domingo, 31 de janeiro de 2016

Registro. Palestra de Divaldo Franco no Centro Espírita “Caminho da Redenção”. Salvador, BA

Uma noite onde todos fomos convidados a sermos felizes. Foi assim que o médium e orador espírita Divaldo Pereira Franco conduziu a reunião doutrinária deste sábado dia 30 de janeiro 2016 discorrendo sobre o carnaval, a busca incessante de prazeres imediatos que atinge os sentidos físicos e são sensações temporárias mas não felicidade.
Divaldo, após a prece inicial, divulgou que nossa juventude estará realizando o 9º Encontro de Reflexões nos dias de carnaval. Ocasião que nós, adultos, estaremos reunidos com os jovens para debatermos temas que nos levem a reflexões profundas à luz do espiritismo. E quem quiser se inscrever e saber informações sobre horários de chegada, entrada e saída basta acessar o site:

O Encontro ocorrerá entre os dias 6 a 9 de fevereiro.
Também recordou o 8° Congresso Espírita Mundial que se realizará entre os dias 7 e 9 de outubro em Lisboa e enfatizou a importância dessa data que além de ser o mês de nascimento de Allan Kardec, foi em 9 de outubro de 1861 que ocorreu o Auto da Fé de Barcelona, quando foram queimadas em praça pública 300 volumes de obras espíritas que Kardec havia remetido à Maurice Lachâtre.
Também fez referência a nossa Revista bimestral Presença Espírita e que já está disponível a de janeiro/fevereiro 2016. E que podemos recebê-la em casa procedendo a assinatura anual:
O Semeador de Estrelas iniciou sua exposição se referindo a um e-mail recebido de um amigo residente na Austrália que lhe contara sobre uma nova filosofia de vida que se ajustou perfeitamente e que tem por base a vida inútil e a falta de sentido da vida. O maior médium da atualidade se disse surpreso principalmente se meditarmos pela obra de Viktor Frankl, notável psiquiatra austríaco que conviveu nos campos de concentração de Auschwitz, que se preocupava em não morrer para contar a humanidade os horrores do nazismo. E assim o fez, salvando vários judeus da morte pelo suicidio. Frankl, fundador da logoterapia ( Terceira Escola Vienense de Psiquiatria), se dedicou a explorar a fronteira entre a psicoterapia e a filosofia com foco na questão do sentido da vida e os valores humanos, um tópico que se tornou central em sua vida profissional.
Divaldo, afirma que a vida tem um significado, nós é que não damos o devido valor ao significado da nossa existência e preferimos as satisfações imediatas, os prazeres, as facilidades, mesmo sabendo das consequências perturbadoras.
E discorreu sobre toda a história do carnaval que teve sua origem na Grécia em meados dos anos 600 a 520 a. C. onde os gregos realizavam cultos de agradecimento aos deuses, e recordou que o Papa Gregório I, em 590 d.C. oficializa o carnaval como uma festa cristã católica, antecedendo a quaresma, período de 40 dias quando os cristãos deveriam se abster de carne.
Ensinou-nos que a palavra deriva da frase: carne nada vale! A carne nada vale, chegamos ao ponto da degradação moral que todos acompanhamos pela mídia. A falta de respeito, de ética, a luxúria, o seu valor é o prazer, a exorbitância, a falta de comportamento que levam as pessoas ao máximo da nudez, só os apetites mais perturbadores que de nenhuma maneira preenchem o vazio existencial.
Prolifera-se assim, abusos de toda natureza, não apenas sexuais mas de violência, agressividade, despudor, como parte das nossas necessidades, dos nossos conflitos. ...”Resolvemos viver 360 dias de máscara e 5 dias desmascarados porque resolvemos jogar para fora tudo aquilo que somos’...
E a bebida? Bebem todo o carnaval. Divaldo pergunta: ..." isso é aproveitar? Não. Isso é degradar-se, é destruir-se. Será que para nos sentirmos felizes precisamos de uísque? De cerveja? Da droga? Isso é um transtorno. Não é saúde! Porque podemos nos sentir felizes em qualquer coisa, com uma paisagem"... Aquilo que atinge os sentidos físicos, a extravagância, o gozo, o prazer exaustivo, isso não é felicidade. São apenas sensações.
Para Jesus a felicidade não era desse mundo. Porque no mundo tudo é transitório. Como diz Vicente de Carvalho a felicidade nunca está onde sempre nos encontramos e sim onde a pomos e nunca pomos onde estamos.
Mas porque a felicidade não é desse mundo? Divaldo conta a história do lenhador que recebeu um homem santo em sua humilde casa e este senhor lhe sugeriu entrar na Floresta. E assim o fez, enriquecendo-se demasiadamente pois passou a explorar madeiras e uma valiosa mina mas junto com a fortuna vieram os problemas decorrentes desse comércio como a administração da serraria, afastamento de seus filhos que foram estudar no exterior e faltou o que a fortuna não lhe havia preenchido, um certo vazio existencial. Sua vida virou um verdadeiro inferno. E ele se deu conta que era mais feliz quando vendia lenha. Lembrou-se da voz do homem santo. E começou a refletir: de onde vim? Para onde vou? Qual é o sentido da vida? E ao viajar para dentro ele encontrou a plenitude.
E foi com essa mensagem que Divaldo Franco encerrou a reunião nos lembrando que essa é a proposta de Jesus Cristo. O reino dos céus está dentro de nós. É necessário viajarmos para dentro, procurarmos entender o sentido da vida e cada momento que passa, não retorna. É necessário fazermos uma viagem para perguntarmos qual é o sentido de nossa vida. Porque no dia do retorno espiritual iremos encontrar a realidade da consciência, que é a imortalidade. Somos seres imortais. Essa é a grande proposta que está no Evangelho de Jesus. E Jesus nos deu a prova, retornando mais de 8 vezes para que pudéssemos constatar que a morte é apenas uma mudança de estado vibratório. Mas que não basta conhecermos a técnica, sabermos como fazer. Nossas qualidades morais é que nos darão as forças e as resistências para o enfrentamento com aqueles espíritos infelizes que a semelhança de criaturas humanas se comprazem do mal, se divertem com situações negativas, tem satisfação ao ver o nosso sofrimento.
Então, não é necessário que nós abdiquemos dos próximos dias de carnaval. Podemos nos divertir naturalmente mas reservemos algumas horas para meditação, reflexão, fazendo uma viagem interior. ...”A felicidade é um estado de consciência tranquila, pelo dever cumprido, da ação da caridade, da misericórdia e da compaixão, e tudo isso podemos repartir com os outros”...
     Texto e fotos:  Maria Rachel Coelho