segunda-feira, 6 de maio de 2019

Divaldo Franco na Bahia Salvador

05 de maio de 2019
Workshop O Significado da Vida
Centro Espírita Caminho da Redenção
Divaldo Franco, 92 anos dedicados ao Espiritismo, à Paz e à Caridade.
Estando o Ginásio de Esportes lotado, a atividade contou com um momento musical inigualável. O Setor de Eventos da Mansão do Caminho, dirigido pela dedicada e operosa Telma Sarraf, em seu trabalho de bastidores, demonstrou eficiência, organização e muita dedicação em bem receber os participantes, se desdobrando para que os detalhes de planejamento e execução pudessem alcançar alto nível operacional.
Divaldo Franco, completando 92 anos nesta data, na sua habitual sensibilidade, agradeceu as manifestações de bondade e ternura, esclarecendo que não se julga merecedor, reconhecendo, porém, a sua perseverança no ideal espírita e na divulgação da Doutrina Espírita. O terno e dedicado orador destacou que é necessário encontrar Jesus no caminho, apreender a sua sublime proposta do amor. A perseverança é o guia, o apoio, a certeza de alcançar a meta com a ajuda das criaturas amigas.
Ao apresentar os fatos experimentados por Viktor Frankl (1905-1997), médico psiquiatra austríaco, notadamente durante o período em que esteve cativo dos alemães em cruéis campos de concentração, durante a II Guerra Mundial, o incansável médium destacou que Viktor Frankl somente sobreviveu por ter estabelecido uma meta, um sentido para a sua vida. O médico austríaco é o fundador da escola da Logoterapia que explora o sentido existencial do indivíduo e a dimensão espiritual da existência.
Ao fazer essa abordagem, Divaldo Franco asseverou que deseja, efetivamente, aos que já estão desenvolvendo o significado para as suas vidas, logrem o sucesso. Aos que ainda não começaram a estabelecer uma meta para a vida, que o façam. A vida de Viktor Frankl foi a busca para encontrar o sentido da vida. Sua existência era a de um homem que não se preocupava, inicialmente, com a religião. Aprisionado pelos alemães, deixou de ser um homem, um indivíduo, para ser somente um número. Ele somente não foi assassinado porque teve uma meta, um objetivo para a vida, embora tenha passado por alguns dos mais cruéis campos de concentração, onde os assassinatos e os suicídios eram numerosos todos os dias. Assim, o fundador da Logoterapia atingiu um sentido psicológico da vida, ainda maior.
O Paulo de Tarso da atualidade, Divaldo Franco, enalteceu, através de diversos exemplos narrados, a ação do amor, da caridade, pois que, aqueles que se dedicaram e se dedicam ao próximo, são dotados de profundo sentido de vida, as suas metas são servirem aos seus irmãos em humanidade. Asseverou que a perseverança é imbatível, sendo o princípio da vida. Cabe a cada ser humano encontrar um objetivo para a sua vida.
Ao narrar um episódio constante na autobiografia do médico e escritor escocês Archibald Joseph Cronin (1896/1981), escrita após a II Guerra Mundial, Divaldo ressaltou a oportunidade. No início de sua carreira foi chamado para atender uma menina vítima de crupe. Durante o procedimento, que exigiu traqueostomia, ele contou com o trabalho de uma jovem enfermeira. Coube a ela, a vigília para que a menina, durante a noite, não retirasse o equipamento de borracha. A enfermeira, no entanto, mesmo zelosa, não resistiu ao sono e a menina faleceu. Ela sofreu com a falha, e o médico Cronin elaborou um relatório para enviar à Associação Médica. Ela pediu “outra oportunidade”, pois também estava iniciando na profissão, e fatalmente teria o registro cassado. Mas o médico firmou o documento, e ela o subscreveu, concordando com o que ali estava relatado. Cronin foi até a agência do Correio para enviar a missiva. Mas, ao invés de postar, relutou e desistiu.
No dia seguinte, novamente foi até o Correio mas suspendeu a remessa. Após a terceira tentativa, optou por inutilizar o relatório, queimando-o. Algumas décadas depois, num hall de hotel, enquanto aguardava por uma cerimônia na qual seria premiado, Cronin apanhou uma publicação do The Times e passou a ler a reportagem “O anjo da noite”. Ele acompanha a história da mulher que, numa região miserável do País de Gales, acolhe e cuida de crianças desamparadas. Ela conta que havia se comprometido com moradores do local, no qual não havia assistência médica. E, na sua história, o peso por não ter resistido ao cansaço, o que ocasionou a morte de uma enferma, fez com que se dedicasse a salvar vidas de crianças.
Na reportagem, a mulher contou que aguardou pela punição da Associação Médica, porém, nunca foi notificada. Então concluiu que teve uma segunda oportunidade. Com essa chance, passou a percorrer lugares pobres. E naquele momento “quatro mil vidas já haviam sido salvas das garras da morte”. Boa parte, adotada por famílias dos EUA, Suécia e Noruega. O “Anjo da Noite”, como foi intitulada a divulgação, referia-se à peculiaridade da mulher que, não conseguindo dormir à noite, mantinha-se atenta. Somente à tarde é que repousava durante duas horas. Perguntada sobre o nome do médico que proporcionou a nova chance, afirmou que “nunca guardamos o nome do bem, porém o mal nunca esquecemos. Se o dissesse, estaria denunciando por não agir conforme seu dever, que seria a entrega do relatório”.
É o amor produzindo a obra do bem. Quem não tem um sentido psicológico para a vida já morreu, afiançou o nobre conferencista. Todos devem sair da província da reclamação para o reino da gratidão. Recitando o Poema da Gratidão, de Amélia Rodrigues, Divaldo Franco encerrou o profícuo trabalho, envolvendo todos em profundas vibrações de ternura, paz, esperança e amor. O público homenageou-o, felicitando-o pelo seu aniversário.
À noite, para um grupo de amigos, Divaldo programou um Sarau Evangélico, onde através da música, especialmente composta e tocada por Juan Danilo Rodríguez, o anfitrião narrou vários poemas de Rabindranath Tagore, contidos na obra Pássaros Livres, psicografada por Divaldo Franco, todos com profundo foco no amor, inclusive as músicas selecionadas.
Enaltecendo o poder do amor, Divaldo narrou o seu encontro com o grande paranormal, Swami Satya Sai Baba, bem como, o relacionamento com um menino indiano, Tamil, que mais tarde encontrou em Londres, estudando, quando Tamil teve a oportunidade de dizer a Divaldo Franco o seguinte: como você não pode me carregar, eu vim seguindo as suas pegadas. Tamil se corresponde com Divaldo, e este ano, felicitando-o pelo aniversário, informou que estará presente na Mansão do Caminho por ocasião do 93º aniversário de seu “pai adotivo”. Concluindo o profícuo encontro, Divaldo destacou, uma vez mais, que uma vida que não possua significado não é vida. No gesto de reunir os amigos, Divaldo asseverou que a forma de agradecer foi através da música das páginas de Tagore sobre o amor, avançando rumo à humanidade, engajando-se nas preces, desejando oportunidades, traçando metas psicológicas, ampliando o sentido da vida.
Texto: Paulo Salerno
Fotos: Jorge Moehlecke



(Informações recebidas em email de Jorge Moehlecke)