Fotos: Edgar Patrocínio
Texto: Djair de Souza Ribeiro
A União Intermunicipal das Sociedades Espíritas (USE) de Araraquara escolheu as dependências do Salão Nosso Ninho para receber um público superior a 1.000 pessoas que ali se reuniram para ouvir a Conferência Espírita realizada por Divaldo Franco na noite do dia 16 de novembro de 2.018.
Divaldo inicia sua abordagem utilizando-se da narrativa de um fato envolvendo a violinista norte América Elizabeth Gladicht ainda criança e Madame Ernestine Schumann-Heink (1861-1936) uma das mulheres mais famosas e mais amadas do mundo no início dos anos 1900, tendo sido considerada o maior contralto de sua época e, talvez, de todos os tempos.
Elizabeth decidira-se por abandonar a arte musical após o fracasso na apresentação em um concerto para crianças e por essa razão sentia-se muito triste. Dando-se conta da tristeza da menina diante do fracasso, Madame Ernestine convidou-a para uma volta pelo pomar do imenso jardim do hotel que as hospedava.
Sentadas sob uma árvore veneranda passaram a ouvir o cantar de uma Calhandra (também conhecida por Cotovia e em alguns países confundido com o Rouxinol).
Madame Ernestine contou à jovem Elizabeth a Lenda da Calhandra criada por Deus para encantar aqueles que estivessem cansados e aflitos pelas vicissitudes da existência, buscando a pequena e frágil ave – com seu canto maravilhoso – suavizar o fardo da vida como um alado Cireneu.
Ainda sob os encantos da suave melodia da pequena Calhandra, Madame Ernestine concluiu a lição inesquecível: — Somos, todos nós, Calhandras enviados por Deus para mutuamente nos ampararmos. Vá e faça a tua parte.
Sob qualquer conjuntura aflitiva, quando as coisas se apresentem negativas ou infelizes, não deixemos de fazer aquilo que nos cabe fazer, pois, certamente, Deus fará a parte que a Ele cabe.
Frequentemente, quando nos deparamos com os desafios da vida, que surgem na forma de problemas excruciantes, logo nos deixamos envolver pelos pensamentos pessimistas, inclinando-nos à desistência da luta ou à revolta.
Diante desse quadro Deus enviou-nos a “Calhandra” da Doutrina Espírita que vem nos dizer da imortalidade do Espírito que segue, após a morte do corpo físico, exatamente o mesmo conservando – intacto – nossos sentimentos, emoções, valores morais e os conhecimentos adquiridos.
Viajaremos para o Mundo Espiritual não com as nossas intenções, mas com aquilo que efetivamente realizamos.
Assim sedo, compelidos à tarefa edificante, façamos a nossa parte. Diante de doenças a castigar e depauperar a saúde e a vitalidade de nosso corpo físico façamos a nossa parte.
Mesmo diante dos ataques das incompreensões e das ingratidões sigamos com a nossa luta, à semelhança da Calhandra de Deus.
Ao encerrar a palestra Divaldo Franco presta uma bela, conquanto singela, homenagem ao filho da terra Wallace Leal Valentin Rodrigues (1924-1988) que, qual uma Calhandra, dedicou-se a minorar o infortúnio de tantos quanto lhe cruzaram o caminho e proporcionar um pouco de conforto material e consolo moral.
Divaldo deixa-nos o convite para nos tornarmos Calhandras saindo dos limites estreitos do círculo religioso “teórico” para a ação em benefício de todas as criaturas, único recurso ao nosso alcance para evidenciar a excelência dos princípios Espíritas quando colocados a serviço do próximo.
Nós, que nos dias atuais, nos consideramos os seguidores de Jesus e de Sua mensagem rediviva e luarizada pela Doutrina dos Espíritos, não temos outra escolha, senão aquela de edificar o bem em toda a parte, vivendo conforme os princípios ético-morais do dever, da fraternidade, da tolerância, da compaixão, do perdão e da caridade.
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