sexta-feira, 13 de março de 2020

Divaldo Franco no Paraná Maringá

11 de março de 2020
O Ginásio de Esportes Chico Neto recebeu cerca de 4.000 pessoas para assistirem a magnífica conferência cujo teor comovente versou sobre a capacidade de o ser humano de amar-se, amar o próximo, amando, portanto, Deus, transformando-se moralmente para melhor.
Ao tempo de Jesus, Magdala era uma formosa e celebre cidade à beira do mar da Galileia. Célebre por que a Rainha Cleópatra, por duas vezes, passou o verão tórrido do Egito, na calma e agradável cidade às margens do Mar da Galileia, que também tinha fama pelo seu mercado e pelo câmbio de importantes moedas.
Ali residia bela mulher, disputada por muitos. Com belas mansões e palacetes, aparentava opulência. Era o mês de Nissan – março/abril -, do calendário judaico. Assim ambientado, Divaldo narrou a comovente história de Maria de Magdala, a meretriz, que conhecendo Jesus, tornou-se uma nova mulher, abandonando, de chofre, todos os maus hábitos, distribuindo todos os seus bens, dispensando empregados e escravos, para seguir Jesus incondicionalmente.
A vida da famosa meretriz de Magdala era visitada periodicamente por forças misteriosas que a deixavam prostrada, hebetada. E porque procurara Jesus, ao encontrar um mendigo leproso que lhe pedia dinheiro, este disse-lhe que naquelas imediações havia um homem bom que curava os doentes. Maria, então, solicita-lhe que se o encontrasse fosse ter com ela, informando-a sobre o paradeiro, dando a ele uma moeda de ouro. Ele tinha lepra por fora e ela por dentro, isto é, a consciência em tormento. Era uma pecadora, uma vendedora de ilusões.
Assim sucedeu. O leproso encontrou o Messias, foi ter com Ele e ficou curado. Imediatamente foi informar a equivocada de Magdala. A noite se fazia presente. Ela se encontrava aturdida pelo acometimento que lhe visitava inesperadamente. Nestas ocasiões não recebia a ninguém. Mas o mendigo insistiu tanto que logrou o seu tentame. Informou-lhe que o Messias estava em Cafarnaum, onde pernoitaria para sair no dia imediato. Não poderia perder tempo. De barco, atravessaram o mar da Galileia e foram ter com Ele ao amanhecer.
Ao encontrar Jesus, Maria de Magdala atirou-se aos seus pés, chamando-o de Mestre querido - Raboni. Jesus se dirige a ela chamando-a pelo nome, - o Mestre a conhecia, tal qual o pastor conhece as suas ovelhas – Ele é o bom Pastor das almas, conhecendo-as, todas. Maria disse que deseja seguir-lhe os passos, acompanhá-lo. Porém, o Nazareno disse-lhe não, por ora não seria possível, não agora, mas depois. Por ora, Maria, ame, ame os filhos do mundo, tome conta deles e depois venha a mim. Vai Maria, Eu te esperarei. Vá e ame. Jesus ama as multidões, ilumina a noite dos corações.
Retornando ao seu palacete, a meretriz parecia ter enlouquecido. Ninguém a compreendia. Ela atirava pelas janelas de sua imensa casa luxuosa, as joias, seus bens preciosos, moedas e outros valores, perfumes raros e caros. Dispensou seus empregados. Libertou os escravos. Apanhou um vaso com perfume raro e foi ter com o Mestre, servindo-o com deferência e sublime amor. Passou a ser vista nas caravanas, atendendo a todos, falando de Jesus, o incomparável Mestre. Peregrinou e pregou o Reino de Deus.
O AMOR é libertador. A meretriz de Magdala amou-O como nunca. Passou a fazer parte das atividades de Jesus. Ela assistiu-O entrar em Jerusalém, no período de ramos, quando o Mestre iria, pouco depois, para o suplício no Gólgota. Jesus foi para o seu martírio, João e a pecadora convertida acompanharam-nO de perto.
Após percorrer o caminho de dor imposto pelos poderosos temporários, e já no monte da caveira, ou do calvário, Maria de Nazaré, a Santíssima, acompanhada de Maria de Magdala e de Mônica, que lhe secou o suor sanguinolento, experimentam a dor da angústia, do medo e o tormento do suplício aplicado ao inocente. A cena era tenebrosa, Jesus tomba pendurado na cruz. Tudo estava consumado.
A noite caiu sobre a terra antes mesmo de o sol se pôr. Aqueles últimos momentos foram de terrível angústia e tristeza. A ex-meretriz permaneceu ali, constrita, em profunda tristeza e ao amanhecer foi ao sepulcro e lá já não encontrou o corpo do Messias. Vislumbra, na penumbra da madrugada, uma silhueta, imagina ser um zelador, e pergunta para onde haviam levado o seu Senhor. Ele, então, se volta, ela se viu diante do Mestre, que não se deixa tocar.
Maria de Magdala saiu dali e foi ter com os demais discípulos, informando-os sobre o sucedido. O Mestre está vivo, exclama ela. Não acreditaram nela. Maria Santíssima, disse-lhe, então: - Minha filha, meu coração de mãe diz que tu o viste. Já Tomé, somente mais tarde foi acreditar, desejava tocar em suas chagas para que tivesse certeza de era realmente o Mestre.
Depois desta aparição, Jesus ainda teve outras oportunidades para se fazer notar pelos circunstantes, reafirmando a sua natureza espiritual ímpar. Estimulou e encorajou aos que estiveram com Ele a saírem por toda a parte para pregarem o Evangelho para todos.
No passado, como na atualidade, o preconceito vige soberano. Maria de Magdala não conseguia trabalhar. E por não encontrar trabalho, ao passar de uma caravana de sírios leprosos que procuravam pelo Mestre, no desejo de serem curados, e não sabendo do que havia sucedido no Gólgota, Maria de Magdala dá-lhes a notícia.
Ela falou aos leprosos sírios com uma ternura como nunca, e como não tinha a ninguém, foi ter com eles, passando a falar de Jesus para aqueles doentes. Em estando no meio de leprosos, adquiriu a peste. A lepra se alastrou, tomou-lhe o corpo outrora belo e, agora, quando falava aos leprosos, se dirigia não mais a vós, mas a nós, pois que, então, fazia parte do número dos contaminados.
Maria de Magdala decidiu, então, visitar a Mãe Santíssima, em Éfeso. Viajava à noite, para não ser importunada. Depois de longas noites caminhando, chegou à Éfeso pela manhã. Já quase sem forças, desfaleceu, e um casal de cristãos recolheram-na para a casa de Maria Santíssima e de João.
Por três dias e três noites Maria de Magdala permaneceu em delírio. Na manhã do terceiro dia sentiu algo estranho e uma força arrancou-a da carcaça, sendo acolhida por um grupo de seres angélicos. Viu-se à beira do mar, ouvia suave melodia e aquela luz, pairando sobre as águas, arrebatou-a às alturas, acolhendo-a. Era Jesus. Luz fulgurante rasgou os céus. Maria de Magdala havia transposto a porta estreita. No amor que Jesus nos ensinou está a resposta para todas as amarguras. Está a resposta para a nossa busca no amor. Jesus veio para que cada ser humano possa atravessar a porta estreita, consolando, apresentando o reino dos Céus. Esta comovente história está contida no livro Estrela Verde, sob o título - Mirian de Migdal: capítulo 3, uma compilação de Delcio Carvalho, da Editora LEAL.
Finalizado o fulgurante encontro pacificador de corações e estimulador do amor, Divaldo Franco foi calorosamente aplaudido de pé. Marcando esse evento, as lideranças espíritas locais prestaram-lhe singela homenagem.
Texto: Paulo Salerno
Fotos: Jorge Moehlecke

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