quinta-feira, 31 de março de 2016

Registro. Divaldo Pereira Franco em Nova Iorque, EUA

21 de  março de 2016


No dia 21 de março, o médium e orador espírita Divaldo Franco realizou uma conferência pública na cidade de Nova Iorque, nos Estados Unidos.  
O evento foi realizado na sede da organização “Casa do Brasil”, em Manhattan, e recebeu um público de mais de 450 pessoas que lotaram o auditório. 
O tema da conferência foi “Esquizofrenia e Obsessão”.

A conferência teve início com a narrativa do notório trabalho do médico francês Dr. Philippe Pinel, na época dos dias de terror da Revolução Francesa. Dr. Pinel, chamado de “o pai da Psiquiatria”, somente teria aceitado o convite para trabalhar como médico no Hospital da Salpêtrière, em Paris, com a condição de poder libertar os  53 pacientes esquizofrênicos do tétrico pavilhão Bicêtre. Na época, o pensamento religioso dominante considerava a esquizofrenia uma punição divina. A Ciência ainda não tinha explicações para a doença. O nobre médico notabilizou-se por considerar os pacientes com transtornos mentais  como doentes, merecedores de compaixão e tratamento humano, para que pudessem ter sua dignidade restituída, e jamais serem tratados com violência ou indiferença. Para a indagação que lhe fora feita a respeito do que faria se o seu tratamento com os esquizofrênicos falhasse, Dr. Pinel teria apenas respondido: “se falhar, então irei apenas amá-los”.

O conferencista explanou sobre os avanços da Ciência, notadamente nas áreas das Neurociências, da Psiquiatria, da Psicologia, destacando a complexidade de nosso cérebro e suas funções, assim como de nossa psique, lembrando que, ao longo da História, várias teorias e tratamentos foram desenvolvidos e , posteriormente, abandonados por se revelarem inócuos, prejudiciais ou, ainda, superados por outros mais eficientes e humanos.  
Foi apresentada a história da descoberta do “centro de uso da palavra” (ou centro de Broca), realizada pelo médico e anatomista francês Pierre Paul Broca.  
Divaldo falou, também, sobre a importância de outra descoberta, a dos neurônios cerebrais e que, mais tarde, o conhecimento científico teria desvelado que tais estruturas poderiam se ramificar, mediante o exercício mental do indivíduo, que criaria, com isso, super-redes de comunicação neuronal e propiciaria para si uma vida mental e cerebral saudáveis, mesmo em idades avançadas.

Em seguida, dissertou sobre algumas relevantes teorias e trabalhos da Psiquiatria, referindo-se às experiências hipnológicas de Jean Martin Charcot, a demonstrar o poder da mente; à descoberta de Sigmund Freud sobre a existência do subconsciente e de doenças que não teriam causas físicas, mas psiquiátricas; e à revelação de Carl Gustav Jung a respeito do inconsciente (individual e coletivo) e dos arquétipos.  
No que tange aos arquétipos, foi esclarecido que o termo tem como significado “registro antigo” e que fora primeiramente usado por São Irineu, no século II d.C. Essas informações armazenadas em nós poderiam ser desta ou de existências anteriores. Os registros negativos poderiam constituir-se conflitos a migrarem de uma existência para outra, de uma reencarnação para outra, o que estaria perfeitamente concorde com a Doutrina Espírita, conforme ensinado no capítulo 5 da obra “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, que trata das causas atuais e anteriores das aflições humanas.

Os conflitos, quando não devidamente tratados, transformar-se-iam em fobias, depressão etc., ensejando campo de desenvolvimento da esquizofrenia, essa doença mental crônica caracterizada por sintomas como: presença de alucinações e delírios, alterações do pensamento, confusão mental, perda da capacidade de ter e demonstrar emoções, apatia etc. 
A criatura humana seria, então, constituída de 2 arquétipos essenciais: o ego e o Self.  O primeiro seriam as nossas “máscaras”, a nossa personalidade, o “eu” inferior. O Self seria o Espírito imortal fadado à perfeição, que traz em si a chama divina, a luz, que ainda se encontra oculta na maioria de nós. Jung afirmaria que quase todos nós trazemos elementos negativos em nosso mundo íntimo, o que ele designou de sombra.

Em uma análise paralela entre o Espiritismo e a Psicanálise Junguiana, Divaldo correlacionou a sombra com o estudo de Allan Kardec a respeito de nossas más inclinações e do esforço que o ser humano deveria realizar para vencer as suas imperfeições morais. E, seguindo na mesma linha comparativa, demonstrou a concordância entre o pensamento do psiquiatra Emilio Mira y López, que, no século XX, teria afirmado que as 3 primeiras emoções desenvolvidas pela criatura humana seriam, nesta ordem, medo, ira e amor, e o ensinamento espírita, contido no texto “A Lei de Amor”, que, no século XIX, já afirmava que no início de seu processo evolutivo o Espírito só teria instintos, para mais tarde desenvolver sensações/emoções e, finalmente o amor.

Divaldo recordou que até o início do século XX os métodos de tratamento da esquizofrenia eram cruéis. Com o progresso da Ciência, novas terapêuticas teriam surgido, como a convulsoterapia com uso de metrazol, depois de insulina, desenvolvida pelo Dr. Manfred Sakel; ou a terapia do eletrochoque, proposta pelos Drs. Bini, Cerlletti e Kalinowski. 
Além dos métodos físicos, começariam a ser utilizadas abordagens psicoterápicas para os tratamentos desses pacientes; e, na sequência, substâncias químicas desenvolvidas em laboratórios, os chamados barbitúricos, seriam usadas nos esquizofrênicos, para suprir as deficiências dos neurocomunicadores naturais.  
Na atualidade, a esquizofrenia não seria mais uma doença incurável, do ponto de vista médico, conforme asseverou o palestrante, necessitando de tratamento de ampla abordagem: psiquiátrica, psicológica e espiritual.

Isso porque, além das causas endógenas (hereditariedade, doenças infectocontagiosas etc) e exógenas (eventos da vida, conflitos da infância, conflitos sexuais, narcisismo etc), haveria uma terceira causa para os transtornos psiquiátricos e psicológicos (incluindo a esquizofrenia), que seriam as obsessões espirituais, isto é, as influências negativas e de longa duração de um Espírito sobre outro. Conforme mencionado, Allan Kardec teria estudado profundamente o tema “obsessões” no capítulo XXIII, da obra “O Livro dos Médiuns”, explicando que nem toda loucura é apenas uma doença física ou psicológica, podendo, muitas vezes, ser o resultado de uma influenciação espiritual negativa, a obsessão.

Utilizando-se da proposição da Organização Mundial de Saúde, que afirmaria não existirem doenças, mas doentes, foi esclarecido que é o Espírito imortal que adoece, com reflexos em seu corpo somático, por causa dos seus conflitos íntimos, das culpas que carrega, da má conduta, dos maus pensamentos, necessitando o paciente de realizar o esforço para mudar de padrão de pensamentos e de comportamentos, para melhor.  
Ressaltando um outro dado daquele mesmo órgão internacional de saúde, a respeito da pandemia mundial de depressão, que poderá elevar o suicídio ao “status” de causa de mortes no mundo número 1, Divaldo afirmou que a crise pela qual a Humanidade passe é , em realidade, individual; trata-se da crise moral do ser humano.

A solução para esse panorama sombrio estaria na Doutrina dos Espíritos, a propor que o indivíduo empenhe todos os seus esforços para vencer as suas más inclinações e realizar todo o bem que esteja ao seu alcance. Esse ensinamento estaria resumido na recomendação evangélica do “amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo com a si mesmo”.  
O amor seria não apenas uma recomendação teológica, mas verdadeira proposta psicoterápica de profilaxia e tratamento dos transtornos psiquiátricos e psicológicos.

Evocando o pensamento de Carl Gustav Jung e Viktor Frankl, o orador falou sobre a imprescindibilidade de eleger-se um sentido psicológico profundo para a existência. Para o Espiritismo, a meta mais profunda seria a imortalidade: viver com vistas à nossa imortalidade, amando sempre e em qualquer circunstância. 
Na parte final de sua conferência, Divaldo destacou a união entre a Ciência e o Espiritismo, mencionando que a Psicologia Transpessoal, a denominada Quarta Força ou Psicologia com Alma, corrobora a proposta Espírita, falando-nos a respeito do ser imortal que somos e da necessidade de descobrirmos e vivenciarmos essa nossa transcendência, cultivando a alegria de viver e a saúde moral, para conquistarmos a saúde integral, a plenitude.

Texto: Júlio Zacarchenco
 Fotos:

(Texto em português recedo em email de Jorge Moehlecke)


Espanhol

DIVALDO FRANCO EN NUEVA YORK, USA -
21 de marzo de 2016

El día 21 de marzo, el médium y orador espírita Divaldo Franco realizó una conferencia pública en la ciudad de Nueva York, en los Estados Unidos de Norteamérica.  
El acto se llevó a cabo en la sede de la organización Casa do Brasil, en Manhattan, adonde concurrieron más de 450 personas que colmaron el auditorio.  El tema de la conferencia fueEsquizofrenia y Obsesión.

La disertación comenzó con la narración del destacado trabajo del médico francés Dr. Philippe Pinel, en la época terrorífica de la Revolución Francesa. El Dr. Pinel -a quien se denomina Padre de la Psiquiatría-, habría aceptado la invitación para trabajar como médico en el Hospital de la Salpêtrière, en París, con la condición de liberar a los 53 pacientes esquizofrénicos del tétrico pabellón Bicêtre. En esa época, el pensamiento religioso dominante consideraba a la esquizofrenia como un castigo divino; la Ciencia aún no tenía explicaciones para esa enfermedad. El noble médico se caracterizó por considerar a los pacientes con trastornos mentales como enfermos merecedores de compasión y tratamiento humano, para que pudiesen recuperar su dignidad y que jamás fueran tratados con violencia ni indiferencia. A la pregunta que se le formuló, con respecto a qué haría si su tratamiento con los esquizofrénicos fracasaba, el Dr. Pinel habría respondido: Si fallara, entonces sólo los amaré.

El disertante hizo referencia a los avances de la Ciencia, sobre todo en las especialidades de las Neurociencias, de la Psiquiatría, de la Psicología, destacando la complejidad de nuestro cerebro y sus funciones, así como también la de nuestra psiquis. Mencionó, además, que a lo largo de la Historia se desarrollaron varias teorías y tratamientos que posteriormente fueron dejados de lado, cuando se comprobó que eran inocuos, perjudiciales, o que habían sido superados por otros más eficientes y humanos.  
El orador expuso la anécdota referida al descubrimiento del centro del uso de la palabra (o centro de Broca) por el médico y anatomista francés Pierre Paul Broca.  
Divaldo aludió, también, a la importancia de otro descubrimiento: el de las neuronas cerebrales, y a que con posterioridad, el conocimiento científico habría develado que tales estructuras podrían ramificarse mediante el ejercicio mental del individuo, el cual crearía -de ese modo- redes poderosas de comunicación neuronal y propiciaría, para él mismo, una vida mental y cerebral saludable, incluso en edad avanzada.

A continuación, mencionó algunas relevantes teorías y estudios de la Psiquiatría, además de mencionar las experiencias hipnológicas de Jean Martin Charcot para demostrar el poder de la mente; aludió al descubrimiento de Sigmund Freud, sobre la existencia del subconsciente y de enfermedades que no tendrían causas físicas, sino psiquiátricas; también se refirió a la revelación de Carl Gustav Jung respecto del inconsciente (individual y colectivo) y de los arquetipos.  
En relación con los arquetipos, explicó que el término significa registro antiguo, y que habría sido utilizado por primera vez por San Ireneo, en el siglo II después de Cristo. Tales informaciones, almacenadas dentro de nosotros, podrían ser de esta existencia o de otras anteriores. Los registros negativos podrían convertirse en conflictos que pasaran de una existencia a otra, de una reencarnación a otra, lo que estaría en perfecta concordancia con la Doctrina Espírita, según la enseñanza que consta en el capítulo V de la obra El Evangelio según el Espiritismo, que trata acerca de las causas actuales y anteriores de las aflicciones humanas.

Cuando los conflictos no son debidamente tratados, pueden transformarse en fobias, depresión, etc., abriendo terreno para el desarrollo de la esquizofrenia, una enfermedad mental crónica, caracterizada por síntomas tales como la manifestación de alucinaciones y delirios, alteraciones del pensamiento, confusión mental, pérdida de la capacidad de experimentar y demostrar emociones, apatía, etc. 
La criatura humana estaría, entonces, constituida por dos arquetipos esenciales: el ego y el Self.  El primero correspondería a nuestras máscaras, nuestra personalidad, el yo inferior. El Self sería el Espíritu inmortal, destinado a la perfección, portador de la llama divina, la luz que aún se encuentra oculta en la mayoría de nosotros. Jung afirmó que casi todos nosotros somos portadores de elementos negativos en nuestro mundo íntimo, a los que él denominó sombra.

En un paralelo entre el Espiritismo y el Psicoanálisis Junguiano, Divaldo relacionó la sombra con el estudio de Allan Kardec referido a nuestras malas inclinaciones, y al esfuerzo que el ser humano debería realizar para superar sus imperfecciones morales. Prosiguiendo en la misma línea comparativa, demostró la concordancia entre el pensamiento del psiquiatra Emilio Mira y López -quien en el siglo XX había afirmado que las tres primeras emociones desarrolladas por la criatura humana serían, en este orden: el miedo, la ira y el amor-, y la enseñanza espírita contenida en el texto La Ley del Amor, que en el siglo XIX ya sostenía que en el comienzo de su proceso evolutivo, el Espíritu sólo tendría instintos, para más tarde desarrollar sensaciones, emociones y, finalmente, el amor.

Divaldo recordó que hasta el comienzo del siglo XX, los métodos de tratamiento de la esquizofrenia eran crueles. Con el progreso de la ciencia surgieron nuevas terapias, tales como la convulsoterapia, con uso de metrazol; después, de insulina, desarrollada por el Dr. Manfred Sakel; o la terapia del electroshock, propuesta por los Dres. Bini, Cerlletti y Kalinowski. 
Además de los métodos físicos, comenzarían a ser utilizados los abordajes psicoterapéuticos para los tratamientos de esos pacientes; y, a continuación, sustancias químicas desarrolladas en laboratorios -los denominados barbitúricos- serían indicadas para los esquizofrénicos, a los efectos de suplir las deficiencias de los neurocomunicadores naturales. En la actualidad, la esquizofrenia ya no sería una enfermedad incurable, desde el punto de vista médico -según la afirmación del disertante-, sino que requeriría un tratamiento de amplio abordaje: psiquiátrico, psicológico y espiritual.

Eso se debe a que, además de las causas endógenas (hereditariedad, enfermedades infectocontagiosas, etc.) y de las exógenas (acontecimientos de la vida, conflictos de la infancia, conflictos sexuales, narcisismo, etc.), habría una tercera causa para los trastornos psiquiátricos y psicológicos (incluyendo la esquizofrenia), la cual sería las obsesiones espirituales, es decir, las influencias negativas y de larga duración de un Espíritu sobre otro. De conformidad con lo mencionado, Allan Kardec habría estudiado profundamente el tema obsesiones en el capítulo XXIII de la obra El Libro de los Médiums, explicando que no todas las locuras son sólo una enfermedad física o psicológica; pueden, muchas veces, ser el resultado de una influencia espiritual negativa: la obsesión.

Recurriendo a la propuesta de la Organización Mundial de la Salud, que afirmaría que no existen enfermedades sino enfermos, quedó explicado que el Espíritu inmortal es el que se enferma, con reflejos en su cuerpo somático a consecuencia de sus conflictos íntimos, de las culpas que lleva como una carga, de la mala conducta, de los malos pensamientos, y que necesita -el paciente- realizar el esfuerzo de modificar el esquema de sus pensamientos y de su conducta para mejor.  
Destacando otro aspecto de aquel mismo organismo internacional vinculado a la salud, con respecto a la pandemia mundial de depresión -que podrá elevar el suicidio al estatus de causa No. 1 de muertes en el mundo-, Divaldo afirmó que la crisis que atraviesa la humanidad es, en realidad, individual: se trata de la crisis moral del ser humano.

La solución para ese panorama sombrío estaría en la Doctrina de los Espíritus, que propone al individuo empeñar todos sus esfuerzos para la superación de sus malas tendencias, y realizar todo el bien que esté a su alcance. Esa enseñanza estaría resumida en la recomendación evangélica de amar a Dios sobre todas las cosas y al prójimo como a sí mismo.  
El amor sería no sólo una recomendación teológica, sino una verdadera propuesta psicoterapéutica, de profilaxis y tratamiento de los trastornos psiquiátricos y psicológicos.

Evocando el pensamiento de Carl Gustav Jung y de Viktor Frankl, el orador aludió a que es imprescindible elegir un sentido psicológico profundo para la existencia. Para el Espiritismo, la meta más profunda sería la inmortalidad: vivir con vistas a nuestra inmortalidad, amando siempre y en toda circunstancia. 
Hacia el final de su conferencia, Divaldo destacó la unión entre la Ciencia y el Espiritismo, y mencionó que la Psicología Transpersonal -la denominada Cuarta Fuerza o Psicología con Alma-, corrobora la propuesta espírita, porque alude al ser inmortal que somos y a la necesidad de que descubramos y experimentemos esa trascendencia nuestra, cultivando la alegría de vivir y la salud moral, a fin de que conquistemos la salud integral: la plenitud.

Texto: Júlio Zacarchenco
Fotos:

(Texto em espanhol recebido em email da tradutora MARTA GAZZANIGA [marta.gazzaniga@gmail.com], Buenos Aires, Argentina)