domingo, 15 de dezembro de 2019

Divaldo Franco na Bahia Movimento Você e a Paz

Salvador, 13 de dezembro de 2019
Aquele que não vive para servir, ainda não aprendeu a viver. (Divaldo Franco)
A Praça dos Namorados, na orla de Salvador, foi o palco para mais um magnífico evento em prol da paz. O Movimento Você e a Paz, uma realização da Mansão do Caminho, alcançando o seu 22º ano, reuniu centenas de pessoas comprometidas em construir a paz em si mesmo, disseminando o sentimento pacífico através de atos não violentos. Os cantores líricos Ângela Laborda e Eduardo, acompanhados por Débora Limeira no teclado, encantaram o público que interagiu vivamente. A Banda de Música Maestro Vanderlei, da Polícia Militar do Estado da Bahia, sob a batuta do Maestro Sub-Tenente Aristóteles, trouxe um ar solene através de hinos e canções, especialmente na execução do Hino Nacional, que todos cantaram juntos. A Equipe de Eventos do Centro Espírita Caminho da Redenção, sob a liderança eficaz de Telma Sarraf, tal como engrenagem muito bem ajustada, esmerou-se em bem receber o público, apresentando uma estrutura funcional e eficiente.
Manuel Sonyer, da Espanha, e representando as caravanas presentes, convidado a se expressar, destacou ser muito importante viver a paz, exemplificando-a no cotidiano da vida, tornando-se mais solidário, construindo um futuro pacífico para todos.
Marcel Mariano, um dos expositores habituais deste evento, frisou que a paz não se estabelece por impositivos burocráticos, como a assinatura de um acordo, mas pela sua construção na intimidade do ser humano. Como a criatura humana ainda é um ser belicoso, a ausência da paz se dá entre as nações, na vida do homem em sociedade, na família e até mesmo no campo cibernético. Para que a paz se perpetue é necessário que os indivíduos tenham a paz em si mesmos, semeando-a, pacificando-se continuamente, construindo a paz coletiva, tornando-se, portanto, pacifistas.
Juan Danilo Rodríguez ressaltou que há uma fórmula infalível para treinar a paz interior. Ei-la: quando estiver desarmônico, não reaja, aprenda, antes, a refletir, acalmar-se, renovar-se de paz.
Divaldo Franco, humanista e pacifista, idealizador deste fabuloso movimento em prol da construção da paz, asseverou que é possível viver a paz, mesmo estando as nações em guerra. Narrou um episódio acontecido na Primeira Grande Guerra, quando na noite de natal de 1915, e tendo os fuzis e os canhões silenciados, e as baionetas embainhadas, momentaneamente, um soldado francês, de 22 anos, estando em sua trincheira situada bem em frente a trincheira inimiga, a dos alemães, e sem mesmo esperar a autorização de seu superior, disse que iria fazer a paz, levantou uma bandeira branca, simbolizando uma trégua. No lado inimigo, a agitação, a apreensão, tomou conta daquele setor da trincheira alemã, que com ordens de não atirar, animou um soldado alemão a fazer o mesmo gesto do francês. Marcharam um ao encontro do outro, agitando as suas bandeiras brancas, deram-se se as mãos a meio caminho, abraçaram-se, desejaram um feliz natal.
Como todos os demais soldados estivessem atentos, e estimulados por aquele pequeno gesto de coragem e destemor, desarmaram-se, saindo de suas respectivas trincheiras, encontrando-se na linha divisória que separavam os dois exércitos. Confraternizaram, cantaram, trocaram abraços, comemoraram o natal, cantaram a canção Noite Feliz, afinal não eram inimigos pessoais, defendiam posições estabelecidas por suas nações. Pela manhã jogaram uma partida de futebol, que teimosamente ficou empatada, pois que o sentido daqueles soldados não era o de vencer o “inimigo”. Porém, logo após, o monstro da guerra se fez presente, e a bestialidade, a belicosidade do ser humano, colocou os dois lados em confronto sangrento, dizimando-se.
Há, disse o Embaixador da Paz, uma guerra, também, na intimidade dos lares. É igualmente perversa, pois que, tudo quanto se instala na intimidade de um ser humano e que o leva a perder a alegria de viver, onde o desalento se instala, a ideia de extinguir a vida passa a ser uma constante, com insidiosa tendência a se tornar realidade a se concretizar no suicídio.
Don Miguel Ruiz, autor mexicano, em seu livro Os Quatro Acordos, publicado em 1997, estabelece os compromissos necessários para a construção da paz individual. 1º) Seja a sua palavra inviolável; 2º) Aprenda a ouvir para compreender; 3º) Seja você quem ama; e 4º) Nunca devolva o mal que lhe faça.
Pensar no bem é salutar, pensar no mal é intoxicar-se, destruindo-se. Há 22 anos Divaldo Franco emprega ingentes esforços para construir a paz em si mesmo, a aprender a conciliar o SELF com o EGO. Aconselhou a não se deixar dominar pela tristeza, mantendo a alegria de viver, não atribuindo valor ao que não tem valor. Asseverou que a felicidade é construída a partir do amor ao próximo, do autoamor, de viver em paz com a consciência, sem se perturbar com as provocações alheias, atraindo o outro pelo amor, sem condicionar, sendo verdadeiro, sem impor-se, aceitando e compreendendo, solidarizando-se.
Procure, ensinou o atento professor Divaldo, olhar o lado melhor da vida, ver o lado positivo, o bem e o bom. A paz é comovedora. Seja um pouco de paz no coração do próximo, ame-o. Não aceite provocações, lembre-se, estás em treinamento para desenvolver a paciência, seja o exemplo do bem-proceder, tenha coragem de sonhar e agradecer a Deus todas as intercorrências da vida, boas ou más. Declamando o Poema Meus Deus e meu Senhor, de Amélia Rodrigues, o evento foi encerrado, e todos cantando a Canção Paz pela Paz, de Nando Cordel, efusivos desejos de paz foram apresentados uns aos outros, ali presentes.
Não existe um caminho para a PAZ. A PAZ é o caminho. (Mahatma Gandhi)
Texto: Paulo Salerno
Fotos: Jorge Moehlecke

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