17 de março de 2019
A XXI Conferência Estadual Espírita foi encerrada em 17 de março de 2019 com a presença de cerca de dez mil participantes. Estiveram presentes 112 caravanas de quase todos os Estados, uma do Paraguai e outra do Uruguai. Foram 462 cidades conectadas, totalizando 230.000 conexões em 35 países dos cinco continentes. Após belíssima apresentação musical como os músicos Cristiana e Marcelo e a participação especial de Juan Danilo Rodríguez, Adriano Lino Greca, Presidente da Federação Espírita do Paraná, agradeceu o profícuo trabalho realizado pelos funcionários, voluntários e empresas parceiras, viabilizando o grandioso trabalho doutrinário.
Divaldo Franco, abordando o tema Jesus e Vida, destacou que na velha Palestina, na baixa Galileia, junto ao lago Genesaré, Jesus contemplava o outro lado, formado por uma cadeia de montanhas, em cujo topo se encontrava a cidade de Gadara. Ali, naquela região se localizava a decápolis, detestada pelos judeus, haja vista que seus habitantes criavam porcos. Foi nesse cenário, no mês de Nissan (março/abril) com temperatura amena e o ar perfumado pelas rosas, que o Mestre Galileu, tomando o barco de Pedro, atravessou o lago, desembarcando em singela praia, no contraforte da montanha. Aqueles eram tempos difíceis.
O Mestre intentava visitar a comunidade malsinada e odiada pelos judeus. Subindo a escarpa, no primeiro platô havia um pequeno cemitério abandonado. De uma sepultura saltou alguém desgrenhado, gritando, - o que tens contra nós? E Jesus indaga: - e tu, quem és? Ao que recebe como resposta: - Legião, nós somos muitos, não nos mande para o Hades, deixe-nos, ao menos, ficar junto aos porcos. Não nos mande para as Geenas!
Jesus, então, ordena: - Legião! Sai dele! E o possesso, aturdido levanta-se, perguntando: - Senhor! Que queres que eu faça? Deixando livre o subjugado, aqueles Espíritos perversos se imantaram aos porcos, que aturdidos, se atiraram do alto daquele precipício. Aquele homem, possesso, estava há vinte anos sob o domínio ultrajante, vivendo no cemitério. Foi curado, e sorrindo, dizia a todos que havia sido Ele, Jesus, que o havia curado.
Ao mesmo tempo os gadarenos, que cuidavam os porcos, O amaldiçoaram por terem perdido seus animais, dizendo que não O queriam em Gadara, pois que o Mestre era judeu, recomendando que não voltasse mais, suplicando que os deixassem em paz. Alguém mais exaltado lançou uma pedra que raspou uma face do rosto de Pedro. Ide de volta, vociferaram, que Te vá, deixa-nos em paz, já perdemos os nossos porcos. Os gadarenos perguntavam-se entre si, quem era Aquele homem. Não sabiam responder, não haviam indagado sobre o visitante, nem mesmo procuraram saber o que viera ali fazer.
Ele, acompanhado pelo recém-liberto e os demais, embarcam de volta. Os gadarenos haviam trocado Jesus pelos porcos. É um exemplo de obsessão coletiva e a legião, também, se apossou dos demais criadores de porcos, desperdiçando a oportunidade de ascensão vertical, preferindo a horizontal, a que contempla os bens materiais.
Na atualidade, destaca o tribuno Divaldo Franco, o homem experimenta a mesma situação, ou seja, a opção pela evolução horizontal, apegando-se aos bens e serviços oferecidos pela ciência e a tecnologia, desprezando o crescimento em sentido vertical, o que conduz a Deus. Assim se dá com os que conhecendo o Mestre, O admiram, porém, não dão o testemunho da ação e do trabalho praticando o bem, doando-se ao próximo, como fizeram Francisco de Assis, Tereza D’Ávila, Madre Teresa de Calcutá e muitos outros.
Divaldo Franco oportunizou reflexões profundas, levando o público a realizar uma autoanálise sobre o comportamento com o próximo, ao viajar na vida e nas ações daqueles que tendo conhecido Jesus, mudaram radicalmente suas vidas, doando-se aos necessitados, em nome Dele. O exemplo do Mestre é marcante, capaz de transformar vidas.
Nestes dias tumultuados, o ser humano não pode trocar Jesus pelos porcos, uma representatividade da iniquidade dos indivíduos. Ele é o que consola, que alivia a fadiga, que diminui as dores e os sofrimentos. Os maus desejam submeter os incautos. O trânsito no bem exige renúncia aos apelos do mundo, adotando atitudes de autodoação.
Divaldo Franco, parafraseando Chico Xavier, disse que contempla a cada um e os toma por irmãos do arco-íris, agradecendo em nome daqueles cujas vidas tinham por cobertura os seres do arco-íris. Quero te agradecer porque são luminosos os dias que estamos vivendo.
Neste momento, Bezerra de Menezes, Espírito, assim se manifestou pela psicofonia de Divaldo Franco:
É muito difícil a travessia do abismo sem a ponte do amor. A grande noite de estrelas luminíferas vai cedendo lugar à estrela máxima do dia. É a noite que precede o amanhecer da Nova Era. Jesus, filhas e filhos do coração, espera que cumpramos o nosso dever, e este dever é o de nos darmos uns aos outros, com fidelidade, com ternura. Não vos preocupeis com os espinhos da estrada, nem com as dores. Se não tivesse havido a morte não existiria a ressurreição. Então, é necessário que morram as paixões inferiores para que resplandeça a luz da verdade em nossos corações. Este é o momento de festival do ego, e as forças tenebrosas de ontem, de hoje e um pouco de amanhã enfrentam Aquele que é o caminho da verdade, que é a vida pelos caminhos da luta. Exultai porque conheceis Jesus, e exultai mais ainda porque Ele está anotando os vossos nomes no Livro do Reino dos Céus. Não vos deixeis aturdir pelo tumulto, mantei-te na paz a qualquer preço. Não vos preocupeis com aqueles que se vos fazem inimigos. Que vós cuideis de não ter inimigos, não ser, porque muitos outros passarão pelo caminho para vos esbordoar em nome Daquele que recebeu a bofetada tendo as mãos atadas as costas, porque o Evangelho é o renascer da vida que nos chega na segunda volta de Nosso Senhor Jesus Cristo. Ide e vivei o Evangelho, avançai no rumo certo da verdade e amai a qualquer preço. Não há outra alternativa senão o amor para este momento de total integração no espírito da vida. Que nos abençoe o Mestre de todos nós e recebei o abraço afetuoso dos Espíritos espíritas que aqui estamos convosco nestes dias de conquista da plenitude espiritual. Muita paz, meus amigos, e o carinho do servidor humílimo e paternal de sempre. Bezerra.
Texto: Paulo Salerno
Fotos: Jorge Moehlecke
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