07 agosto 2013
A Paz e doces recordações
Na véspera de seu aniversário, a cidade de Muritiba recebeu, na noite de 07 de agosto, um dos mais belos e significativos presentes – a presença de Divaldo P. Franco para o lançamento do XVI Movimento Você e a Paz, naquela cidade.
Sendo franqueada a palavra àqueles que antecederam ao orador da noite, deu inicio o Sr. Prefeito, Roque Luiz Dias dos Santos, que transmitiu as boas vindas, destacou a lisonja e a honra em receber o tribuno Divaldo Franco, acentuando a sua importância para a cidade e a responsabilidade em se promover a Paz.
Em seguida, o representante do movimento esperantista, Sr. Manoel Borges, ressaltou “a alegria em participar de um encontro onde a paz, o amor e a compreensão entre todos se constitui no tema principal”.
O escritor e historiador Sr. Nelson Brito, realizou uma singela homenagem passando às mãos de Divaldo, o exemplar de um livro da sua lavra e duas fotos, nas quais o homenageado encontra-se postado ao lado de D. Ilda Veiga, Sr. Rafael Veiga, Sr. Aurelino Leal, D. Iaiá e seu esposo Sr. Claudemiro Cruz e Beti.
O confrade Cláudio Amorim, utilizando-se da imagem da tela magistral de Rafael Sanzio – Escola de Atenas, em que retrata Platão e seu discípulo Aristóteles, na qual o primeiro, idealista, aponta para o alto (mundo ideal, das ideias) e o último, mais voltado para as coisas do mundo, faz um gesto de ponderação com a mão como quem dirige o pensamento para o baixo, o aqui e agora (o mundo terrestre) –, fez uma análise lembrando que a idealização da Paz (Platão) deverá se concretizar na ação da virtude, e esta se constrói através dos atos virtuosos aqui e agora (Aristóteles), “fazendo ao próximo aquilo que desejamos que o próximo nos faça”.
Divaldo dirigiu-se a todos, esclarecendo a respeito de que sua peça de oratória se daria em torno do que denominou alguns retalhos da vida sobre o Movimento Você e a Paz.
Inicialmente, trouxe-nos à memória alguns fragmentos do exemplo de vidas admiráveis como a de Alberto Schweitzer, “o profeta das selvas”, conforme o denominou o escritor Hermann Hagedorn, que na aldeia às margens do rio Ogooué, fixou uma placa com a inscrição: Aqui sempre haverá uma luz acesa para os que estão na escuridão. Entregou a sua vida para aqueles do Congo belga, no Continente Africano, para fomentar a paz entre as etnias.
O jovem sacerdote belga Georges Dominique Pire, que compreendeu a necessidade de fazer algo por aqueles que haviam perdido tudo, menos o direito de viver, após a Segunda Guerra Mundial, que deixou a Europa destroçada. Não se cansou diante das negativas dos governantes belgas, da Alemanha, da França, da Inglaterra, para o seu projeto de criar uma comunidade para as vítimas da guerra, que conseguiu realizá-lo mais tarde, depois de muitas lutas, em uma região montanhosa da Bélgica colocando no frontispício “aqui haverá sempre paz”.
Madre Teresa de Calcutá que, depois de lecionar para meninas ricas da cidade indiana, buscando fazer algo pela paz, deixando o conforto do monastério, foi cuidar dos párias, dos miseráveis. Quando, diante daquela que foi recolhida de entre os cadáveres em uma lata de lixo e que veio a morrer nos seus braços, respondia às indagações: Qual é o seu nome? – É o seu nome; Qual é o seu Deus? – O meu Deus é você; Qual é a sua religião? – A minha religião é você. Diante do príncipe Charles, da Inglaterra, para receber o prêmio Daniel Duncan, o maior da Humanidade, criado para ser entregue a uma pessoa que lograsse ser votada por mil pessoas de diferentes países do mundo e por unanimidade, ouviu-o declarar: “Senhora, eu tenho vergonha de não fazer o que a senhora faz”. Redarguindo, disse ela: “Príncipe, já está na hora de acabar a vergonha de fazer o bem e começar a realizá-lo”.
Discorreu a respeito do encontro com aquele jovem na penitenciaria da Pedra Preta, atual Colônia Penal Lafayete Coutinho, quando naquela oportunidade falou a respeito da paz, mas antes solicitou ao Secretário de Segurança Pública que ordenasse a retirada das metralhadoras do local, e ouvindo do Sr. Secretário que era um risco, elucidou sabiamente: A vida é um risco; viver é um ato arriscado e pregar a paz também o é. Se eu não tiver confiança do que vou dizer aos outros, sou apenas uma marionete de uma proposta. Aquele jovem, que o chamou de tio Divaldo, foi marcado, por certo, por uma das maiores emoções que experimentou na sua vida, sentindo-se amado. Mais tarde, já trabalhando na Mansão do Caminho, questionado por que mudou a maneira de pensar, respondeu sem receio, de uma forma comovedora: “Porque o senhor olhou para mim, tio Divaldo, eu vi que o senhor nunca me tinha visto, mas naquele dia o senhor me amou como se fosse o meu pai, não foi?”
Recordou, sensibilizado, que esteve na cidade no ano de 1948, hospedando-se na residência do Sr. Rafael e D. Ieda Veiga, retornando no ano seguinte, quando no domingo de carnaval psicografou a primeira mensagem mediúnica. Tenho evocações inolvidáveis do jardim das rosas e das dálias, da família Veiga, da sociedade, da cultura desta cidade que nos recebeu muito bem, como foi aqui recitado – exclamou, para em seguida discorrer sobre alguns nomes como: Aurelino de Carvalho, D. Raquel Ribeiro, Abel Mendonça, a família Cruz e outros que sempre vinham para essa convivência fraterna.
Não se escusou de revelar a doce expectativa que o envolveu ao atender o convite para retornar à saudosa Muritiba e agora falar sobre a proposta do Movimento Você e a Paz: Quando recebemos o convite para vir a Muritiba propor o Movimento Você e a Paz, exultei, e ao subir a montanha de São Félix para cá, a imaginação estava rica de evocações e de saudades. Saudades de tanta ternura, de tanta bondade do casal Veiga, que era constituído de sentimentos beneméritos em favor da comunidade, e da comunidade que nos acolheu ao longo desses anos inúmeras vezes em conferências nossas de ordem religiosa.
Concluiu, propondo-nos: Viva melhor. Não reaja, aja; estabeleça um programa: eu tenho direito de ser feliz; eu serei feliz amando. Comece em casa, no escritório, um pouco mais de gentileza, na sociedade, no clube, onde quer que estejamos, porque além de nos fazer bem, o mundo será melhor.
Concedeu um abraço coletivo proclamando a nossa necessidade de viver em paz, reforçando sua proposta de paz com a dAquele que é nosso Modelo e Guia: “Eu vos dou a minha paz; não a dou conforme o mundo dá; eu a dou como somente eu a posso dar”.
Doces recordações!
(Informações recebidas em email de Jorge Moehlecke)
Divaldo Pereira Franco autografando
Acesse o PPS do evento acima postado na Rede Amigo Espírita aqui:
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