21 de julho de 2017
Na Associação União do Comércio e Serviços - UACS, em Lisboa, Portugal, às 21h00min, depois de conceder autógrafos por uma hora, recebendo cerca de 300 pessoas desejosas de ouvir o Trator de Deus, Divaldo Pereira Franco foi agraciado pela Federação Espírita Portuguesa com uma homenagem através de um vídeo, sendo-lhe entregue uma placa comemorativa aos 50 anos de divulgação do Espiritismo em Portugal.
Ao iniciar a conferência, Divaldo narrou como iniciou a sua atividade, há 50 anos, em Portugal, falando sobre o Espiritismo em locais subterrâneos e escondidos por causa da ditadura vigente no país naquela época. Hoje, salientou, o Espiritismo é respeitado mesmo em algumas universidades.
Durante o século XVII a ciência e a religião estavam separadas, cada qual com seus pontos de vista, não cogitando somarem esforços em favor do bem comum. Mais tarde, no século XIX o Espiritismo surge para apresentar os grandes valores da vida, ensinando que a criatura humana pode ser feliz hoje, não necessitando esperar o amanhã. Mas a felicidade não é uma linha horizontal e monótona, é um processo de alegria e sofrimento, que fazem parte da mesma equação, que é a vida.
Mas qual é o sentido da vida? Assim, perguntaríamos, com dados científicos, por que a natureza teria gastado aproximadamente 2 milhões de anos, desde que a primeira molécula até chegar no biótipo que somos? Sócrates, com seu pensamento ético-estético, e através de uma cultura ética, e, também, através de Platão, demonstra como a vida se desenrola no mundo das ideias, onde o ser humano se originou e onde ele caminha.
Mais tarde, em 12 de fevereiro de 1862, Ernest Renan foi convidado para dar uma palestra em uma escola de Paris, na França, na presença das maiores inteligências europeias da época, e, este eminente homem de letras começou sua palestra dizendo: - Jesus é um homem incomparável.
É uma frase simples, se não for analisada em toda a sua profundidade, explicando que Jesus é um homem como qualquer um de nós, mas incomparável a qualquer um de nós. Remove, assim, o caráter "divino" que a religião Lhe deu. Suas palavras lhe custaram a expulsão da Sorbonne, mas ainda assim permaneceu na história. Renan fala de um Jesus humano, mas com um comportamento excepcional. A partir desse momento Renan escreveu a obra "A Vida de Jesus" para explicar, filosófica e antropologicamente, que Jesus existiu, e que foi tão grande que passa através da história deste planeta dividindo-a em antes do nascimento e depois Dele.
Divaldo explicou que é necessário trabalho e esforço para ocorrer uma mudança, tornando-se em uma pessoa melhor. Para exemplificar, Divaldo Franco narrou uma experiência pessoal que teve lugar este ano durante sua turnê europeia:
Estando durante toda a viagem com os problemas do nervo ciático, Divaldo lutou, em todas as suas palestras, para dar o melhor de si mesmo, para superar e para transmitir a mensagem de Jesus com toda a energia que lhe foi possível. Para tal, tentou todos os remédios que as pessoas que conheciam a sua doença lhe recomendaram. Em algumas oportunidades suas dores foram agravadas tendo em vista que alguns desses medicamentos não só não ajudaram sua melhora como lhe agravaram a situação, chegando, um deles, a queimar a pele, com consequências dolorosas pela reação química adversa.
Mas ainda assim ele continuou a turnê, aguardando o retorno para Salvador, na Bahia, para um tratamento mais abrangente. Finalmente, chegando em Salvador passou por uma cirurgia urgente para aliviar a dor, não para curá-la, pois necessitava de mais tempo e seus compromissos não lhe permitiam.
Divaldo após o tratamento, muito feliz pela ausência de dor, continuou atendendo aos seus compromissos, mas, para sua surpresa, com muitos dias fazendo uso de medicamentos fortes, se originaram outros distúrbios físicos que continuam a impedi-lo de desempenhar corretamente as suas obrigações.
Finalmente, um dia, conversando com sua mentora, Divaldo perguntou-lhe sobre a sua saúde, porque os médicos o aconselharam a parar de viajar, a parar de pegar coisas pesadas, etc....
Joanna de Ângelis, como sempre faz, aconselhou-o a tomar a decisão por ele mesmo, contudo ela ofereceu-lhe alguns conselhos, perguntando se ele conhecia a vida de Francisco de Assis, que, claro, disse conhecer, sua mentora, então, disse:
- Francisco desencarnou aos 44 anos, cego, com câncer e outras doenças, e no leito de morte, quando ele estava se despedindo, compôs um belo cântico à vida. E tu, com 90 anos, tens um corpo que acusa apenas alguns detalhes que lembram sua longa existência terrena, aproveitas, se quiseres, a oportunidade que nosso Pai te dá e lembra o Sol de Assis, querer é poder.
E o maior divulgador Espírita-Cristão que existe hoje, na opinião deste pobre narrador, continua semeando diariamente nos corações daqueles que o querem ouvir, como ocorreu hoje em Lisboa, por mais de cinco minutos, o público não cessou suas ovações e aplausos, foram cinco minutos cheios de amor e gratidão à figura daquele que há 50 anos, independentemente da repressão do momento, se arriscou e semeou a primeira semente do que é, agora, o Espiritismo em Portugal.
A gratidão estava estampada nos rostos de todos os presentes, que dali saíram com a certeza de poderem ser felizes hoje.
Texto: Manuel Sonyer
Foto: Vitor Feria
Versão ao Português: Paulo Salerno
(Recebido em email de Jorge Moehlecke)
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