Uma vez mais, o Clube de Tênis Catanduva foi o local escolhido pelo Núcleo Educacional Joanna de Ângelis para acomodar cerca de 1.500 pessoas que ali compareceram para participarem da conferência de Divaldo Franco na noite de 15 de novembro de 2018 em comemoração aos 25 anos daquela entidade educacional.
Alicerçando o desenvolvimento de sua abordagem em torno da importância da Educação, Divaldo nos leva a uma viagem no tempo em quase 5.000 anos para Teotihuacan – Cidade dos Deuses – próximo à Capital do México. De maneira poética Divaldo utiliza-se da figura de um antigo Xamã do Povo Tolteca (Os Toltecas viveram há muitos milhares de anos e habitavam as regiões onde hoje se situa o México e em algumas áreas do atual Panamá).
Os Xamãs Toltecas elaboraram um método educacional permitindo ao povo assumir uma nova postura na vida mediante o desenvolvimento de um comportamento onde as pessoas deveriam assumir quatro compromissos em todas as atitudes na vida para consigo, com o próximo e para com a Força Geradora. 1
E Divaldo enumera esses compromissos:
1. SEJA IMPECÁVEL COM A SUA PALAVRA: A impecabilidade da palavra é o de dizer sempre a verdade. Sendo o primeiro compromisso entende-se ser o de maior importância uma vez que a palavra é o mais poderoso instrumento que possuímos, e tanto pode ser usado para nos escravizar ou expressando nosso poder criativo.
2- NUNCA TOME PARA SI AQUILO QUE É DIRIGIDO PARA OS OUTROS - NÃO LEVE, NUNCA, A MÁGOA DENTRO DO SEU CORAÇÃO. : Não levar em consideração os comentários e ofensas a nós dirigidas sem uma criteriosa análise e, principalmente, não levar nada para o campo pessoal, não permitindo, assim, que a mágoa e o ressentimento façam morada em nosso íntimo, que se tornam tóxicos corrosivos a dilapidar nossa saúde.
3- NÃO TIRE CONCLUSÕES SOBRE NADA: O conhecimento não tem ponto final, ele prossegue, razão pela qual devemos estar sempre aberto a revisões e alterações dos nossos conceitos. Temos o hábito de tirar conclusões sobre tudo que nos chega à percepção. A conclusão equivocada passa a ser considerada como “verdade” e, então petrificamos nossa opinião de que aquilo que pensamos é verdadeiro e tiramos conclusões sobre o que os demais fazem.
4- QUANDO VOCÊ FIZER ALGO, FAÇA-O MUITO BEM, DANDO SEMPRE O MELHOR DE SI: Este compromisso deve ser incorporado na mente e no seu comportamento. Dê sempre o melhor de si em tudo o que você faz. Em qualquer circunstância devemos fazer o melhor possível e sem esperar qualquer recompensa, posto que temos o hábito de esperar o reconhecimento pelas nossas ações e quando este não nos chega no prazo que ansiamos, nosso ímpeto e dedicação vai diminuindo de intensidade, portanto, não aguarde recompensa por agir corretamente. Simplesmente faça o seu melhor e assim a sua satisfação interior será a sua maior recompensa.
Efetuado esse introito, Divaldo segue agora um paralelo entre esses compromissos e a jornada de iluminação interior da criatura, a qual demanda um grande percurso, a ser vencido com sacrifício e vontade bem direcionada, somente possível com uma base moral conquistada pela educação formando valores éticos e capaz de enfrentar todos os desafios dessa longa viagem.
Partindo da citação de Pitágoras - Educai as crianças, para que não seja necessário punir os adultos – Divaldo faz uma completa, conquanto breve, digressão na evolução da Educação indo desde os santuários esotéricos da antiga Índia – as Gurdwara - passando pelas doutrinárias iniciáticas do Egito antigo. Divaldo segue a excursão pela história da Educação humana passando por Creta, Atenas e as figuras de Sócrates, Platão e Aristóteles. Avançando um pouco mais Divaldo menciona o Imperador Adriano que teve a iniciativa de criar escolas com caráter social e público adotando os métodos pedagógicos dos filósofos gregos, notadamente de Sócrates para quem Educar (do Latim educere) quer dizer eduzir, ou seja, extrair ou conduzir para fora. Educar não é impor. É desenvolver o que já existe no educando.
A educação consiste em desenvolver valores morais e que resultam na mudança de comportamento frente a alguma instrução ou informação adquirida.
Não é a instrução simplesmente uma vez que Instruir consiste em ensinar e transmitir conhecimentos e ou saberes práticos a alguém. A instrução se refere à formação intelectual.
Por fim, Divaldo chega aos luminares dos métodos educacionais que vai de Jean Jacques Rousseau e culmina com Johann Heinrich Pestalozzi que norteia sua metodologia pelo seguinte pensamento: O amor é o eterno fundamento da educação. Chega-se, por fim a Maria Montessori que enfatiza a base da lídima educação: “A primeira ideia que uma criança precisa ter é a da diferença entre o bem e o mal. A principal função do educador é cuidar para que ela não confunda o bem com a passividade e o mal com a atividade”.
Divaldo passa a destacar o Prof. Hippolyte-Leon Denizard Rivail discípulo educacional de Pestalozzi e a Doutrina Espírita que muito mais do que falar exclusivamente da imortalidade da alma. O Espiritismo não deve abandonar a educação moral e ética – “Não a educação intelectual, mas a educação moral, mas a que consiste na arte de formar o caráter, que dá os hábitos: porque educação é o conjunto dos hábitos adquiridos”.
Respondendo a Kardec, os Espíritos Sublimes da Humanidade ensinaram: “Uma sociedade depravada certamente precisa de leis severas. Infelizmente, essas leis mais se destinam a punir o mal depois de feito, do que a lhe secar a fonte. Só a educação poderá reformar os homens, que, então, não precisarão mais de leis tão rigorosas.” (Questão 796 de O Livro dos Espíritos).
Reforçando – ainda mais – a importância do desenvolvimento moral Divaldo cita o ensinamento dos Espíritos Superiores: “Aquele que pode ser, com razão, qualificado de espírita verdadeiro e sincero, se acha em grau superior de adiantamento moral. Reconhece-se o verdadeiro espírita pela sua transformação moral e pelos esforços que emprega para domar suas más inclinações”. (O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap.17, Sede Perfeitos, Os Bons Espíritas).
Assim, a educação moral se apresenta como sendo a solução para os problemas que vive a Sociedade, e, portanto, devendo ser tratada como prioridade máxima.
Para emoldurar os conceitos em torno da Caridade, fora da qual não há salvação, Divaldo passa a narrar a comovente história de Conceição e Lia por ocasião de um, entre muitos encontros com Chico Xavier. 2
É a narrativa de avó e neta marcadas pela expiação acerba, mas libertadora porque vivida com resignação, e que culmina com o resgate de crimes que ambas praticaram por ocasião do reinado de Filipe II da Espanha de 1.556 até 1.598.
A emoção a todos dominava. A importância da aquisição e vivência dos valores morais conforme preconizado por Jesus e luarizados pela Doutrina Espírita tocou a todos, pois foi possível conscientizar-se com, com muita facilidade, observando o panorama humano, a existência de um desequilíbrio muito grande entre educação formal e educação moral, conforme nos ensinam os Espíritos Tutelares da Humanidade:
“De todas as imperfeições humanas, o egoísmo é a mais difícil de desenraizar-se porque deriva da influência da matéria. O egoísmo se enfraquecerá à proporção que a vida moral for predominando sobre a vida matéria”.
“... Contudo, ela só se obterá se o mal for atacado em sua raiz, isto é, pela educação, não por essa educação que tende a fazer homens instruídos, mas pela que tende a fazer homens de bem. A educação, convenientemente entendida, constitui a chave do progresso moral”. Questão 917 de O Livro dos Espíritos (Qual o meio de destruir-se o egoísmo?).
1 Esse método educacional da civilização Tolteca pode ser encontrado em o livro Os Quatro Compromissos do autor americano-mexicano tolteca Miguel Ruiz da Editora Best Seller.
2 Essa narrativa, foi publicada em a revista O Reformador – Ano 123 — Nº 2114-A — Maio 2005. Anexo III, pág. 33 em artigo assinado por Divaldo Pereira Franco. Transcrição do texto desse artigo está sendo disponibilizado no formato PDF como anexo (e-mail).
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