quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Homenagem a Jésus Gonçalves Divaldo Pereira Franco relembra a benfeitora Zaira Pitt


Conheci D. Zaira Pitt no ano de 1951, quando em visita a Salvador, a fim de conhecer a família dr. Carneiro Ribeiro, intelectual baiano, que se comunicava em S. Paulo e realizou uma cirurgia espiritual, liberando-a de um câncer. Na ocasião esteve em visita ao nosso Centro Espírita.
Naquele mesmo dia, eu tivera mantido um contato espiritual com Jésus Gonçalves, que me apareceu ao entardecer, enquanto eu orava no quintal da residência em que morava.
Vi um Espírito assinalado por muitas marcas deformantes e fiquei assustado, pensando tratar-se de uma Entidade obsessora. Ele, porém, captando o meu pensamento, informou-me: - Não sou um obsessor. Chamei-me, na Terra, na última existência Jésus Gonçalves e desencarnei na Colônia de hansenianos em Pirapitinguí, em São Paulo. Sou teu irmão. Conhecemo-nos desde há alguns séculos... Receberás hoje algumas pessoas amigas, que nos são muito caras. Elas te irão ensinar como deves proceder, a fim de visitar os nossos irmãos que se encontram internados na Colônia de Àguas Claras, nesta cidade. (Eram hansenianos.)
Tomado de espanto, eu lhe redarguí: - Tenho tanto horror da lepra, que não irei lá nunca.
Ao que ele respondeu-me: - Tu preferes ir lá, ou ires para lá?
Eu concordei, que era melhor ir lá.
Realmente, naquela noite, recebemos a visita de três senhoras muito bonitas e bem vestidas que se diziam residentes em São Paulo.
Eu narrei a ocorrência e as três, sorrindo, confirmaram que haviam sido amigas do mesmo, enquanto na Terra. Contaram-me os seus labores em São  Paulo, na seara espírita.
Elucidaram-me como deveria fazer, a fim de visitar a comunidade dos irmãos sofredores vitimados pela hanseníase.
A partir dali, tomamos a iniciativa de procurar o Setor próprio na secretaria de Saúde do Estado, em tentativa de conseguir autorização para a visita.
As circunstâncias da época eram muito perversas. A comunidade era dividia em 3 setores: o dos sadios, o intermediário, onde se encontrava o ambulatório de atendimento dos enfermos e o dos doentes, onde tinham suas residências.
Era mesmo proibido o contato direto ou próximo com os pacientes.
Tivemos que lutar por meses consecutivos até conseguir a visita, em dezembro do mesmo ano, ao Sol de 10 da manhã em praça aberta na Colônia.
A partir de então, passamos a fazê-lo até há quatro anos quando foram desativadas as comunidades, recebendo somente pacientes temporários, para atendimentos pré e pós-cirúrgicos...
Nesse ínterim, recebemos a visita do sr. José Gonçalves Pereira, espírita nobre, graças à recomendação das senhoras, uma das quais, a dama respeitável e bela era D. Zaira Pitt.
Por correspondência, a nova amiga insistia para que eu fosse a S. Paulo, hospedando-me no seu lar e podendo realizar uma programação de divulgação doutrinária na capital.
Por fim, no dia 31 de dezembro, viajei à grande urbe, indo hospedar-me na residência dos Srs. Oswaldo e Zaira Pitt.
D. Zaira fazia reuniões no lar, à tarde, as quais tinham como participantes senhoras de destaque na sociedade, que não podiam estar presentes às noites, em razão das exigências dos maridos, alguns industriais, que lhes exigiam companhia para jantares e outras atividades sociais.
No dia 1º de janeiro de 1952, viajamos a Araras, onde conhecemos os irmãos Joaquim Alves, o Jô, a quem Chico dirigirá a carta de 1962, muito nosso amigo, dr. Lauro Michielin e o casal Mercatelli, que realizavam no lar, reuniões de tiptologia, com uma veracidade impressionante e de que participamos por primeira vez.
Dr. Lauro e o casal Mercatelli estavam empenhados em campanhas para a construção do Hospital Antônio Sayão (hoje Clínica Sayão), de psiquiatria, que se tornou um dos mais respeitáveis do país na sua especialidade.
Posteriormente, visitamos a Colônia de Pirapitingui.
Recordo-me que D. Zaira levou conosco uma dama viúva de uma destacada família paulistana, a fim de que a mesma a ajudasse a mobiliar o pavilhão que havia erguido em favor dos hansenianos e tuberculosos...
Quando chegamos à Colônia, vieram receber-nos algumas pessoas trazendo uma senhora cega, que de imediato me descreveu e à viúva, dando-lhe uma mensagem profunda do seu esposo desencarnado, que lhe pedia que retirasse o luto... A médium era Ninita, viúva de Jésus, auxiliada por um dos seus filhos e outros amigos...
Fomos conduzidos ao Centro fundado por Jesús Gonçalves, denominado S. Agostinho.
Era uma recordação inconsciente de quanto Jésus havia sido Alarico no séculos IV e V, quando tentando invadir Roma, foi expulso pelo nobre bispo de Hipona.
A partir dali, visitei São Paulo várias vezes, sob os auspícios de D. Zaira.
Foi ela quem solicitou ao Vinícius (Prof. Pedro de Camargo) para que me apresentasse na reunião que ele fazia na Federação Espírita do Estado de S. Paulo, num domingo de manhã. Ele assim o fez, e proferi a primeira palestra naquela Instituição.
D. Zaira que havia-se reencarnado na  cidade de Alfenas, em Minas Gerais, teve e deixou uma filha por nome Célia..
Foi, na Terra, uma missionária do Bem, trabalhadora infatigável de Jesus, dedicada totalmente à caridade.
O seu lar reunia senhoras que se envolviam em atividades socorristas sob o seu comando.
Alarico I, Rei dos Visigodos
Ilha de Peuce, atual Romênia 375/ Cosenza, Itália 410
Jésus Gonçalves
Borebi, SP 12-7-1902/ (Pirapitingui) Itu, SP 16-2-1947
Jésus Gonçalves em Pirapitingui já com as seqüelas da Hanseniase. Imagem cedida por Jaime Prado 
Jésus Gonçalves com sua última companheira Ninita, médium espírita e  também  portadora de Hanseníase,  no Asilo-colônia de Pirapitingui (Itu, SP). Imagem:http://www.jesusgoncalves.org.br/biografia.htm
Asilo-Colônia de Pirapitingui (Itu, SP)
Jésus Gonçalves sentado
dona Ninita, companheira de Jésus Gonçalves, um visitante,
Zaíra Junqueira Pitt e Julinha Thekla Kobleisen
Foto do Livro: A Extraordinária Vida de Jésus Gonçalves
USE/Madras- Eduardo Carvalho Monteiro
Zaíra Pitt, construindo obra espírita à Rua Augusta, 487,  em São Paulo, tendo a seu lado Divaldo Pereira Franco,
de terno branco, no centro da foto,  no ano de 1951.
Imagem do livro “A
 Extraordinária Vida de Jésus Gonçalves”
Divaldo P. Franco no ano de 1956
Foto cedida por Jorge Moehlecke








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