quarta-feira, 21 de agosto de 2019

Divaldo Pereira Franco no Rio Grande do Sul Gramado

20 de agosto de 2019

Retornando à Gramado pela quarta vez, Divaldo Franco, em companhia de Juan Danilo Rodríguez, médico e médium espírita, foi carinhosamente recebido e homenageado. No auditório do Centro de Treinamento e Eventos da Faurgs (Fundação de Apoio da Universidade Federal do Rio Grande do Sul) e estando presente cerca de oitocentas pessoas, Divaldo Franco concedeu entrevistas para diversos órgãos de imprensa local e regional, atendeu a inúmeros pedidos de autógrafos, bem como recebeu cumprimentos de um sem-número de amigos e simpatizantes.
Após belíssimo momento artístico, o nobre conferencista, Embaixador da Paz no Mundo, ambientou o tema apresentando a comovente história do Dr. Thadeu Merlin, adepto da prática da eutanásia, desde os bancos acadêmicos, como meio de abreviar o sofrimento dos que padecem enfermidades terminais. Assim pensava o Dr. Thadeu Merlin. Porém, quando sua neta, Bárbara, foi acometida por insidiosa virose e sem cura até então, e recebendo orientação para a eutanásia, se negou peremptoriamente. Pouquíssimas vezes havia se lembrado de Deus. Após muitos esforços e buscas de solução para sanar a enfermidade, sempre sem sucesso, lhe foi recomendado consultar um médico que estava desenvolvendo uma pesquisa nesta área.
Imediatamente o Dr. Thadeu Merlin para lá se dirigiu, com a esposa e a neta enferma. O local era miserável, com crianças e adultos aleijados em várias formas. Foram recebidos pelo Dr. Müller, que examinou Bárbara, diagnosticando seu caso como incurável e letal. Havia, porém, um estudo inconcluso realizado pelo Dr. Müller, pois não havia sido aplicado em um ser humano. O avô suplicou para que fosse tentado, independente do resultado. Assim foi feito, e a paciente preparada, a terapêutica foi aplicada.
A vida é interessante. O Dr. Thadeu Merlin identificou que o seu colega, o Dr. Müller, era coxo, possuía uma deformidade no pé. Ao contar a sua história, o Dr. Thadeu Merlin identificou que o Dr. Müller era aquele recém-nascido que havia sido por ele atendido, e que teve um ímpeto de aplicar-lhe a eutanásia, pela deformidade em seu pé. A consciência de Thadeu Merlin falou alto: Matar, nunca! Já te desincumbiste da tarefa. Deixe-a viver! Se essa criança vai ser coxa, o problema é dela, não teu! Deixa-a! Dr. Thadeu Merlin assustou-se. A consciência às vezes chega inesperadamente. Ele tinha consciência.
Assim, aquele que foi poupado, agora estava ali salvando a neta de alguém que o tinha ajudado a nascer. O Dr. Thadeu Johann Müller viveu porque a consciência do Dr. Merlin falou mais alto, dando oportunidade ao Dr. Müller salvar alguém que tinha sido aconselhado a ser submetido ao processo da eutanásia.
Consciência é algo, na psicologia, muito grave, importante. Foi constatado que a consciência não é conhecimento. Aristóteles afirmava que o ser humano é uma criatura que possui a faculdade de discernir. Mira Y Lopes classifica o ser humano como sendo um animal bípede e gregário, possuidor de características. 1ª) possui personalidade; 2ª) possui conhecimento; 3ª) possui identificação; e 4ª) possui consciência.
A consciência no homem é uma espécie muito particular de “tomada de conhecimento de si mesmo”, conhecimento de quem ele é, de onde está e, a seguir, conhecimento do que sabe, do que não sabe, e assim por diante. Em cada indivíduo há uma individualidade. O Espiritismo é a ciência de conhecimento universal. Mira Y Lopes classificou o ser humano em níveis de consciência. 1º) de sono, sem sonho; 2º) de sono, com sonho; 3º consciência de si mesmo; - neste nível há funções: a) intelectiva; b) emoção; c) movimento; d) instintiva; e) sexual; f) emocional transcendental; e g) intelectomoral superior. O 4º nível de consciência é a consciência cósmica.
Juan Danilo Rodríguez, a pedido de Divaldo Franco, apresentou bela página musical. Uma composição de letra e música dele mesmo, excelente adaptação de um poema da autora Amélia Rodrigues.
Divaldo Franco, incansável, destacou que não há nada pior do que a falta de liberdade. Esta é tão importante que foi trabalhada pela Doutrina Espírita, se constituindo em uma lei de cunho moral. O homem moderno, experimenta em muitas oportunidades um comportamento de ausência de liberdade, passando a viver em estado libertino. O exercício da liberdade pressupõe se expressar com responsabilidade, oferecendo ao outro o direto de se manifestar como deseja, também com responsabilidade. A Doutrina Espírita estuda uma outra lei, e que está vinculada ao exercício da liberdade, é a da afinidade, com causa e efeito.
A instituição família exerce preponderante papel na construção de seres responsáveis e livres, pois que deve desenvolver valores éticos e morais elevados. É necessário que se aprenda a amar, o de ser gentil, atencioso, criando hábito de consciência, oferecendo algo de bom de si mesmo ao próximo. Cabe ao ser humano consciente voltar à consciência, ao amor e à justiça.
Em esforço redobrado, por sentir fortes dores, Divaldo pôs-se de pé para declamar o Poema Meu Deus e Meu Senhor, de Amélia Rodrigues, oferecendo um gesto simbólico em gratidão aos presentes. Forte e calorosa salva de palmas foi a atitude de reconhecimento ao excelente trabalho apresentado, que ainda se prolongou por mais alguns minutos, quando novo quadro musical foi apresentado, abrilhantando a noite gélida de Gramado.
Texto: Paulo Salerno
Fotos: Jorge Moehlecke