sábado, 21 de abril de 2012

Homenagem a Jésus Gonçalves III O encontro de Divaldo Pereira Franco e Jésus Gonçalves (espírito)


Jésus Gonçalves
Borebi, SP 12-7-1902/ (Pirapitingui) Itu, SP 16-2-1947

Querido irmão Ismael:

Jésus Gonçalves merece esse carinho nosso. O que você vem fazendo é um trabalho de resgate da memória espírita e dos vultos espíritas de ontem.
Deus o inspire sempre!
Eu visitei o sanatório onde ele viveu e conheci a sua então esposa, uma excelente médium clarividente, embora fosse cega, de nome NINITA, bem como o filho de ambos, que se tornou, mais tarde, radialista.
Isso foi em janeiro de 1951, quando fui convidado a visitar São Paulo por primeira vez, e fui acompanhando D. Zaira Pitt, que era uma benfeitora do sanatório de Pirapitinguí onde ele viveu. Zaira foi sua amiga no corpo físico. Havia também uma jovem que trabalhava em favor dos hansenianos de nome Julinha Kohleisen, igualmente espírita.
D. Zaira ajudou a construir um pavilhão para cegos, surdos e tuberculosos do  Sanatório.
Nessa oportunidade eu proferi uma palestra no Centro que ele ali fundara, chamado Santo Agostinho, abordando a vida de Maria de Magdala, que terminou a existência no vale dos leprosos.
Na visão que dele tive, um ano antes, no quintal da casa em que então residia, apareceu-me deformado pela hanseníase e fiquei chocado.  Eu era quase totalmente ignorante em relação ao conhecimento espírita.
Ele disse-me ser meu irmão... Eu pensei: que tipo de irmão eu tenho no Além... Então ele se foi transfigurando e apareceu-me todo iluminado. Nos lugares do corpo em que a doença havia-lhe desfigurado, apresentava-se uma tecelagem em luz. Então, ele propôs-me visitar o Sanatório de Àguas Claras, em Salvador, para hansenianos. Apavorado com a doença eu respondi-lhe que não iria. Foi então, que ele me perguntou:
- Tu não preferes ir lá, a fim de não ires para lá?
Claro que aceitei o desafio e, durante 55 anos fomos visitar os irmãos internados, realizando um encontro de alegria, sempre no dia 1° de janeiro.
Quando os sanatórios passaram a abrigar somente casos cirúrgicos, já não havia necessidade de ali volver, porque o tratamento passou a ser ambulatorial e o denominado perigo de contágio ficou muito reduzido...
Ele informou-me haver sido em outras existências, Alarico (rei dos visigodos) que invadiu Roma em 410... Um pouco antes, ao tentá-lo, Santo Agostinho foi de barco pelo rio Tibre até fora dos muros da cidade, e com um gesto, apontando a distância, expulsou-o e as suas hordas... Mas ele retornou...
Curioso é Santo Agostinho haver-se tornado, desde aquela oportunidade, o que chamaríamos o seu guia espiritual.
Mais tarde ele reencarnou-se com o cardeal de Richelieu, quando eu teria sido alguém que lhe esteve ao lado (Mas esta é uma outra história, que um dia lhe narrarei).
E passou a ajudar-me, a socorrer-me. Em homenagem a ele visitei quase todos os antigos Leprosários existentes no Brasil e alguns no Exterior.
Chico Xavier também narrou-me que mantinha correspondência com ele, enquanto reencarnado, e que, ao desencarnar, apareceu-lhe e ditou-lhe um belíssimo poema, no qual ele diz sutilmente quem fora antes e que a hanseníase o libertou do luxo e das extravagâncias...

Perdoe-me por estender-me.
Abraços,
Divaldo 
(Texto que pedimos e  Divaldo P. Franco  gentilmente nos escreveu  em um intervalo
de suas atividades doutrinárias  em São José, SC, em 27/ 03/2012)

Alarico e o saque de Roma em 24 de agosto de 410

O rio Tibre com a ilha Tiberina e as pontes Cestius (E) e Fabricius, em Roma. Foto Ismael Gobbo



Alarico I, Rei dos Visigodos
Ilha de Peuce, atual Romênia 375/ Cosenza, Itália 410

Cardeal de Richelieu
Paris 1585/ Paris 1642




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