08-03-2019
Texto: Djair de Souza Ribeiro, Fotos: Edgar Patrocínio
“Jesus é para o homem o tipo de perfeição moral a que pode aspirar a Humanidade na Terra. Deus no-lo oferece como o mais perfeito modelo e a doutrina que ele ensinou é a mais pura expressão de sua lei, porque ele estava animado do espírito divino e foi o ser mais puro que já apareceu na Terra".
Allan Kardec, O Livro dos Espíritos, q.625.
A Fundação Educandário Pestalozzi, criada (1944) a partir do ideal da professora Maria Aparecida Novelino e de seu marido o médico Dr. Tomás Novelino ofereceu as dependências de seu ginásio esportivo para acomodar as mais de 1.100 pessoas que se reuniram para ouvir Divaldo Franco apresentar o seminário “Jesus e a Atualidade”.
Divaldo inicia o Seminário fazendo referência ao filósofo latino Marco Túlio Cícero (106 aC-43aC), citando-o pela frase: “A história é a pedra de toque1 que desgasta o erro e faz brilhar a verdade”.
A história da humanidade – com seus erros e acertos - é um documento vivo a retratar o processo evolutivo da Sociedade humana. Ações tidas como heroicas, benfazejas na época em que foram realizadas, são mais tarde – pela sucessão do tempo – evidenciadas com equívocos desastrosos uma vez apuradas as consequências de tais atitudes.
Grandes revoluções, detentoras de planos e projetos maravilhosos, apresentam resultados frustrantes e decepcionantes, pois aqueles que as conceberam tinham a alma avassalada por propósitos enganosos por serem inferiores, o que os impossibilitavam de realizar ações de desenvolvimento ou de libertação.
O mundo dos dias de hoje está repleto de enganosas passagens prometendo a felicidade: Fama e visibilidade, beleza física, poder, fortuna. São, contudo, “portas” ilusórias, permitindo a entrada da criatura, sem, contudo oferecer-lhe uma saída que não seja a dor e o sofrimento.
“Entrai pela porta estreita, pois larga é a porta e amplo o caminho que levam à perdição, e muitos são os que entram por esse caminho. Porque estreita é a porta e difícil o caminho que conduzem à vida, apenas uns poucos encontram esse caminho! Pelo fruto se conhece a árvore”. (Mateus 7:13 e 14)
A partir dessa constatação, Divaldo nos conduz a uma jornada pelos fatos mais marcantes da humanidade ressaltando a necessidade de conhecermos as pretéritas ocorrências da Sociedade para reflexionarmos a respeito dos fatos históricos, a fim de melhor podermos compreender a realidade dos dias atuais.
Jesus, Modelo, Guia, Mestre, Irmão, mas acima de tudo o Amigo incondicional de todos nós e que dividiu a história da Humanidade em antes e depois Dele.
Carl Gustav Jung utiliza-se das qualidades de Jesus como referência para o biótipo numinoso2nível que lograríamos alcançar ao final do largo processo de Individuação3.
Não é, portanto, sem justificativa que Jesus declara: "Eu sou a luz do mundo. Quem me segue, nunca andará em trevas, mas terá a luz da vida". João 8:12.
Discorrendo sobre as circunstâncias que precederam a vinda de Jesus bem como aquelas outras que predominaram enquanto o Mestre aqui conosco esteve, Divaldo inicia sua narrativa dos fatos históricos pela fundação de Roma e posteriormente dos seus 2 triunviratos focando maiores detalhes em torno do período em que Caio Júlio Cesar militar romano conduziu a transformação da República Romana para o Império Romano um gigante da sociedade patrícia, mas que mesmo assim foi traído por parte do Senado e morto a punhaladas.
Júlio Cesar é sucedido pelo segundo triunvirato formado por Marco Antônio, Marco Emílio Lépido e Caio Júlio Cesar Otaviano Augusto, que encerra o triunvirato - após as mortes dos outros dois integrantes - restabelecendo a República Romana e governando com reconhecidos valores morais buscando, dessa forma, reparar os equívocos e excessos perpetrados por Júlio Cesar.
Foi um período de muita paz e progresso para os Romanos. Sabiamente Otaviano Augusto compreendera que um povo só é feliz quando está em paz. Porém, a paz somente é possível quando existe moralidade a começar pelos seus governantes para servir de modelo aos governados.
Após essa jornada pelos fatos históricos que forneceu a oportunidade de nos situarmos no ambiente sócio e político que predominava no início da Era Cristã, Divaldo envereda agora pelos fatos envolvendo a chegada de Jesus ao Mundo.
Foi durante o governo de Otaviano Augusto que nasce na humilde aldeia de Belém Aquele que seria o Modelo e Guia de toda a humanidade: Jesus.
Com prodigiosa memória, Divaldo narra com incrível nível de detalhamento as circunstâncias envolvendo Jesus, extraídas da leitura por ele realizada em 62 obras biográficas, entre as quais destaca “Vida de Jesus” do autor brasileiro Plinio Salgado.
Em seguida Divaldo nos transporta em pensamento até a Palestina da época de Jesus narrando:
As cenas envolvendo o nascimento de Jesus na aldeia de Belém, esclarecendo sobre o equívoco na sua datação.
Discorre sobre a construção do segundo Templo e informa-nos de Herodes, o Grande e suas loucuras para preservar o poder.
Fala-nos sobre a primeira vez que Jesus falou em uma Sinagoga e a tentativa de seus irmãos – filhos de José com a primeira esposa – para calá-Lo.
Descreve com rara emoção os fatos e acontecimentos envolvendo a convocação dos Apóstolos.
E a digressão histórica segue com Divaldo extasiando-nos a todos com as poéticas narrativas que transportou nossa mente à Palestina dos tempos Evangélicos com suas paisagens, das flores e dos perfumes, a brisa suave e o Mar da Galileia.
Encerrada a excursão referente aos fatos históricos Divaldo vem agora nos falar de Jesus em ação.
Divaldo nos fala do homem Jesus que revoluciona a humanidade ao nos falar de um sentimento antes nunca abordado pelos expoentes das diversas religiões: o AMOR.
Jesus vem nos apresentar a proposta superior para a vivência da vida em sua plenitude mediante a eleição de um propósito superior para a vida: Amar a Deus acima de todas as coisas e ao próximo como a si mesmo.
Em Jesus sempre encontraremos a pedagogia mais segura para o comportamento ideal diante das situações agressivas destes e de todos os dias tumultuosos.
Divaldo foca as palavras de Jesus no Sermão da Montanha e nas Bem-aventuranças base dos ensinamentos do Mestre (“Se o Evangelho de Jesus é o coração da Bíblia, o Sermão da Montanha é a alma do Evangelho”. Huberto Rohden). Revelando a importância do Sermão da Montanha para a Humanidade, o Mahatma Gandhi afirmou: “Se se perdessem todos os livros sagrados da humanidade, e só se salvasse O Sermão da Montanha nada estaria perdido”.
É no evento das Bem-aventuranças que Jesus nos ilumina com as qualidades que devemos desenvolver para obtermos o Reino dos Céus:
· Humildade (Bem-aventurados os humildes porque será deles o reino dos céus);MANSUETUDE (Bem-aventurados os mansos porque eles herdarão a terra); MISERICÓRDIA(Bem-aventurados os misericordiosos porque obterão misericórdia);
· Paz (não violência) (Bem-aventurados os pacificadores porque eles serão chamados filhos de Deus);
· Pureza de coração (Bem-aventurados os puros de coração porque eles verão a Deus)
· Desenvolvimento da Resignação (Bem-aventurados os que choram porque serão consolados; Bem-aventurados os que têm fome de justiça porque serão saciados; Bem-aventurados os perseguidos porque será deles o Reino dos Céus).
Divaldo vai repassando várias passagens do Evangelho elaborando os detalhes e esclarecendo pormenorizadamente as ações de Jesus, iluminando-nos.
Divaldo arremata. Jesus segue sendo o Caminho para a Verdade e para a Vida, para os enfrentamentos de múltiplos desafios da atualidade.
Jesus nos mostra uma vida rica de lições que, observadas e seguidas, possibilitarão o triunfo do ser humano durante a jornada da sua reencarnação.
1 Pedra de toque: Originalmente era uma pedra dura usada para determinar a pureza do ouro e da prata. Figuradamente significa algo que serve para avaliar a verdadeira natureza de algo. Separar o falso do verdadeiro.
2 Numinoso. Termo criado pelo teólogo alemão Rudolf Otto (1869-1937) em a obra O Sagrado e cuja aplicação foi popularizada por Carl Gustav Jung; Originada do latim Numem – luz, energia luminosa – é empregada como referência ao estágio superior que a Consciência atinge: Transcendência do Eu. Veja a obra Triunfo Pessoal de Joanna de Ângelis, capítulo 11, A Individuação.
3 Individuação é a unificação do Ego com o Inconsciente em um processo de conquista da totalidade da nossa personalidade, ou seja, de nos conhecermos e de nos tornarmos inteiro. Caminhamos para a integração quando começamos o nosso processo de autoconhecimento. Veja a obra Triunfo Pessoal de Joanna de Ângelis, capítulo 11, A Individuação, Item O Numinoso.
(Recebido em email de Jorge Moehlecke)
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