sábado, 25 de outubro de 2014

Registro. Seminário com Divaldo Pereira Franco na XVIII Semana Espírita de Torres, RS

19 de outubro de 2014
Dentro da programação da XVIII Semana Espírita de Torres, promovida pela União Municipal Espírita, o orador e médium espírita Divaldo Pereira Franco encerrou o evento com o minisseminário Terapia do Perdão. O local foi o auditório do Centro de Convenções ULBRA-Torres, que ficou lotado com novecentas pessoas. Os momentos iniciais foram protagonizados pelo Grupo de Canto da Sociedade Espírita Bezerra de Menezes, de Torres, composto pelos integrantes do Departamento da Infância e Juventude, cuja apresentação recebeu fortes aplausos.
A partir do Século XVII, com o advento da separação entre a ciência e a religião, a criatura humana começou a ser estudada com mais profundidade no seu aspecto psicológico. O conhecimento oriental e o ocidental contribuíram para que o homem fosse melhor caracterizado. Divaldo apresentou as características da criatura humana segundo renomados estudiosos, como Emilio Mira y Lopes. A primeira característica é a persona; a segunda a identificação; a terceira o conhecimento; a quarta a consciência de si; a quinta característica a consciência cósmica.
A terapia do perdão encontra-se toda no enunciado de Jesus: o amor. Amar a Deus, ao próximo e a si mesmo. Dois pedidos Ele fez ao homem, a nós, que nos amassemos como Ele nos amou. E o segundo, que não fizéssemos aos outros o que não desejamos para nós. É fundamental que a criatura humana reabilite-se perante as Leis Divinas. Nas relações interpessoais o exercício a ser realizado é a tolerância para com as imperfeições alheias, é ser benevolente, é perdoar e autoperdoar-se.
Os estrategistas militares dos primeiros decênios do Século XX, afirmavam que a Primeira Guerra Mundial seria a guerra que terminaria com todas as demais. Equivocaram-se. Os homens continuaram a entredevorarem-se. O ocidente contra o oriente, sendo que as religiões foram as que mais incitaram os conflitos bélicos. O que justifica a guerra são os níveis de consciência em que se encontra a criatura humana. Muito belicoso, o ser humano apresenta uma disparidade muito grande entre o nível intelectual e a conduta ético-moral.
Concomitante à Primeira Guerra Mundial, aconteceu a guerra entre turcos e armênios, quando a Turquia dizimou um milhão e quinhentos mil armênios por questões étnicas. Entre tantos dramas, e para ilustrar a temática do perdão, Divaldo narrou a história de uma jovem armêna que teve seus pais mortos e sua irmã, com doze anos de idade, jogada aos soldados que a violentaram, matando-a. A sobrevivente, com quinze anos, foi transformada em escrava sexual.
Decorrido algum tempo, esquálida, ela conseguiu fugir. Diplomou-se posteriormente como enfermeira. Por volta do ano de 1926, trabalhando em um hospital público em Istanbul/Turquia, foi chamada para cuidar de um enfermo coberto de úlceras purulentas, fétidas. Para tal ela deveria se internar com o paciente, seria por poucos dias, ele iria morrer em breve. Dedicada e eficiente, salvou-lhe a vida, restabelecendo-lhe a saúde. Após seis meses o enfermo estava deixando o hospital. Foi agradecer ao diretor. Esse lhe disse que o mérito era da enfermeira que havia lhe atendido naquele período.
Durante o tratamento a enfermeira não falava com o paciente, com raras exceções. Agora, frente a frente, os dois trocaram algumas palavras. Identificaram-se, o então oficial que havia assassinado seus pais, jogado sua irmã aos soldados e aquela que fora sua escrava sexual. Perguntou se ela o havia reconhecido. Como a resposta foi positiva e o reconhecimento foi desde o início, voltou a perguntar por que não o havia matado, ou simplesmente deixado morrer, corroído pelas úlceras.
Se o fizesse, respondeu, se igualaria ao algoz, e sua consciência a puniria severamente, por haver se rebaixado ao nível daquela sordidez. Como tornara-se cristã, ao conhecer Jesus através do Sermão da Montanha, tomou a si o dever de amar até aos inimigos. Foi o que fez. Perdoou. Apertaram-se as mãos.Se fosse você, perdoaria? Indagou o Professor Divaldo, para que uma reflexão fosse feita.
O perdão é terapêutico, pois quem perdoa vive mais e com melhor qualidade de vida. Na psicologia do perdão o importante não é esquecer, mas não guardar rancor, mágoas, desejos de vingança, conectando-se com as energias maléficas. Não tenha medo de amar. Ame! Reserve alguns minutos para meditar sobre si e seus atos. Ter uma religiosidade é muito importante. Alguns psicoterapeutas estão indicando a leitura do Evangelho de Jesus.
O sentimento que deve ser nutrido pelo ser humano é o amor. O amor é a solução para todos os problemas. O público agradecido, atento e muito participativo, aplaudiu de pé o Embaixador da Paz no Mundo, Divaldo Pereira Franco. Todos envolvidos em energias benfazejas, quase que silenciosamente foram retirando-se, meditando sobre os conceitos ali expostos.
    Texto: Paulo Salerno
    Fotos: Jorge Moehlecke

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