17-19 abril 2015
“Sexo e Consciência”
Na sexta-feira passada 17 de abril, por volta das 16 horas, regressou o Médium e Humanista Divaldo P. Franco às terras espanholas, sendo recebido no aeroporto de Barcelona pelos seus inseparáveis amigos do Centro Espírita Manuel y Divaldo (CEMYD), Dolores Martínez e Manuel Sunyer.
Sua missão se centrava em assistir e participar ativamente no "IX Taller de Salud Espírita" organizado pelo CEMYD, acontecimento ímpar por suas características que se celebra no continente europeu, e que este ano teve como título principal "Sexo e Consciência".
Diversas atividades são realizadas no "Taller de Salud" durante esses três dias, tais como palestras que na presente edição tiveram como temas destacados "As doenças de transmissão sexual", "Visão Espírita do aborto", "A educação não formal (Consumo e sexualidade)"; também se realizou o estudo de um item de O Evangelho segundo o Espiritismo, terapia de passes, reencontro espiritual e visualizações, espaços dedicados para a arte espírita (música e teatro espírita), atendimento fraterno, entre outras atividades. Igualmente, os trabalhadores espíritas uniram esforços a fim de orientar às pessoas interessadas na aquisição de livros psicografados por Divaldo P. Franco, cuja arrecadação está destinada integralmente à instituição social Mansão do Caminho, em Salvador, Bahia, e igualmente mãos trabalhadoras se esforçaram para realizar o "Cantinho Solidário", com a finalidade de angariar fundos em favor da entidade filantrópica.
O ilustre orador espírita, trazia preparado um Seminário especial que constava de quatro partes no total, e que seriam dadas entre sábado 18 de abril e domingo.
Por volta de duzentos assistentes estavam esperando a entrada de Divaldo P. Franco no Salão de Atos do Hotel Santa Monica de Salou (Tarragona), no sábado, dia do aniversário de O Livro dos Espíritos. Numerosas mostras de carinho e agradecimento eram exteriorizadas em toda parte em sinal de reconhecimento e de reencontros mútuos. Uma bonita oração de início abriu o ato a fim de harmonizar o ambiente de todos ali presentes, junto com a esplêndida voz da soprano Sara Peralta pertencente ao Coral Espírita do CEMYD que deleitou os presentes com a Ave Maria de Schubert.
Manuel Sunyer do Cemyd efetuou as apresentações oportunas oferecendo um pormenorizado trajeto da vida e obra do Semeador de Estrelas, Divaldo P. Franco. No mesmo ato, se apresentou a primeira edição da tradução para o espanhol do livro "Vitória sobre a depressão", obra da Mentora Joanna de Ângelis que tem como título "Victoria sobre la depresión", trabalho de tradução efetuado por Jane Nixon e Xavier Llobet.
Ato seguido, o médium baiano iniciou a primeira parte do seu extenso seminário, principiando com a ideia de que hoje em dia vivemos a época do consumismo e do sexismo, época em que temos conseguido um alto grau de bem-estar mas que, contudo, não conseguimos alcançar a paz interior. Época que a medida que obtemos a cura de determinadas doenças, aparecem outras totalmente novas, estabelecendo-se a depressão como esse mal do século que se enraizou nos seres humanos e que em consequência, o suicídio será a primeira causa mortis da humanidade.
O Paulo de Tarso atual, efetuou uma esplêndida trajetória na história da filosofia situando-se no início em Platão como representação do místico e seu discípulo Aristóteles, representante do rigor na pesquisa científica, para iniciar aqui a "ruptura" entre a ciência e a religião que ao longo da história da humanidade tem estado presente até os dias de hoje.
Realizando um exaustivo repasso do materialismo em todas as suas vertentes principais (o dialético, o histórico e o mecanicista) desembocando nas figuras de Arthur Schopenhauer e ao niilismo de Friedrich Nietzsche, surge no século XX oferecendo uma mudança profunda no conceito da vida desenvolvendo-se já na década de 1870 quando Sir William Crookes começou a determinar que a matéria é o resultado de ondas, cujas investigações se concluíram com a criação do tubo de Crookes para o estudo dos raios catódicos, bem como o estudo do plasma.
Divaldo P. Franco ia desenvolvendo suas ideias de uma forma magistral mencionando especialmente a figura de Albert Einstein, através da qual surge a teoria da relatividade do tempo e do espaço, afirmando-se que a matéria é energia condensada e por sua vez, a energia é matéria desagregada, deixando assim mergulhada quase na obsolescência a categoria tridimensional do universo que reinava na física até o surgimento das teorias do físico alemão.
Paralelamente, a filosofia e a psicologia também vão adquirindo novas conotações, estabelecendo novos rumos para compreender a psique humana. O médico neurologista austríaco e pai da psicanálise, Sigmund Freud, estabelecia como impulsos psíquicos da natureza hominal uma dupla pulsão: a pulsão de amor, representada por Eros, e a pulsão de morte, sendo representada por Tanatos. Enfocando a libido como fator relevante na psicologia freudiana e os problemas sexuais, estando presentes na maioria das repressões, como a timidez, o medo ou a agressividade, o médium e orador espírita analisava com uma profundidade surpreendente a psicologia analítica do médico alemão, e a análise do médico psiquiatra e psicólogo suíço Carl Gustav Jung centrando o sexo como o duplo arquétipo junguiano do ânima e do ânimus.
De forma extraordinária, Divaldo P. Franco analisava íntegra e amplamente as quatro atitudes sexuais da criatura humana: a assexualidade, a heterossexualidade, a homossexualidade e a bissexualidade, passando pelas patologias mentais referentes ao sexo como o sadismo, a pedofilia, a necrofilia e o incesto, entre outras, desembocando neste caso, aos complexos de Édipo e de Electra.
Havendo chegado à época do erotismo exacerbado, Divaldo Franco insiste em que é necessário ter em conta nossa consciência como o juiz que determina a pauta do nosso comportamento no âmbito sexual, dado que tanto a castração, como a liberação e determinado tipo de educação fizeram surgir graves transtornos em matéria de sexo; alguns transtornos que reaparecem em grande número, emulando a alguns dos que foram sofridos por grandes personagens da história.
Neste momento é quando aprofunda mais no tema o médium e orador baiano, ao analisar com profusão os conceitos junguianos de sombra, do ego e do Self, desenvolvendo os conceitos de culpa e do ancestral pecado, que o Espiritismo substitui pelo conceito de responsabilidade, e que a fim de reencontrar nossa paz interior é preciso estabelecer o equilíbrio entre o ego e o Self, através de escutar as leis de Deus inscritas na consciência.
Quase noventa minutos de uma magistral palestra que ao terminar, conseguiu arrancar do público um demorado aplauso.
Depois da pausa de praxe, reiniciou o preclaro médium e orador espírita a segunda parte do seminário, centrando em uma rigorosa análise da simbologia psicológica do romance de Robert Fisher "O cavaleiro da armadura enferrujada". Detalhando cada um dos elementos, bem como passando pelo argumento, Divaldo deleitava aos ouvidos dos presentes, todo o transcurso da transformação interior pelo qual transitava "o cavaleiro" do romance de Fisher. Mostrando cada uma das cenas do livro e um exame dos seus personagens, amenizava todos eles com a psicologia profunda de Joanna de Ângelis, obtendo assim os assistentes um valioso material para a reflexão a fim de obter seu "Sam" interno.
Cerca de noventa intensíssimos minutos mais, de um mais que interessante análise, encerraram os atos da manhã de sábado, chegando o merecido descanso para recuperar forças e continuar posteriormente. Outro demorado aplauso foi oferecido a um Divaldo pletórico e cheio de vitalidade a que estamos acostumados.
Texto: Xavier Llobet
Tradução: Jane Nixon
Fotos: Rafel Rocaspana, Israel Bastos
Colaboração: Paulo Salerno
(Informações recebidas em email de Jorge Moehlecke)
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