Acostumado a falar a milhares de pessoas, Divaldo revive clima vivido pelos primeiros cristãos nas catacumbas discursando sobre a Paz sob chuva torrencial na pequena cidade às escuras
Quarta-feira, 24 de julho: um público de mais de três mil pessoas reuniu-se para ouvir o médium e orador espírita Divaldo Franco falar sobre o espírito da Ciência e a gentileza na cidade de Araçatuba (SP). Na noite seguinte, seria a vez da cidade de São Paulo recebê-lo para palestra que superlotou o Centro Espírita Perseverança. O tribuno encantou os mais de cinco mil presentes com mensagens sobre a esperança e o amor ilustradas por pensamentos de Gibran Khalil Gibran (1883-1931). Como de costume, o orador vinha de cansativa viagem ao exterior – havia acabado de desembarcar do Reino Unido. Não teve tempo de descansar. Mal chegou à Mansão do Caminho, obra social do Centro Espírita Caminho da Redenção (CECR), onde reside, e seguiu de carro a Irará, pequeno município da região metropolitana de Feira de Santana (BA), para - com o mesmo empenho e disposição que encanta grandes platéias - falar a um público de pouco mais de 300 pessoas.
Irará recebia pela primeira vez a Campanha Você e a Paz, criada por Divaldo há 16 anos. As condições não poderiam ser mais adversas. O setor de eventos da Mansão havia montado palco na principal praça da cidade, a Pedro Nogueira. Durante à tarde da palestra, no entanto, uma chuva torrencial fez com que o encontro tivesse que ser transferido às pressas para a pequena Escola São Judas Tadeu. A equipe de Telma Sarraf não contava com novo agravante. Por volta das 18h, um blecaute fez com que toda a região ficasse às escuras até o início da madrugada.
Divaldo já estava na cidade. Dirigiu-se ao local, reunindo-se com um grupo de expectadores de Irará, Salvador e algumas cidades vizinhas. No pequeno pátio, iluminado por uma única lanterna e alguns poucos celulares, sentou-se, aguardando o início do encontro. A chuva apertou. Pessoas tentavam se proteger e achar caminhos em meio ao breu.
A expectativa geral era que Divaldo anunciasse a suspensão da palestra ou, pelo menos, que a fizesse de forma bastante breve. Mas não: orientado por sua mentora, a benfeitora Joanna de Ângelis, falou. E falou por mais de uma hora.
Sem microfone, no escuro, fazendo aquela que seria considerada pelos colaboradores próximos uma das mais lindas e tocantes palestras de toda a história do movimento.
Revivendo o que ele próprio destacou como sendo o clima vivido pelos cristãos primitivos nas catacumbas, levou quase todos às lágrimas. Contou posteriormente que uma luz sublime iluminou todo o ambiente, permitindo que ele enxergasse toda a platéia com grande nitidez. Ao mesmo tempo, Joanna lhe dizia aos ouvidos: “Fale. E fale alto. Eles vieram aqui para ouvir sobre a Paz.”
Divaldo narrou as origens do Movimento Você e a Paz, nascido após visitas realizadas a penitenciárias e regiões violentas, falou da importância da figura do Papa Francisco em momento de inegável Transição Planetária, discorreu sobre o próprio Francisco de Assis, chamando a todos a cumprir com sua parte neste momento ímpar de renovação de conceitos.
Antes do orador, falaram ao público o comandante da Polícia Militar, Juarez Santos; o Pastor da Igreja Evangélica Batista, Leandro de Cerqueira; o presidente do Centro Espírita Caminho da Luz (um dos organizadores locais do evento), Nivaldo Silva, além da representante dos Centros Espíritas do interior do Estado, Mariete.
Ana Landi
(Texto e fotos recebidos em email de Ana Landi)
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