segunda-feira, 16 de março de 2020

Divaldo Franco no Paraná. XXII Conferência Estadual Espírita Pinhais

14 de março de 2020
A XXII Conferência Estadual Espírita, da Federação Espírita do Paraná – FEP – teve o seu prosseguimento no Expotrade Pinhais com sete temas para elucidar o Tema Geral: O Homem, a Consciência e Deus. Durante todo o dia 14 de março os expositores se revezaram na tribuna na seguinte ordem:
Sandra Borba Pereira discorreu sobre o tema Compromisso com Jesus, retornando no período da tarde para expor sobre Conhecimento, Consciência e Responsabilidade; Haroldo Dutra Dias abordou o tema O santuário da consciênciaA Lei de conservação e a Lei de destruição foi o tema trabalhado por André Trigueiro; Alberto Almeida apresentou suas reflexões sobre A (a) ventura da (in) consciência; Consciência e responsabilidade foi a abordagem realizada por Jorge Godinho Barreto Nery; e Divaldo Franco, encerrando as atividades do dia, discorreu sobre O homem perante a consciência cristã.
Antes da exposição de Divaldo Franco, Juan Danilo Rodríguez, trabalhador da Mansão do Caminho, apresentou bela página musical interpretando o poema Gostaria de ser, sendo amplamente aplaudido.
Tenhas o conhecimento teórico de várias ciências, sejas possuidor de um grande conhecimento, quando, no entanto, se estiveres diante de uma alma, lembra-te, estás diante de uma alma. Esta é uma frase de Carl Gustav Jung. Assim começou Divaldo Franco a sua exposição. É uma reflexão profunda ante a necessidade de as criaturas humanas ouvir, sentir e compreender o outro, merecedor de alta consideração. Cada indivíduo vive conforme a sua própria consciência. No passado, toda a pessoa dotada de conhecimento era considerada possuidora de consciência, porém, a experiência demonstrou o contrário.
A consciência é um atributo do Espírito, do ser imortal. Carl Gustav Jung, psiquiatra suíço e fundador da psicologia analítica, escreveu em três dias e três noites, freneticamente, o livro Resposta à Jó, personagem mitológica da Bíblia, onde apresenta uma definição a respeito da consciência, destacando que o verdadeiro momento de consciência é quando o Ego toma conhecimento do SELF, do EU profundo. A busca pelo autoconhecimento levará o homem a construir-se mais equilibrado, responsável, amoroso. A família é o laboratório ideal. Voltar à família, construindo o genuíno lar é tarefa que todos devem realizar.
Apresentando dois pesquisadores, George Ivanovich Gurdjieff, que viveu no período da revolução bolchevique, e o seu discípulo Peter Ouspensky, Divaldo Franco, com seu verbo iluminado, discorreu sobre os quatros níveis de consciência do ser humano, segundo Peter Ouspensky. Ele classificou a sociedade em dois biótipos. Denominou de fisiológico aquelas criaturas que se relacionam através das sensações. Ao outro biótipo chamou de psicológico – uma minoria da sociedade. Em seus estudos, Peter Ouspensky classificou o ser humano em quatro níveis de consciência. Consciência de sono sem sonhos é o primeiro nível. Neste está a grande maioria, com raras exceções. É o estágio primário na escala de evolução. Ouspensky afirmou que pelas reencarnações o indivíduo vai adquirindo conhecimento e despertando a consciência. O segundo nível é o de sono com sonhos, ou consciência desperta. A criatura humana alcança o discernimento, dá-se conta que sua existência tem um significado psicológico. Elucidando estes níveis de consciência, Divaldo expôs o pensamento de Joanna de Ângelis que os desdobra um pouco mais. Para tal, utilizou-se do Mito da Caverna, de Platão. Na questão 621 de O Livro dos Espíritos, lembra o professor Divaldo Franco, Allan Kardec indagava sobre onde estava escrita a Lei de Deus. Na consciência, foi a resposta obtida.
Consciência de si mesmo é o terceiro nível estabelecido por Ouspensky. Neste nível o autor apresenta as funções da máquina – o ser humano. A primeira função é a intelectiva. A segunda é a emocional. Na ordem estão as funções instintiva, motora ou postural, e a sexual. A sexta função é a intelectiva emocional e a intelectiva superior é a sétima. Estas funções devem ser administradas por essa consciência de si mesmo. Peter Ouspensky denominou o quarto nível como o de consciência objetiva, que Allan Kardec chamou de consciência cósmica. Educação moral, familiar, cultural, emocional e social, impõem-se como fundamentais. Essa deve ser a consciência dos espíritas, sob as dúlcidas vibrações de Jesus.
Fácil, portanto, de se depreender que a educação do Espírito, por meio do desenvolvimento de hábitos saudáveis e nobres, seria o caminho para se atingir patamares mais elevados de consciência. O amor de Deus pode refazer o Universo, assim, todos os indivíduos deveriam ser tornar seres de consciência emocional superior. Finalizando o excelente trabalho, Divaldo Franco foi amplamente aplaudido após declamar o Poema Meu Deus e Meu Senhor, de Amélia Rodrigues.
Texto: Paulo Salerno
Fotos: Jorge Moehlecke

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