segunda-feira, 23 de setembro de 2019

Encontro Fraterno com Divaldo Franco Mata de São João, Bahia

21 de setembro de 2019
O Encontro Fraterno com Divaldo, em sua 22ª edição, conta com a participação de 660 pessoas. Além dos expositores e inscritos, há uma grande equipe de trabalhadores sustentando a realização do evento em vários setores, que sob a liderança de Telma Sarraf, Vice-Presidente da Mansão do Caminho, atendem com cuidado, atenção, dedicação e carinho. Além de uma livraria, há setores que disponibilizam diversos materiais para serem comercializados. São doações que geram recursos para as obras sociais da Mansão do Caminho.
Envolvidos em alegria e confraternizando, os participantes do Encontro Fraterno com Divaldo Franco foram recepcionados na bela e tranquila manhã de sábado, 21 de setembro, com envolvente momento artístico, produzindo harmonia, paz nos corações e aspirações de superação.
O tema da manhã foi a angústia. Cristiane Lenzi Beira, psicóloga, descreveu essa sensação psicológica, como sendo algo que sufoca, é um aperto no peito, que gera insegurança, ansiedade. Narrando a sua própria experiência ao experimentar a angústia, Cristiane disse que, como qualquer semente, para germinar, passa por um processo, algumas fases, sendo necessário transitar por um período, fechada em sua cova, para então germinar, brotar, se apresentar débil e exigindo cuidados até tornar-se o que verdadeiramente é.
O ser humano também experimenta essas fases, e a superação da angústia, como na semente, começa no interior, dentro da criatura. A angústia faz parte do crescimento, ela provoca um pouco de solidão, quando há a oportunidade para poder identificar-se, isso é natural. Assim, é necessário suportar essas fases naturais do crescimento da criatura humana, evitando, contudo, permanecer estacionado no interior, negando-se a desabrochar, a germinar, sair, por assim dizer, da cova onde estava.
A criatura humana, em sua individualidade, deve ser o que é preciso ser, evitando ser o que os outros pensam. Em cada situação, Deus tem um propósito específico, visando sempre o enriquecimento, melhor se equipando, a criatura, de aspectos emocionais e psicológicos. A angústia é um convite para o autodesenvolvimento, para aproximar-se mais de sua natureza.
Todos os que sentem angústia devem buscar apoio, ajuda, contato humano, envolvendo-se em atividades extras, nobres. A angústia não precisa ser triste, é somente uma oportunidade de crescimento. Como tudo em a natureza, transita em fases duras, difíceis, buscando a plenitude, sabendo que a solução deve ser buscada no interior, dentro de si. Assim como a metamorfose é um processo de crescimento, de transformação e de aperfeiçoamento, o homem também experimenta semelhante processo, pois que sentir angústia é natural.
A sensação de ser pequeno ante um processo é somente uma interpretação, é um ponto de vista, não é real, é somente uma descrição de como está sentindo, sendo necessário aprender a dulcificar o processo, desenvolvendo a essência. É importante sair do seu ponto de vista egoico, transitando para a frequência cósmica, isto é, deixar de se sentir vítima, olhando-se para si exclusivamente, para começar a compreender que deve mudar o seu padrão de frequência, interagindo com o meio, sentir-se no contexto, fazendo parte, integrando-se. Há que se realizar um esforço para sair das vibrações baixas, alcançando as altas frequências. Assim como as sementes precisam desabrochar, crescer, evoluir com equilíbrio, contado com qualquer ajuste realizado internamente para produzir resultados positivos, tal é o homem que deve experimentar com lucidez a angústia, compreendendo-a como mecanismo de crescimento de transformação, atingindo novo patamar.
Um bom método é dialogar com a angústia, olhar para dentro de si com coragem e determinação visando identificar a essência, avançando, sendo resiliente, sem se deixar envolver pela tristeza. Embora esteja aflito, continuar com o dinamismo, empregando a flexibilidade, não sendo resistente, rígido para poder desenvolver-se, transformar-se.
Todos devem aproveitar os acontecimentos, passando por eles, transformando-se, crescendo, fazendo bom uso da angústia, sabendo que o adversário é interno, enfrentando-o através do diálogo sincero e corajoso, fazendo algo por si mesmo, exercendo o autocontrole, realizando reflexões otimista, realizando ações enobrecedoras. Busque apoio se necessário, cuide com mais intensidade o seu coração, sua alma (SELF) e menos o seu umbigo (EGO).
Após uma pausa para a realização da foto de todos os envolvidos no Encontro Fraterno, e que é tradicional, o evento teve continuidade com as abordagens realizadas por Divaldo Franco, o Mensageiro da Paz. Afirmando que a angústia foi muito bem desenhada por Cristiane, ressaltou que há temas que se encontram no campo do sentir, e não do de expor. Se utilizando da mitologia grega, o Arauto do Evangelho conduziu os presentes ao entendimento de que a angústia é a busca, é a insatisfação do que somos, anelando soluções, é um contínuo processo de crescimento espiritual. A angústia é uma emoção que o indivíduo sente ao estar frente a um acontecimento, uma circunstância, ou como consequência de lembranças traumáticas.
Na sua elucidação, Divaldo discorreu sobre as angústias que foram experimentadas pelos libertos dos campos de concentração nazista, ao final da II Guerra Mundial. Perguntavam-se, os libertos, por que haviam sobrevivido? Por que não haviam morrido, enquanto muitos haviam sido exterminados? Na angústia os personagens não são reais, são representações criados por ela. Compreendendo que Deus administra o Universo, e Deus sendo amor, tudo o que ocorre é estímulo para o desenvolvimento humano.
A angústia é um estado transitório anunciando a mudança que se avizinha. Na angústia, as sensações se tornam agudas. Neste estado emocional, conforme o grau em que se apresenta, o indivíduo sente que a vida perde o sentido, torna-se vazia, os anseios se ausentam, os prenúncios de acontecimentos futuros vão se avolumando, criando um quadro de expectativa quase que sufocante. Somente pelo amor, através de suas inúmeras manifestações, é possível conquistar a angústia.
Divaldo Franco, Professor por excelência, apresentando alguns casos, foi elucidando as ocorrências da angústia, descortinando um panorama amigável, colaborando para o entendimento dessa problemática emocional, utilizando-se, também, de cenas jocosas, desanuviando mentes, asserenando corações, conduzindo ao entendimento de que o ser humano é vida, não é homem nem mulher, é vida, enfatizou. A angústia não é um estado mórbido, mas um processo de amadurecimento da alma, plenificando-a, tanto quando a vida. A criatura humana possui tudo o que necessita, e ao se analisar, inventariando o que tem e o que é, irá perceber que é muito mais do que tem. Derramando bênçãos sobre todos, Divaldo Franco encerrou a atividade declamando o Poema da Gratidão, de Amélia Rodrigues. Corações em júbilo saudaram o orador de escol com prolongado aplauso, colocando-se em pé para saudar com reverência o amigo anfitrião.

A noite já se fazia presente em Mata de São João, e no interior do Hotel Iberostar Praia do Forte os participantes do Encontro Fraterno com Divaldo Franco se movimentavam, buscando os seus lugares para mais uma excelente oportunidade de riquíssimo aprendizado. Ansiavam por vivenciar mais uma experiência, agregando-a ao patrimônio íntimo, capacitando o Espírito. Estava por começar o Momento interativo-terapêutico que recebeu o título: Ansiosa solicitude pela vida – Meus anseios. Logo após o harmonioso momento artístico, Divaldo Franco, Juan Danilo Rodríguez, Cristiane Beira e Simão Pedro de Lima se prepararam para conduzir esse especialíssimo momento, que se constituiu em enlevo, fortes emoções, que sensibilizou todos, a começar pela prece, O pai Nosso, proferido no idioma Guarani, pela representante paraguaia Ângela Spran. Foi uma homenagem aos povos selvícolas guaranis do Paraguai e do Brasil.
Divaldo, em gratidão, chamou ao palco todos os integrantes da Diretoria do Centro Espírita Caminho da Redenção, homenageando-os, reconhecendo os serviços que prestam, bem como os esforços que realizam para bem conduzir a instituição. São eles: Demétrio Lisboa, Telma Sarraf, João Neves, Divaldo Franco, Mário Sergio de Almeida, Nilo Calazans – ausente por estar em recuperação da saúde -, e Rose Mussi. A Mansão do Caminho é um dos nove departamentos do Centro Espírita. Divaldo Franco agradeceu publicamente pelos ingentes esforços em construir um mundo melhor. Em reconhecimento e, também, homenageando a diretoria, o público dedicou-lhes uma intensa salva de palmas, pondo-se de pé.
O momento interativo, que começou a ser preparado no primeiro dia do encontro, quando todos tiveram a oportunidade de escrever, em um pequeno cartão, as suas respostas para a seguinte indagação: Quais os impedimentos para alcançar a vida plena que anseia? Na entrada deste evento, cada participante recebeu um pequeno envelope onde estava contida, por assim dizer, a resposta da Benfeitora Joanna de Ângelis, pinçada de suas obras, atendendo as indagações de cada um. Representando as demais, foram sorteadas quatro perguntas. Seus formuladores se apresentaram no palco, levando consigo as respostas envelopadas, que foram interpretadas por Juan Danilo, Simão Pedro, Cristiane Beira e Divaldo Franco.
Divaldo Franco e os convidados acima nominados destacaram que cada ser humano é a soma de suas construções mentais, cabendo a cada um identificar se estão edificadas na rocha ou na areia; os processos de ira e de raiva devem ser tratados com serenidade; todo o anelo deve começar hoje, sem diminuir-se, todos possuem capacitação para avançar, centrado no mundo material para alcançar o espiritual; é necessário destruir as velhas construções mentais para poder erigir as novas, sem se deixar influenciar pelas dúvidas; crer em seu melhor, acreditando ser capaz para superar quaisquer obstáculos; a paz é construída na intimidade de cada indivíduo, é uma atitude ante os problemas e os conflitos; sentir-se em paz é estar quites com a consciência e com a vida; o autoconhecimento é fundamental para avançar na direção da eliminação dos impedimentos que obstaculizam uma vida plena; a paz não significa a ausência de conflitos, mas vivenciá-los com serenidade; é necessário o aprofundamento do conhecimento do mundo íntimo para poder identificar qual é, verdadeiramente, o principal fator que precisa ser identificado, especificamente; com o coração plenificado se possui paz para poder superar algumas sombras, trabalhando a sensibilidade;
Iluminar-se com a verdadeira fé, a que é raciocinada, a que dá confiança e certeza, dando atenção para a intuição, agindo com coragem; construir a fé a ponto de repetir as inúmeras manifestações de fé que se encontram no Evangelho de Jesus; é importante identificar qual o melhor caminho, mas, mais importante é decidir como irá percorrer esse caminho; tranquilidade, paz e confiança são importantes para desenvolver a confiança interna no trabalho que realiza, embora se encontre no meio da balbúrdia, isto é a paz interior, sem ela há desespero; as dificuldades são mecanismos para desenvolver a segurança; o perdão mais profundo é para consigo mesmo, ele é o mais importante; compreender qual é a relação, a importância, que o outro tem na sua existência, o que ele significa; não é possível obrigar alguém a gostar de nós; cada um precisa da sua própria aprovação, a aprovação do outro não é importante; o amor não tem correspondência, simplesmente ame, se somos amados é de menor importância; para construir um projeto de vida, trace primeiro as suas linhas gerais, na segunda fase, a da execução, especifique até chegar na essência, detalhando como fazer; perdoar é saber tolerar as ofensas até tornar-se não ofendível;
Quando fizer algo, faça-o bem, determinando por onde começar; fazer o bem é um exercício, simplesmente comece a fazer; aprende-se a fazer o bem no processo de fazer o bem conforme vai acontecendo; entre em ação já; transformar-se pela renovação dos próprios conceitos; caminhar com os valores da alma; a mudança somente acontece quando se renova a consciência; a Lei Natural é a Lei de Deus; a felicidade é cumprir a Lei Divina; conhecer para poder tornar-se mais capaz para oferecer as melhores orientações; quem resolve mudar já iniciou o processo de mudança, necessita somente de perseverar na mudança; o anseio por uma vida plena se concretizará.
Assim, com essas observações que orientam, cada participante pode se identificar com uma ou outra, ou com muitas delas, planejando eliminar os impedimentos para alcançar uma vida plena, colocando o planejamento em execução. Cumprido o programa, a atividade foi encerrada, e pensativos, os participantes, reflexivos, começaram a se recolher, preparando-se para um novo dia que será vivido com a amorosidade divina a envolver cada criatura.
Fotos: Jorge Moehlecke
Texto: Paulo Salerno


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