segunda-feira, 17 de dezembro de 2018

Divaldo Franco em Salvador Movimento Você e a Paz

Divaldo Franco em Salvador
Movimento Você e a Paz
14 de dezembro de 2018
A paz é o combustível do amor. (Divaldo Franco)

O Movimento Você e a Paz, idealizado por Divaldo Franco, está em sua 21ª edição, de sucesso crescente. No dia 14 de dezembro de 2018 o Movimento Você e a Paz foi realizado no Farol da Barra, tradicional ponto turístico de Salvador/BA. O momento artístico esteve sob ação musical de Assis Diomar e sua filha Luana, de Sorriso/MT; da Soprano Andrea Alves, do Barítono Henrique Moraes e da Pianista Débora Limeira. A Banda de Música da Academia de Polícia Militar da Bahia abriu o cerimonial executando o Hino Nacional, apresentando em seguida outras melodias, encantando o público.
No palco estavam Francisco Ferraz, da Federação Espírita Brasileira, representando as caravanas presentes; Ruth Brasil Mesquita, oradora; Marcel Mariano, orador; Demétrio Ataíde Lisboa, Presidente do Centro Espírita Caminho da Redenção e Mansão do Caminho; e Divaldo Franco, Embaixador da Paz e da Bondade, coordenados pelo Mestre de Cerimônia João Araújo.
Ruth Brasil Mesquita destacou a excelência do amor ao explanar sobre a dúvida de uma filha que se questionava se sua mãe a amava tanto quanto aos seus irmãos. Em um episódio, a filha se sentiu envolvida por uma onda de amor que partia de sua mãe, sustentando-a em sua dor momentânea, ficando em paz. O perdão é como uma bússola, onde o amor aponta para a paz, destacando que todos os indivíduos são potências de paz.
Marcel Mariano ressaltou os exemplos deixados por Jesus de Nazaré, bem como as Suas atitudes nas mais diversas passagens. Ele veio para semear a esperança e o amor. Asseverou que a formação do Seu colégio apostólico incluiu, entre eles, criaturas toscas e iletradas, confiando-lhes o exercício e a divulgação do perdão, da paz e do amor. Jesus se dedicou a pacificar as massas, falava-lhes de uma paz que o mundo não poderia oferecer, a paz interna.
Divaldo Franco, Embaixador da Paz no Mundo, narrou a comovente e inspiradora história real acontecida na Armênia e contida na obra “Perdão Radical”, de Brian Zahnd. O episódio aconteceu durante o genocídio do povo armênio, provocado pelos turcos otomanos, na guerra ocorrida entre 1915 e 1916, entre a Armênia e a Turquia, dizimando cerca de um milhão e quinhentos mil seres humanos. Esse genocídio ocorreu em paralelo a I Guerra Mundial. É a demonstração da poderosa força de transformação da mensagem de Jesus, quando bem compreendida e vivenciada, despertando o verdadeiro amor na criatura humana. Esse amor levou aquela jovem armênia a perdoar radical e incondicionalmente o algoz que a havia desventurado e exterminado sua família impiedosamente.
A jovem, então com 15 anos, viu a família ser cruelmente destruída pelo exército turco, seus pais foram mortos de súbito, impiedosamente, sua irmã menor, com 12 anos, foi jogada aos soldados que a violentaram até a morte, e ela foi feita escrava sexual do comandante da tropa. Após fugir das atrocidades que lhe foram impostas, diplomou-se como enfermeira, pois declarava que havia nascido para amar e salvar vidas, também tornou-se cristã. Assim, por volta do ano de 1927, deparou-se outra vez com o seu algoz implacável, tendo oportunidade de lhe salvar a vida, apesar de o ter reconhecido desde o primeiro momento no hospital em que trabalhava, em Istambul. O algoz, então comandante daquela força exterminadora, estava preste a morrer, suas carnes estavam pútridas, era um farrapo humano. O enfermo foi colocado sob os cuidados da jovem enfermeira para que o assistisse na morte. Ela, porém, dedicadamente tratou-o, por cerca de seis meses, restituindo-lhe a saúde.
Por ocasião de sua alta hospitalar, e porque eram um oficial de destaque, foi agradecer ao diretor do hospital. Esse lhe disse que o mérito era da enfermeira que o havia cuidado diuturnamente, internando-se com ele, a fim de lhe prestar um excelente serviço. Ao dirigir-se a enfermeira, o oficial notou que ela tinha um sotaque que lhe lembrava o povo armênio, onde estivera durante a guerra. Ela confirmou sua origem, declarando que o conhecia, e que ele o havia escravizado sexualmente, torturando-lhe a alma, após dizimar a sua família. O oficial, tomado de inusitada surpresa, perguntou-lhe porque não o havia deixado morrer. Ela, então, redarguiu-lhe que havia aprendido a perdoar, que Jesus é o seu Mestre, que aprendeu a amar até mesmo os inimigos, e que sua profissão é dedicada a salvar vidas, jamais extingui-las.
Sobrevivendo os tormentos a ela impostos pelo algoz, ela decidiu dar à sua vida um sentido, um objetivo, dignificando-a, apesar de, inicialmente, haver desejado matá-lo, vingando-se e vingando a sua família brutal e covardemente exterminada naquele belo domingo ensolarado, porém, sem paz. O amor e o perdão foram os seus objetivos a serem conquistados. Alcançando-os, pacificou-se. Sentia-se grata pela oportunidade de salvar a vida de seu algoz, ao tempo em que o perdoava.
O perdão, destacou o nobre orador, é a base sólida onde a humanidade deve se erguer. Jesus de Nazaré ensinou o amor, decantou-o intensamente. A verdadeira felicidade está no ato de amar. A paz é o resultado do amor. O ser humano necessita de paz, tanto quanto necessita de ar para continuar vivendo, asseverou o Arauto do Evangelho. Fazendo uma breve abordagem sobre a solidão, a depressão e o suicídio, Divaldo evidenciou, do autor Andrew Solomon, jornalista, escritor nascido em Nova Iorque, o seu livro, O Demônio do meio-dia: um atlas de depressão.
A humanidade vive um momento lamentável, uma crise moral, onde as incertezas são evidentes e a violência, urbana ou familiar, deve ser enfrentada com amor. Divaldo Franco, tomando por exemplo o estoicismo de Mahatma Gandhi, que asseverava que se um único homem alcançar a mais elevada qualidade de amor, isso seria suficiente para neutralizar o ódio de milhões, destacou, também, que Gandhi afirmava não existir um caminho para paz, porque a paz é o caminho. Somente o amor é antítese da violência. É dever de todos irradiar a paz onde se encontrar, em qualquer circunstância. Deve, igualmente, desenvolver a fé em um mundo melhor, a fé nas pessoas e nas circunstâncias da vida. Após narrar o Poema de Gratidão, de Amélia Rodrigues, todos, irmanados e de mãos dadas cantaram a canção Paz pela Paz, de nado Cordel. Assim se encerrou a bela e suave noite de paz na orla de Salvador, banhada pela luz da lua em fase crescente.
Texto: Paulo Salerno
Fotos: Jorge Moehlecke


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