domingo, 6 de maio de 2018

Registro. Centro Espírita Caminho da Redenção, 05 de maio de 2018. Comemoração de aniversário de Divaldo Franco

Quem desejar conquistar o mundo, deve primeiro conquistar-se a si mesmo. (Divaldo Franco)
Imortalizando as mãos de Divaldo Franco, foi inaugurado no Centro Espírita Caminho da Redenção a modelagem de suas mãos intitulada Mãos de Amor. Elas representam as mãos de acolhimento, de oração, de psicografia e de passe. Essas são as atividades desenvolvidas pelo Embaixador da Paz no Mundo e que vem, ao longo dos últimos 72 anos, amparando os seus irmãos de caminhada, secando-lhes as lágrimas, estimulando-os ao amor, tornando-se exemplo de abnegação, desprendimento, esparzindo luzes por onde anda.
Após um belo show musical apresentado por diversos artistas e pelos jovens do Centro de Artes Ana Franco e pelas crianças da Escola Alvorada Nova, ambos da Mansão do Caminho, Divaldo recebeu um belo buquê composto por belas flores, uma demonstração de carinho e gratidão dos jovens e das crianças.
Divaldo, o homenageado do dia, dirigindo-se aos presentes e aos que o assistiam pelos diversos canais virtuais, disse que as emoções não podem ser definidas, elas sãos expressas pelo silêncio, ou por uma lágrima vertida. Assim se sentido, o Arauto do Evangelho e da Paz dividiu as homenagens com todos os demais aniversariantes do mês de maio que desempenham suas atividades na Mansão do Caminho.
Para demonstrar o seu sentimento de gratidão, Divaldo Franco apresentou uma rica e comovente história de abnegação, de dedicação e de sentimento de utilidade ao próximo, traduzindo com essa história o seu júbilo por poder ter servido. Eram dois amigos, artistas pintores, desejando tornarem-se célebres, viajaram para a capital do maior império do mundo, naquela época, o austríaco.
Com recursos muito parcos, resolveram que um deles trabalharia por seis meses enquanto o outro estudaria, fazendo o rodízio, e assim poderiam pagar os estudos na Academia. Aceitaram um trabalho em uma tasca, lavando pratos e limpando o chão. Era um trabalho duro e que exigia muito esforço. Quem desejar conquistar o mundo, deve primeiro conquistar-se a si mesmo.
Passados seis meses, e vencido o rigoroso inverno, o estudante foi para o lugar do outro e esse foi cursar. Como o trabalho era rude, as mãos do trabalhador estavam tremulas, endurecidas, calosas e pouco sensíveis. Ele tentou o desenho, não logrando êxito ante às dificuldades de traçar linhas e sombras suaves. Desistiu, então, para que seu amigo voltasse aos bancos acadêmicos e pudesse laurear-se. Sentir-se-ia feliz por ver o amigo tornar-se uma grande artista.
Assim, decorrido três anos, o amigo tinha concluído seus estudos. O artista recém-formado reuniu o resultado auferido com os seus primeiros trabalhos para resgatar o amigo que havia lhe dado o suporte financeiro. Foi ter com ele e quando se adentrou no cômodo viu seu amigo em oração, com as mãos postas. O triunfador, de imediato, retratou aquela cena, imortalizando-a em uma pintura e que se tornou célebre: As mãos de um apóstolo que ora. É a imortalização de um amigo que se esqueceu de si para que o outro pudesse brilhar. Essa história somente foi possível pelo amor.
Fato semelhante aconteceu entre Nilson de Souza Pereira, o Tio Nilson, e Divaldo Franco. Nilson anonimamente esculpiu em madeira um par de mãos em atitude de prece. Essa obra está na fachada do Cenáculo, prédio dedicado às atividades espíritas. Tio Nilson recolheu-se à retaguarda, trabalhando incessantemente, para que Divaldo dispusesse de tempo e tranquilidade para a divulgação do Espiritismo.
O público, tomado de júbilo e êxtase, em silêncio vibrava em sustentação ao ambiente espiritual que alcançava a cada um e a todos a um só tempo. Divaldo Franco, em sua habitual delicadeza e sensibilizado, diz reconhecer as homenagens de todo o seu coração, e que agradece a deferência, porque no crepúsculo, qualquer raio de sol é importante e belo. Agradeceu a Deus por ter atingido os 91 anos de idade e aflige-se por não poder fazer mais do que habitualmente vem realizando.
Declarou que toda a alegria traz saudade. É mais uma nostalgia do que júbilo, talvez porque seja muito tarde para refazer o caminho em condições diferentes. Discorrendo sobre suas reminiscências, desde os seus quatro anos de idade, e porque desejava receber um presente, era o dia de seu aniversário, 05 de maio de 1931, quando então percebeu luzes se derramando sobre uma árvore e o aparecimento de uma “fada” que com sua varinha “mágica” tocou a sua cabeça, lhe informando que era o presente enviado pelo menino Jesus no aniversário do menino Divaldo.
Já no dia imediato, a cena volta a se repetir, porém, agora, era a presença de uma entidade sacerdotal que o ameaçou, infundindo-lhe medo. Divaldo foi perguntar para sua mãe o significado de tais visões, e ela, em sua sabedoria, disse que a primeira era a mensageira do bem e o segundo fato o mensageiro do mal. Sua mãe, Ana Franco, ensina-lhe, naquele momento, a orar e pedir que não lhe faltasse a paz.
Caracterizando que o trabalho com o Cristo é de abnegação, de renúncias e de decisões, Divaldo Franco narrou as inúmeras dificuldades que o Apóstolo da Mediunidade, Chico Xavier, experimentou em seu ministério. Apesar desses desprendimentos e sacrifícios, que podem parecer sofrimento, o labor na seara cristica é sempre de alegria, de solidariedade e de paz. Não há quem não seja assistido pelas entidades benevolentes quando em atividade de amor.
O aniversariante nonagenário, Divaldo Franco, destacou que seus amigos, seus auxiliares e todos os que formam com ele uma grande família, seja no plano físico ou espiritual, se constituem em estrelas que derramam suas claridades argênteas através das orações que lhe chegam ao coração pelas mãos da caridade.
Frisando a benevolência Divaldo narrou a história de um poeta que desejava ser reconhecido. Trata-se de Franz Kappus solicitando conselhos a Rainer Maria Rilke (1875-1926), famoso escritor.  O livro, que se imortalizou, chama-se: Cartas a um jovem poeta. O livro contém as inúmeras correspondências trocadas nas quais Rilke responde aos questionamentos do rapaz expondo suas opiniões sobre o que considerava os aspectos verdadeiros da vida. A criação artística, a necessidade de escrever, Deus, o sexo e o relacionamento entre os homens, o valor nulo da crítica e a solidão inelutável do ser humano são algumas das questões abordadas pelo maior poeta de língua alemã do século XX. Nasce-se poeta, ninguém se torna poeta.
As mãos de Divaldo escreveram cartas que foram ditadas pelos Espíritos amorosos, é o aspecto, por assim dizer, glamoroso, porém, a construção das edificações e instalações da Mansão do Caminho foram construídas com suor e dor, proporcionando, uma e outra, os motivos de alegria e de felicidade por ver atendida as necessidades dos caídos no caminho. Divaldo Franco, alma sensível e cordata, dedicou as homenagens que estava recebendo as mãos de psicografia e de caridade, de prece e de acolhimento de Chico Xavier, ficando, de alguma sorte, com a alegria imensa de servir de motivo inspirador.
Finalizando o enriquecedor encontro iluminativo, Divaldo Franco declarou que ora pedindo bênçãos para as estrelas encarnadas, e que ali estavam, e que o amparam e o sustentam nas lutas diárias, pedindo perdão por qualquer ocorrência que possa ter causado constrangimento. Disse que, na ordem natural, irá retornar ao mundo espiritual antes de todos os presentes, com uma ou outra ressalva, e que irá recepcionar, preparando o acolhimento, ao tempo em que deseja, também, que quem retornar antes possa preparar-lhe o acolhimento, pois que a vida é bela, aqui e lá. Os aplausos intensos e, estando os convidados em pé, foram dados os parabéns ao aniversariante. Em clima sempre festivo foi servido saboroso bolo acompanhado de refrigerante. Parabéns querido irmão! Viajas nas asas das luzes angelicais trazendo a nós a doce esperança. Nosso desejo é, um dia, te retribuir com o emprego do esforço no trabalho de construção do bem e da paz.
Texto: Paulo Salerno
Fotos: Jorge Moehlecke

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