sexta-feira, 15 de março de 2019

Divaldo Franco no Paraná Ponta Grossa

14 de março de 2019.

Conferência Pública
O Arauto do Evangelho e da Paz, Divaldo Franco, tendo vindo pela primeira vez no Paraná em 1954, jamais deixou de retornar à terra das araucárias. Nesta atual jornada, cumprindo compromissos com a XXI Conferência Estadual Espírita, em atividade no interior do Estado, esteve em Ponta Grossa, no Clube Princesa dos Campos, para apresentar o tema a Consciência Humana, atendendo a expectativa de cerca de duas mil pessoas.
Recebido com grande gáudio pelas lideranças espíritas locais, regionais e estadual, representada pelo 1º Vice-Presidente da Federação Espírita do Paraná, Luiz Henrique da Silva, Divaldo foi recepcionado pelo Coral Vozes de Francisco. Juan Danilo Rodríguez brindou o público executando e cantando linda canção ao violão.
A mitologia grega, disse Divaldo, serve de base para a interpretação das análises psicológicas, tanto as de Sigmund Freud, quanto as de Carl Gustav Jung. Discorrendo sobre o desentendimento havido entre Zeus e sua mulher Hera, envolvendo percepções de cada um, Tirésias foi chamado para dirimir as dúvidas do casal mitológico. Tendo desagradado a Heras, essa cegou-o. Zeus, não querendo perturbar ainda mais o relacionamento, decidiu não anular a cegueira imposta a Tirésias, porém, concedeu-lhe um benefício: deu-lhe o poder da visão interior, isto é, dotou-o de qualidades iluminadas do mundo interior. Assim, Tirésias realizou a viagem para o seu interior.
O ser humano, ao viajar para dentro de si, descobre as possibilidades de viver as metas do porvir, o vir a ser. Ele consegue estabelecer objetivos e os meios de realizar o progresso. O Livro dos Espíritos é uma obra que faculta ao homem conhecer o caminho, bem como, traçar rotas para a conquista da plenitude. Nesta grande obra, a questão 621 discorre sobre a consciência, o repositório da lei de Deus.
Divaldo, detentor de enorme experiência e conhecimento, através de inúmeros exemplos foi analisando os homens e seus graus de consciência, uns ainda permanecendo em estado de sono consciencial, amando mais os objetos e suas posses do que a Deus, independente do grau intelectual, numa dicotomia entre a inteligência e a consciência, isto é, o de postar-se alinhado com os postulados divinos ínsitos em si, ou simplesmente deixar-se conduzir pela intelectualidade sem ética.
Segundo Jung, a consciência é um estado de aquisições éticas, possibilitando a autoiluminação, a consciência de si. Este postulado está em perfeito acordo com O Livro dos Espíritos. A ética é a base de toda a cultura ocidental, Porém, Aristóteles, discípulo de Platão, apregoa que é necessário acrescentar outro componente para o desenvolvimento da consciência, a estética. A Doutrina Espírita, em seu conjunto, é um tratado de ética e de estética.
Cabe a cada ser humano optar por um sentido para a sua vida: o material ou o transcendental. Jesus, o modelo e guia para a humanidade, é o exemplo máximo de alguém dotado de ampla consciência apoiada na ética e na estética. A Doutrina Espírita se constitui em valioso instrumento para a erradicação dos erros e a superação das dificuldades emocionais.
Divaldo Franco fez importante e preocupante revelação. Segundo informações recebidas de Espíritos Benfeitores, quase 10% da Humanidade está depressiva. Assim, segue o orador por excelência, o vazio existencial deve ser preenchido através da realização de uma viagem interior, descobrindo o homem novo, ainda em estado de sono e que deve ser desperto com as ações no bem. Através das reencarnações sucessivas, o ser humano irá encontrar o Deus interno, no âmago de seu coração.
Há necessidade de a criatura humana estabelecer uma ética para a vida. O Espiritismo é um repositório de ética e de estética. Na senda do progresso, o homem poderá optar pelo SER ou pelo TER. A caridade é um instrumento imprescindível na evolução do homem, que optando por fazer o bem para si e para o outro, desenvolve o amor, e quando for orar deverá haver sinceridade no ato.
Encaminhando-se para o encerramento, Divaldo Franco asseverou que a humanidade transita por um momento grandioso, onde cada um deve sorrir mais, cumprimentar as pessoas, ser solidário, aprender a descobrir os invisíveis, os que são catalogados pela sociedade humana como miseráveis, os malcheirosos, os abandonados, auxiliando-os, acolhendo-os.
Divaldo Franco exortou o público a descobrir a alegria de viver, pois que a vida é rica de valores, principalmente aqueles que são empregados em benefício do próximo. Declamando o Poema da Gratidão, de Amélia Rodrigues, o evento foi encerrado e bênçãos se fizeram presente na intimidade de cada um, retemperando o ânimo para a prática da ética e da estética, do desenvolvimento da consciência segundo a Lei Divina. O público, postando-se de pé, aplaudiu o orador demonstrando a sua gratidão.
Texto: Paulo Salerno
Fotos: Jorge Moehlecke


(Recebido em email de Jorge Moehlecke)

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