciência Cósmica que pode ser sintetizada na frase de Paulo em sua epístola aos Gálatas (2:20): “Já não sou eu quem vive, mas Cristo que vive em mim”
5. Individualidade: O elemento que o Ego procura defender a todo custo. Somos o resultado do acúmulo das diversas existências que vamos vivenciando na longa marcha do desenvolvimento intelecto-moral que experimentamos no ciclo das reencarnações.
Finda esse viagem pela conceituação acadêmica da consciência Divaldo adentra à parte final da conferência abordando o convite formulado pelo Espiritismo que vem despertar a nossa consciência para a necessidade de encontrarmos um sentido psicológico para a vida deixando a fase do primarismo representado pelos instintos e as sensações.
O sentido da vida, conforme nos ensinou Jesus, é AMAR.
Nós somos mais do que o ser definido pelos antropologistas: Bípede e emocional. Somos também aqueles que trazemos na alma a presença de Deus e nascidos para amar, pois o amor é o ápice do nosso processo evolutivo ético e moral.
Divaldo silencia e arremata: A vida tem que ter um significado: O desenvolvimento do amor.
“Abre-te ao amor e combaterás as ocorrências depressivas, movimentando-te, em paz, na área da afetividade, com o pensamento em Deus. Evita a hora vazia e resguarda-te da sofreguidão pelo excesso de trabalho. Adestra-te, mentalmente, na resignação diante do que te ocorra de desagradável e não possas mudar”. Joanna de Ângelis. de o livro RECEITAS DE PAZ, capítulo 11 Depressão, psicografia de Divaldo Franco, LEAL.

 Texto: Djair de Souza Ribeiro
  Fotos: Edgar Patrocinio


(Recebido em email de Jorge Moehlecke)