domingo, 15 de dezembro de 2019

Divaldo Franco em Salvador Centro Espírita Caminho da Redenção

14 de dezembro de 2019
Durante o ano as atividades realizadas na Mansão do Caminho, a entidade social do Centro Espírita Caminho da Redenção, são intensas, porém, ao findar o ano essas atividades adquirem um cunho de excepcionalidade. Este é o caso da Caravana Auta de Souza, voltada ao atendimento de pessoas carentes, idosos e doentes incuráveis. Os idosos estão distribuídos em dois grupos, outro grupo congrega os portadores de enfermidades, totalizando 160 pessoas. Já as famílias assistidas alcançam o número de quinhentas, aí se agregando, em linhas gerais, mais três familiares. Significa que só com a assistência à família, a Caravana Auta de Souza atende 1.500 pessoas, doando lanches, refrescos e um sortido e substancioso farnel com alimentos diversos.
Na manhã do dia 14 de dezembro, encerrando as atividades com os dois grupos de carentes e de idosos enfermos, estiveram reunidas mais de trezentas pessoas que lá foram recebidas carinhosamente, comemorando o nascimento de Jesus, sob as bênçãos de Francisco de Assis e de Joanna de Ângelis, festejando a vida, a alegria, agradecendo o Criador. Com sentida prece, proferida por Nivalda Steffens, do Rio Grande do Sul, a atividade se iniciou.
Juan Danilo Rodríguez Mantilla, equatoriano radicado no Brasil e voluntário da Mansão do Caminho, tocando e cantando diversas música, se expressou através das canções, agradecendo, unindo os sentimentos. Destacou que Deus está em cada um, sendo, também, cada um o instrumento utilizado por Deus para agir sobre o outro, para expressar-se no amor e com amor, com caridoso acolhimento fraternal. Juan Danilo estimulou o desenvolvimento do hábito do agradecimento, resignando-se ante os acontecimentos, na certeza de que tudo passará.
Divaldo Franco, reconhecido humanista e filantropo, atencioso e dedicado servidor de Jesus, esteve presente para acarinhar, pelas suas palavras e vibrações, os corações que ali estavam expectantes. Salientou que se encontra alegre pelo reencontro e pela comemoração do natal de Jesus, embora, na Mansão do Caminho o natal seja diário, pois que a cada dia Jesus renasce em cada coração, fazendo o bem. Asseverou que, embora o mal seja audacioso e barulhento, o bem é predominante, é o amor na vida das pessoas.
Ao narrar pequena história, Divaldo reafirmou que toda e qualquer boa ação retorna àquele que a fez desinteressadamente. Fazer o bem é muito gratificante, nobre, concedendo ao autor do bem um estado de felicidade, de satisfação em ser útil, tranquilidade de consciência. Lembrem-se, advertiu o Embaixador da Paz no Mundo, existem pessoas boas, só que estão escondidas, agindo no anonimato, sendo que as más chamam a atenção.
Fazer o bem é sempre vantajoso para quem o faça. Há incontáveis pessoas que desejam a nossa felicidade. Assim, seja sempre bom, não devolvendo o mal, insista em ser bom. Na noite santa de natal que se aproxima, lembre-se de permitir Jesus nascer na gruta de seu coração, rogando-lhe o estímulo necessário para ajudar o próximo. Sempre há alguém com mais necessidades do que nós. Desejando um feliz natal de muitas bênçãos e um ano novo de conquistas espirituais, exortou os presentes a desenvolver o sentimento de gratidão por estar vivo.
A grandeza de um homem pode ser medida pela capacidade de serviço ao próximo, de humildade e de amor. (Joanna de Ângelis/Divaldo Franco)
No período noturno, na atividade doutrinária, Divaldo Franco se fazendo acompanhar por Francisco Ferraz, Iraci Campos, Carlyne Paiva, Manuel Sonyer, Juan Danilo e Suely Caldas Schubert, representando as diversas cidades presentes, frisou que se sente jubiloso pelas atividades já realizadas pelo Movimento Você e a Paz, em Salvador/BA, bem como pela proximidade da data comemorativa do nascimento de Jesus.
Ao discorrer sobre uma parte de O Livro de San Michele, de Axel Munthe (1857-1949), sueco, o primeiro médico a escrever uma obra literária. Sua obra mais famosa é esta, publicada em 1929. Munthe estudou Medicina na Universidade de UppsalaMontpellier e Paris, doutorando-se no ano de 1880. Munthe foi vivamente impressionado pelo trabalho pioneiro sobre neurologia do professor Jean-Martin Charcot, chegando a assistir às suas aulas no Hospital Salpêtrière, tendo exercido a medicina em Paris e Roma, tornando-se, posteriormente, médico da Família Real Sueca.
Nesta obra, Munthe se dedicou a entrar no pensamento cósmico, dadas as circunstâncias de suas narrativas envolvendo a casualidade, a sincronicidade. A comovente história narrada pelo ínclito orador, se refere a um aborto envolvendo uma Duquesa do país de Gales do Sul, no Reino Unido, Madame Requin – “a fazedora de anjos”- e Axel Munthe, entre outros.
Munthe foi chamado às pressas para atender uma mulher com severa hemorragia, submetida a um processo de aborto. Tendo sucesso, a criança nasceu com deformidades, debilitada e prematura, contava seis meses a gestação. Salvou mãe e filho. A mãe retornou ao seu país e o filho abortado foi vendido à madeireiros da Normandia, como era o costume, quando o feto sobrevivia.
Esta comovente história está contida, com a rica narrativa de Divaldo Franco, no capítulo 10 do livro Divaldo Franco e o Jovem, uma compilação de Délcio Carvalho. Ali o leitor se encontrará com a Duquesa, a Madame RequinPierre, a governanta Manssell Ágata, uma sueca impiedosa e Francis, o filho abortado, bem como irá apreciar o reencontro da mãe com o filho e seu desfecho. É uma leitura emocionante, não deixe de ler esta extraordinária narrativa. Tente responder à pergunta feita por Munthe: Casualidade?
Divaldo informou que Joanna de Ângelis define a casualidade como sendo algo que foi muito bem preparado para dar certo naquele instante. Será casual? Encerrado o rico momento reflexivo, o público que lotava o amplo salão se retirou meditando sobre a narrativa e seus desdobramentos.
Texto: Paulo Salerno
Fotos: Jorge Moehlecke

Divaldo Franco na Bahia Movimento Você e a Paz

Salvador, 13 de dezembro de 2019
Aquele que não vive para servir, ainda não aprendeu a viver. (Divaldo Franco)
A Praça dos Namorados, na orla de Salvador, foi o palco para mais um magnífico evento em prol da paz. O Movimento Você e a Paz, uma realização da Mansão do Caminho, alcançando o seu 22º ano, reuniu centenas de pessoas comprometidas em construir a paz em si mesmo, disseminando o sentimento pacífico através de atos não violentos. Os cantores líricos Ângela Laborda e Eduardo, acompanhados por Débora Limeira no teclado, encantaram o público que interagiu vivamente. A Banda de Música Maestro Vanderlei, da Polícia Militar do Estado da Bahia, sob a batuta do Maestro Sub-Tenente Aristóteles, trouxe um ar solene através de hinos e canções, especialmente na execução do Hino Nacional, que todos cantaram juntos. A Equipe de Eventos do Centro Espírita Caminho da Redenção, sob a liderança eficaz de Telma Sarraf, tal como engrenagem muito bem ajustada, esmerou-se em bem receber o público, apresentando uma estrutura funcional e eficiente.
Manuel Sonyer, da Espanha, e representando as caravanas presentes, convidado a se expressar, destacou ser muito importante viver a paz, exemplificando-a no cotidiano da vida, tornando-se mais solidário, construindo um futuro pacífico para todos.
Marcel Mariano, um dos expositores habituais deste evento, frisou que a paz não se estabelece por impositivos burocráticos, como a assinatura de um acordo, mas pela sua construção na intimidade do ser humano. Como a criatura humana ainda é um ser belicoso, a ausência da paz se dá entre as nações, na vida do homem em sociedade, na família e até mesmo no campo cibernético. Para que a paz se perpetue é necessário que os indivíduos tenham a paz em si mesmos, semeando-a, pacificando-se continuamente, construindo a paz coletiva, tornando-se, portanto, pacifistas.
Juan Danilo Rodríguez ressaltou que há uma fórmula infalível para treinar a paz interior. Ei-la: quando estiver desarmônico, não reaja, aprenda, antes, a refletir, acalmar-se, renovar-se de paz.
Divaldo Franco, humanista e pacifista, idealizador deste fabuloso movimento em prol da construção da paz, asseverou que é possível viver a paz, mesmo estando as nações em guerra. Narrou um episódio acontecido na Primeira Grande Guerra, quando na noite de natal de 1915, e tendo os fuzis e os canhões silenciados, e as baionetas embainhadas, momentaneamente, um soldado francês, de 22 anos, estando em sua trincheira situada bem em frente a trincheira inimiga, a dos alemães, e sem mesmo esperar a autorização de seu superior, disse que iria fazer a paz, levantou uma bandeira branca, simbolizando uma trégua. No lado inimigo, a agitação, a apreensão, tomou conta daquele setor da trincheira alemã, que com ordens de não atirar, animou um soldado alemão a fazer o mesmo gesto do francês. Marcharam um ao encontro do outro, agitando as suas bandeiras brancas, deram-se se as mãos a meio caminho, abraçaram-se, desejaram um feliz natal.
Como todos os demais soldados estivessem atentos, e estimulados por aquele pequeno gesto de coragem e destemor, desarmaram-se, saindo de suas respectivas trincheiras, encontrando-se na linha divisória que separavam os dois exércitos. Confraternizaram, cantaram, trocaram abraços, comemoraram o natal, cantaram a canção Noite Feliz, afinal não eram inimigos pessoais, defendiam posições estabelecidas por suas nações. Pela manhã jogaram uma partida de futebol, que teimosamente ficou empatada, pois que o sentido daqueles soldados não era o de vencer o “inimigo”. Porém, logo após, o monstro da guerra se fez presente, e a bestialidade, a belicosidade do ser humano, colocou os dois lados em confronto sangrento, dizimando-se.
Há, disse o Embaixador da Paz, uma guerra, também, na intimidade dos lares. É igualmente perversa, pois que, tudo quanto se instala na intimidade de um ser humano e que o leva a perder a alegria de viver, onde o desalento se instala, a ideia de extinguir a vida passa a ser uma constante, com insidiosa tendência a se tornar realidade a se concretizar no suicídio.
Don Miguel Ruiz, autor mexicano, em seu livro Os Quatro Acordos, publicado em 1997, estabelece os compromissos necessários para a construção da paz individual. 1º) Seja a sua palavra inviolável; 2º) Aprenda a ouvir para compreender; 3º) Seja você quem ama; e 4º) Nunca devolva o mal que lhe faça.
Pensar no bem é salutar, pensar no mal é intoxicar-se, destruindo-se. Há 22 anos Divaldo Franco emprega ingentes esforços para construir a paz em si mesmo, a aprender a conciliar o SELF com o EGO. Aconselhou a não se deixar dominar pela tristeza, mantendo a alegria de viver, não atribuindo valor ao que não tem valor. Asseverou que a felicidade é construída a partir do amor ao próximo, do autoamor, de viver em paz com a consciência, sem se perturbar com as provocações alheias, atraindo o outro pelo amor, sem condicionar, sendo verdadeiro, sem impor-se, aceitando e compreendendo, solidarizando-se.
Procure, ensinou o atento professor Divaldo, olhar o lado melhor da vida, ver o lado positivo, o bem e o bom. A paz é comovedora. Seja um pouco de paz no coração do próximo, ame-o. Não aceite provocações, lembre-se, estás em treinamento para desenvolver a paciência, seja o exemplo do bem-proceder, tenha coragem de sonhar e agradecer a Deus todas as intercorrências da vida, boas ou más. Declamando o Poema Meus Deus e meu Senhor, de Amélia Rodrigues, o evento foi encerrado, e todos cantando a Canção Paz pela Paz, de Nando Cordel, efusivos desejos de paz foram apresentados uns aos outros, ali presentes.
Não existe um caminho para a PAZ. A PAZ é o caminho. (Mahatma Gandhi)
Texto: Paulo Salerno
Fotos: Jorge Moehlecke