segunda-feira, 30 de outubro de 2017

Registro: Divaldo Franco Praia do Forte, BA

Encontro Fraterno com Divaldo Franco 2017
Praia do Forte, Bahia, 29 de outubro (Encerramento)
O domingo ensolarado foi palco harmônico para o encerramento da vigésima edição do Encontro Fraterno com Divaldo Franco. Iniciado em 26 de outubro, e após percorrer os caminhos do saber, das reflexões e das abençoadas vibrações do amor, a culminância do magno evento, de caráter internacional, contou com a brilhante apresentação de Vanda Otero, cantora lírica, de poderosa voz.
Além dos inscritos oriundos de 21 Estados e do Distrito Federal, os seguintes países estavam representados: Áustria, Colômbia, Estados Unidos da América, Reino Unido, Peru e Uruguai, totalizando a presença de 661 inscritos. As participações virtuais contabilizaram 51. 187 acessos em 38 países.
Divaldo Franco, ímpar trabalhador do Cristo, após discorrer sobre o reino dos céus e a parábola do semeador, destacou a excelência do trabalho de Chico Xavier, a sua mediunidade com as facetas da dor e do sacrifício, bem como a solidão que experimentou. Contudo, contava com os que chamava de “irmãos do arco-íris”, isto é, os Espíritos Benfeitores, entidades luminosas, que o auxiliavam, sustendo-o em suas lutas. E, quando o brasileiro estava vivendo um momento de felicidade coletiva, em junho de 2002, Chico Xavier desencarnou na serenidade orando o Pai Nosso.
Tomando emprestado de Chico Xavier o conceito de “irmãos do arco-íris”, Divaldo Franco, médium e orador de excepcionais qualidades, registrou que Espíritos nobres, familiares, amigos, sempre estiveram com ele, trazendo-lhe o alento, o incentivo, a coragem, o esclarecimento, as suas bênçãos, sustentando-o em todos os momentos, principalmente nas horas angustiosas da vida, quando o testemunho lhe pedia atitudes nobres, destemidas.
Esses Espíritos, explicou, uns reencarnaram antes dele, preparando-lhe o caminho para que, quando aqui fosse contado como reencarnado, eles pudessem, do mundo dos Espíritos, continuarem assessorando-o, conduzindo-o pelo labirinto da vida, velando pelo sucesso do trabalho em nome do Cristo. Um deles, Manuel Vianna de Carvalho, que semeou a Doutrina Espírita por toda a extensão territorial do Brasil, sempre esteve junto a Divaldo. Outros estão agora reencarnados, próximos a Divaldo, colaborando, tornando-se sustentáculos nas horas difíceis da vida.
Diante das alegrias que sentia naquele momento das despedidas aos participantes do Encontro, Divaldo Franco, portador do espírito crístico, e perante os Espíritos benfeitores ali presentes, agradeceu a participação de todos. Envolvido por fortes vibrações e sentimentos amorosos, rogou que o envolvam em orações para que possa chegar no portal espiritual com alguma lucidez e condições espirituais mínimas, desejando que a paz do Senhor permaneça com todos, em todas as horas.
Trabalhando o “Decálogo do Herói”, elaborado pelo casal de psicoterapeutas Cláudio e Íris Sinoti, exposto a seguir, Divaldo Franco ressaltou os estudos da Dra. Elisabeth Lukas (1942-), psicóloga clínica e psicoterapeuta, nascida em Viena, Áustria, pesquisadora da logoterapia, trabalhando com a dimensão espiritual do homem, com o fim de aliviar e superar as perturbações da alma. A própriaElisabeth, cética, materialista, teve comprovação dos efeitos salutares da oração e do auxílio vindo do mundo espiritual.
Decálogo do Herói
1.      Reserve algum tempo para si mesmo;
2.      Esteja disposto a descobrir verdades sobre você;
3.      Aceite o fato de que o mundo em que você vive é o reflexo de sua alma. Se está ruim, mude!
4.      Reconheça seus medos, mas não se detenha neles;
5.      Aprenda com sua sombra; enfrente seus dragões;
6.      Seja sempre um aprendiz;
7.      Direcione sua vida para um propósito superior;
8.      Lute por uma causa justa e não abra mão dos seus princípios e valores;
9.      Diga sim a si mesmo. Não desista de você!
10.  Aceite o chamado e viva a sua vida plenamente!
Juntamente com Juan Danilo Rodriguez, espírita e médico equatoriano, Íris e Cláudio Sinoti, psicoterapeutas, Divaldo conduziu mais uma rodada de análise das respostas para a pergunta inicial desse grandioso evento: O que te falta para tornar-se um herói?  Suas abordagens conduziram para a compreensão de que todos são possuidores de todas as ferramentas e condições necessárias para alcançar o sucesso, o que falta é o emprego da vontade, de não valorizar o belo, e colocando-se no lugar dos que padecem sofrimentos e condições espirituais, físicas e materiais precárias.
Trabalhar na caridade é o melhor antídoto para as aflições e dores, isto é, fazendo todo o bem possível, no limite máximo de suas forças, dignificando a atual encarnação.
Conjecturando sobre as emoções e os sentimentos, Divaldo Franco narrou o encontro de Jesus com a mulher vendedora de ilusões, ocorrido nas escadarias do Templo, em Jerusalém, quando o Mestre recusou, peremptoriamente, o seu convite para estar com ela no dia do seu aniversário. Decorridos dois anos, ei-la em uma furna, coberta de chagas leprosas, purulentas. Jesus vai ter com ela, acolhe-a, diz-lhe que agora está ali aceitando o seu convite, acaricia sua cabeleira úmida de pus, dizendo-lhe: Eu te amo! Descubro em teus olhos uma estranha chama. Não me censures. Eu assim procedo porque te amo. Já que teu corpo não te serve para nada, dá-me tua alma! E aquela ovelha que o Pai me confiou não se perderá! Vem comigo e eu te darei a paz.
Saindo da furna, em direção do povo Ele fala para todos: Vinde a Mim todos vós que estais cansados e aflitos, tomai sobre vós meu jugo, recebei o meu fardo e aprendei Comigo que sou manso e humilde de coração! Meu fardo é leve, Meu jugo é suave! Vinde a Mim!
Em 18 de abril de 1857, eis que Jesus volta. A peregrina luz, agora na condição de consolador, aquele que havia prometido quando entre os encarnados esteve ensinando o amor. É a Doutrina Espírita, fulgurante farol a balizar a rota segura para a plenitude, para a vivência do amor, para Deus. É Ele no seio da humanidade!
Finalizando, o ínclito orador, irmão de mãos perfumadas pela caridade, incentivou a que cada um levasse na mente a imagem daqueles dois olhos a fitar, convidando, sem temer o mal e dragões da alma, a seguí-lo, exercitando suas imorredouras lições de amor, de perdão, de caridade, lutando e cantando aos ouvidos moucos, nos desertos da desesperança humana, a amar aos que se encontram próximos e aos que são refratários e ainda malévolos.
Embalados, todos, nas aragens do amor e tocados na intimidade da alma, exteriorizavam júbilo pelo encontro que finalizava, acolhendo os ensinamentos, as orientações para bem se conduzirem nesta e noutras existências da vida. Na certeza de que todos se sentiam agradecidos, aqui traduzo essa gratidão, mesmo que silenciosa no imo de muitos: Obrigado querido irmão! Tens-nos convidado insistentemente ao despertar. Teu esforço, tua luta, tua dedicação, teu amor são hinos de louvor ao Nazareno que vem ter conosco, os leprosos da alma. Muito obrigado!
Texto: Paulo Salerno
Fotos: Jorge Moehlecke

(Recebido em email de Jorge Moehlecke)




domingo, 29 de outubro de 2017

Divaldo Franco. Encontro Fraterno 2017 Praia do Forte, BA

Encontro Fraterno com Divaldo Franco 2017
Praia do Forte, Bahia, 28 de outubro- Tarde-noite
No período da tarde, Cristiane Lenzi Beira, psicóloga, de São Paulo, e Juan Danilo Rodriguez, médico de família e psicólogo, residente em Quito, no Equador, dividiram o espaço para falarem sobre as virtudes do herói e a consciência heroica de Jesus, respectivamente.Apresentando a história de Jó, Cristiane discorreu sobre o seu significado, desvendando as virtudes do herói. Jó era um homem íntegro, reto e temente a Deus, reverenciava-O. Sua vida era coroada de sucessos familiares e econômicos. Considerava-se pleno, realizado na vida. Era saudável. Vivia em harmonia.Porém, Jó, ainda, não era um herói. Suas conquistas não eram originárias de esforços que lhe custassem algum trabalho interior. Agradava a Deus, temendo perder seu status. Todo aquele que não é protagonista de sua própria vida, encontra-se cativo de bases instáveis. Deus é educador.
No decurso do tempo Jó foi testado, abalado, começou a perder suas posses materiais. O abalo continuava, agora seus sentimentos estavam sendo afetados, seus pertencimentos afetivos foram estremecidos. Teve todos os seus filhos mortos, vitimados pelo desabamento da residência provocado por um temporal. Além dessas perdas, atribuídas por Jó a Satanás, agora estava sendo abalado em seu psiquismo.Há que se desenvolver o hábito de analisar os sonhos, os eventos, os recados que a vida oferece em uma sincronicidade ímpar. Jó, fragilizado, chora amaldiçoando a vida, lamentando-se. Neste estágio, três amigos vão visitar Jó. Um diz que deveria aceitar os fatos, pois que podem suceder coisas piores. Outro disse-lhe: - Certamente você é culpado. O terceiro, escutando a sentença dos anteriores disse a Jó que ele merecia sofrer. Jó ainda não assumira o papel de autor da própria vida.Chegando-lhe outros amigos, estes lhe falaram da necessidade de ouvir-se, analisar-se, refletindo. Passou, então, Jó a relacionar-se com o Criador, conquistando a possibilidade de viver, participando e vivenciando a vida. Já não ouve mais falar de Deus, agora Jó passou a compreender os desígnios divinos. Jó enfrentou suas sombras, iluminando-as. Nascia, assim, o herói.
Finalizando seu trabalho, Cristiane ainda discorreu sobre a aquisição da consciência, conforme exposto pela benfeitora Joanna de Ângelis em O Homem Integral, cap. 9, psicografado por Divaldo Franco, destacando as qualidades do homem de bem, listadas em O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XVII, item 3.Juan Danilo Rodriguez, espírita e autor do livro Alliyana, voltado ao auxílio aos portadores da síndrome do autismo, discorreu sobre a consciência heroica de Jesus. A consciência é a voz interior a “falar” ao ser psicológico. Com apoio nas observações e ensinamentos registrados na Revista Espírita de abril de 1860 e em O Livro dos Espíritos, questão 835, o orador apresentou reflexões a respeito da consciência e os relacionamentos que cada um tem com ela.
Facilitando o entendimento, Juan Rodriguez apresentou as senhas, ou sintomas, do desenvolvimento da consciência. São: sentir-se insatisfeito, permanecer apático, e apresentar quadro depressivo. Desta forma, analisando-se, o indivíduo irá adquirindo uma consciência sobre a realidade que vive.Ao trabalhar, a partir da própria realidade psicológica, será possível descobrir quem é, quais são as suas realidades e de que maneira poderá se expressar. O autoamor é o primeiro passo para o desenvolvimento da consciência, gerando o discernimento. A autoestima, que é conhecer a humildade, irá gerar a relaxação. A oração, a conexão a ser estabelecida com Deus, gerará o crescimento da consciência.
Há pontos importantes para o desenvolvimento da consciência: O sofrimento, gerado pelo conflito com o próprio si. O sofrimento ativa o intelecto, fortalece a vontade na busca de mudanças de hábitos que precisam ser educados. Já a fé, é o próximo ponto. Ela estabelece um processo de racionalização, do conhecimento presente, produz uma claridade de pensamentos, gerando uma capacidade de decisão. A ternura vem a seguir, cujo processo e prática transitam por praticar o bem, a gentileza e a bondade.Mais dois importantes pontos para o desenvolvimento da consciência são a alegria e o amor. A alegria permite que o indivíduo alcance a compreensão do merecimento. A integração e a resiliência, completam a aquisição da alegria. O amor é o final da aquisição consciencial. Ele é o ideal (idealismo), há nele um propósito e uma generosidade. Finalizando sua conferência, Juan apresentou o conceito de conquista da consciência elaborado por Joanna de Ângelis nos seguintes termos: “O ser consciente deve trabalhar-se sempre, partindo do ponto inicial da sua realidade psicológica, aceitando-se como é e aprimorando-se sem cessar.”Com a bela lenda das três árvores, que experimentaram frustrações em seus ideais iniciais, concluirão, ao final, que eles se realizaram conforme a providência divina. Assim deve compreender o homem. A atividade noturna do encontro teve início com a excelente apresentação musical levada a efeito pela cantora lírica Vanda Otero, dona de uma voz brilhante, potente e harmônica.
Foi lançado, e está disponível, o aplicativo Mansão do Caminho, voltado à divulgação do Espiritismo através da tecnologia e da mobilidade. Seus desenvolvedores são André Pinto e Leonora Nedia.Divaldo Franco, Juan Rodriguez, Cláudio e Íris Sinoti analisaram as respostas oferecidas pelo público à pergunta: O que te falta para tornar-se um herói? Selecionadas algumas respostas, elas foram interpretadas pelos expositores, oferecendo possíveis soluções de caráter psicológico-terapêutico. Elas versaram sobre orgulho, relacionamentos conflitivos, vazio existencial, olhar-se para si, falta de persistência, mudanças de hábitos, o exercício da disciplina, o autoperdão, sentimento de culpa. A dificuldade de ser herói para si mesmo, a preocupação com a vida dos outros, agressividade, autoestima, arrogância, medo, o não perdoar, apego à familiares. Essa é uma pequena amostra dos dragões internos que devem ser conquistados pelos heróis internos de cada um. Essas perguntas, e outras, com suas respectivas análises serão transformadas em livro, cuidadosamente elaborado para tornar-se um guia, devendo ser lançado em 2018, no próximo Encontro Fraterno com Divaldo Franco.
                Texto: Paulo Salerno   Fotos: Jorge Moehlecke

(Recebido  em email de Jorge Moehlecke)

Divaldo Franco. Encontro Fraterno 2017 Praia do Forte, BA

Encontro Fraterno com Divaldo Franco 2017
Praia do Forte, Bahia, 28 de outubro (Manhã)
O dia de sábado amanheceu esplendoroso, leve brisa, a manhã umedecia a natureza através de tênue chuvisqueiro. Poderíamos, em um esforço contemplativo, inferir que as bênçãos divinas alcançavam os homens na Terra, sofridos, machucados em suas intimidades uns, outros, aprisionados em si mesmos, liberando seus dragões internos, intentam contra seus legítimos irmãos. Não há como deixar de perceber o divino em nós, como não nos é lícito imaginar que o sol somente brilha em nosso favor.
Neste ambiente de salutar convívio e paz, o Encontro Fraterno com Divaldo Franco, em sua vigésima edição, teve continuidade. Para o deleite e harmonia dos presentes, Vanda Otero, cantora lírica, apresentou inolvidáveis páginas musicais através de sua voz poderosa, quão melodiosa.
Divaldo Franco, prosseguindo como o seu ministério de facilitar a trajetória dos que o escutam, discorreu sobre A jornada heroica do Cristo. A Segunda Guerra Mundial havia se instalado na face do Planeta com a invasão da Polônia, imortalizada pelas páginas de Frederic Chopin. No norte desse país vivia uma Rabino Judeu, consagrado à Deus e saudoso de sua Israel, residindo nas proximidades de uma propriedade de uma família alemã.
Ao deslocar-se para o seu templo religioso o Rabino Samuel passava em frente àquela propriedade onde trabalhava o jovem filho da família alemã ali instalada, cultivando a terra. O Rabino sempre lhe dirigia um cumprimento em alemão: — Guten Morgen, Her Müller (– Bom Dia, Sr. Müller). Arrogante, o jovem não se dignava responder. O jovem o detestava, afinal era um Rabino Judeu. Passaram-se os anos. A noite dos cristais já havia acontecido. Era sábado, dia consagrado ao culto religioso judeu, O Rabino Samuel novamente passa e cumprimenta, como de hábito, o jovem trabalhador alemão.
Os dias que se sucederam foram trágicos. Em 1945, quando a Alemanha estava exausta, o Rabino Samuel foi aprisionado, colocado em trem de carga animal e transportado para um campo de concentração. O Rabino amava os alemães. Os aliados prepararam, no mês de maio uma estratégia simulando um grande ataque à Alemanha, despistando e mascarando a real intenção e localização do aparato bélico libertador que estava em curso. O verdadeiro ataque se daria por mar, na Normandia. A resistência alemã era muito forte. Os aliados venceram com grandes sacrifícios em vidas e em material.
A partir de agosto de 1945 teve início os julgamentos dos vencidos, acusados de genocídio. Um desses tribunais estava sediado em Frankfurt. Estando Divaldo Franco nessa importante cidade alemã, em 2014, e proferindo uma conferência sobre a Esperança, ele viu psiquicamente, naquele ambiente, o desenrolar de julgamento. O magistrado solicitava que um Rabino se aproximasse, como testemunha. No banco dos réus estava um jovem com cerca de 30 anos de idade, fardado. O promotor o acusava. O réu não deixava transparecer qualquer emoção, mantinha-se implacável.
A testemunha, o Rabino Samuel foi inquirido pelo promotor, indagando se não era aquele réu que fazia a seleção entre os que deveriam morrer e os que seriam encaminhados ao trabalho forçado. O Rabino Samuel, de imediato, reconheceu o seu vizinho polonês, Her Müller. A testemunha afirmou, então, que não era aquele soldado que fazia a seleção, mas o sistema, o partido, que ele representava. Não, não era ele que selecionava, categórico afirmou. Mas contra ele há acusações consistentes, redarguiu o promotor severo.
Ele era bom, ele foi treinado para matar. Ele somente apontava para a direita ou para a esquerda, selecionando somente os homens fortes e saudáveis para o trabalho, os demais seguiam para o extermínio. Ao aproximar-me, na fila de seleção, cumprimentei-o, como de hábito, ele me reconheceu, éramos vizinhos, Her Müller, um homem bom, impassível, me sinalizou seguir para o lado dos que sobreviveriam, trabalhando. Agradeci-o: — Vielen Danke, Her Müller.
O promotor dispensou a testemunha, que ao passar em frente ao réu, este o agradeceu, vertendo duas lágrimas. O réu foi condenado à forca, executado em seguida. O Rabino Samuel, embora judeu amava o Mestre Galileu, verdadeiro profeta na terra hebraica. Nascia e agigantava-se um herói, o Rabino Samuel, ao amar o próximo, independente de suas condições ou atitudes.
Assim Divaldo foi se aprofundando na história da humanidade, apresentando outros heróis que souberam dominar seus dragões íntimos, lançando luzes nas sombras interiores, plenificando-se de bênçãos, harmonia e felicidade, pois que aquele que já está liberto. O homem, não admitindo a sua origem divina, seres criados pelo incriado, tentaram apequena-Lo, na vã esperança de se fazerem maiores e mais importantes. Todo aquele que se torna servidor, se faz maior ante o olhar divino. Assim nascem os heróis, que saindo-se de si, servem, amam, perdoam, promovendo o bem-estar do próximo através da dádiva da autodoação.
O Ego trabalha para ter, o Self para ser. Para descobrir o Deus interno é necessário realizar a viagem para dentro de si, lançando luzes sobre as sombras, identificando os dragões íntimos, conquistando-os. O homem deve construir em si o heroísmo crístico, isto é, aquele que cumpre a Lei Divina, amando sem ser amado.
Nas artes, nas ciências e através de notáveis Deus se manifesta possibilitando um crescimento harmonioso para seus filhos. Joana de Cusa, Francisco de Assis e outros, demonstraram o poder libertador do amor, doando-se por inteiro ao amado.
Recheando com outros inigualáveis exemplos de heroísmo, Divaldo Franco, conduziu o público para momentos de descontração, onde o riso, fonte terapêutica, produzindo equilíbrio saudável, libertando o ser de seus dragões, plenificando-se de energias salutares.
Perpassando a história romana, antes e depois de Jesus, Divaldo apresentou diversos casos onde o heroísmo íntimo facilitou a ação benfazeja de Jesus e dos cristãos, que necessitam ainda tornarem-se crísticos. O Espiritismo elegeu a moral do amor, a busca do estoicismo, do heroísmo que levará o homem para a vitória sobre as próprias paixões, conduzindo-o para a plenitude.
Texto: Paulo Salerno
Fotos: Jorge Moehlecke

(Recebido em email de Jorge Moehlecke)

sexta-feira, 27 de outubro de 2017

Divaldo Franco. Encontro Fraterno 2017 Praia do Forte, BA

Encontro Fraterno com Divaldo Franco 2017
Praia do Forte, Bahia, 27 de outubro. Manhã
Nas confortáveis instalações do IberoStar - Hoteis & Resorts, o Encontro Fraterno com Divaldo Franco teve continuidade, desenvolvendo o tema: A jornada heroica da alma. Preparando os corações a cantora lírica Anatasha Meckenna, melodiosa, recepcionou o público, ofertando-lhe canções inigualáveis em harmonia e letra.
Divaldo Franco, superando seus momentos de dores e desconfortos físicos, destacou que os amanheceres são de luzes e belas musicalidades, embora a voz do mundo chegue aos ouvidos das criaturas de forma tonitruante e perturbadora, a beleza interior e a serenidade e esperança no porvir ditoso devam ser construídas com coragem e desassombro. Alguns, salientou o nobre orador, o vazio existencial é necessário para que a plenitude seja alcançada.
Foram lançados, em comemoração aos vinte anos de Encontro Fraterno com Divaldo Franco, três novas obras. Em Busca da Iluminação Interior, de Joanna de Ângelis com psicografia de Divaldo Franco e comentários dos psicoterapeutas Cláudio     e Iris Sinoti. De Alvaro Chrispino o título é Família(s): uma visão espírita sobre os novos arranjos e as velhas buscas. O terceiro lançamento leva a assinatura de Luis Hu Rivas cujo título é: Meus amigos Divaldo e Nilson. Essa obra é destinada ao público infantil.
Para destacar ser possível tornar-se alguém herói, Divaldo Franco, com uma narrativa emocionante, apresentou a história de luz e amor de uma pária hindu, contada na obra Muito Além do Amor, deDominique Lapierre. A jovem que enfrentou os sofrimentos físicos e morais mais cruéis em sua infância e juventude, encontrou a libertação de suas dores na entrega total de sua vida ao Cristo, amando a todos os seres incondicionalmente e dedicando-se integralmente ao alívio dos sofrimentos de seus irmãos em Humanidade. Ananda, em Sânscrito significa alegria.
Tocando em profundidade os corações dos ouvintes, Divaldo foi conduzindo o público nessa jornada heroica de Ananda, que apesar dos inúmeros obstáculos enfrentados, inclusive a rejeição da família ao identificá-la portadora de lepra, ministrou-lhe veneno, sobrevivendo ainda. Prostituída, abandonada, degradada moralmente, foi recolhida pelas mãos perfumadas pela caridade de Madre Teresa de Calcutá.
Tornada freira na ordem de Madre Teresa, esposando espiritualmente Jesus, Ananda doou-se por inteiro, servindo incondicionalmente, dominando seus medos, iluminando as sombras interiores com as luzes do amor, tornou-se heroína de si mesma. Onde estivesse a miséria humana exposta em forma de enfermidades infectocontagiosas lá era possível encontrar a dedicada servidora do Mestre de Nazaré que aprendeu a amar amando-se e amando o necessitado que encontrava pelo caminho, distribuindo o pão da vida ofertado por Jesus.
Falando de si, abrindo sua alma generosa, Divaldo Franco, envolto em profunda emotividade destacou suas experiências, dizendo que é possível ser feliz, com paciência, não se rebelando contra as provas, testemunhando, amando. A felicidade é a esperança que se concretiza todos os dias da era nova que já começou. Os cataclismos serão morais, as crises serão individuais, sentenciou o orador cativante, devendo cada qual lapidar o diamante bruto que ainda é, preparando ao mesmo tempo o caminho para os que vem após.
Seremos felizes, na paz profunda do ser, até transitarmos sem empeços nos dois planos da vida, com coragem, sem mágoas, sem dúvidas e temores, Jesus nos aguarda. Heroico, deseja ver-nos triunfar, silenciando a alma, cantando louvores a Deus. Divaldo, envolvendo a todos em profunda ternura, incentivou a fazermos a jornada heroica para domar as sombras, fazendo brilhar a luz interna, tornando-nos heróis de nós mesmos e para os demais, servindo o Cristo onde nos encontrarmos.
Visivelmente, todos emocionados e vibrando os corações nas faixas da alegria e da felicidade, guardando a certeza do porvir ditoso, muitos, com seus olhos marejados de lágrimas, sentiram as belezas do amor a penetrar a intimidade, agradecendo o encontro afetuoso que Divaldo promoveu a serviço de Jesus.

Texto: Paulo Salerno
Fotos: Jorge Moehlecke

(Recebido em email de Jorge Moehlecke)

Divaldo Franco. Encontro Fraterno 2017 Praia do Forte, BA

Encontro Fraterno com Divaldo Franco 2017
Bahia, 26 de outubro. Noite
Abertura
No período noturno, com a presença de mais de 660 inscritos, a vigésima edição desse magnífico evento de caráter internacional, que mobiliza espíritas e simpatizantes, teve seu momento de abertura marcado pela homenagem aos 20 anos dessa grandiosa e bem-sucedida realização, iniciada em 1997 com 255 presentes. O dia do nascimento de Nilson de Souza Pereira, o Tio Nilson, 26 de outubro, quando completaria 93 anos de idade foi relembrado, homenageando-o carinhosamente. A beleza e a harmonia das músicas, belamente interpretadas, elevando o padrão emocional dos presentes, criou um ambiente de confortável equilíbrio.
Após cumprimentar e acolher os participantes, Divaldo Franco, falando sobre a temática do encontro, A jornada heroica da alma, deixou uma pergunta para ser respondida por cada participante até o final do evento: - O que te falta para tornar-se um herói? Fixando-se na mensagem do monte, as bem-aventuranças, o destacado médium e orador espírita frisou a comunhão de Jesus com Deus no alto da montanha, e a necessidade dos amigos para que se possa enfrentar as vicissitudes da vida, assim como Jesus se fez rodear de amigos naquele sublime momento, os seus diletos discípulos.
Moisés e Elias, o fardo e o jugo, o amor e a caridade são eventos magnos – personalidades e ensinamentos - que transformaram a humanidade, que nunca mais foi a mesma após a mensagem exemplificada pelo Mestre de Nazaré. Um dia não mais haverá lágrimas e dores, pois que o homem, vencendo a montanha dos desafios, das dificuldades, da solidão, comungará com Deus.
No mundo, Jesus viveu para o homem, amigo e solícito para com seus irmãos, conquistou os seus corações, jamais contaminando-se. Suas ações foram de acolhimento e esclarecimento aos desvalidos, aos sofredores, miseráveis e doentes da alma, aos cegos e leprosos, doando a sua paz, como só Ele pode dar. A Sua jornada foi heroica, tornando-se ponte para os necessitados de toda ordem. Encerrando esse primeiro momento, Divaldo suplicou ao Mestre a ajuda para carregarmos a nossa cruz afim de tornar-nos, também, heróis do amor, dulcificando-nos no trabalho em favor do próximo.
Convidando um quarteto de profissionais da área da saúde, Divaldo entabulou um esclarecedor diálogo, dirigindo perguntas que objetivavam respostas sobre a construção de uma jornada de um herói na atualidade. Cláudio e Iris Sinoti, psicoterapeutas; Patrícia, médica geriátrica; e Juan Danilo Rodriguez, médico de família e psicólogo, equatoriano residente em Quito, se esmeraram em definir o herói, suas dificuldades, a necessidade do amor e do autoamor, a contribuição espírita para a construção desse herói adormecido no imo de cada um, o autoconhecimento, livrando-o da ignorância de si mesmo, sendo chamado a entrar em contato consigo, encontrando a força moral para a construção do homem de bem, o homem da nova era.
O homem, ainda mergulhado nas sombras, isto é, na ignorância, principalmente de si mesmo, deve amar-se, libertando-se de suas marcas antigas. As doenças não devem se constituírem em propriedades dos que as possuem, mas, fazendo delas as amigas facilitadoras do equilíbrio e da harmonia. O autoencontro, o desenvolvimento da força interna para descobrir o amor a si mesmo, aceitando as ingerências da vida, o envelhecimento, são etapas que contribuirão para a construção do herói desejável. Possuir a consciência dos valores e qualidades éticas, desenvolvendo características humanas, colocando-as a serviço do bem, do amor, amando-nos uns aos outros, tornando-nos melhores hoje do que fomos ontem. Assim se constrói um herói.
Narrando o Poema Meu Deus e meu Senhor, de Amélia Rodrigues, Divaldo Franco encerrou a magnífica abertura do Encontro Fraterno, edição 2017, a vigésima, sob calorosos aplausos.
Texto: Paulo Salerno
Fotos: Jorge Moehlecke
(Recebido em email de Jorge Moehlecke)

quinta-feira, 26 de outubro de 2017

Divaldo Franco. Encontro Fraterno 2017 Praia do Forte, BA

26 de outubro de 2017
A edição de número 20 do Encontro Fraterno com Divaldo Franco está começando. Após ingentes e exaustivos trabalhos de planejamento, preparação e ajustes por uma grande equipe de eficazes colaboradores e voluntários, o evento de caráter internacional se efetiva com a chegada dos participantes, que acorrem ao complexo IberoStar - Hotéis & Resorts, localizado na Praia do Forte/BA.
Estampando alegria, acolhimento fraternal e amorosidade, Divaldo Franco, não deixando transparecer as suas dores cruciantes que vem experimentando desde o início desse ano, a todos recebe com largo sorriso, abraços calorosos e olhar acolhedor, transmitindo confiança e esperança. Verdadeiro gentleman.
Suas palavras, dirigidas pessoalmente para muitos, são de estímulo e de júbilo. Há encontros e muitos reencontros. Cada um, se expressando pelos sorrisos e olhares, se faz fraterno e solidário, materializados por abraços afetuosos, transmutando energias realimentadoras.
Assim é Divaldo Franco. Vive intensamente o momento, esquecendo-se de si, doando-se por inteiro ao seu próximo, independente de seu estado de saúde física ou emocional, oferecendo-nos um exemplo incomparável.
Texto: Paulo Salerno
Fotos: Jorge Moehlecke


(Recebido em email de Jorge Moehlecke)

terça-feira, 24 de outubro de 2017

5º. Movimento “Você e a Paz” com Divaldo Franco Amparo, SP

22/10/2017

Apesar da chuva fina, milhares de pessoas se reuniram na Praça Pádua Salles para celebrar a paz. O 5º Movimento Você e a Paz, realizado em Amparo-SP, contou com mais de 500 voluntários na organização do evento, patrocínio da Química Amparo Ltda - Ypê e apoio da Prefeitura Municipal de Amparo. Camisetas e balões brancos foram distribuídos a todos os participantes do evento, para que pudessem percorrer as ruas da cidade, buscando a paz íntima.
Divaldo Franco abriu a caminhada saudando aos presentes e mencionando a felicidade imensa que era se reunir com pessoas que almejam a paz e que esta deve ser a maior meta da vida, porque de nada adianta possuir tudo e não ter paz interior. Disse ainda que se tivesse que escolher, escolheria primeiro a paz íntima e depois os valores, porque em paz pode-se desfrutar de tudo aquilo que se possui. Sem paz, os objetos tornam-se apenas adornos pesados e desagradáveis. Aproveitou, também, para ressaltar que na cidade de Concórdia, sul do Brasil, e em Paris, outras pessoas também estavam reunidas, nesta mesma data, para o movimento Você e a Paz.

A chuva cessou para que a caminhada pudesse ocorrer da maneira mais harmoniosa possível, em que os participantes, imbuídos das palavras consoladoras de Divaldo Franco, propuseram-se a refletir ainda mais sobre a paz. Era visível a alegria e o sentimento de paz que reverberavam entre os caminhantes presentes, em busca de reafirmar a paz íntima.
Após a o retorno à praça, o evento continuou com atividades gratuitas nos espaços de orientação jurídica, cafezinho da paz, interação, saúde, beleza, recreação para as crianças e leitura. Como encerramento do dia de atividades e palavras de paz, houve o show do cantor Guilherme Arantes.
Ao cair da tarde, por volta das 18h00, deu-se seguimento, no palco montado à praça, a profundas reflexões sobre a paz. A Sra. Ana Maria Veroneze Beira, organizadora do evento, agradeceu a presença de todos que estavam ali para ouvir as mensagens de paz que seriam trazidas por líderes religiosos. Pontuou que mesmo com os avanços tecnológicos, na atualidade, há um distanciamento dos valores ético-morais imprescindíveis para a construção da paz no mundo. Alertou para o fanatismo e a segregação que ameaçam a paz entre os povos, trazendo, como consequência, os desastres morais e materiais, em que muitas vidas são perdidas pela violência. Convida, aos ouvintes, a germinar gentileza, paciência, perdão e amor, vivenciando-os a cada momento da vida em pequenos gestos, pois a vida é a maior expressão do Amor de Deus pelo ser humano.

A seguir, Pastor José Lima, da Assembleia de Deus Ministério do Belém de Amparo, iniciou sua fala com a promessa de paz, em que, no terceiro milênio, o Amor aparecerá, enquanto as lágrimas desaparecerão e as dores cessarão, cabendo a cada indivíduo fazer seu papel para que a paz de Deus conserve o coração do homem.
Dom Luiz Gonzaga Fechio, Bispo Diocesano de Amparo, lembrou que o apelo desse evento se torna cada dia mais atual, pois somos nós os responsáveis pela paz. Cada indivíduo deve se responsabilizar pela sua parte no espaço que lhe cabe, a começar da própria família e sua vida pessoal. Assumir os compromissos com o bem comum, aos invés de delegá-los. Quem segue a Cristo, encontra a verdadeira paz, que só ele e jamais o mundo, pode dar. Paz, que Francisco de Assis acolheu e viveu como testemunho e que pode ser encontrada na mansidão e humildade de coração, em que o homem é chamado a salvaguardar o próprio homem. Encerra citando Gandhi: “não existe o caminho para a paz porque a paz é o caminho” e convida para que se faça qualquer ato de amor, por menor que seja, como ato de paz.

Divaldo Franco iniciou sua fala, narrando a história contida na obra O Girassol, de Simon Wiesenthal. Esta foi escrita depois de um período de muito sofrimento vivido pelo autor. Fala-se tanto de paz, mas essa é tão rara! O indivíduo belicoso, a sociedade agressiva, os trabalhadores do bem cansados e o religioso indiferente à dor ainda não encontraram a paz.
Wiesenthal, polonês e judeu, é levado, na segunda guerra mundial, ao campo de concentração de Mauthausen-Gusen, localizado próximo da cidade de Linz na Áustria, testemunhando o assassinato da sua avó e o embarque de sua mãe em um vagão de carga contendo mulheres judias idosas. Ele foi destacado para remover o lixo em um hospital para soldados alemães feridos na ofensiva dos aliados e enquanto trabalhava acercou-se dele uma enfermeira e certificando-se de que Simon era judeu lhe fez sinal para que a acompanhasse.
A enfermeira o levaria para visitar um soldado alemão gravemente enfermo, Karl Silberbauer, e que desejava falar com um judeu. Silberbauer tinha sido educado no cristianismo, porém, fascinou-se pelo discurso de Hitler. Nesta condição, havia cometido vários atos de barbárie. Estava atormentado e arrependido em seu leito de morte e solicitou a Wiesenthal, após narrar as atrocidades que fizera, ser perdoado por ele, um judeu. Simon Wiesenthal, diante de seu próprio sofrimento, não foi capaz de perdoar.
Karl Silberbauer solicitou também que Wiesenthal procurasse a sua mãe e lhe dissesse que estava arrependido e que morrera cristão. A isso, o autor do livro fora capaz de atender, porém jamais de perdoar um nazista.

Divaldo encerra a narrativa, perguntando ao público se seriam capazes de perdoar. Leva aos presentes a meditar sobre o perdão, refletindo que se fala tanto de paz e quando chega o momento de perdoar, apela-se para a razão, que estabelece os parâmetros do equivocado, do crime. Na atualidade, ainda se dispõe de leis imperfeitas para reeducar os criminosos. Divaldo Franco aconselha a perdoar em qualquer circunstância, pois a vítima merece ter paz: com o perdão para com um crime, liberta-se do tóxico criminoso que lhe foi injetado pelo bandido. Não se deve perder a razão de viver esperando uma vingança. O indivíduo merece paz, e para que a logre, é necessário que se perdoe.
Perdoar não é conivir com o crime. Este deve ser corrigido, educado; mas não cabe a vítima devolver o ultraje. Perdão é não devolver a ofensa. É necessário que se estabeleça uma jornada diferente da Wiesenthal, almejando, assim, o primado do perdão, da compaixão pelo outro. A verdadeira paz é a harmonia interior que nunca devolve aquilo que é danoso.
Fiódor Dostoiévski quando exilado na Sibéria, recebeu no trem um exemplar do Novo Testamento e ao ler sobre Jesus, escreveu obras incomparáveis. Afirma, em sua obra O Idiota, que a beleza salvará o mundo, porque Deus é Amor. Divaldo menciona esse é o Amor que produz, no perdão, a paz da consciência tranquila, do caráter régio e dos hábitos corretos. É através de uma conduta interior reta, que o mal dos maus não pode fazer mal. E convida a todos, inspirando-se em Mohandas Karamchand Gandhi, a ser esta paz que não tem caminho, mas que é o caminho.

Texto e fotos: Sandra Patrocínio


(Recebido em email de Jorge Moehlecke)

quinta-feira, 19 de outubro de 2017

Divaldo Franco – 4º. Congresso Espírita Sul-americano Bogotá, Colômbia

14 de outubro de 2017 
No dia 14 de outubro de 2017, no Centro de Convenções de Compensar, na cidade de Bogotá, Colômbia, foi aberto o 4º Congresso Espírita Sul-americano, sob os auspícios do Conselho Espírita Internacional (CEI), do CEI Sul-americano, da Federação Espírita Colombiana, e da Federação Espírita de Cundinamarca. Com um público de aproximadamente 800 pessoas que lotaram o auditório principal, o emérito orador e divulgador da Doutrina Espírita Divaldo Pereira Franco abriu oficialmente as atividades, saudando o público ali presente.
Brindando-nos com belíssima palestra – Doutrina Espirita – Caminho para a Felicidade - Divaldo fez um périplo pelos fatos e personalidades marcantes do seculo XVI, XVII e XVIII, trazendo-nos, em um preâmbulo, algumas descobertas científicas da época que antecederam o período iluminista e a revolução francesa, onde pensadores e cientistas nobres trouxeram-nos, à luz da ciência e da filosofia, descobertas importantes no campo da matemática, da astronomia, da física e do pensamento.
Ao mesmo tempo, ideias materialistas, em choques profundos com a doutrina vigente da fé cega, passaram a permear os círculos acadêmicos-científicos, filosóficos e políticos, trazendo nas doutrinas pessimistas deSchopenhauerFriedrich Nietzsche, e as ideias cruéis de Spencer e tantos outros, revivendo as tradições do pensamento materialista mais antigo, que preconizavam a inexistência de Deus e da imortalidade da alma.
Divaldo, apresentando a sequência dos acontecimentos da época, destacou a figura do grande médiumDaniel Dunglas Home, relatando a multiplicidade de fenômenos mediúnicos que este produzia através de suas faculdades, despertando a curiosidade da alta sociedade, até mesmo do próprio imperador Napoleão III.
Discorrendo sobre a conjuntura política da época em síntese admirável, passou pela Revolução Francesa, a formação do império Napoleônico, culminando com a vinda do Consolador Prometido por Jesus através da Doutrina Espírita, codificada por Allan Kardec, elucidando as mentes e trazendo a mensagem inigualável de Jesus sob a ótica espiritista.
A Doutrina Espírita expandiu-se na França e na Europa apesar das ideias materialistas que passavam a se espalhar. O Consolador Prometido atravessou o Atlântico, encontrando no Brasil terreno fértil para progredir e expandir-se como nunca. Espíritos nobres voltam ao corpo físico, tal como, Adolfo Bezerra de Menezes que dirigiu a recém-criada Federação Espirita Brasileira até o ano de 1900 quando desencarnou, trazendo o pensamento de Jesus na sua maior pureza.
O materialismo segue em sua batalha contra o Espiritismo, afirmando que se tratava de mais uma filosofia africana de caráter inferior, mas perde-se nos argumentos menores, sem conseguir consolar o ser humano carente de Deus, de alívio para suas dores e de amor.
Divaldo destacou, também, momentos de sua infância e juventude, quando fenômenos mediúnicos começavam a incomodá-lo sobremaneira; relatou seus primeiros contatos com o Espiritismo, bem como, descreveu experiências que teve com Chico Xavier, onde este lhe trouxe mensagens especiais de sua mãe, já desencarnada, com fatos impossíveis de serem contestados diante do detalhamento de dados trazidos por Chico Xavier.
Encerrou a palestra com o belíssimo Poema da Gratidão, despertando em cada um de nós uma profunda gratidão por todo o seu labor ao redor do mundo em prol da divulgação desta abençoada Doutrina.
No dia seguinte, 15 de outubro, entre as diversas atividades e palestras desenvolvidas pelos oradores de vários países que ali também se encontravam participando do evento grandioso, Divaldo desenvolveu um workshop com os jovens, com o tema – A Juventude Espírita nos Tempos de Transição Planetária – Dialogo com os Jovens - encantando a todos com sua oratória e didática impressionante.
No último dia, 16 de outubro, encerrando o 4º Congresso Sul-americano, Divaldo apresentou belíssima palestra, com a temática – A Era do Espírito Imortal - sendo ao final ovacionado de pé por toda a plateia e a mesa diretiva das atividades.
Que homem é esse que se chama Divaldo Pereira Franco?! Que energia?! Que vitalidade?! No auge de seus 90 anos de idade, seguindo em frente de forma inigualável, pelo mundo afora, instruindo-nos, alertando-nos, consolando-nos, e propagando a Paz!
Muito obrigado Divaldo!
Marcelo Netto/Diana Burgos
  Fotos: Facebook

(Recebido em email de Jorge Moehlecke)

quarta-feira, 11 de outubro de 2017

Registro. Divaldo Pereira Franco no Movimento “Você e a Paz’ São Paulo, SP

Associação de Desenvolvimento Espiritual Reencontro realizou, no dia 8 de outubro de 2017, a Terceira edição do Movimento Você e a Paz em São Paulo. O evento teve lugar no Auditório Ibirapuera - Oscar Niemeyer (plateia externa), no Parque Ibirapuera.
A atriz, modelo e locutora Jacqueline Dalabona  - sob a direção do ator, autor e diretor de teatro Odilon Wagner - foi a encarregado das apresentações na condição de anfitriã do evento que contou com a presença de representantes diversas religiões, além de autoridades e personalidades de vários segmentos, como o prefeito de SP João Doria Junior.
O artista Nando do Cordel – autor da música composta especialmente para o Movimento Você e a Paz – entreteve o público que se aglomerava na expectativa do início do evento.
O evento foi oficialmente aberto por Jonas Pinheiros, presidente da A.D.E. Reencontro nomeando a todos os presentes como “embaixadores da Paz”.
A parte artística do evento foi abrilhantada pela Bachiana Filarmônica SESI de SP, sob as regência dos Maestros Roberto Minczuk e João Carlos Martins.
Na sequência foi efetuada a entrega do Troféu Você e a Paz às iniciativas, pessoas e empresas que promovem a paz, nas categorias:
Personalidade que se Doa:
·         João Doria Junior prefeito de São Paulo
·         Padre Rosalvino obra social Dom Bosco de amparo às crianças e adolescentes de Itaquera SP
Instituição que Realiza:
·         Plataforma Sinergia (reaproveitamento de alimentos);
·         Fraternidade Sem Fronteiras (amparo e solidariedade às comunidades pobres de países da África);
·         Instituto Passe de Mágica (foco no esporte educacional em comunidades de alta vulnerabilidade social);
·         Hospital Santa Marcelina (dedicado ao amparo hospitalar aos desvalidos da periferia de SP)
·         Heróis do Bem (Voluntários que visitam hospitais, orfanatos levando alegria e esperança).
Empresa que Viabiliza:
·         Química Amparo (Fabricante dos produtos de limpeza YPÊ pelos empreendimentos e obras assistenciais);
·         Escola Santa Marina da Vila Carrão na periferia de SP
As manifestações dos pensamentos dos religiosos, presentes ao evento, sobre a paz teve início com as palavras do Mestre Espiritual Sri Prem Baba da ancestral linhagem Sachcha, que observou termos tudo para nos unirmos, pois respiramos o mesmo ar, caminhamos sobre os mesmos caminhos sobre a superfície da Terra e bebemos da mesma água. Apesar disso, vamos buscar detalhes para fomentar e alimentar a desunião, o sectarismo e a discórdia. A paz passa pela União enquanto que a intolerância nos impede da União.
Devemos aprender a construir a harmonia, erradicando a violência e a agressividade. Para tanto basta despertar o AMOR.
O amor para ser despertado requer uma atitude simples. Mesmo diante da turbulência global, devemos cultivar a paz no microcosmo da Constelação Familiar que nos cerca (pai, mãe, irmãos, avós, tios, primos) agradecendo-lhes por “absolutamente tudo”.
O Cônego Jose Bizon, do Cabido Metropolitano da Arquidiocese de SP, diretor da Casa da Reconciliação, ponto de referência para o Ecumenismo e o Diálogo Inter-Religioso em SP, deu início à sua prédica  citando Jesus “Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus” (Mateus 5:9) para afirmar em seguida de que é possível a união e a vivência pacífica entre as diversas formas do pensamento religioso e das atividades humanas, bastando observar a diversidade da formação do povo brasileiro.
A intolerância não é choque de opinião, mas sim é um choque de ignorância e sensibilizando a todos repetiu a prece de São Francisco terminando com o pensamento de Nelson Mandela, premio Nobel da Paz de 1993:
“Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele, por sua origem ou ainda por sua religião. Para odiar, as pessoas precisam aprender, e se podem aprender a odiar, elas podem ser ensinadas a amar”.
O Sheikh Jihad Hassan Hammadeh, Presidente do Conselho de Ética da União Nacional das Entidades Islâmicas e vice-presidente da União Nacional das Entidades Islâmicas (UNI) inicia sua apresentação com a saudação Salaam Aleikum – Que a Paz esteja sobre vós – expressão de cumprimento entre os Muçulmanos.
Sheikh Hammadeh inicia a exposição de seus pensamentos afirmando que todos querem a paz, para logo em seguida formular uma questão retórica:
— Então por que não temos paz? Qual o caminho da paz?
Os maus têm um produto ruim (a maldade) enquanto a maioria de nós tem um bom produto (o bem). Então por que o mal prevalece?
Apesar de o produto ser bom (o bem), a propaganda que fazemos é sofrível. Nós não praticamos a paz, optando pela vivência individualista.
O mundo de paz que todos anelamos exige que não mais sejamos seguidores, mas sim lideres na propagação da paz, mediante a vivência e o comportamental pessoal afastando-nos dos conflitos da beligerância, da injustiça e da intolerância.
O profeta Mohammed (Maomé) questionado sobre como encontrar a paz ensina:
— Quem amanhecer seguro no seu lar, tendo saúde no corpo e com o pão de cada dia é como se ele tivesse conquistado o mundo todo. Ele é a pessoa mais rica da face da Terra?
E o profeta segue ensinando que o melhor do Islã – a religião da paz – é dar de comer aos famintos e falar de paz para as pessoas. Duas regras simples que todos – independente do credo religioso – podemos praticar, fazendo esse compromisso com Deus:
Alimentar os necessitados e ensine o caminho da paz.
O Pastor Davi Seiberth Arantes da Igreja Metodista Wesleyana inicia sua abordagem perguntando:
— O que é a paz?
A paz é muito mais do que um conceito filosófico. É necessário mudar profundamente o comportamento individual de que a paz é atribuição dos poderosos tornando-nos impotentes para alterar a situação de conflito que permeia toda a Sociedade.
Por certo não podemos resolver o problema global, mas temos o dever de mudar nossos comportamentos pois a qualidade da Sociedade é o resultado direto das somas das qualidades individuais dos cidadãos que a compõem.
Para encerrar sua participação o Pastor Arantes reflexiona em torno das palavras do Apóstolo Paulo na epístloa aos Romanos:
— “Não sede conformados com este mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus”. Romanos 12:2
O Juiz de Direito, autor e divulgador Espírita José Carlos De Lucca iniciou sua exposição observando que há muito mais semelhanças do que diferenças entre as diversas denominações religiosas. Há, contudo, uma semelhança fundamental e primordial: Todos nós, independente do rótulo religioso, somos Filhos de Deus e essa condição deve ser o caminho a nos conduzir a uma vivência mais harmônica e pacífica, respeitando as diversidades e acabando com a intolerância e o ódio sectário.
De Lucca narra o diálogo entre Leonardo Boff e o Dalai Lama ocorrido durante o intervalo de um encontro mundial sobre religião e a paz entre os povos:
— Santidade – pergunta o teólogo, escritor e professor universitário brasileiro - qual é a melhor religião?
– A melhor religião é a que mais te aproxima de Deus, do Infinito. É aquela que te faz melhor – respondeu o líder religioso Budista.
– O que me faz melhor? – continuou o teólogo brasileiro.
— Aquilo que te faz mais compassivo, aquilo que te faz mais sensível, mais desapegado, mais amoroso, mais humanitário, mais responsável e maais ético. A religião que conseguir fazer isso de ti é a melhor religião. - completou o Dalai Lama.
Equivocadamente, muitos consideram que para ser bom basta não praticar o mau, quando na realidade é preciso fazer o bem, no limite das próprias forças, pois cada um responderá por todo o mal que tiver tido como origem o bem que se tenha deixado de fazer.
Encerrando o evento, o médium e orador espírita Divaldo Franco, criador e idealizador do movimento, abordou a importância da cultura de paz e dos sentimentos, atitudes e valores em prol de um mundo mais justo e consequentemente pacífico.
Para emoldurar o tema Divaldo se utiliza da narrativa de uma jovem armênia e cuja história foi retratada em o livro Perdão Radical de autoria de Brian Zahnd.
Entre os anos de 1915 a 1917 ocorreu a guerra entre turcos e armênios. Como em toda a guerra a crueldade é soberana. A Armênia invadida pelos turcos viu seu povo ser dizimado em um genocídio.
Não foi diferente para aquela família modesta. Os soldados turcos  Invadiram a casa e de, imediato mataram os pais de duas jovens.
A mais moça, quase uma criança, foi estuprada até a morte, a outra, um pouco mais velha, foi transformada em escrava sexual do comandante daquela tropa.
Após fugir dessa situação a jovem refugiou-se em outro país e estudou até se formar enfermeira.
Muitos anos se passaram até que deu entrada no Hospital onde ela trabalhava o antigo comandante das tropas que havia destroçado suas esperanças.
Cristã, aplicou-se a cuidar do quase moribundo até a sua recuperação total.
Desejando agradecer à jovem que tanto havia se dedicado a lhe devolver a saúde, descobriu toda a verdade.
E envergonhado de suas ações pretéritas ousou perguntar à jovem, qual a razão de tê-lo perdoado, quando o normal teria sido um comportamento oposto.
A jovem olhou profundamente nos olhos do algoz de sua felicidade e lhe respondeu:
— Teus crimes contra mim, minha família e meu povo foi por sermos cristãos. Perdoo-te porque Jesus nos ensinou: “Aquele que crê em mim, faz também as obras que faço”.
Divaldo passa, então, a elaborar os comentários de cunho moral em torno da narrativa que a todos emocionou.
Perdoar não é esquecer, pois o esquecimento depende da memória física. Perdoar no conceito amplo ensinado por Jesus é não devolver o mal recebido e nem mesmo desejar a infelicidade daqueles que nos prejudicam e infelicitam.
Perdoar não significa estar de acordo com o erro. Todo crime merece repúdio. O criminoso, porém, merece compaixão.
O perdão, antes teológico, adquiriu a condição de terapia, por nos devolver a harmonia pacificando nossos corações e sentimentos.
A crise que se abate toda a Humanidade é, na realidade, crise INDIVIDUAL que se propaga envolvendo toda a Sociedade, que centraliza seus objetivos existenciais no individualismo, consumismo e na busca do prazer, por confundi-lo com a felicidade. A Sociedade carece de objetivos existências profundos e transcendentais, preferindo permanecer na superfície das ilusões que passam e se esgotam em si mesmas, levando o ser à perda do objetivo existencial resultando no inconformismo, na depressão, na revolta e, por conseguinte produzindo a violência.
Divaldo encerra seus comentários, lembrando-nos das palavras de Jesus:
“Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como o mundo a dá. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize”. Jesus       (João 14:27)
O evento foi encerrado com uma apresentação da música Paz pela Paz, de Nando do Cordel, composta especialmente para este movimento.
   Texto: Djair de Souza Ribeiro,    Fotos: Edgar Patrocinio

quinta-feira, 5 de outubro de 2017

Registro. Divaldo Pereira Franco - Conferência em Araras, SP

01/10/2017

A Índia – há mais de 8000 anos – é o berço da construção do pensamento espiritual no oriente e o Mahabharata, cuja autoria é atribuída a Krishna, é o texto sagrado de maior importância no hinduísmo, e pode ser considerado um verdadeiro manual de psicologia-evolutiva de um ser humano, como evidenciado nos diálogos entre Krishna e seu discípulo Arjuna – alma singela e bastante confusa – recebendo os esclarecimentos sobre a cerca de seu dever iluminando o aprendiz na ciência da autorrealização mediante a adoção de ideias nobres e transcendentais.
Krishna adverte o discípulo Arjuna que para obter a autorrealização, deveria ele participar da Guerra de Kurukshetra a luta entre os Káuravas (os vícios) e os Pândavas (as virtudes), representando, alegoricamente, a luta do Bem contra o Mal (imperfeições).
Muitos milênios mais e Allan Kardec afirmaria: “Reconhece-se o verdadeiro espírita pela sua transformação moral e pelos esforços que emprega para domar suas más inclinações”. (O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. XVII Sede Perfeitos itens 3 O Homem de Bem e 4 Os Bons Espíritas).
A partir desse introito Divaldo discorre sobre o processo antropossociopsicológico da criatura humana que inicia sua viagem com a manifestação do Instinto desdobrado em suas 3 (três) abrangências: Reprodução; Alimentação; Repouso.
Avançando um pouco mais na sua evolução o homem primitivo, observando as forças da Natureza agindo à sua volta, desenvolve sua primeira emoção: O Medo
Essa emoção, quando mantida dentro da normalidade, é positiva, pois nos capacita fisiologicamente para enfrentar ou fugir das situações perigosas.
A partir do medo surgem, então, a ira, a cólera, o ódio e o desejo de vingança.
Agrupados em suas cavernas e observando a fragilidade e dependência das crias tem início o desenvolvimento dos prelúdios do nobre sentimento que somente muito mais tarde se consolidará em sua estrutura psicológica: o amor.
O amor é - no arcabouço psicológico emocional da criatura humana - uma emoção recente e por essa razão estamos mais habituados às emoções anteriores e que nos acompanham de longa data como o medo, a ira.
O amor nos inspira a buscar um sentido profundo e transcendental para a nosso existência que nos leva ao discernimento e a capacidade de distinguir o bem do mal.
Allan Kardec preocupado com esse tema fundamental para a vida moral indaga aos Bons Espíritos pela questão 630 de O Livro dos Espíritos: Como se pode distinguir o bem do mal?
Ao que redarguiram os Benfeitores:
— O bem é tudo o que está de acordo com a lei de Deus, e o mal é tudo o que dela se afasta. Assim, fazer o bem é se conformar à lei de Deus. Fazer o mal é infringir essa lei.
O Espiritismo vem despertar a nossa consciência para a necessidade de encontrarmos um sentido psicológico para a vida deixando a fase do primarismo representado pelos instintos e as sensações.
Nós somos mais do que um corpo físico e emocional. Somos também aqueles que trazemos na alma a presença de Deus e nascidos para amar, pois o amor é o ápice do nosso processo evolutivo ético e moral.
O sentido da vida, conforme nos ensinou Jesus – Modelo e Guia - é AMAR.
Para aqueles que já têm a consciência iluminada pelos ensinamentos do Cristo o verdadeiro Vencedor não é aquele que conquista bens, poder, projeção social. Para a moral de Jesus o Triunfador é aquele que vence a Sí mesmo e Vitorioso é aquele que controla as suas más inclinações e vence as suas más tendências.
O foco de que a vida resume-se a conquistas imediatistas gera a perda do sentido existencial com a consequência funesta da Depressão e do vazio existencial, levando a criatura que experimenta essa constrição a desejar a libertação da terrível angústia. Incapaz de compreender esse desejo de “libertação” acaba fugindo pelo mecanismo do suicídio.
O resultado dessa infeliz escolha vem se refletindo nas estatísticas da OMS que prognostica para o ano de 2025 que as mortes provocadas pelos suicídios situar-se-ão no primeiro lugar entre as mortes não naturais, ultrapassando as mortes decorrentes de acidentes de viação (carros, trem, ônibus, avião, barco, moto, etc) e também aquelas produzidas pela violência das guerras, terrorismo, assassinatos.
Nos dias atuais, em todos os 27 países da Europa o número de suicídios representa 81% entre todos os casos de mortes não naturais (crimes, catástrofes e acidentes de viação).
Conforme o mais recente levantamento estatístico envolvendo todos os países membros da ONU estabeleceu-se um registro macabro: A cada 40 segundos, em algum lugar do planeta, alguém morre pelo suicídio, totalizando cerca de 810.000 óbitos anuais.
A ciência constatou que toda matéria e energia que compõe o Universo somente existe em função das 4 forças fundamentais que tornou tudo possível: Gravidade, Eletromagnetismo, Força Nuclear Forte e a Força Nuclear Fraca. Albert Einstein acrescentou uma quinta força: o Amor de Deus.
É o Seu amor que no proporciona a vida e as oportunidades de evolução consubstanciada na Reencarnação.
Divaldo passa, então a abordar a reencarnação, iniciando pela verídica narrativa de Justiniano I (482-595 d.C.) Imperador bizantino (Império Romano do Oriente).
Antes de ser coroado Imperador, Justiniano conheceu e se casou com Teodora filha de um tratador de animais e que vivera uma juventude de devassidão escandalizando a cidade com as suas aventuras de atriz e dançarina. Seu matrimônio com a antiga bailarina de circo e prostituta teria grande importância, uma vez que ela iria influenciar o Imperador de maneira decisiva em muitas questões políticas e religiosas.
Suas antigas companheiras de meretrício deram grande visibilidade à toda comunidade da anterior ocupação da Imperatriz, que incomodada mandou matar a todas elas.
Mais trde, estando à beira da morte, Teodora exigiu do marido que a reencarnação – aceita como verdadeira até aquele momento pelo Cristianismo – fosse banida dos cânones religiosos.
Após a morte de Teodora, Justiniano convocou – em 553 d.C. – o Segundo Concílio de Constantinopla que deste então, passou considerar como herética a doutrina de Orígenes um dos pais do Cristianismo e por consequência a reencarnação.
Mesmo banida das considerações religiosas, a reencarnação deixa inúmeras evidências de que é uma verdade da vida. Ilustrando essas evidências Divaldo narra a história de Kim Yong-Ung nascido na Coreia do Sul, é considerado o homem com o Q.I mais elevado do planeta. Kim, com apenas 6 meses, passou a falar e com 1 ano falava fluentemente. Aos 3 anos de idade já falava, além do coreano, japonês, alemão e inglês.
Aos 17 anos obteve o título de Doutor em Física, pela Unibersidade do Colorado – EUA.
Com o principal objetivo de emoldurar o tema da reencarnação, Divaldo narra suas experiências pessoais vividas por ele.
A primeira foi no ano de 1967 quando de uma viagem para a divulgação doutrinária na França.
Impulsionado por uma força que não sabia precisar, Divaldo tomou de um ônibus e dirigiu-se às cercanias de Paris até encontrar um Convento religioso de Freiras.
Dialogando com a Madre Superiora informou-a de detalhes a respeito do fundador daquela ordem, fornecendo inclusive a localização de uma porta – até então desconhecida de todos – que oculta por detrás do altar mor permitia chegar até os aposentos do religioso do Século XVI uma das existências de Divaldo.
Logo em seguida, Divaldo narra a comovente história de uma de suas irmãs que desencarnou em 1939 pelo suicídio da ingestão de cianureto e mercúrio.
Divaldo, pela sua mediunidade, percebia a presença espiritual da irmã, até a desencarnação da mãe em 1972; Nesses 33 anos, a irmã apresentava as sequelas do ato impensado.
Anos mais tarde, apareceu uma mulher paupérrima às portas da Mansão do Caminho trazendo nos braços uma criança desnutrida e portadora de lábios leporinos. Era a irmã querida que retornava ao seu afeto.
Divaldo, impulsionado pelo afeto, pensou em submeter a menina a cirurgia para reparar as deformidades físicas que a incapacitavam para uma vida convencional.
A mãezinha de ambos – Dona Ana – apareceu à mediunidade de Divaldo recomendando que não interferisse nas sequelas que eram as consequências do suicídio, mesmo porque a menina teria uma existência muito breve.
Em mais alguns anos a criança sucumbe a uma bronquite retornando ao Plano Espiritual, mais redimida do gesto tresloucado.
Mais algum tempo e o espírito da irmã reencarna novamente e passa a frequentar a escola na Masão do Caminho, mas Divaldo atendendo as recomendações, não interfere na vida da menina, agora uma adolescente.
A vida não é uma prisão e nem tampouco nossas aflições são castigos de Deus.
São, na verdade, desafios existenciais que nos convidam a desenvolver qualidades que ainda não possuímos ou então oportunidades de expiarmos equívocos transatos, pelas atitudes fomentadas pela ausência de um sentido transcendente para a vida.
A reencarnação em sua proposta primordial é a de que nossa vida é escrita por nós.
Aproveitemos a existência consagrando-nos a viver a vida com entusiasmo embalado nas asas de um sentido psicológico profundo. Sempre com muita gratidão a Deus, pelo muito que temos Dele recebido.
           Texto: Djair de Souza Ribeiro;  Fotos: Sandra Patrocínio