Salvador, 11 de dezembro de 2019
A realidade da vida, a caridade e o amor não possuem coloração política. (Divaldo Franco)
A Praça Irmã Dulce, no Largo de Roma, em Salvador, devidamente engalanada através do hercúleo trabalho realizado pela Equipe de Eventos da Mansão do Caminho, liderada pela eficiente e dedicada Telma Sarraf, Vice-presidente do Centro Espírita Caminho da Redenção, recebeu expressivo público para assistir o evento inicial de uma série que ocorrerá em Salvador, a primeira Capital do Brasil, que terá sequência nos seguintes dias e locais: 13 Dez – Jardim dos Namorados; 15 Dez – Dique do Tororó; e 19 Dez – Farol da Barra.
O Movimento Você e a Paz, idealizado e colocado em prática pelo humanista e pacifista Divaldo Pereira Franco em 1998, está em sua 22ª edição, sendo realizado em 11 Estados Brasileiros, 10 Países e 74 cidades no Brasil e no Exterior. O belo momento musical, aliado ao exuberante entardecer, alcançando o início da noite enluarada, foi protagonizado pela cantora Cássia Aguiar e seu conjunto musical, animando e encantando o público, que ativa e alegremente participou.
O palco foi formado por Manuel Sonier, espanhol, representando as caravanas presentes, e pelos expositores Juan Danilo Rodíguez Mantilla, Ruth Brasil Mesquita, Marcel Mariano e Divaldo Franco, Telma Sarraf e João Araújo, o mestre de cerimônia, todos imbuídos e dedicados divulgadores da renovação de sentimentos e das atitudes de pacificação.
Juan Danilo destacou a necessidade de cada ser humano construir a paz em si mesmo, eliminando, tanto quanto possível três inimigos internos: o sentimento de competição, de suplantar ou submeter o outro; a insatisfação com a vida, a inconformidade com as situações e consigo mesmo: e a falta de perdão, tanto para si como ao outro, aprendendo a compreender.
Ruth Brasil Mesquita enalteceu a conduta, as atitudes e a amorosidade da mãe de Irmã Dulce, dando a ela as condições para cumprir com êxito a sua tarefa missionária. Fruto de uma mãe amorosa, Irmã Dulce via em cada doente, Deus.
Marcel Mariano, discorrendo sobre a violência cotidiana, destacou ser necessário identificar as causas geradoras, quase sempre alicerçadas na matriz da radicalidade, o egoísmo. Com tolerância, em todos os sentidos, é possível conviver, desenvolvendo a paz interior, tornando-se agente pacificador, pelo menos no seio familiar.
Divaldo Pereira Franco, superando os limites impostos pela idade e pela dor, apresentou de forma sucinta a história de alguns pacifistas e que se superaram a si mesmos, pacificando-se e disseminando a cultura da paz, desde as relações domésticas, sociais e culturais. A tenacidade, traço comum entre eles, ensejou a mudança de comportamento, de crenças e de costumes. Leis foram modificadas, sempre tendentes a humanização nas relações. A produção literária também foi inspiradora e motivadora para a adoção de uma cultura de paz. Rosa Parks (1913-2005), norte-americana; Mahatma Gandhi (1869-1948), indiano; Martin Luther King Jr. (1929-1968), norte-americano; Léon Tolstói (1828-1910), russo; Irmã Dulce (1914-1992), brasileira, que com sua doçura e beleza caridosa, pacificava os corações aflitos e atormentados por doenças, porque, pacificada, tornou-se a Bem-Aventurada Dulce dos Pobres. Todos esses pacificadores, profundamente amorosos, pelas suas ações e convicções legaram à humanidade que a cultura da paz é possível, basta tornar-se pacífico, apaziguador.
Divaldo Franco narrou que após visitar um presídio na Guatemala, onde teve uma lição de miséria, de amargura, de preconceito, resolveu fazer algo por si mesmo, apaziguando-se, realizando algo em prol da paz, idealizando o Movimento Você e a Paz no ano de 1998. A realidade da vida, a caridade e o amor não possuem coloração política. A paz deixou de ser um substantivo para se tornar, também, um verbo, segundo os melhores dicionários, o verbo pazear.
O homem pacificado sabe amar todos e tudo, inclusive a natureza. O amor está acima de qualquer convicção política, de fé, de crenças, pois que a paz que Jesus dá é a paz do coração, da consciência reta, da prática do bem. Para tal, a família é o instrumento valiosíssimo de construção da paz, pois que está alicerçada no amor.
A UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura), estabeleceu os seguintes itens para a construção da paz no Planeta: 1. Respeito à vida; 2. Rejeitar a violência; 3. Ser generoso com todos; 4. Ouvir para compreender; 5. Preservar o Planeta; e 6. Redescobrir a solidariedade. É necessário, frisou Divaldo Franco, diminuir as queixas, as mentiras, o egoísmo, amando indistintamente.
Declamando o Poema da Gratidão, de Amélia Rodrigues, Divaldo Franco encerrou esse primeiro encontro promotor e difusor da paz na capital soteropolitana. O púbico, embalado pela Canção Paz pela Paz, de Nando Cordel, entoou-a a pleno pulmões, embelezando com harmonia impar o generoso espaço ao lado do memorial dedicado à Santa Dulce.
Texto: Paulo Salerno
Fotos: Jorge Moehlecke
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