terça-feira, 25 de setembro de 2018

Encontro Fraterno Divaldo Pereira Franco Praia do Forte, BA

22 de setembro de 2018-tarde/noite
1. No período da tarde, Juan Danilo e Cláudio Sinoti desenvolveram seus temas prendendo a atenção do público expectante. Juan Danilo Rodríguez Mantilla, equatoriano, atualmente residindo na Mansão do Caminho, discorreu sobre os Conflitos Obsessivos.
O amor, disse o psicólogo e médico de família, é infinito, é grande, o amor é Deus. Os homens vivem mergulhados neste grande sentimento, e desejando tê-lo, desfrutá-lo, em vão tentam segurá-lo em suas mãos, tomando posse, e como o ser humano está mergulhado nele, aí se inicia a obsessão, por uma causa muito natural, tudo o que se presta atenção fica magnetizado. Tudo o que se presta atenção existe dentro e fora da criatura humana.
Apresentando e discorrendo sobre a questão 245, na segunda parte de O Livro dos Médiuns, destacou que a obsessão possui as seguintes causas, todas ou algumas, entre outras: vingança, queixas presentes ou passadas, desejo de fazer o mal, regozijo por atormentar, em vexar, ódio e inveja do bem. Na questão seguinte, a 246, estão estampadas as causas da obsessão: orgulho e as ideias e opiniões próprias.
A instalação das obsessões perpassarão os sistemas nervoso, límbico – responsável pelos instintos – e o hipocampo, - responsável pela memória -, deixando as suas marcas negativas indeléveis. As emoções básicas, - terror, submissão, defesa e saciedade -, também são afetadas na instalação do processo obsessivo. A magnetização do hipocampo se dá pela adesão espiritual e pela ruptura das defesas psicológicas.
O colapso das defesas psicológicas acontece quando são afetados os símbolos pessoais, as correspondências e preconceitos, e as dependências emocionais. Para elevar o nível das defesas psicológicas será necessário trabalhar a autoaceitação, o raciocínio, fazer o bem, perdoar e aprender com alegria, lembrando que quem luta se cansa, e quem trabalha disciplina-se.
Os recursos terapêuticos para debelar a obsessão estão baseados em três postulados: louvar, agradecer e encomendar, no sentido de suplicar. Para atender esses requisitos há, também, três tipos de oração: a oração (falar), a meditação, que significa pensar, refletir, e a contemplação, ou seja, interpretar e fixar.
Juan Danilo destacou que o significado da vida é dar-lhe um sentido, oferecer-se um objetivo, viver com alegria e ter uma meta para trabalhar. Isso irá gerar o caminho para a felicidade, para a vida em plenitude.

2. Cláudio Sinoti discorreu sobre o autoencontro e o significado existencial. Cada ser humano possui um tesouro íntimo, que muitos o abandonaram pelo caminho, e somente o próprio ser poderá resgatar. Assim será necessário que o indivíduo identifique quais as suas partes que necessita reencontrar, quais são as peculiaridades de sua alma.
O psicólogo Rollo May, em sua obra “O Homem a Procura de Si Mesmo” indaga: Quais são os principais problemas interiores de nosso tempo?...Pode surpreender que eu diga que o problema fundamental do homem, em meados do século XX, é o vazio. Com isso quero dizer não só que muita gente ignora o que quer, mas também que frequentemente não tem uma ideia nítida do que sente.” Há uma dissociação do que se é, do que se deseja ser e divulgar, levando o indivíduo a se perder.
Carl Gustav Jung destaca que o homem precisa de mais psicologia, de mais entendimento sobre a natureza humana, pois o único real perigo que existe é o próprio homem. Ainda nas palavras de Jung, o homem é a própria origem de todo o mal a porvir. É necessário estar em paz com os próprios conflitos, eles são importantes na construção de um homem equilibrado, consciente de si mesmo, autoconhecendo-se.
“Sem a consciência de si mesmo, a pessoa jamais saberá o que deseja de verdade, mas continuará sempre na dependência da família e apenas procurará imitar os outros, experimentando o sentimento de estar sendo desconhecida e oprimida pelos outros.” Carl Gustav Jung, O desenvolvimento da Personalidade. É necessário conhecer a própria realidade, atendendo ao chamado do próprio coração e não dos outros.
É preciso desfazer-se das ilusões que aprisionam. O homem desenvolveu uma terrível preocupação, a de se mostrar aos demais, aparentando o que ainda não é, e o sucesso decantado como forma de felicidade, é, talvez, uma das maiores responsáveis pela solidão profunda, ensina a benfeitora Joanna de Ângelis, no capítulo 1, da obra O Homem Integral. Comparar-se com o outro é ilusão.
Em Amor, Imbatível Amor, capítulo 6, Joanna de Ângelis afirma: “O ser, em si mesmo, é de quase secundária importância, desde que a aparência seja agradável, a posição tenha representatividade e o dinheiro se encarregue de resolver as situações embaraçosas.”
Na ilusão que a matéria lhe oferece, o homem busca o sucesso, o prestígio, o dinheiro, o poder, porém não se esforça em aprender a arte de amar, nas palavras de Erich Fromm. O homem, não conhecendo-se a si mesmo nega o que possui na intimidade, tanto quanto, também, o outro faz o mesmo, em permanente ilusão, adiando o autoencontro.
Joanna de Ângelis, no capítulo 4, da obra O Despertar do Espírito, cita: “Inicialmente, torna-se indispensável querer-se exercitar a vontade, em vez de refugiar-se em mecanismos conflitivos comodistas, por meio dos quais se justifica não possuir vontade suficiente para serem alcançados os objetivos que se gostaria de atingir.”
Finalizando, Cláudio destacou que a autoaceitação, o que significa polarizar-se onde se encontra, fazendo movimentos em busca da construção nova, preenchida de inúmeros significados. O homem é aquilo que ele fizer de si mesmo, a partir do que é. O indivíduo deve se comprometer ao autodescobrimento para ser feliz, identificando os seus defeitos e as suas boas qualidades, sem autopunição, sem autojulgamento, sem autocondenação, voltando-se para dentro de si mesmo, utilizando o mecanismo de viver e perceber o que está fora, e, também, o que há no seu interior, isto é, mergulhar e emergir em si mesmo, sistematicamente.
3. No período noturno, após excelente apresentação artística com os Professores de Dança da Universidade Federal da Bahia, Luiz Molina e Nelma Seixas que com suas performances encantaram e enterneceram o público, enlevando-o em vibrações de grande ternura e acolhimento, Divaldo Franco conduziu o Momento interativo-terapêutico e o que se convencionou denominar de “Primavera da Existência”, isto é, perguntas ou colocações que o público fez ao longo do encontro, e colocadas em uma arvore simbólica, à guisa de flores, e que seriam apreciadas à luz da psicologia e do Espiritismo. Divaldo se fez acompanhar dos psicólogos Cristiane Beira, Juan Danilo, e dos terapeutas junguianos Iris e Cláudio Sinoti.
Divaldo destacou que a arte é Deus se comunicando com o homem, conforme asseverava o filósofo Léon Denis. Salientou, o orador por excelência, que é tão fácil ser feliz quando o indivíduo encontra o sentido da vida, a sua meta. Visando, então, despertar em cada um a autoidentificação, a autoiluminação, o autodescobrimento, Divaldo Franco chamou seis voluntários oriundos do público e que haviam recebido na entrada um envelope com uma mensagem de autoria de benfeitores diversos, e que teriam a possibilidade de responder as indagações a respeito do vazio e o sentido existencial de cada um.
As interpretações realizadas pelos psicólogos, pelos terapeutas e por Divaldo Franco, além das especificidades individuais giraram em torno de ressignificar a vida, os ciclos que se encerram para dar continuidade a outro, a felicidade que não deve ser deixada de ser fruída a cada momento, as aflições de cada dia não devem ser impeditivos para uma vida feliz, as emoções, a autenticidade de pensamentos e atos, os momentos de definição da vida, o desafio do autodescobrimento, cada indivíduo possui dentro de si todas as potencialidades para serem desenvolvidas visando alcançar a plenitude, as adversidades e a esperança, a transformação das emoções em sentimentos, os desafios da vida, e o desenvolvimento do autoamor, entre outras considerações.
Com relação à árvore da primavera, os temas estudados e decodificado pelos profissionais e por Divaldo à luz do Espiritismo, apresentaram aspectos diversos, como, o esforço para vencer os desafios da vida, a transformação individual visando a plenitude, o amor que deve ser revelado aos que se ama, o sentimento genuíno que brota do coração, a educação das emoções, a autoaceitação, a passividade com relação aos eventos de vida, a necessidade de disponibilizar aos demais o conhecimento adquirido, autoconhecimento, o aprendizado se dá por etapas, amar-se conforme se é, as crises de solidão, a gratidão como ato terapêutico e manter-se em estado de atenção, porque o amanhã começa agora.
Finalizando as intensas atividades do dia e reverenciando a paz, o animado público cantou o Hino da Paz, de Nando Cordel.
Texto: Paulo Salerno
Fotos: Jorge Moehlecke


Encontro Fraterno. Divaldo Pereira Franco Praia do Forte, BA

22 de setembro de 2018 manhã
O sol generoso da Bahia se apresentou cedo, acolhendo os participantes do Encontro Fraterno. O Padre católico, Olavo Amarante, um pastor de almas, e que estuda com profundidade as obras da série psicológica de Joanna de Ângelis, é um entusiasta da Doutrina Espírita. Antes do Padre Olavo, Divaldo disse, entre outras colocações amorosas e permeadas de gratidão, que sente-se “profundamente emocionado em reconhecer que de maneira nenhuma mereço qualquer tipo de homenagem. Jesus disse que o semeador saiu a semear, não importa o terreno no qual caíram as sementes, a terra ingrata, árida, os pedrouços, os espinhos, nada disso importa. Baste que uma haja caído em solo fértil e teremos a devolução do amor que acalma a angústia das multidões.”
O Padre Olavo demonstrou a sua gratidão a Deus por estar na presença de Divaldo, abastecendo-se de suas energias, exemplo e conhecimento. Tem aprendido a aprender com Divaldo Franco, contemplando-o à luz do modelo Jesus e reverenciando Deus. Jesus é a resposta mais filosófica para designar o caminho que cada um deve percorrer. Referiu-se a Divaldo, reconhecendo o trabalho e o exemplo que transmiti, generoso e bondoso, sendo firme em suas convicções. As expressões psicológicas o auxiliam a contemplar a beleza de Deus.
As situações devem ser enfrentadas e compreendidas, mas sobretudo sentidas no coração, descobrindo o sentido da vida para que a verdade se revele, conforme apregoou Jesus. É necessário retornar à simplicidade do evangelho de Jesus, compreendendo-o e vivendo-o dentro de si. O vazio existencial pode ser preenchido através do exercício da solidariedade, com a espiritualidade, com Deus.
A sociedade moderna estabeleceu uma cisão entre Eros e o Ágape, duas dimensões do amor. Paulo de Tarso falou do amor em sua inteireza, ou seja, íntegro em suas duas dimensões, em uma unidade, Eros e Ágape. Eros sem o Ágape é violento, escandaliza, é passional. É necessário retomar o amor cristão, vivendo essas duas dimensões na sua inteireza. O mundo necessita de amor, do núcleo familiar educando para o exercício da ética, da solidariedade, da compaixão, da ternura. Na medida em que o ser humano se entrega ao seu mister, mais se eleva, repletando-se de amor. Deus está infuso, integrado em cada criatura sua. Deus é a sabedoria suprema.
Divaldo Franco aproveitando o exemplo de amor integral apresentado pelo Padre Olavo, discorreu sobre Edith Stein, canonizada pelo Papa João Paulo II, e que é muito desconhecida no seio cristão. Foi uma filósofa ímpar e é a primeira e única santa que o catolicismo reverencia. Tornou-se uma grande pensadora cristã, haja vista, sua origem judia. Ela ensinou a nunca desistir da meta, do objetivo colimado, do exercício do amor. Assim, não desista de sua meta, seja tenaz, a sua missão é autodescobrir-se. Todos possuem a missão de descobrir a pérola que está incrustada no seu interior, preenchendo a vida e o vazio existencial através do exercício do amor.
Após a foto coletiva, registrando o momento de congraçamento de almas, Divaldo Franco salientou que o programa desse encontro é de natureza espiritual, centrado na identificação do vazio existencial e por conseguinte a sua superação será através do autodescobrimento, didaticamente, aqui, expresso em doze passos, conforme elaboração de Cláudio Sinoti.
  1. Comprometa-se consigo mesmo.
  2. Saia da zona de conforto.
  3. Mantenha uma vontade sincera de mudança.
  4. Aceite, acolha e ame sua Sombra. Ela estará sempre com você!
  5. Transforme obstáculos em escada para o crescimento.
  6. Deixe as queixas de lado e ouça a sua voz interior.
  7. Liberte-se das relações de dependência.
  8. Esteja aberto(a) a novos conhecimentos e experiências.
  9. Invista em seus valores morais.
  10. Acredite que existe uma vida mais rica e plena.
  11. Queira ser feliz agora!
  12. Ame a si mesmo(a)!
Texto: Paulo Salerno
Fotos: Jorge Moehlecke

Encontro Fraterno Praia do Forte, BA

 21 de setembro de 2018 (Tarde)
No período da tarde e da noite, o Encontro Fraterno teve três programações.
Iris Sinoti com o tema: Conflitos Depressivos; Cristiane Beira discorreu sobre os Conflitos Emocionais; e Divaldo Franco conduziu o público em uma visualização terapêutica, uma atividade não espírita, conforme frisou, para proporcionar momentos de reflexão e encontro consigo mesmo.
Após momento musical com Assis Diomar, íris Sinoti abordou o tema Conflitos Depressivos, asseverando que é necessário retirar alguns mitos que cercam tão delicado tema, como por exemplo: a depressão não é uma bobagem, não é coisa de gente fraca, não é de quem não tem o que fazer, não é de quem não possui fé, não é de quem não tem vontade, a depressão é uma doença, e qualquer indivíduo pode passar por ela. O Brasil é o quinto país em número de depressivos e o primeiro em ansiedade. A depressão precisa ser levada a sério, ser respeitada.
Carl Gustav Jung asseverava que uma alma necessitava falar à outra alma, o que significa estar e fazer parte da situação que o outro está experimentando. A depressão é um convite da alma para as mudanças que são necessárias. Ela se apresenta na vida do ser para que ele possa identificar e conduzi-lo para um novo objetivo, uma nova forma de viver. Para estimular o público, Iris formulou a seguinte pergunta: - O que a depressão significa na sua vida? Assim, permeando respostas de pacientes e de estudiosos, a oradora foi conduzindo as reflexões, aclarando os fatos.
Rollo May, em A Coragem de Mudar, destaca que “Somos chamados a realizar o novo, a enfrentar a terra de ninguém, a penetrar a floresta onde não há trilhas feitas pelo homem, e da qual ninguém jamais voltou que possa servir de guia.” Significa que para cada um será preciso construir uma nova postura, uma nova maneira de sentir e viver a vida.
Alguns deixam as suas próprias bagagens emocionais para pegar a do outro, e por conseguinte, afanam-se e sobrecarregam-se em demasia e o corpo termina por experimentar o sofrimento. A depressão significa entrar em contato com uma dimensão de si mesmo e que, até então, era desconhecida.
Apresentando conceitos de estudiosos e da Benfeitora Joanna de Ângelis, Iris Sinoti foi conduzindo o público para alcançar a percepção de que é necessário nutrir compaixão pelo depressivo, de entender que a negação de sentir as emoções e sentimentos é o quadro em que o indivíduo se isolou por não saber agir e entender as próprias emoções e sentimentos.
“A depressão é um convite, um desafio da vida para que encontremos o real sentido, o que nos move por dentro. É a luta do herói contra o dragão, e nessa luta saímos da ilusão inocente de felicidade e conquistamos a certeza de que a vida só é verdadeiramente vida se tiver significado.” Iris Sinoti – Refletindo a alma.
Todo aquele que deixa de viver a sua própria vida para viver a vida que o outro traçou para ele, está no caminho para desenvolver um processo depressivo. Uma existência sem significado psicológico é vazia e destituída de motivação. A realidade da maioria é estar desconectada de si mesma, porém, conectada com o mundo. Deixa de viver a própria vida para viver a ilusão da vida do outro. Não atender ao chamado da vida, o seu sentido, é se recusar a trilhar o próprio caminho, afastando-se de seu destino.
Para eliminar a depressão é necessário correr o risco de enfrentar aquilo que mais se teme, aquilo que está bloqueando o seu crescimento, conforme afirma Rollo May, em Os Pantanais da Alma.
Joanna de Ângelis, na introdução da obra Conflitos Existenciais afirma: Ninguém se encontra na Terra exclusivamente para sofrer, mas para criar as condições de saúde real e de alegria plena. E Jung assevera que somente aquilo que realmente se é tem o poder de curar. Já Paracelso, in.: Depressão, destaca: O melhor remédio para o ser humano é o próprio ser humano. E o amor é o remédio de potência mais alta.
Finalizando sua abordagem, Iris destacou, ainda, que é preciso estar aberto para a vida, amando-se e amando o próximo, atento para as oportunidades da vida. A finalidade da existência humana é a de acender a luz na escuridão do ser, segundo Carl Gustav Jung.
Ao anoitecer, as atividades foram iniciadas por um belo momento musical.
Enternecendo os corações, a cantora Andrea Bien protagonizou belos momentos de enlevo, preparando o ambiente para Cristiane Beira apresentar o tema: Conflitos Emocionais. Conflito, esclareceu a psicóloga, pressupõe um sentido de oposição, o exercício de uma força, de uma potência em oposição a outra. Assim, as reações emocionais que desestruturam os indivíduos estão em oposição ao que ele sente, ou seja, a percepção entre o que o indivíduo é e o que deseja ser.
Classificando o ser humano em três categorias de emoções que se apresentam em desequilíbrio, ou formas de se apresentar no seio da sociedade humana, entre muitas outras, Cristiane assim as estruturou: 1º) as que vivem em sofrimento, adotando a posição de vitimização: 2º) as que adotam o poder como meio de resolver as situações da vida; e 3º) a angelical, transparecendo ser boa, atenciosa, anula-se para viver a vida do outro. Essas são estratégias utilizadas pela criatura humana para poder continuar, ou passar a pertencer.
O que existe dentro delas a ponto de despertar essas reações? Questionou. Quando essas causas são identificadas, o indivíduo está a caminho da solução, e o vazio se apresenta, porque não estando mais plenificado pelas emoções perturbadoras, ele se sente vazio.
Em conflito com a primeira categoria de emoções em desequilíbrio está a autovalorização, provocando a existência de um vazio, uma emoção que leva a sentir que não pode, que não merece. A segunda categoria provocará o conflito da autoafirmação, quando então vive para impor, exercendo o uso da força do poder. A autoestima conflitará com a emoção perturbadora do indivíduo que se coloca na posição angelical, o que lhe dá a sensação de estar fazendo o que gosta.
Como essas emoções em desequilíbrio se iniciam no interior de cada indivíduo, somente ele pode aplicar a modificação encontrando-se consigo mesmo em um processo de autoconstrução. Para sanear os comportamentos perturbadores será necessário que a criatura humana retroceda em seus procedimentos até encontrar a origem deles. Esses comportamentos se constituem em um conjunto energético de emoções de um complexo, e quando um padrão se apresenta, o complexo se revela, reforçando-o. O complexo é a base para o conflito que se manifesta, é algo que foi desenvolvido antes, e, instintivamente, o complexo domina. De complexo em complexo o EU não se manifesta.
Outro importante aspecto gerador e/ou reparador das emoções em desequilíbrio é a família, estrutura de suma importância para o desenvolvimento da psique. É a base onde os conflitos existências são gerados. Raramente se cogita em cuidar da família, revisitar, repensar a sua importância como geradora de complexos. Os complexos maternos e paternos são absorvidos pelos filhos, estruturando-se emocionalmente, positiva ou negativamente, bem como adotando outros estímulos, como a televisão, a internet, etc.
Como está a família? Para equacionar, Cristiane Beira trouxe a lume a questão 383 de O Livro dos Espíritos, onde claramente está expresso o papel dos pais para com aqueles a que foram incumbidos de educar. Os filhos assimilam os complexos e os conflitos dos pais, bem como os gerados por eles mesmos, os filhos. As crianças absorvem as projeções de seus pais. Assim, os pais devem estar atentos para as necessidades dos filhos, evitando transformar as necessidades deles, os pais, em necessidades dos filhos, isto é, projetando nos filhos as suas aspirações talvez não realizadas.
O problema das crianças é a herança dos antepassados que transferem seus conflitos, projetando neles todos as aspirações e insatisfações, esperando compensações. “A religião enfraqueceu nas famílias, o desinteresse pelo ser espiritual igualmente padece de atrofia emocional, deixando-se que cada um eleja, quando oportuno, o seu conceito de vida e de espiritualidade, como se fosse crível permitir-se que alguém primeiro se contaminasse por alguma enfermidade para depois expor-se aos perigos que a mesma proporciona.” Joanna de Ângelis.
Finalizando, Cristiane beira destacou ser necessário trabalhar no seio familiar a questão da espiritualidade, pois que, família e espiritualidade são dois antídotos para os complexos. Há necessidade de se destruir e reconstruir muitas coisas, a começar na família, através da espiritualidade, resgatando a humanidade que está em cada indivíduo e fora dele.
Texto: Paulo Salerno
Fotos: Jorge Moehlecke

Encontro Fraterno Divaldo Pereira Franco. Praia do Forte, BA

21 de setembro de 2018 (manhã)
Radiosa foi a manhã, ensolarado estava o dia onde a primavera se apresenta, quebrando as rudezas do inverno, exteriorizando perfumes e cores. O dia 21 de setembro é, também, consagrado como o Dia Internacional da Paz. Divaldo Franco dando prosseguimento ao Encontro Fraterno, abordou o tema: O Vazio Existencial: As causas do Vazio, no primeiro momento. Na segunda parte foram trabalhados os conflitos humanos.
Após excelente momento musical com a cantora Anatasha Meckenna, Divaldo Franco, cuja vida é um hino de amor ao próximo, fez o lançamento de três obras. Amor & Sexualidade – A Conquista da Alma, de Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo Franco e organizado por Luiz Fernando Lopes. O segundo, Momentos de Sublimação, de autoria de Vianna de Carvalho e Joanna de Ângelis, também psicografado por Divaldo. O derradeiro, voltado ao público infantil é O Anjo da Misericórdia, de Amélia Rodrigues, igualmente pela psicografia de Divaldo. Essa obra é uma adaptação para crianças realizada por Viviane Longo.
Divaldo Franco, contador de histórias, conduzindo o público, composto por 641 pessoas, apresentou as reminiscências de sua vida, dos vazios existências que enfrentou e a superação dos mesmos através do amor incondicional ao próximo, encontrando, portanto, um sentido para a sua vida, que até então, era vazia. Aos 50 anos de idade, sentindo-se só, sem família, Joanna de Ângelis deu-lhe o incentivo necessário, fazendo-o perceber que a sua produção psicográfica eram os seus filhos, bem como passaram a ser seus netos os livros que foram traduzidos para outros dezenove idiomas. Mesmo assim, Divaldo ainda não se encontrava pleno. Foi, então, estimulado pela Benfeitora a procurar os filhos do calvário, os que sofrem no anonimato das ruas aniquiladoras de vida, descobrindo esses invisíveis da sociedade humana, que teima em não vê-los, ignorando-os em suas misérias morais e sociais.
O vazio existencial não se preenche com coisas, que sempre se diluem, mas sim, com o amor, que dignifica a alma, plenificando-a, dando um sentido à vida, onde o próximo é o objeto das ações do bem. Jesus, falando aos homens, de alma para alma, preenche a vida da criatura humana que atende aos seus sábios encaminhamentos. Narrando histórias e citando autores, Divaldo Franco esclareceu que os pontos de vista da criatura humana, com relação ao sofrimento, as desilusões, as frustrações, vão mudando de patamar na medida em que o homem transita pela vida, ano após ano, e que para debelar a sede que o vazio existencial provoca é necessário doses generosas de esperança, muita esperança.
O vazio existencial deve ser preenchido com os perfumes e coloridos do amor. Quando a criatura humana ama ela se plenifica e o vazio deixa de existir. É necessário encontrar o sentido da vida e esforçar-se por mantê-lo, amando as pessoas como são e não as sus projeções, sempre enganadoras. Como as frustrações estão presentes na vida de muitos, é necessário realizar o exercício do amor, isto é, praticar o evangelho de Jesus.
Quando a criatura humana somatiza as suas dificuldades e desafios da vida, contribui para a desestruturação física. Quem não consegue estabelecer uma meta para a sua vida, deixa de viver e passa a uma condição vegetativa. A falta de uma meta para a vida provoca a existência do vazio devorador dentro de si, que somente será extinto após despertar para a necessidade de estabelecer o objetivo, o sentido para a própria vida. Independente da condição em que se encontra a criatura humana, ela deve agir com dignidade, preenchendo-se de um ideal fraternal. Se a vida não está te servindo mais para viver, dê-a a outro que deseja viver, e o amor florescerá, plenificando-te. O ser humano tem necessidade de refletir sobre si mesmo, e quando não o faz, perde oportunidades de se autoanalisar, conhecendo-se em maior profundidade.
Na atualidade, as criaturas humanas estão se afastando uma das outras, substituindo os contatos pessoais pelos virtuais, ocasionando solidão e vazio existencial. A utilização dos meios virtuais pode significar uma fuga do indivíduo que, em se afastando pessoalmente, se esconde atrás de um meio eletrônico, das mensagens instantâneas.
Enriquecendo a sua abordagem, Divaldo destacou as ações que podem ser tomadas por qualquer criatura humana que almeje ardentemente por mudanças para melhor, em um esforço individual construído na base do perdão, da alegria de viver, de compreender a vida transcendente, onde a tristeza, o desejo de suicídio e o vazio existencial vão sendo substituídos pelo sentimento do amor que se doa e tudo compreende.
Todos possuem o poder de dar um sentido para a vida, anulando o vazio existencial, basta desabrochar-se e plenificar-se de amor, sendo grato e agradecido à vida, mantendo a esperança em alto nível. Portanto, melhor do que dar, é dar-se ao outro, ser mais presente na vida do seu semelhante, tornando-se útil, desenvolvendo a beleza que há no coração, abandonando o egoísmo, amando aos outros através do bem-proceder. A alegria em nós é o sorriso de Deus, afirmou o narrador de histórias, o ínclito Divaldo Franco.
Texto: Paulo Salerno
Fotos: Jorge Moehlecke