segunda-feira, 27 de março de 2017

Divaldo Franco - Fraternidade Sem Fronteiras 25/03/2017 Campinas, SP

TEXTO: Djair de Souza Ribeiro   FOTOS: Sandra Patrocínio
O Espaço Guanabara, na cidade de Campinas-SP, recebeu cerca de 600 participantes do 1° Encontro Fraternidade Sem Fronteiras – com o tema “Um só Povo, um só Coração” – evento organizado pela ONG Fraternidade sem Fronteiras, uma organização sem fins lucrativos, que apesar de brasileira, tem a atenção voltada para as regiões mais pobres do mundo.
Focando - desde 2009 - na implantação de Centros de Acolhimento em locais onde a fome, a miséria e o desamparo vitimam diariamente inocentes, com destaque por Moçambique, na África, onde o número de órfãos da AIDS não para de crescer, e que obrigam as crianças – na ausência dos pais - a assumirem a responsabilidade de cuidar dos irmãos mais novos, perdendo os direitos mais básicos das crianças: Educação, alimentação, as brincadeiras e os cuidados médicos.
O evento foi aberto pelas palavras de Divaldo Franco que emocionou a todos com a narrativa comovente da vida de Albert Schweitzer (1875 — 1965) teólogo, músico, filósofo e médico alemão, nascido na Alsácia, então parte do Império Alemão que abandonou a vida confortável e de muita fama que usufruía por toda a Europa por ser um dos melhores intérpretes de Bach, além de prestigioso pastor em sua Igreja e professor Universitário.
Abandonou toda essa invejável posição social e dirigiu-se para as colônias francesas na África para atender os nativos que, abandonados à própria sorte, lutavam para manter a vida. Mas para tanto, frequentou a Faculdade de Medicina, tornando-se médico exclusivamente para essa tarefa.
Com a esposa viajou para o Gabão para um local chamado Lambarèné onde cuidava de mais de 40 doentes por dia e paralelamente ao serviço médico, ensinava o Evangelho com uma linguagem apropriada, dando exemplos tirados da natureza sobre a necessidade de agirem em beneficio do próximo.
Por essa atitude altruísta Albert Schweitzer recebeu, em 1952, o Prêmio Nobel da Paz. Homenagem idêntica com a qual foi laureada Madre Teresa de Calcutá em 1979 igualmente por dedicar sua vida em auxiliar o próximo.
Posteriormente Divaldo cita a comovente história de Ananda relatada - em toda sua emoção e detalhes – no livro de Dominique Lapierre (1931), Muito Além do Amor.
Ananda, jovem hindu Pária (classe social inferior), que aos 13 anos foi expulsa de casa por manifestar a Hanseníase. Abandonada foi sequestrada violentada sexualmente e colocada em um prostibulo até o momento em que as feridas da Lepra tornaram-se evidentes resultando na sua expulsão daquele antro.
Uma vez mais abandonada e quase morta de fome foi acolhida por Madre Teresa de Calcutá que não só lhe salvou a vida física tratando-a da moléstia e alimentando-a como também, e principalmente, devolvendo-lhe a dignidade e a vontade de ser útil a seu próximo e inundada de felicidade adotou o Cristianismo passando a integrar a congregação religiosa das Missionárias da Caridade, ordem fundada por Madre Teresa.
Eclodia em todas as partes do Mundo o surto de AIDS fazendo-se acompanhar de terrível preconceito em virtude da ausência de tratamento e cura, o que relegava os aidéticos ao mais completo abandono.
Madre Teresa, fazendo-se acompanhar de outras 10 irmãs da Ordem – incluindo Ananda – que iniciaram, em Nova York, a assistência aos desvalidos, incluindo alguns prisioneiros homicidas e condenados à pena de morte
Um dos condenados afeiçoou-se por Ananda e ela esquivou-se. Um dia ele disse-lhe que era rejeitado por ser aidético. Ela lhe respondeu, tranquila, que não se tratava disso, mas porque era casada com Jesus, e afirmou:
— Perco a vida, mas não trairei Jesus.
O criminoso, tomado de um ódio covarde aplicou em Ananda , quando ela estava atendendo outro paciente, sangue retirado do próprio corpo que iria contaminá-la.
Ela sorriu para ele e afirmou sem medo, nem ódio ou raiva:
— Seja feita á vontade de Jesus - e seguiu naturalmente com as suas tarefas.
O condenado morreu poucas semanas depois. Ananda prosseguiu sua missão e nunca desenvolveu a doença.
A atmosfera emocional e espiritual do local onde se realiza a conferência atinge seu ponto culminante. Corações enternecidos pelas narrativas de exemplos vivos de que é possível – quando assim se deseja – atender ao apelo de Jesus, Mestre e Guia de todos nós: — Um novo mandamento vos dou: Que vos ameis uns aos outros. (João 13:34).
 Divaldo dirigindo-se a todos observa que a (ONG) Fraternidade Sem Fronteiras é um braço de Jesus que busca levar o socorro e o amparo a tantos sofredores nas terras distantes de Moçambique e Madagascar por intermédio de jovens sonhadores que por através de ações direcionadas ao bem buscam transformar amargura em sorrisos, cantando o hino da Solidariedade, atendendo ao convite exarado pelo Mestre Jesus: — Vinde a mim todos vós que estais sobrecarregados e aflitos e eu os aliviarei. (Mateus 11:28).
Com o olhar severo, mas com o coração a transbordar amor em suas palavras, Divaldo enfatiza que nessa hora tão dura para toda a Humanidade, silenciemos nossas queixas e busquemos ser Anandas ou como os integrantes da Fraternidade Sem Fronteiras e aproveitemos a oportunidade que Jesus nos oferece — Aquele que crê em mim também fará as obras que faço. (João 14:12).


(Recebido em email de Jorge Moehlecke)