segunda-feira, 16 de março de 2020

Divaldo Franco no Paraná XXII Conferência Estadual Espírita

Pinhais, 15 de março de 2020
A XXII Conferência Estadual Espírita, da Federação Espírita do Paraná – FEP – alcançou o seu último dia – 15 de março - no Expotrade Pinhais, onde três temas foram abordados, dentro do Tema Geral: O Homem, a Consciência e Deus. No período da manhã, os expositores se apresentaram na tribuna na seguinte ordem:
A Força do Um foi o tema trabalhado por André Trigueiro; Alberto Almeida discorreu sobre Enamorar-se de Deus; e Divaldo Franco, encerrando as atividades da profícua Conferência, apresentou o tema Jesus.
Narrou Divaldo que na história dos hebreus haviam se passado cerca de quinhentos anos sem o som das vozes proféticas. Roma havia distendido suas fronteiras e as legiões asseguravam para a Capital a luz do sol a brilhar permanentemente, dado a extensão territorial. Passando ligeiramente pela fundação de Roma e a sua importância, destacou os seus dois triunviratos, com maiores detalhes em torno do período em que Caio Júlio Cesar militar romano conduziu a transformação da República Romana para o Império Romano, um gigante da sociedade patrícia, mas que mesmo assim foi traído por parte do Senado e morto a punhaladas. Júlio Cesar foi, então, sucedido pelo segundo triunvirato formado por Marco Antônio, Marco Emílio Lépido e Caio Júlio Cesar Otaviano Augusto, que encerrou o triunvirato - após as mortes dos outros dois integrantes - restabelecendo a República Romana e governando com reconhecidos valores morais buscando, através de novas diretrizes, reparar os equívocos e excessos perpetrados por Júlio Cesar.
Roma estava em paz pela segunda vez em um período de aproximadamente 640 anos. Pairavam messes de alegria e bem-estar. Neste período de Otaviano não renasceram homens belicosos em Roma, porém, filósofos, artistas e intelectuais reencarnaram, empregando esforços na construção de um período de crescimento intelectual e moral para os romanos.
Otaviano, demonstrando o seu acentuado amor pela moralidade, não tergiversou nem com a esposa, que havia se envolvido na prática de envenenamento de desafetos, nem mesmo com a filha, que com atitudes impróprias, desonrava a corte, expulsando-as sem apelação.
Foi um período de muita paz e progresso para os romanos. Sabiamente Otaviano Augusto compreendera que um povo só é feliz quando está em paz. É necessário que haja paz, que a paz somente é possível quando existe moralidade, e essa deve começar pelos seus governantes para servir de modelo aos governados.
O que estava acontecendo? Os Espíritos dizem que o mundo estava em preparação para receber o Messias, que efetivamente veio, nascendo em uma gruta de calcário, no seio do povo hebreu. Antes da chegada do Messias, a civilização conhecida, por cerca de 300 anos, experimentou o martirológio imposto por diversos bárbaros conquistadores, tal qual Aníbal, o Cartaginês; Ciro, o Rei dos Persas; Alarico I e II; Átila, o Uno; e Gengiskan, entre outros. Todos conquistadores cruéis.
Tudo preparado, foi durante o governo de Otaviano Augusto que nasceu em humilde aldeia de Belém Aquele que seria o Modelo e Guia de toda a humanidade: Jesus, que vivendo em Nazaré venceu a humanidade, apresentando o Amor. Somente Ele veio como se fosse uma sinfonia melodiosa a penetrar em todos os escaninhos da Terra.
Ernest Renan, (1823-1892), filósofo, escritor e historiador francês do século XIX, foi nomeado em 1862 professor de hebraico no Collège de France, mas, após sua primeira aula, onde chamara Jesus de “homem incomparável”, seu curso foi suspenso pelo governo de Napoleão III, curso depois suprimido até 1870. Em 1864-1865, uma segunda viagem ao oriente o ajudou a preparar a sequência, que ele meditava, da ‘Vida de Jesus’, uma das obras mais célebres do século XIX, rapidamente traduzida em quase todas as línguas. Renan era o primeiro em França a vulgarizar a exegese alemã de David Friedrich Strauss, segundo a qual a vida de Jesus nada tinha de intervenção sobrenatural.
Ernest Renan, instigado por sua irmã Henriette, pesquisou sobre Jesus nos originais, ficando fascinado por esse Homem extraordinário. Desta forma Ernest Renan, embora ateísta, decidiu escrever sobre a vida Jesus, em três tomos. Em uma aula inaugural no Collège de France, em 22 Fev 1862, Ernest Renan afirmou que Jesus é um Homem incomparável, e que dividiu a História em antes e depois Dele. Jesus foi um vulto tão grande que não coube na História da Humanidade, sendo a personagem histórica mais biografada de todos os tempos.
Jesus venceu o mundo com olhos de ternura e compaixão, amando também as crianças, tão desprezadas a seu tempo. Ele foi a primeira personagem que não afastou de seu coração pater-maternal as crianças. Tornou-se o Embaixador da paz em nome de Deus. Ninguém revelou tanta sabedoria como Ele. Até hoje sua mensagem é acalentada nos corações humanos. Doze séculos depois, Francisco de Assis rogava para se tornar um hábil instrumento da paz.
Divaldo Franco destacou que na velha Palestina, na baixa Galileia, junto ao lago Genesaré, Jesus contemplava o outro lado, formado por uma cadeia de montanhas, em cujo topo se encontrava a cidade de Gadara. Ali, naquela região, se localizava a decápolis, detestada pelos judeus, haja vista que seus habitantes criavam porcos. Foi nesse cenário, no mês de Nissan (março/abril) com temperatura amena e o ar perfumado pelas rosas, que o Mestre Galileu, tomando o barco de Pedro, atravessou o lago, desembarcando em singela praia, no contraforte da montanha escarpada. Aqueles eram tempos difíceis.
O Mestre intentava visitar a comunidade malsinada e odiada pelos judeus. Subindo a escarpa, no primeiro platô havia um pequeno cemitério abandonado. De uma sepultura saltou alguém desgrenhado, gritando, - o que tens contra nós? E Jesus indaga: - e tu, quem és? Ao que recebe como resposta: - Legião, nós somos muitos, não nos mande para o Hades, deixe-nos, ao menos, ficar junto aos porcos. Não nos mande para as Geenas!
Jesus, então, ordena: - Legião! Sai dele! E o possesso, aturdido levanta-se, perguntando: - Senhor! Que queres que eu faça? Deixando livre o subjugado, aqueles Espíritos perversos, vibracionalmente, causaram pânico aos porcos, que aturdidos, se atiraram do alto daquele precipício. Aquele homem, possesso, estava há vinte anos sob o domínio ultrajante, vivendo no cemitério. Foi curado, e sorrindo, dizia a todos que havia sido Ele, Jesus, que o havia curado.
Ao mesmo tempo os gadarenos, que cuidavam os porcos, O amaldiçoaram por terem perdido seus animais, dizendo que não O queriam em Gadara, pois que o Mestre era judeu, recomendando que não voltasse mais, suplicando que os deixassem em paz. Alguém mais exaltado lançou uma pedra que raspou uma face do rosto de Pedro. Ide de volta, vociferaram, que Te vá, deixa-nos em paz, já perdemos os nossos porcos. Os gadarenos perguntavam-se entre si, quem era Aquele homem. Não sabiam responder, não haviam indagado sobre o visitante, nem mesmo procuraram saber o que viera ali fazer.
Ele, acompanhado pelo recém-liberto e os demais, embarcam de volta. Os gadarenos haviam trocado Jesus pelos porcos. É um exemplo de obsessão coletiva e a legião, também, se apossou dos demais criadores de porcos, desperdiçando a oportunidade de ascensão vertical, preferindo a horizontal, a que contempla os bens materiais. Até os dias atuais, muitos optam pelas paixões asselvajadas, trocando-O sem conhecê-Lo.
Jesus, o Incomparável Mestre, amando incondicionalmente, estabeleceu nova ordem para a humanidade, o amor, que deve ser a si mesmo, ao outro e a Deus. Ele é um Rei singular. Não possui trono, seu território é invisível. Ele assenta-se no trono de cada coração que o recebe, estabelecendo, assim, o Reino de Deus em cada criatura humana. Jesus é compaixão, é piedade para com todos.
Asseverou o nobre orador que o importante é não ser inimigo de ninguém. Joanna de Ângelis destaca que a ação dos belicosos é a saudade que eles sentem de Jesus, e não sabendo expressar essa saudade, agridem, ofendem, matam, na ânsia de acalmar a falta de Jesus em seus corações. Anseiam por Jesus.
Neste momento em que se clausura a XXII Conferência proferida pela Federação Espírita do Paraná, e que os seres angélicos que administram o nosso destino comparecem para repetirem como os mártires: - Ave Cristo! Aqueles que te amamos te saudamos e homenageamos.
Ao final, o Dr. Bezerra de Menezes assim se expressou, através da mediunidade de Divaldo Franco:
Jesus, meus filhos, é o zenith e o nadir das nossas especulações. Jamais tivemos tanta necessidade deste Pastor querido e jamais a humanidade apresentou tanto amor como nestes dias. O amor à natureza nas suas mais variadas expressões. Nesse amor à natureza, a tudo que em a natureza vibra e vive, os nossos irmãos da escala zoológica. Ademais, os nossos inimigos, os nossos amigos e irmãos, nunca houve tão bela e nobre consciência dos ditados de Jesus, porque não nos deixou órfãos, permitiu que as luminíferas estrelas caíssem dos céus sobre a Terra na escuridão pós revolução francesa que estimularia o mundo às canções de liberdade pelas Américas, arrebentando os grilhões do colonialismo que a humanidade de alguma forma ainda impõe na sociedade carente. Em tempo algum Jesus foi tão exaltado, tão combatido, e isso nos merece reflexão. Exultemos e não temamos, a morte não é o fim, é a grande libertadora da escravidão carnal. Não vos preocupeis demasiadamente com a presença pandêmica do vírus, cujo momento será mais tarde entendido nas suas razões, nas suas origens e no por que nos chegou-nos agora provocando pânico e dor. Vós que conheceis Jesus mantende o respeito às leis, buscando a precaução recomendada pelas autoridades sanitárias, mas não oculteis a mão socorrista aos padecentes. Não negueis a palavra libertadora aos que se preparam para enfrentar a imortalidade. Não saiais de onde fostes colocados numa inútil e enganosa tentativa de impedir a contaminação. Buscai a pureza íntima e sobretudo alimentai-vos da fé dinâmica, corajosa e gentil, amando a todos, evitando as paixões que dividem, e as experiências que unem. Hoje, quiçá, mais do que nunca, Jesus precisa de vossas mãos, falar pelos vossos lábios, sentir o calor da vossa compaixão e a misericórdia dos vossos sentimentos. O grande antídoto para todos os males é o amor responsável, é o amor dinâmico, é o amor que doa e não se preocupa em receber nem mesmo o sorriso do beneficiário. Não penseis que vos encontrais a sós, os céus enviam os seus embaixadores para que o intercâmbio entre encarnados e desencarnados se faça com muito mais facilidade. Tende o cuidado para que as vossas ondas mentais sincronizem-se com as mentes que administram as vidas e evitai descer o vosso pensamento às páginas da agonia onde se encontram as forças ultrajantes que estão produzindo as dores por necessidade da evolução do planeta. Ide, como Jesus disse aos quinhentos da Galileia, e pregai pelo exemplo, pela palavra iluminada e pelo exemplo de abnegação. As forças vivas do Universo estão conosco no doce intercâmbio convosco. Ide e amai! Em nome dos Espíritos espíritas, nós suplicamos, oh Senhor, que nos abençoe e nos guarde em paz. São os votos do Servidor Humílimo e Paternal. Bezerra.
Texto: Paulo Salerno
Fotos: Jorge Moehlecke

Divaldo Franco no Paraná. XXII Conferência Estadual Espírita Pinhais

14 de março de 2020
A XXII Conferência Estadual Espírita, da Federação Espírita do Paraná – FEP – teve o seu prosseguimento no Expotrade Pinhais com sete temas para elucidar o Tema Geral: O Homem, a Consciência e Deus. Durante todo o dia 14 de março os expositores se revezaram na tribuna na seguinte ordem:
Sandra Borba Pereira discorreu sobre o tema Compromisso com Jesus, retornando no período da tarde para expor sobre Conhecimento, Consciência e Responsabilidade; Haroldo Dutra Dias abordou o tema O santuário da consciênciaA Lei de conservação e a Lei de destruição foi o tema trabalhado por André Trigueiro; Alberto Almeida apresentou suas reflexões sobre A (a) ventura da (in) consciência; Consciência e responsabilidade foi a abordagem realizada por Jorge Godinho Barreto Nery; e Divaldo Franco, encerrando as atividades do dia, discorreu sobre O homem perante a consciência cristã.
Antes da exposição de Divaldo Franco, Juan Danilo Rodríguez, trabalhador da Mansão do Caminho, apresentou bela página musical interpretando o poema Gostaria de ser, sendo amplamente aplaudido.
Tenhas o conhecimento teórico de várias ciências, sejas possuidor de um grande conhecimento, quando, no entanto, se estiveres diante de uma alma, lembra-te, estás diante de uma alma. Esta é uma frase de Carl Gustav Jung. Assim começou Divaldo Franco a sua exposição. É uma reflexão profunda ante a necessidade de as criaturas humanas ouvir, sentir e compreender o outro, merecedor de alta consideração. Cada indivíduo vive conforme a sua própria consciência. No passado, toda a pessoa dotada de conhecimento era considerada possuidora de consciência, porém, a experiência demonstrou o contrário.
A consciência é um atributo do Espírito, do ser imortal. Carl Gustav Jung, psiquiatra suíço e fundador da psicologia analítica, escreveu em três dias e três noites, freneticamente, o livro Resposta à Jó, personagem mitológica da Bíblia, onde apresenta uma definição a respeito da consciência, destacando que o verdadeiro momento de consciência é quando o Ego toma conhecimento do SELF, do EU profundo. A busca pelo autoconhecimento levará o homem a construir-se mais equilibrado, responsável, amoroso. A família é o laboratório ideal. Voltar à família, construindo o genuíno lar é tarefa que todos devem realizar.
Apresentando dois pesquisadores, George Ivanovich Gurdjieff, que viveu no período da revolução bolchevique, e o seu discípulo Peter Ouspensky, Divaldo Franco, com seu verbo iluminado, discorreu sobre os quatros níveis de consciência do ser humano, segundo Peter Ouspensky. Ele classificou a sociedade em dois biótipos. Denominou de fisiológico aquelas criaturas que se relacionam através das sensações. Ao outro biótipo chamou de psicológico – uma minoria da sociedade. Em seus estudos, Peter Ouspensky classificou o ser humano em quatro níveis de consciência. Consciência de sono sem sonhos é o primeiro nível. Neste está a grande maioria, com raras exceções. É o estágio primário na escala de evolução. Ouspensky afirmou que pelas reencarnações o indivíduo vai adquirindo conhecimento e despertando a consciência. O segundo nível é o de sono com sonhos, ou consciência desperta. A criatura humana alcança o discernimento, dá-se conta que sua existência tem um significado psicológico. Elucidando estes níveis de consciência, Divaldo expôs o pensamento de Joanna de Ângelis que os desdobra um pouco mais. Para tal, utilizou-se do Mito da Caverna, de Platão. Na questão 621 de O Livro dos Espíritos, lembra o professor Divaldo Franco, Allan Kardec indagava sobre onde estava escrita a Lei de Deus. Na consciência, foi a resposta obtida.
Consciência de si mesmo é o terceiro nível estabelecido por Ouspensky. Neste nível o autor apresenta as funções da máquina – o ser humano. A primeira função é a intelectiva. A segunda é a emocional. Na ordem estão as funções instintiva, motora ou postural, e a sexual. A sexta função é a intelectiva emocional e a intelectiva superior é a sétima. Estas funções devem ser administradas por essa consciência de si mesmo. Peter Ouspensky denominou o quarto nível como o de consciência objetiva, que Allan Kardec chamou de consciência cósmica. Educação moral, familiar, cultural, emocional e social, impõem-se como fundamentais. Essa deve ser a consciência dos espíritas, sob as dúlcidas vibrações de Jesus.
Fácil, portanto, de se depreender que a educação do Espírito, por meio do desenvolvimento de hábitos saudáveis e nobres, seria o caminho para se atingir patamares mais elevados de consciência. O amor de Deus pode refazer o Universo, assim, todos os indivíduos deveriam ser tornar seres de consciência emocional superior. Finalizando o excelente trabalho, Divaldo Franco foi amplamente aplaudido após declamar o Poema Meu Deus e Meu Senhor, de Amélia Rodrigues.
Texto: Paulo Salerno
Fotos: Jorge Moehlecke