sexta-feira, 13 de março de 2020

Divaldo Franco no Paraná Ponta Grossa

12 de março de 2020
Retornando à encantadora cidade de Ponta Grossa pelo 66º ano consecutivo, Divaldo Franco foi entrevistado pela TV local, ocasião em que respondeu questões sobre o seu sentimento com relação à Ponta Grossa; o COVID-19 – o coronavírus-19 -; o grande desafio do ser humano, isto é, fazer a grande viagem para o seu interior, descobrindo-se; e a mensagem de Jesus, o modelo e guia para a humanidade, um exemplo de ética e de moral irretocável.
Após bela apresentação do Coral Vozes de Francisco, e perante os dirigentes espíritas locais, regionais e estadual, e cerca de 2.000 pessoas que lotaram o auditório do Clube Princesa dos Campos, Divaldo Franco asseverou que aqueles eram dias igualmente semelhantes aos atuais. Realizando um passeio pelos fatos marcantes da humanidade, ressaltou a necessidade de os conhecer para refletir sobre os fatos históricos a fim de melhor compreender a realidade dos dias atuais.
Passando ligeiramente pela fundação de Roma e a sua importância, destacou os seus dois triunviratos, com maiores detalhes em torno do período em que Caio Júlio Cesar militar romano conduziu a transformação da República Romana para o Império Romano, um gigante da sociedade patrícia, mas que mesmo assim foi traído por parte do Senado e morto a punhaladas. Júlio Cesar é sucedido pelo segundo triunvirato formado por Marco Antônio, Marco Emílio Lépido e Caio Júlio Cesar Otaviano Augusto, que encerra o triunvirato - após as mortes dos outros dois integrantes - restabelecendo a República Romana e governando com reconhecidos valores morais buscando, dessa forma, reparar os equívocos e excessos perpetrados por Júlio Cesar.
Foi um período de muita paz e progresso para os romanos. Sabiamente Otaviano Augusto compreendera que um povo só é feliz quando está em paz. É necessário que haja paz, que a paz somente é possível quando existe moralidade. Essa deve começar pelos seus governantes para servir de modelo aos governados. Foi durante o governo de Otaviano Augusto que nasceu em humilde aldeia de Belém Aquele que seria o Modelo e Guia de toda a humanidade: Jesus.
Emoldurando a histórica, Divaldo se utilizando de narrativas poéticas, apresentou a Palestina dos tempos Evangélicos com suas paisagens, flores e perfumes, a brisa suave e o Mar da Galileia. Israel experimentava inquietações que não identificava. Jesus estava por chegar e permanecer algum tempo entre os homens. Havia uma expectativa no ar, havia angústia, decepção, pois que a criatura humana havia sido reduzida em importância. Israel era monoteísta, cercada por politeístas.
Na casa de Simão Pedro, Jesus, cuja face fazia lembrar uma noite de estrelas, com dois sois, seus olhos doces, em suave tonalidade azul, havia procedido as curas durante todo o dia, notadamente a de Natanael Ben Elias. Ele veio trazer Boas Novas de alegria. Ali estavam as necessidades humanas e suas aflições. A multidão, como na atualidade, estava ansiosa pela cura. Vendo-O cansado, Pedro dispersou a multidão ao entardecer, e levou o Mestre a descansar a beira do mar da Galileia, e sentado em uma pedra sob generosa sombra de uma árvore, Jesus chorou. Pedro, exultante pelos resultados positivos imaginou que Jesus chorava de alegria. No entanto, o Mestre lhe diz que era por compaixão, pois que, aqueles que haviam sido beneficiados pela cura estavam se perdendo novamente nos desvãos da moralidade e da iniquidade.
Como para as curas, é necessário que o ser humana creia para poder conquistar qualquer objetivo. Crer é uma proposta terapêutica. Simão Pedro, como os que foram curados também não compreenderam o sentido. Jesus não veio para curar as feridas do corpo, mas as da alma. Jesus veio para curar as feridas da alma para que os corpos não tenham feridas. Estabeleceu que intercederia pelos homens rogando a Deus que enviasse outro consolador para que esse ficasse permanentemente com os homens, ensinando, relembrando e esclarecendo para que possa ser consolado.
O Espírito de Verdade veio para restaurar a mensagem do Cristo, trazendo conhecimentos novos, e a sublime mensagem do amor alcança os ouvidos e os corações dos que O escutam. Jesus veio para amar. Perpassando a história do cristianismo, Divaldo Franco descreveu o panorama inaugurado pelos primeiros cristãos, que deturpado após, foram estabelecidas em seu nome as perseguições, onde os cristãos experimentaram dores acerbas no testemunho de sua fé. Como o homem é insensato! Nos períodos que se seguiram, e tendo os cristãos assomado ao poder, passaram a perseguir e a matar os perseguidores de outrora. Perseguido ontem, perseguidor hoje. Aí estão, na História, as Cruzadas, os tribunais do Santo Ofício, a Inquisição.
Jesus trouxe a sua mensagem de amor para que o homem deixasse os pântanos das emoções descontroladas, atreladas às sensações impostas pelos instintos, ensinando que os bens imperecíveis são os do Espírito imortal.
Discorrendo, ainda, sobre algumas análises elaboradas por destacados estudiosos, Divaldo abordou o pensamento da psicanalista Dra. Hanna Wolff, que considera Jesus o maior psicoterapeuta que já existiu. Suas análises e considerações estão reportadas em o livro “Jesus Psicoterapeuta”.
O amor é inspirador da busca de um sentido profundo e transcendental para a vida, encaminhando o ser humano para alcançar o discernimento e a capacidade de distinguir o bem do mal. O amor não se apega, não sofre a falta, mas frui sempre, porque vive no íntimo do ser e não das gratificações que o amado oferece. O amor deve ser sempre o ponto de partida de todas as aspirações e a etapa final de todos os anseios humanos.
Não há, portanto, razão para que a criatura humana se deixe envolver pelo manto de pessimismo que os dias atuais vêm cercando a sociedade. Não se deve valorizar o mal que graça no seio da sociedade humana, nem mesmo se deve permitir que nos tirem a paz e a alegria de viver.
Apesar dos dias tumultuosos da atualidade, onde as aflições, os ódios, as intolerâncias, os sofrimentos e as violências, é urgente aceitar e viver a proposta de Jesus, amando mais, tornando-se o ser humano, assim, mais gentil, tolerante, pacífico e manso, de acordo com os ensinamentos registrados no Sermão da Montanha, permitindo a formação de uma humanidade mais justa e feliz. Muitos, ao invés de se amarem uns aos outros como preconizado por Jesus, elegem se armarem uns contra os outros, seja no campo material, seja no emocional.
A Doutrina Espírita convida a criatura humana a estabelecer profundas reflexões sobre a vida, suas existências e o potencial que cada uma possui para melhorar-se moralmente, empregando o verbo amar em toda e qualquer circunstância. A humanidade atual vive momentos de aflição e muita apreensão ante a avassaladora multiplicação de contaminados com o coronavírus, o COVID-19. Paira sobre a sociedade humana esse bafio pestilento.
Destacando a imortalidade, o Embaixador da Paz, evidenciou o trabalho contínuo que muitos Espíritos pioneiros de Ponta Grossa, já desencarnados, continuam incessantemente realizando, sentindo-se felizes por poder auxiliar o próximo, principalmente o que se acha na dimensão material. Frisou que se deve equalizar o EGO e o SELF, estabelecendo um eixo equilibrado. Todo aquele que se diz cristão tem o dever de acolher Jesus em si, isto é, viver segundo os seus ensinamentos, tornando-se um ser mais solidário, fraternal e amoroso. Ame a vida com serenidade, sem pânico, está na hora de abraçar a caridade, é hora de não reclamar, de não pedir nada, mas de agradecer, de ser grato por tudo e todos. Nas suaves estrofes do Poema da Gratidão, de Amélia Rodrigues, Divaldo encerrou a conferência, recebendo fortíssimos aplausos, permitindo aos presentes sentir a presença do amor incondicional de Jesus envolvendo todos.
Texto: Paulo Salerno
Fotos: Jorge Moehlecke

Divaldo Franco no Paraná Maringá

11 de março de 2020
O Ginásio de Esportes Chico Neto recebeu cerca de 4.000 pessoas para assistirem a magnífica conferência cujo teor comovente versou sobre a capacidade de o ser humano de amar-se, amar o próximo, amando, portanto, Deus, transformando-se moralmente para melhor.
Ao tempo de Jesus, Magdala era uma formosa e celebre cidade à beira do mar da Galileia. Célebre por que a Rainha Cleópatra, por duas vezes, passou o verão tórrido do Egito, na calma e agradável cidade às margens do Mar da Galileia, que também tinha fama pelo seu mercado e pelo câmbio de importantes moedas.
Ali residia bela mulher, disputada por muitos. Com belas mansões e palacetes, aparentava opulência. Era o mês de Nissan – março/abril -, do calendário judaico. Assim ambientado, Divaldo narrou a comovente história de Maria de Magdala, a meretriz, que conhecendo Jesus, tornou-se uma nova mulher, abandonando, de chofre, todos os maus hábitos, distribuindo todos os seus bens, dispensando empregados e escravos, para seguir Jesus incondicionalmente.
A vida da famosa meretriz de Magdala era visitada periodicamente por forças misteriosas que a deixavam prostrada, hebetada. E porque procurara Jesus, ao encontrar um mendigo leproso que lhe pedia dinheiro, este disse-lhe que naquelas imediações havia um homem bom que curava os doentes. Maria, então, solicita-lhe que se o encontrasse fosse ter com ela, informando-a sobre o paradeiro, dando a ele uma moeda de ouro. Ele tinha lepra por fora e ela por dentro, isto é, a consciência em tormento. Era uma pecadora, uma vendedora de ilusões.
Assim sucedeu. O leproso encontrou o Messias, foi ter com Ele e ficou curado. Imediatamente foi informar a equivocada de Magdala. A noite se fazia presente. Ela se encontrava aturdida pelo acometimento que lhe visitava inesperadamente. Nestas ocasiões não recebia a ninguém. Mas o mendigo insistiu tanto que logrou o seu tentame. Informou-lhe que o Messias estava em Cafarnaum, onde pernoitaria para sair no dia imediato. Não poderia perder tempo. De barco, atravessaram o mar da Galileia e foram ter com Ele ao amanhecer.
Ao encontrar Jesus, Maria de Magdala atirou-se aos seus pés, chamando-o de Mestre querido - Raboni. Jesus se dirige a ela chamando-a pelo nome, - o Mestre a conhecia, tal qual o pastor conhece as suas ovelhas – Ele é o bom Pastor das almas, conhecendo-as, todas. Maria disse que deseja seguir-lhe os passos, acompanhá-lo. Porém, o Nazareno disse-lhe não, por ora não seria possível, não agora, mas depois. Por ora, Maria, ame, ame os filhos do mundo, tome conta deles e depois venha a mim. Vai Maria, Eu te esperarei. Vá e ame. Jesus ama as multidões, ilumina a noite dos corações.
Retornando ao seu palacete, a meretriz parecia ter enlouquecido. Ninguém a compreendia. Ela atirava pelas janelas de sua imensa casa luxuosa, as joias, seus bens preciosos, moedas e outros valores, perfumes raros e caros. Dispensou seus empregados. Libertou os escravos. Apanhou um vaso com perfume raro e foi ter com o Mestre, servindo-o com deferência e sublime amor. Passou a ser vista nas caravanas, atendendo a todos, falando de Jesus, o incomparável Mestre. Peregrinou e pregou o Reino de Deus.
O AMOR é libertador. A meretriz de Magdala amou-O como nunca. Passou a fazer parte das atividades de Jesus. Ela assistiu-O entrar em Jerusalém, no período de ramos, quando o Mestre iria, pouco depois, para o suplício no Gólgota. Jesus foi para o seu martírio, João e a pecadora convertida acompanharam-nO de perto.
Após percorrer o caminho de dor imposto pelos poderosos temporários, e já no monte da caveira, ou do calvário, Maria de Nazaré, a Santíssima, acompanhada de Maria de Magdala e de Mônica, que lhe secou o suor sanguinolento, experimentam a dor da angústia, do medo e o tormento do suplício aplicado ao inocente. A cena era tenebrosa, Jesus tomba pendurado na cruz. Tudo estava consumado.
A noite caiu sobre a terra antes mesmo de o sol se pôr. Aqueles últimos momentos foram de terrível angústia e tristeza. A ex-meretriz permaneceu ali, constrita, em profunda tristeza e ao amanhecer foi ao sepulcro e lá já não encontrou o corpo do Messias. Vislumbra, na penumbra da madrugada, uma silhueta, imagina ser um zelador, e pergunta para onde haviam levado o seu Senhor. Ele, então, se volta, ela se viu diante do Mestre, que não se deixa tocar.
Maria de Magdala saiu dali e foi ter com os demais discípulos, informando-os sobre o sucedido. O Mestre está vivo, exclama ela. Não acreditaram nela. Maria Santíssima, disse-lhe, então: - Minha filha, meu coração de mãe diz que tu o viste. Já Tomé, somente mais tarde foi acreditar, desejava tocar em suas chagas para que tivesse certeza de era realmente o Mestre.
Depois desta aparição, Jesus ainda teve outras oportunidades para se fazer notar pelos circunstantes, reafirmando a sua natureza espiritual ímpar. Estimulou e encorajou aos que estiveram com Ele a saírem por toda a parte para pregarem o Evangelho para todos.
No passado, como na atualidade, o preconceito vige soberano. Maria de Magdala não conseguia trabalhar. E por não encontrar trabalho, ao passar de uma caravana de sírios leprosos que procuravam pelo Mestre, no desejo de serem curados, e não sabendo do que havia sucedido no Gólgota, Maria de Magdala dá-lhes a notícia.
Ela falou aos leprosos sírios com uma ternura como nunca, e como não tinha a ninguém, foi ter com eles, passando a falar de Jesus para aqueles doentes. Em estando no meio de leprosos, adquiriu a peste. A lepra se alastrou, tomou-lhe o corpo outrora belo e, agora, quando falava aos leprosos, se dirigia não mais a vós, mas a nós, pois que, então, fazia parte do número dos contaminados.
Maria de Magdala decidiu, então, visitar a Mãe Santíssima, em Éfeso. Viajava à noite, para não ser importunada. Depois de longas noites caminhando, chegou à Éfeso pela manhã. Já quase sem forças, desfaleceu, e um casal de cristãos recolheram-na para a casa de Maria Santíssima e de João.
Por três dias e três noites Maria de Magdala permaneceu em delírio. Na manhã do terceiro dia sentiu algo estranho e uma força arrancou-a da carcaça, sendo acolhida por um grupo de seres angélicos. Viu-se à beira do mar, ouvia suave melodia e aquela luz, pairando sobre as águas, arrebatou-a às alturas, acolhendo-a. Era Jesus. Luz fulgurante rasgou os céus. Maria de Magdala havia transposto a porta estreita. No amor que Jesus nos ensinou está a resposta para todas as amarguras. Está a resposta para a nossa busca no amor. Jesus veio para que cada ser humano possa atravessar a porta estreita, consolando, apresentando o reino dos Céus. Esta comovente história está contida no livro Estrela Verde, sob o título - Mirian de Migdal: capítulo 3, uma compilação de Delcio Carvalho, da Editora LEAL.
Finalizado o fulgurante encontro pacificador de corações e estimulador do amor, Divaldo Franco foi calorosamente aplaudido de pé. Marcando esse evento, as lideranças espíritas locais prestaram-lhe singela homenagem.
Texto: Paulo Salerno
Fotos: Jorge Moehlecke