segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Registro. XXº Congresso Espírita Nacional Calpe (Alicante) Espanha

6 de dezembro de 2013.

Nos dias 6,7 e 8 de dezembro de 2013 teve lugar, em Calpe (Alicante), o XXº Congresso Espírita Nacional.
O Paulo de Tarso da atualidade fará no Congresso, a conclusão final desta intensa trajetória em solo espanhol e em seu país vizinho, o Marrocos. Aqui está como um convidado especial e destacado para realçar o evento, pois é o encarregado pela abertura e o seu fechamento.
Em 6 de dezembro, às 10 horas, tendo sido inaugurado o Congresso, realizou-se uma pequena homenagem a um grande homem, Nilson de Souza Pereira, tio Nilson. A homenagem sensibilizou profundamente aos presentes, incluindo Divaldo, que ao subir à tribuna, referiu-se a Nilson como "exemplo vivo do verdadeiro espírita, tal como consta em o Evangelho Segundo o Espiritismo."
Abriram-se, assim, as portas para a magnífica apresentação da sua conferência, que tinha como abordagem "O Espiritismo como Filosofia de Vida", um título que foi designado como tema principal do XXº Congresso. Divaldo começou sua extensa exposição, apresentando ao público o Século XVII como sendo o século em que a religião deixa de governar a Ciência, ocorrendo uma cisão natural entre ambos, assentando-se a primeira na fé cega, e a segunda na razão. Ao escolher, a Humanidade, a razão ante a fé, aparece o materialismo, que posteriormente atenua-se com o surgimento da Enciclopédia e o anúncio dos Direitos Humanos, juntamente com a Revolução Francesa, em 1789.
Em 2 de dezembro de 1804 é auto coroado, na catedral de Notre Dame de Paris, o ditador Napoleão Bonaparte, que paradoxalmente tenta trazer de volta a ideia de Deus para a mente do povo francês, o povo da luz do Século XIX, no qual também dois meses antes viu nascer Hippolyte Léon Denizard Rivail, o ínclito Codificador da Doutrina Espírita, que adotou o pseudônimo de Allan Kardec.
O fantástico trajeto histórico-filosófico que nos apresentou Divaldo, mostrava pormenorizadamente as ideias pessimistas do filósofo alemão Arthur Schopenhauer e a filosofia nihilista de Friedrich Nietzsche, que pretendeu gravar nos corações a sua célebre frase "Deus morreu", extraída da sua obra Assim Falou Zaratustra.
Continuou ele a surpreender os congressistas com seu excelente verbo, passando pelo filósofo dinamarquês Soren Kierkegaard, com o retorno à religiosidade, e pelo criador do Positivismo, Auguste Comte, para desembocar no surgimento dos fenômenos mediúnicos de Hydesville, ao tempo em que apareceu o Manifesto Comunista, de Karl Marx, até surgir O Livro dos Espíritos, como uma aliança entre fé e razão, oferecendo ao mundo a fé raciocinada.
O Espiritismo, como uma filosofia de vida, vem para gravar em nossa alma, com letras douradas, o Sermão da Montanha, pois trata-se do verdadeiro Cristianismo redivivo, que nos dá um verdadeiro sentido para a vida, levando-nos ao desaparecimento das paixões primitivas que acompanham, ainda, muitas consciências adormecidas. O Espiritismo, que é positivista e nunca pessimista, tem como base a moral de Jesus, e nos ensina a mergulharmos no Reino dos Céus, que está dentro de nós, identificado com o Self, de C. G. Jung, instruindo-nos a sermos espíritas através dos nossos atos e não por nossas palavras.
A excelência do Poema da Gratidão, inspirado pelo notável Espírito Amélia Rodrigues, serviu para concluir a sua conferência e para envolver ao público em um suave perfume com o aroma da Caridade.
                   Texto: Xavier Llobet
                   Fotos: Manuel Sonyer e Vitor Féria
                  Tradução para o português: Delcio Carvalho

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