Fotos: Edgar Patrocínio; Texto: Djair Ribeiro
Entre os dias 25 e 27 de janeiro de 2019, o Center Convention Uberlândia, MG, acolheu em suas amplas e confortáveis instalações as cerca de 3500 participantes do 4º Congresso Espírita de Uberlândia com o tema principal: JESUS, CAMINHO PARA A SUA PAZ E A PAZ NO MUNDO. Esse evento contou com a Produção da Web Rádio Fraternidade, ocasião em que comemorou seu 10º Aniversário.
No dia 28 de janeiro – data do encerramento do Congresso – Divaldo Franco e Dr. Juan Danilo iniciaram bem cedo seus compromissos de divulgação. A Rádio Fraternidade acolheu Divaldo Franco e o Dr. Juan Danilo para uma entrevista rica em informações e serenas mensagens de esperança e renovação. Logo em seguida ambos participaram de um encontro com os jovens, ocasião em que puderam falar à juventude sobre Francisco de Assis, o Jovem e a Missão. Posteriormente ambos revezarem-se para responder a uma grande quantidade de questões formuladas pelos jovens.
Nesses três (3) dias revezaram-se à tribuna, quinze (15) renomados divulgadores da Doutrina Espírita dentre os quais destacamos a participação do Dr. Juan Danilo que brindou a todos com a encantadora palestra “A Carta Magna da Paz”. Na mesma data – encerrando o evento – Divaldo ocupou a tribuna para discorrer sobre o tema do Congresso.
Dando início à conferência espírita, Divaldo cita dados envolvendo as diversas guerras que assolaram a Humanidade: Em 3500 anos de registros históricos, o mundo só teve 268 anos sem guerras. Somente nas guerras do século XX morreram cerca de 100.000.000 de pessoas.
Divaldo formula uma pergunta retórica: Qual a razão de tanta agressividade que vem acompanhando a humanidade desde seu início? Diante do Universo infinito como pode o ser humano viver preso à sua pequenez? Como pode a humanidade que vem descobrindo as maravilhas do Universo, ainda deixar preponderar a agressividade em seu comportamento?
Divaldo passa a abordar as conquistas da Ciência que permite ao ser humano deslumbrar-se com as luzes do conhecimento e dos segredos da vida, da matéria e do Universo, mas nos perdemos nas Sombras da ignorância e da agressividade.
Divaldo realiza em seguida a uma sucinta incursão pelas fases da evolução antropossociopsicológica da humanidade revelando que alimentar-se, abrigar-se e reproduzir-se compunham os instintos básicos que moviam as ações humanas.
Surge, então, a primeira emoção: o Medo que, por sua vez, gera a suspeita, a desconfiança, a ansiedade e a timidez. Logo em seguida surge a segunda emoção: a Ira a se desdobrar em raiva, ódio, o desejo de vingança.
Preocupado com a belicosidade humana, Allan Kardec – através da questão 742 de O Livro dos Espíritos – indaga: Que é o que impele o homem à guerra? Ao que os Espíritos Superiores responderam: “Predominância da natureza animal sobre a natureza espiritual e transbordamento das paixões. No estado de barbaria, os povos um só direito conhecem — o do mais forte”.
Para emoldurar o tema Divaldo se utiliza da narrativa de uma jovem armênia e cuja história foi retratada em o livro Perdão Radical de autoria de Brian Zahnd.
Entre os anos de 1915 a 1917 ocorreu a guerra entre turcos e armênios. Como em toda a guerra a crueldade é soberana. A Armênia invadida pelos turcos viu seu povo ser dizimado em um genocídio.
Não foi diferente para aquela família modesta. Os soldados turcos Invadiram a casa e de imediato mataram os pais de duas jovens.
A mais moça, quase uma criança, foi estuprada até a morte, a outra, um pouco mais velha, foi transformada em escrava sexual do comandante daquela tropa.
Após fugir dessa situação a jovem refugiou-se em outro país e estudou até se formar enfermeira.
Muitos anos se passaram até que deu entrada no Hospital onde ela trabalhava o antigo comandante das tropas que havia destroçado suas esperanças.
Cristã, aplicou-se a cuidar do quase moribundo até a sua recuperação total.
Desejando agradecer à jovem que tanto havia se dedicado a lhe devolver a saúde, descobriu toda a verdade.
E envergonhado de suas ações pretéritas ousou perguntar à jovem, qual a razão de tê-lo perdoado, quando o normal teria sido um comportamento oposto.
A jovem olhou profundamente nos olhos do algoz de sua felicidade e lhe respondeu:
— Teus crimes contra mim, minha família e meu povo foi por sermos cristãos. Perdoo-te porque Jesus nos ensinou: “Aquele que crê em mim, faz também as obras que faço”.
Após um breve silêncio, Divaldo formula uma questão ao público presente:
— E você, perdoaria?
Relembrando as fases da evolução da criatura humana, Divaldo considera que sucedendo às duas (2) iniciais emoções – o medo e a ira – desponta a terceira emoção: o Amor, sentimento do qual Jesus é o grande expoente por divulga-lo e principalmente vivenciá-lo.
O amor é força poderosa que transforma tudo e a todos que se deixam ser por ele tocado. Nem mesmo a beligerância, a belicosidade e a violência tem capacidade de diminuir-lhe o poder.
Perdoar não é esquecer, pois o esquecimento depende da memória física. Perdoar no conceito amplo ensinado por Jesus é não devolver o mal recebido e nem mesmo desejar a infelicidade daqueles que nos prejudicam e infelicitam.
Perdoar não significa estar de acordo com o erro. Todo crime merece repúdio. O criminoso, porém, merece compaixão.
O perdão, antes teológico, adquiriu a condição de terapia, por nos devolver a harmonia pacificando nossos corações e sentimentos.
A crise que se abate toda a Humanidade é, na realidade, crise INDIVIDUAL que se propaga envolvendo toda a Sociedade, que centraliza seus objetivos existenciais no individualismo, consumismo e na busca do prazer, por confundi-lo com a felicidade. A Sociedade carece de objetivos existenciais profundos e transcendentais, preferindo permanecer na superfície das ilusões que passam e se esgotam em si mesmas, levando o ser à perda do objetivo existencial resultando no inconformismo, na depressão, na revolta e, por conseguinte produzindo a violência.
Busquemos, com todas as forças do nosso ser, alcançar a plenitude através do BEM, nunca pela força, pelo AMOR e não pelo ódio.
Divaldo encerrou a conferência sob ovação da imensa plateia. Enquanto suas considerações repercutiam nas mentes luarizadas com suas palavras, os exemplos da jovem armênia e o Poema da Gratidão fincavam profundamente suas raízes nos corações.
No ambiente saturado de doces vibrações que permeava a todos os presentes a voz de Divaldo Franco – convidado a formular a prece de enceramento dos trabalhos - foi se alterando suavemente e todos emocionados ouviram – pelo sentido de audição e também a repercutir na acústica da alma - a voz de Dr. Bezerra de Menezes a se manifestar por intermédio da mediunidade psicofônica de Divaldo em uma mensagem que nos encoraja a atender ao convite formulado pelo Espirito de Verdade de que nos amassemos e nos instruíssemos.
Conclamando a todos que fossem e pregassem o Evangelho, rogou a Jesus que nos ajudasse a escalar a montanha do nosso aperfeiçoamento, sublimando o Ego que ainda nos prende ao passado de equívocos e que sustenta as incontáveis e seculares imperfeições que nos pejam na Consciência aguardando a nossa atitude de transformá-las.
“Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como o mundo a dá. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize”. Jesus (João 14:27).
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