27-09-2017.
O Recinto de Exposições Odilon Ferreira de Almeida na cidade de Buritama – SP congregou, na noite de 27 de setembro de 2.017, mais de 2.500 pessoas para ouvir a conferência de Divaldo Franco. Nessa ocasião o vereador Antonio Romildo dos Santos entregou em nome da Câmara Municipal de Buritama o título de cidadão Buritamense a Divaldo Franco que agradeceu a ilustre homenagem, transferindo-a, contudo, a Allan Kardec o lídimo merecedor de todos os tributos, por nos permitir uma nova visão da vida e de seus sublimes propósitos.
Assumindo a tribuna Divaldo inicia a conferência transmitindo – do alto de sua experiência - uma constatação inequívoca e que forneceu aos expectantes presentes a direção do tema da noite:
— Todos nós buscamos planejar nossa vida e encaminhar um futuro repleto de felicidade e esperança, porém, por maior que seja a nossa dedicação aos planos delineados, a vida se nos defronta com ocorrências inesperadas e imprevistas que conspiram e subvertem nossos planos. Muitas vezes somos surpreendidos por ocorrências desagradáveis, quando tudo indicava que seriam colhidos resultados muito positivos. Outras vezes, quando os indícios nos induziam a projetar insucessos e sofrimentos, eis que o êxito inesperado toma-nos a casa emocional por agradável surpresa.
Ilustrando essa consideração, Divaldo citou o exemplo de vida de Viktor E. Frankl, autor dos livros Em Busca de Sentido e Um Sentido para a Vida. Sobrevivente dos campos de extermínios nazista adotou o firme propósito – transformado em objetivo existencial – de sobreviver para poder denunciar ao mundo as atrocidades sofridas durante aquele período. Sintetizando sua forma de encarar a vida o célebre psiquiatra afirma: “Se percebemos que a vida realmente tem um sentido, percebemos também que somos úteis uns aos outros. Ser um ser humano, é trabalhar por algo além de si mesmo. A vida para ser digna tem que ter um objetivo; Quem tem um porquê, enfrenta qualquer como”.
A vida não pode transcorrer impulsionada exclusivamente pelos instintos básicos – alimentação, abrigo e reprodução – ou ainda motivada pelos objetivos materialistas imediatistas exacerbando o individualismo, o consumismo e o sexualismo. A criatura humana não pode continuar sendo um ser cuja preocupação básica é a de satisfazer impulsos e atender aos instintos. Assim pensando e agindo chegamos a um estranho paradoxo onde cada vez mais, as pessoas têm os meios para viver, mas não têm uma razão pela qual viver.
Uma vida para ser plena demanda aspirações mais completas a nos impulsionar no campo do aprimoramento intelectual, da estesia e da conquista de valores éticos e morais superiores, conforme nos ensinou Jesus – Modelo, Guia e Mestre de todos nós – quando nos concitou: Não ajunteis tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem tudo consomem, e onde os ladrões minam e roubam; mas ajuntai tesouros no céu, onde nem a traça nem a ferrugem consomem, e onde os ladrões não minam nem roubam. Mateus 6:19-20.
Deixando nos perturbar com as preocupações às quais damos exagerada importância como a opinião dos outros, aparência, conquista das coisas externas, convívio social e disputas insignificantes, a criatura descuida-se de si mesma e permanece ignorante da sua realidade profunda
Na mesma linha o Pai da Psicanálise Analítica Carl Gustav Jung assevera “O indivíduo não realiza o sentido da sua vida se não conseguir colocar o seu Eu a serviço de uma ordem Espiritual. Conheça todas as teorias, domine todas as técnicas, mas ao tocar uma alma humana, seja apenas outra alma humana”.
Temos, em relação à vida, o propósito de nos elevarmos intelectual e moralmente, bastando nossos esforços para atingirmos esse desiderato. Allan Kardec, ciente disso indaga aos Espíritos Superiores por intermédio da questão 909: Poderia sempre o homem, pelos seus esforços, vencer as suas más inclinações? E a resposta dos Tarefeiros do Amor do Cristo não deixa a menor sombra de dúvida: “Sim, e, frequentemente, fazendo esforços muito insignificantes. O que lhe falta é a vontade. Ah! quão poucos dentre vós fazem esforços!”
Para emoldurar o conteúdo moral dessa proposta doutrinária, Divaldo passa a narrar os fatos que levaram o Bispo James Albert Pike (1913-1969), da Igreja Episcopal Americana pertencente à Comunhão Internacional da Religião Anglicana, a colocar a prova as suas convicções e fé sobre a vida espiritual e o destino daqueles que passaram a viver no mundo dos espíritos.
O Bispo Pike, conquistou reconhecido respeito por suas opiniões francas envolvendo inúmeras questões teológicas e sociais. Entretanto, um telegrama deu início a uma reviravolta em sua forma de entender e ver a vida, abalando suas convicções teológicas e sua fé em Deus e na Sua Justiça.
Esse telegrama trazia-lhe a infausta notícia do inusitado suicídio de seu filho Jim Pike e cujo corpo fora encontrado em um hotel em Nova York.
O impacto emocional desse desditoso acontecimento fez surgir muitas dúvidas teológicas obrigando-o a repensar suas convicções sobre o destino das almas após a morte do corpo físico.
Essas reflexões receberam um auxílio inesperado de uma médium inglesa – a Sra. Ella Twigg (1914 – 1984) - por cuja mediunidade psicofônica (“incorporação”) manifestou-se o filho desencarnado revelando-lhe de que sua morte não fora por suicídio. Na verdade ele morrera após ingerir, inadvertidamente, uma grande dose de remédios e calmantes para poder vencer a insônia e diante da ineficácia da medicação passou – em um gesto automático – a tomar vários até que sobreveio a desencarnação. Ele era sim um Suicida indireto por ter sido um toxicômano.
O depoimento do filho amado que se fez acompanhar pela comunicação de um amigo de infância, também já falecido, deram-lhe as provas da imortalidade da alma e da comunicabilidade dos Espíritos. Diante dessas evidências incontestáveis o Bispo Pike readquiriu a fé, agora iluminada pela Razão, levando-o narrar todos os pormenores dessa redescoberta em suas conferências, sermões e entrevistas pela Mídia, além de publicar o livro “The Other Side” (O Outro Lado).
Alicerçando os fatos que envolveram a experiência existencial do Bispo Pike, Divaldo reitera o pensamento Espírita de que somos Espírito – temporariamente – ocupando um corpo físico e não o oposto como muitos são – erroneamente – levados a acreditar.
As aflições sem tamanho que a Sociedade moderna defronta advém da adoção de objetivos imediatistas em detrimento de aspirações mais sublimes para a existência reforçando, assim, a necessidade urgente de elegermos um objetivo existencial ético e moral condizente com as Leis Divinas, leis de amor que se encontram refletidas no Espiritismo, que responde as inquietantes e antigas questões que acompanham a humanidade por milênios: Quem somos? De onde viemos? Qual o propósito da vida? Qual a origem e a razão do sofrimento? Doutrina prometida por Jesus e que logrou matar a morte revelando um Mundo Espiritual pujante e dinâmico em substituição ao silêncio dos túmulos e às beatitudes imobilizantes de um Paraíso destinado aos Eleitos de um Deus personalista e vingativo.
Uma Doutrina que traz Jesus de volta por estar desataviada de mitos incompreensíveis por incompatíveis com a bondade absoluta de Deus – Nosso PAI.
A solução para essas crises e o retorno ao estado de equilíbrio, individual e social, estariam na vivência da proposta terapêutica do Evangelho de Jesus, na sua pureza, conforme aclarado pelo Espiritismo.
“É fundamental, à criatura humana, em sua vilegiatura carnal, encontrar o sentido existencial. A perda desse objetivo condu-la ao desespero ou à indiferença por tudo quanto lhe acontece, empurrando-a pela via da morte emocional, sem que tenha estímulos para as lutas que se apresentam, convidando-a ao crescimento e à felicidade”. Joanna de Ângelis
Texto: Djair de Souza Ribeiro; Fotos: Sandra Patrocínio
Nenhum comentário:
Postar um comentário