segunda-feira, 5 de outubro de 2015

Registro. XXIX Encontro Fraternal com Divaldo Pereira Franco Santo André, SP

27-09-2015

Neste domingo, dia 27 de setembro, o médium e orador espírita Divaldo Pereira Franco participou do XXIX Encontro Fraternal na cidade de Santo André/SP. O evento ocorreu durante todo o dia na sede da Instituição "Amélia Rodrigues" e contou com um público de cerca de 4000 pessoas.

No período da manhã, das 9h às 12h, Divaldo realizou um minisseminário sobre o amor.

Como preâmbulo do tema central, o médium recorreu às propostas dos eminentes psiquiatras Viktor Frankl e Carl Gustav Jung que ressaltam a necessidade de a criatura humana eleger um sentido psicológico profundo para a sua existência e vivenciá-lo ao longo da jornada carnal. A denominada terapêutica do sentido da vida seria indispensável para que todos pudéssemos ter resistências morais para os embates do dia-a-dia. Nesse sentido, surgiria o amor como o mais excelente e eficiente sentido existencial para uma vida saudável, de equilíbrio, pacífica e feliz. O amor, na sua manifestação mais ampla, seria, de fato, a solução para todas as intrincadas problemáticas do ser humano.

Analisando a interação mente-corpo ou, ainda, Espírito-perispírito-corpo físico, a tríade que compõe o ser reencarnado, foi explicado que cada indivíduo é um universo em si, que deve ser descoberto, compreendido e cuidado, e que todas as manifestações de nosso ser iniciam-se no pensamento. De modo a corroborar esse ensinamento espírita,  Divaldo falou das pesquisas dos Drs. David Bohm e Stewart Wolf, ambos físicos quânticos, que afirmaram que os pensamentos e as emoções influenciam os eventos quânticos, gerando, inclusive, alterações na forma de nosso DNA. Pensamentos e emoções negativos deformariam o nosso DNA e comprometeriam a nossa atividade imunológica, levando-nos a estados de doença, enquanto que os pensamentos e as emoções superiores teriam um efeito fomentador do equilíbrio e da saúde integral em nós. O equilíbrio de nosso universo particular, tanto quanto do universo infinito, estaria fundado na lei de Amor.

Avançando em suas reflexões em torno do tema, Divaldo discorreu sobre a "lei de Amor", conforme as instruções espirituais contidas no capítulo XI de "O Evangelho Segundo o Espiritismo", elucidando que no início de nosso processo evolutivo na condição humana vivemos mais instintivamente, mas que na medida em que ocorre o nosso progresso intelecto-moral, desenvolvemos as sensações, as emoções e, finalmente, os sentimentos nobres, cuja culminância é o sentimento do amor universal. Isso dar-nos-ia uma compreensão mais profunda a respeito de nosso estágio evolutivo e de como experimentamos o amor em nossas vidas, ou seja, ainda numa condição mais instintiva, sensorial, sexual.

Nesse ponto do seminário, o enfoque foi sobre o amor de natureza sexual e as experiências humanas nesse contexto. Foi demonstrado como o amor sexual ainda tem primazia na vida da maioria das criaturas humanas, muitas vezes em detrimento do amor espiritual, ficando isso evidente quando, na História da Antiguidade Clássica, encontramos as figuras mitológicas dos deuses Eros e Cupido, os quais, de alguma forma seguem idolatrados por grande parte da sociedade contemporânea. Divaldo abordou os tormentos do sexo em desalinho, os desvios da libido e a terapêutica espírita para a condução equilibrada das forças sexuais, que, segundo destacou, devem ser aproveitadas sim, porque divinas, mas dentro de uma conduta moral muito séria, a fim de que possam proporcionar-nos a plenificação espiritual. 

Retomando a sua fala inicial, Divaldo concluiu o seminário reafirmando que o Amor, esse sentimento sublime e que foi ensinado e vivenciado de maneira incomparável por Jesus, é a solução para todos os males, conflitos e crises da Humanidade; que devemos eleger o Amor , incluindo-se nessa proposta o auto-Amor, como a meta essencial para a nossa existência, insistindo, sem tréguas, nesse ideal redentor, que nos conduzirá aos estados interiores de alegria, segurança e paz.

No período da tarde, houve várias apresentações musicais e também um período de algumas horas em que Divaldo Franco esteve à disposição de um imenso público para autógrafos e cumprimentos.

No início da noite, às 18h, o médium retornou ao palco principal para a conferência de encerramento do encontro.

Suas primeiras colocações foram no sentido de que a manifestação excelente do Amor constitui o grande desafio de todas as pessoas. Conforme esclareceu Divaldo, a Terra é um planeta que serve para experiências reencarnatórias de Espíritos ainda não muito desenvolvidos sob os aspectos moral e espiritual. Isso explicaria por que todos trazemos tantas heranças negativas de existências passadas, conflitos psicológicos profundos, hábitos e paixões inferiores de difícil superação. Considerando o processo de evolução espiritual, ainda estaríamos mais próximos do estágio dos instintos e das sensações, do que do estágio dos sentimentos nobres, da vivência do amor universal, da razão e da intuição.  Todos esses aspectos ainda inferiores de nosso ser constituiriam a nossa sombra, segundo o pensamento do psicanalista americano Dr. James Hollis. A nossa tarefa na Terra, portanto, seria a de trabalharmos para que essa sombra fosse iluminada e, assim, diluída, num processo conhecido como individuação.

Essa proposta do Dr. James Hollis estaria perfeitamente concorde com a orientação da Psicologia Espírita, porquanto, ao definir o verdadeiro espírita ou o verdadeiro cristão, Allan Kardec referiu-se à necessidade imperiosa de os indivíduos empreenderem todos os esforços possíveis para se transformarem moralmente para melhor e evitarem ser arrastados por suas más inclinações.
Divaldo esclareceu que para a realização desse processo de individuação - ou transformação moral para melhor-, é necessário que nos utilizemos das ferramentas do amor e do autoamor, conforme recomendação terapêutica de Jesus, exarada no amor a Deus sobre todas as coisas e ao próximo, assim como a si mesmo. É fundamental, segundo o médium, que na viagem do autodescobrimento utilizemo-nos do amor para que não sejamos os carrascos de nós mesmos, num comportamento autopunitivo, e nem nos tornemos coniventes com os próprios erros, porque o autoamor nos convida ao dever de nos melhorarmos de pouco a pouco, para que nos libertemos do sofrimento.

Para ilustrar o poder transformador do amor, foi narrada uma comovente história de uma jovem ludibriada por seu namorado e que acabou nas malhas terríveis da prostituição sexual. Essa jovem, após ouvir uma palestra espírita, na qual fora narrada a vida de Maria Madalena, foi tocada profundamente pelo exemplo de transformação radical da ex-meretriz de Magdala e, por sua vez, sentindo o poder de atração do amor de Jesus, decidiu-se por abandonar definitivamente a vida de meretrício, posteriormente consorciando-se e tendo catorze filhos, sendo alguns adotivos, demonstrando que não importa o nosso passado, mas sim o que fazemos de nossas vidas no presente. O amor, esse "sol interior que reúne em seu foco ardente todas as aspirações sobre-humanas", seria, sem dúvida, a mais poderosa força de transformação e sublimação de vidas.

Na conclusão da conferência, utilizando-se da mediunidade psicofônica com transfiguração de Divaldo, Dr. Bezerra de Menezes (Espírito) ofereceu belíssima e profunda mensagem a todos os presentes, afirmando que trazemos em nós uma chispa divina, que é a própria presença de Deus na criatura humana. Dirigindo-se aos espíritas-cristãos, Dr. Bezerra falou da honra de conhecemos o Evangelho de Jesus e da imensa responsabilidade que paira sobre nós em virtude desse conhecimento, porquanto já estamos conscientes de que a nossa vida deve ter um sentido ético-moral muito profundo e que a existência terrena deve ser bem aproveitada no cumprimento de nossos deveres morais, a fim de que, quando a morte física nos arrebatar do corpo, a nossa consciência esteja tranquila e não experimentemos as angustiantes perturbações dos que malbaratam a oportunidade reencarnatória. O nobre benfeitor espiritual concluiu sua mensagem dizendo que todos fomos criados para a glória estelar e que devemos bendizer as dores e a agradecer a dádiva da purificação espiritual, amando o quanto pudermos e servindo o quanto possível, porque o serviço ao próximo representa a própria paz de Deus em nós.

Texto: Júlio Zacarchenco
Fotos: Jorge Moehlecke



(Recebido em email de Jorge Moehlecke)


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