Encerrando o roteiro de atividades de divulgação do Espiritismo no Estado de São Paulo, iniciado no último dia 16 de novembro, o médium e orador espírita Divaldo Pereira Franco realizou, na manhã deste domingo, dia 22, um seminário na cidade de Araras, no salão nobre do “Sayão Futebol Clube”, para um público de 1300 pessoas.
O seminário foi realizado em três módulos e dois intervalos.
Divaldo utilizou-se da obra "O Cavaleiro da Armadura Enferrujada", de autoria de Robert Fisher, para convidar o público a uma jornada interior, em busca da nossa realidade e para uma análise da problemática do ego e da necessidade de a criatura humana alterar a sua conduta moral para melhor, a fim de se plenificar.
Antecedendo essa viagem sobre o autodescobrimento e a autoiluminação, foram apresentados, didaticamente, alguns conceitos da Psicologia Analítica de Carl Gustav Jung, tais como o consciente, o inconsciente coletivo e o individual, os arquétipos, o ego, o Self, a sombra, para a melhor compreensão do estudo proposto.
Em seguida, o orador passou à análise específica da estória contida no livro referido.
Tratava-se de um cavaleiro que, ao longo de muitos anos, habituou-se a manter-se vestido com sua armadura de ferro, a qual acabou enferrujada. Ele era casado e tinha um filho, mas o seu relacionamento com a família era muito distante e difícil. Após uma discussão com a esposa, aborrecido, decidiu o cavaleiro afastar-se do domicílio e realizar uma viagem. Nesta viagem, ele passou a ter contato com alguns outros personagens, com os quais se relacionou e que o ajudaram a refletir sobre a própria existência. Por fim, o cavaleiro considerou que deveria retirar a armadura, o que não conseguiu de imediato, uma vez que ela já se encontrava muito enferrujada e de difícil remoção. Um dos personagens disse-lhe que seria necessário atravessar uma determinada trilha, onde encontraria três castelos: o do silêncio, o do conhecimento e o da vontade e ousadia. Ser-lhe-ia necessário permanecer certo tempo em cada um deles, para se lhes aprender as lições, de modo a estar apto a seguir para o seguinte e, ali, ter novas experiências e aprendizados. Nesse processo, passando por cada castelo, o cavaleiro foi introjetando os diferentes ensinamentos, refletindo sobre a própria vida, conhecendo mais de si mesmo, ao tempo em que ele passou a mudar de pensamentos, de comportamentos, e , com isso, a armadura, de parte em parte, começou a cair de seu corpo, até que ele viu-se totalmente liberado dela.
Divaldo esclareceu que a viagem do cavaleiro pela trilha, visitando cada um daqueles castelos, é bem a viagem de autodescobrimento e de autoiluminação de todos nós, que trazemos as nossas máscaras, as personas a que se referia Carl Gustav Jung.
Ao londo de nossa jornada evolutiva, criamos em nós condicionamentos negativos, que tornaram-se uma segunda natureza em nós, passamos a usar máscaras que compõem a nossa personalidade, que usamos para agradar as convenções sociais. E assim, perdemos o contato com o nosso ser profundo, a nossa realidade espiritual.
Conforme afirmou o orador, é necessário que façamos a viagem interior, em busca do conhecimento da Verdade, dessas leis divinas que estão escritas em nós, para que tomemos consciência de que somos Espíritos imortais e de que a nossa meta psicológica profunda deve ser amar, vencendo os nossos medos e dúvidas, eliminando as nossas imperfeições morais e estabelecendo-se, assim, a conexão entre o ego e o Self.
Na fase final dessa jornada psicanalítica e espiritual, foram analisadas as cinco características essenciais da criatura humana, de acordo com a proposta do psiquiatra e psicólogo espanhol Emilio Mira y López - personalidade, conhecimento, identificação, consciência, individualidade-, fazendo-se um paralelo entre cada uma delas e os ensinamentos espíritas, demonstrando-se, assim, o perfeito entrosamento entre as duas propostas.
Divaldo afirmou que temos encontrado dificuldades na busca da felicidade pela razão de que temos procurado-a onde ela não se encontra. O roteiro para a felicidade, esclareceu, está todo contido no Evangelho de Jesus, que representa um verdadeiro poema-convite à simplicidade, à humildade e ao amor, o amor a si mesmo e aos outros.
E, encerrando o seminário, concluiu que o amor, como o mais excelente recurso psicoterapêutico, é a única solução para os nossos problemas e que, ao expandirmos a nossa visão espiritual, por meio dos processos de autoconhecimento e autoiluminação, passaremos a perceber o mundo maravilhoso em que vivemos e todas as bênçãos divinas de que somos beneficiários, de modo que as nossas queixas diminuirão e um profundo sentimento de gratidão à vida e a Deus extravasará de nossos corações.
Texto: Júlio Zacarchenco
Fotos: Edgard e Sandra Patrocínio
(Recebido em email de Jorge Moehlecke)
Nenhum comentário:
Postar um comentário