28 de agosto de 2017
Retornando mais uma vez à Passo Fundo, Divaldo Franco proferiu uma conferência pública no Centro de Eventos da Universidade de Passo Fundo. No espaço de tempo dedicado aos autógrafos, o lídimo trabalhador do Cristo concedeu breves entrevistas para diversos órgãos de comunicação social de Passo Fundo e região. A Prece de São Francisco cantada e tocada ao violão, asserenou o público, bastante disciplinado, dando início ao magnífico evento que reuniu em torno de 7.000 mil pessoas, acomodadas em ambientes internos e externos.
O Dr. Juan Danilo Rodríguez, de Quito, no Equador, espírita, querido amigo de Divaldo, profissional da área de saúde, fundou a primeira instituição espírita de Quito, o Centro Espírita Francisco de Assis, sendo seu atual presidente. Também é o fundador de uma instituição para tratamento da síndrome autista. Neste seguimento escreveu o livro Alliyana, abordando o tratamento aos portadores de autismo. Dr. Juan, em breves palavras, destacou que a língua do Espiritismo é o amor e a caridade. Tomado por esses sentimentos, dedica-se, há 17 anos, a auxiliar, estendo as mãos do conhecimento aos necessitados. Certo dia uma mentora incentivou-o a estudar o português, preparando-se para melhor auxiliar e se fazer compreender. O Espiritismo, disse, propicia tantas alegrias e felicidades. Para fruí-las será necessário abrir o coração.
Fernando Carlos Bicca, líder do movimento espírita regional e coordenador do evento, destacou sentir imensa alegria, saudando os presentes e aos internautas que acompanham o evento virtualmente. Enaltecendo os feitos de Divaldo em favor dos homens, frisou que o Semeador de Estrelas tem contribuindo grandemente para a melhoria do planeta, melhorando as criaturas humanas, tornando-as mais dignas, mais justas, honradas, éticas, amorosas. Passo Fundo o recebe com carinho e amor.
Chamado à tribuna, Divaldo Franco, ícone do Espiritismo na atualidade, sensibilizado, agradeceu as referências elogiosas a ele dirigidas, dizendo que havia aprendido a amar Passo Fundo desde que a visitou pela primeira vez há mais de 50 anos.
“Se um único homem atingir o mais alto grau de amor, será suficiente para neutralizar o ódio de milhões” (Mohandas Karamchand Gandhi), assim, começou a excelente conferência espírita. Incomparável, Gandhi mudou o conceito de paz entre as criaturas humanas.
Apoiando-se na obra “Perdão Radical, de Brian Zahnd, o conferencista narrou a história vivida por Simon Wiesenthal (31 Dez 1908 - 20 Set 2005), sobrevivente de campos de concentração durante a Segunda Guerra Mundial, autor do livro Os Girassóis.
Estando no campo de Mauthausen, durante a Segunda Guerra Mundial, foi procurado por uma enfermeira que o levou a visitar um soldado alemão gravemente enfermo e que desejava falar com um judeu, pedir-lhe perdão. Karl Silberbauer, da Gestapo, já em seus últimos dias, implorou o perdão de Simon. Karl, tinha sido educado no cristianismo. Fascinou-se pelo discurso de Hitler, ingressando na juventude hitlerista, passando mais tarde a integrar a Gestapo. Nesta condição havia cometido vários atos de barbárie. Estava arrependido em seu leito de morte, havia sido ferido, agonizava.
No diálogo com Wiesenthal, Karl procurou se certificar que o seu visitante era realmente judeu. Convencido, solicitou dois favores, um era dizer a sua mãe que estava arrependido e que morrera cristão, relegando o nazismo, outro era ser perdoado por um judeu, levando em conta as atrocidades que cometera. Wiesenthal cumpriu o primeiro, já o segundo sentia-se incapaz de perdoar. Se fosse você, perdoaria? Perguntou Divaldo ao público, levando a uma reflexão sobre o perdão.
O grande desafio da criatura humana é a própria criatura humana. Interpretar a sua realidade é a proposta do pensamento filosófico. Ela não encontrou ainda a sua plenitude, a felicidade. Não logrou porque não teve a coragem de fazer a viagem interior em uma tentativa eficaz para autodescobrir-se, utilizando-se do amor, compreendendo que é um ser específico.
Apoiando-se nos estudos de George Gurdjieff e de seu discípulo Peter Ouspensky, Divaldo Franco, com seu verbo iluminado, discorreu sobre os quatros níveis de consciência do ser humano. De acordo com Peter Ouspensky, o ser humano pode ser catalogado em quatro níveis de consciência. Consciência de sono é o primeiro nível. Neste está a grande maioria, com raras exceções. É o estágio primário na escala de evolução. Ouspensky afirmou que pelas reencarnações o indivíduo vai adquirindo conhecimento e despertando a consciência. O segundo nível é o de consciência desperta. A criatura humana alcança o discernimento, dá-se conta que sua existência tem um significado psicológico. Consciência de si mesmo é o terceiro nível estabelecido por Ouspensky. Neste nível o autor apresenta as funções da máquina – o ser humano. A primeira função é a intelectiva. A segunda é a emocional. Na ordem estão as funções instintiva, motora e sexual. A sexta função é a emotiva superior e a intelectiva superior é a sétima. Estas funções devem ser administradas por essa consciência de si mesmo. Peter Ouspensky denominou o quarto nível como o de consciência objetiva, e que Allan Kardec chamou de consciência cósmica. O espiritismo conduz a criatura humana a ter vida em abundância, revelando com ênfase Jesus Cristo.
Utilizando-se de técnicas para que o público se descontraísse, Divaldo conduziu-os para o riso, uma verdadeira terapia de enriquecimento humano, elevando o padrão vibratório, destacando a certeza na imortalidade da alma, seu crescimento com o emprego do perdão, abandonando o ódio, a raiva, tornando-se amoroso, fraterno e caridoso. Deixar de viver na angústia, adotar a alegria de viver com amor, dando ao outro o direito de ser como deseja, é tarefa que se impõe.
Jesus disse ser a luz do mundo. Para viver nele e na luz será necessário realizar o exercício da solidariedade, servindo e amando sempre. Vale a pena amar, vale a pena perdoar. Finalizando o profícuo trabalho com o Poema da Gratidão, de Amélia Rodrigues, Divaldo foi aplaudido de pé, demoradamente. Envoltos em vibrações de amor e profundo sentimento de servir, todos saíram levando em seus corações a esperança em dias melhores, compreendendo que são os construtores da era nova, a era do amor.
Texto: Paulo Salerno
Fotos: Jorge Moehlecke
(Recebido em email de Jorge Moehlecke)
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