20 de setembro de 2019
Na radiosa sexta-feira, com clima ameno e corações ávidos de esperança, o Encontro Fraterno com Divaldo Franco, na sua 22ª edição, promove encontros e reencontros, estreitando laços fraternais. Sob a liderança segura de Telma Sarraf e sua equipe de eventos, e após harmonioso e melodioso momento artístico dedicado a homenagear o anfitrião, Divaldo Franco discorreu sobre o tema: Pessoa vazia. Tendo sido tocado, o Semeador de Estrelas disse que se sentia profundamente emocionado, agradecendo as palavras de carinho com que Priscila Beira o homenageou, seu sentimento é de gratidão, de ternura e de amor por todos os presentes.
Utilizando-se de uma mensagem, onde uma menina de 14 anos de idade, ao confessar-se com um padre, segredou-lhe o desejo de sair da vida através do suicídio, pois sua vida estava vazia, fazendo com que o sacerdote, ao narrar o fato, e tomando de compaixão ao ouvir a confissão auricular, banhou-se em lágrimas, Divaldo Franco destacou a situação em que as famílias se encontram na atualidade.
Ao discorrer sobre as várias escolas do pensamento humano, antigas e modernas, de todos os matizes, e que levou o homem a fazer experiências, sempre buscando a plenitude, o lúcido orador destacou que o homem sempre buscou conhecer e se conhecer. Orientações materialistas e espiritualistas foram postas em prática na tentativa de estabelecer um significado para a vida. Os padrões do mundo são sensoriais, atendem as relações com o mundo físico, já os padrões de Jesus são os emocionais e visam os aspectos espirituais do homem.
A ansiedade, o medo, o transtorno do pânico, conduzem a criatura humana a desenvolver as primeiras nuvens de uma tormenta chamada depressão. A Doutrina Espírita aponta com muita lucidez que o maior e incomparável psicoterapeuta é Jesus. Ele não teve medo, nem ansiedade, não experimentou nenhuma perturbação, pelo contrário, disse ser a luz do mundo, amou total e plenamente a todos, mesmo aos que se posicionaram contra Ele.
O Espiritismo veio para extirpar o materialismo, destacando o Espírito imortal, capaz de transformar o seu primitivismo em plenitude, tornando-se livre das peias materiais. À luz do Espírito, somente há uma superioridade, a moral. O vazio existencial é um estado enregelado, aí não há calor humano, o ego dita as condutas. Nesta condição, somente ao tornar-se útil ao seu próximo é que o indivíduo irá preencher-se, dando um significado relevante para a vida. O ego tem medo de ser amado, e o vazio somente é preenchido por doações de amor, preenchendo-se de Deus.
Divaldo Franco, instrumento de Deus entre nós, tal como exímio músico, toca as almas com suavidade, tirando notas de sinfonia amorosa, pois que sua partitura é o Evangelho de Jesus, fazendo de sua vida um hino ao amor, cujo verso preferido é: Não desisto nunca de amar.
Sobre os suicidas, disse que alguns há que são psicopatas do autoaniquilamento. O suicídio é o grito dos desesperados por vida. Há no planeta um medo coletivo, instaurado pelo terrorismo a partir do 11 de setembro de 2001, no ataque às Torres Gêmeas, em Nova York/EUA. O assassino, asseverou Divaldo Franco, mata na vã tentativa de matar o medo.
Levando o público para uma reflexão, o Professor Divaldo propôs algumas perguntas que necessitam de respostas sinceras. - Quem é você? – Por que você está aqui? – Pergunte-se: quem sou eu? – O que estou fazendo aqui? A humanidade somente será feliz quando for possível amar o próximo na mesma intensidade e qualidade do amor de uma mãe pelo seu filho.
Aconselhou a jamais desistir de si mesmo, pois sem você não há vida, estimulando a fazer depósitos de oração e boas ações no banco da providência divina, sacando quando necessário. Invista em si mesmo, reservando alguns minutos do seu dia para preencher o vazio existencial, considerando a transcendentalidade. O Espiritismo, pelas mãos do codificador Allan Kardec, é a filosofia da imortalidade da alma, contendo a mensagem de Jesus que preenche a alma por inteiro, sem deixar vazios.
Juan Danilo Rodríguez, dando seguimento ao tema Vidas vazias, discorreu sobre as ferramentas para preencher o vazio. Sua abordagem foi uma dinâmica interativa com viés muito prático, com fatos concretos e pessoas reais. Em um contexto transformador, é necessário conhecer como é possível agir tal qual Jesus agiu, visando descobrir o processo que o Mestre Nazareno utilizou para alcançar a posição em que Ele está. O Espiritismo é uma filosofia dinâmica e prática.
A primeira proposta prática foi para que cada um fizesse um desenho de si mesmo, representando-se através desse desenho. Salientou, então, que, comumente, se tem uma visão distorcida de si mesmo. Essa dificuldade para desenhar-se é a mesma para se conhecer, estabelecer seus conceitos, há, também, a incidência dos conflitos, comparando-se com os demais. Destacou que o ser humano quando deixa de comparar-se começa a crescer, desenvolvendo o amor nesse processo de descobrir a vida, superando os conflitos.
Jesus representa o homem integral, sendo assim, Ele empregou, por certo, alguns recursos. Juan Danilo alinhou os seguintes valores: Fraternidade; Respeito; Tolerância; e Liberação. Para conquistar a condição de ser integral é necessário conhecer e vivenciar esses valores. Na proposta do exercício, cada um deveria centrar o pensamento no valor fraternidade, sentir e identificar onde esse valor se expressou, assinalando no desenho, qual o local em que sentiu o valor fraternidade. Assim foi procedido com os demais valores, sendo que cada um pode ter o seu desenho acrescido pela presença desses valores que se exteriorizaram através de alguma parte do corpo.
Os problemas precisam ser resolvidos de uma forma em que o indivíduo possa superá-los, harmonizando-se, crescendo espiritualmente. Jesus jamais fugiu de um problema. Resolver problemas significa fazer uma reforma dentro de si mesmo para que não se repitam. O ser humano sofre por causas conhecidas, não pelas desconhecidas. Se imagina que as causas são desconhecidas, é porque ainda não as identificou, por medo ou por não utilizar os recursos hábeis para identificá-las, tais como as ferramentas que se encontram no Evangelho de Jesus e que estão contidas no Espiritismo, usando o amor e não a raiva para solucionar as situações que se apresentam. Será necessário identificar qual o recurso a ser utilizado para resolver esta ou aquela situação.
Com vários exercícios, utilizando os recursos acima enumerados, Juan Danilo foi conduzindo o público em reflexões judiciosas. Jesus, através da utilização da fraternidade, do respeito, da tolerância e da liberação, conseguiu tocar as criaturas que se deixaram por Ele tocar, ressignificando suas vidas, preenchendo os vazios da vida.
Simão Pedro de Lima abordou o tema o Evangelho como elemento terapêutico, salientando que o Evangelho deve ser interpretado pelo coração, não pela letra fria, pois que o espírito vivifica. Jesus ensinava com propósitos claros. Ele é o modelo e o guia para a Humanidade, isso significa dizer que Ele deve ser copiado e seguido. Para alcançar a felicidade é preciso amar como Jesus ama. Ele é o filho de Deus vivo. Os ensinamentos morais do Cristo são incontroversos, são palavras de vida eterna.
O Reino de Deus não é imposto, mas aceito pelos homens que já alcançaram alguma lucidez a partir do momento em que Jesus nasceu nesses corações, passando a habitá-lo. Essa interiorização não se dá através de aparências exteriores, despertando a consciência que lhe está ínsita. É um processo de relação íntima, uma construção de dentro para fora. A mensagem do Cristo é para que o homem tenha vida em abundância, a vida plena pautada nos seus ensinamentos e exemplos.
Jesus descortinou a existência de um mundo novo, o da vida abundante, onde o ter e o possuir significam somente o existir, ressaltando que a vida real, absoluta, é o ser, o Espirito imortal, sobrevivente. A vida material é impermanente. A vida no mundo físico é somente um momento, importantíssimo, mas transitório. A vida é muito mais do que isto, transcende a matéria.
O verdadeiro pastor conhece as suas ovelhas, e elas ouvem a sua voz chamando-as para si. Assim é Jesus, o Pastor de todos nós, que conduz o seu rebanho, sendo Ele próprio o caminho, a verdade e a vida. O Incomparável Mestre, antes mesmo que o mundo fosse, já conhecia cada um de seus irmãos em humanidade. Pregava Ele: Eu sou a videira, e o ramo que está ligado na videira não perece. Céus e terras passarão, mas não minhas palavras. É a perenidade de seus ensinamentos, sempre existiram.
A vida é uma sequência de fatos, sempre em movimento, devolvendo tudo o que se dá a ela. Cabe ao ser consciente direcionar a vida, não permitindo que a vida o conduza a seu bel-prazer. As mensagens do Divino Amigo são de libertação, de acolhimento, de estímulos, sendo necessário que cada um abandone o estado de aparências para mostrar-se em essência, refazendo-se, evoluindo a cada situação que se apresenta. Se deseja resultados diferentes, é imperioso mudar as atitudes, buscando primeiro o Reino de Deus, realizando esforços para a concretização da mudança desejada.
Sobre as bem-aventuranças, o lúcido orador destacou que elas contêm, na forma e na ordem em que foram apresentadas, uma hierarquia, sendo que uma é requisito essencial para a vivência da seguinte, isto é, somente depois de conquistada e consolidada uma das bem-aventuranças é que se pode alcançar a imediatamente superior. Cabe a cada ser humano viver a sua própria vida, deixando de viver a dos outros. A vida que cada um possui é o bem mais belo do mundo, tendo o indivíduo o poder de fazê-la como deseja.
No período noturno foram desenvolvidas duas atividades. A primeira com Juan Danilo Rodríguez, trabalhando com os presentes os elementos limitantes. Selecionando três pessoas do público, Juan Danilo questionou-as sobre qual seria o impedimento para alcançar uma vida plena, o que pode ser oferecido, quais são as virtudes, se é uma boa ou uma má pessoa, quais são as fortalezas íntimas para manifestar o que possui de bom, encontrando, assim, o caminho para a vida, realizando mudanças, descobrindo o Cristo interno, estabelecendo limites para a tolerância e para a paciência, aceitando auxílio, reencontrando-se consigo, conhecendo-se ao realizar a viagem para dentro de si mesmo. Há muito a ser conquistado, permitir-se a ficar só, visando descobrir-se, fazer preces verdadeiras, originais, solicitando o amparo com muita honestidade. A Doutrina Espírita precisa ser estudada e vivenciada de forma prática, com dedicação ao estudo contínuo e permanente. Somente a educação pode mudar o Espírito.
A segunda atividade foi conduzida por Divaldo Franco. Após pequena digressão sobre a depressão, a excelência do amor e a busca pela vida plena, o Arauto do Evangelho e da Paz conduziu os presentes em uma visualização terapêutica dirigida, destacando que essa não é uma atividade espírita, não devendo, portanto, ser praticada nos centros espíritas. Concluída a visualização, todos se recolheram, aproveitando os benefícios desta viagem interior, projetando soluções.
Fotos: Jorge Moehlecke
Texto: Paulo Salerno
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