20-11-2016.
“Nascer, morrer, renascer ainda e progredir sempre, tal é a lei”
O Núcleo Educacional SEPI - Serviço Espírita de Proteção à Infância, da cidade de Amparo - SP, franqueou suas portas e instalações para acolher um público estimado de 1.000 pessoas para ouvirem Divaldo Franco na noite do dia 20 de novembro de 2.016
Diante de um auditório expectante, Divaldo assumiu a tribuna e iniciou a conferência citando uma frase de Gandhi: ”Se um único homem atingir a plenitude do amor, neutralizará o ódio de milhões”. Este pensamento traduziu-se na prática quando o próprio Ghandhi pregando a não violência logrou libertar milhões de criaturas do controle militar, político e econômico exercido pela Inglaterra sobre o povo da Índia.
Mas foi Jesus, na condição de modelo e guia da humanidade, que, através de seus exemplos e ensinamentos, nos apresentou a proposta do amor.
Esse alvitre de Jesus deixou de ser uma questão teológica e é encarada como uma proposta psicoterapêutica na medida em que os pensamentos alinhados com o amor e a serenidade produzem energias harmoniosas que estimulam o sistema endócrino a uma atuação positiva na preservação da saúde orgânica sendo a recíproca verdadeira.
Nos dias atuais, a sociedade confunde o sentimento do amor com a libido – atração sexual ou o próprio ato em sí – havendo, na realidade, uma enorme diferença entre ambos.
O amor é permanente e felicita, proporcionando alegrias duradouras, enquanto a libido é transitória e desaparece devoradora.
Quando o sexo se manifesta sem o amor, a sua passagem é rápida, frustrante, insaciável.
Já, quando o amor intervém, a sensação se ergue ao grau de emoção duradoura com todos os componentes fisiológicos, sem a selvageria da posse, do abandono e da exaustão.
Citando a frase de Thomas Hardy de que o homem contemporâneo perdeu o endereço de Deus, Divaldo amplia esse pensamento acrescentando que a criatura moderna perdeu igualmente o endereço de Si mesmo, fato que o leva a viver exclusivamente para atender questões imediatas empurrando-o para o individualismo, o sexualismo e o consumismo esquecendo-se do AMOR.
A contribuição psicoterapêutica do amor – conforme proposição de Jesus - apresenta resultados insuperáveis, por direcionar-se ao Si profundo, restabelecendo o interesse do paciente pelos objetivos saudáveis da vida, dos quais se separou.
Para emoldurar suas palavras, Divaldo, aproveitando a proximidade do Natal, emocionou a todos iluminando nossos corações com uma narrativa da obra publicada em 1939 intitulada “Estes Dias Tumultuosos” do escritor, jornalista holandês-canadense Pierre van Paassen (1895 – 1968) que reporta a história de um jovem francês de nome Ugolin [1].
O protagonista da narrativa era um jovem com deformações físicas provocadas pela violência paterna e que viva pelas ruas parisienses do pós guerra.
Abandonado e excluído da sociedade, Ugolin vivia da generosidade alheia e de pequenos favores. Órfão, possuía somente como família a irmã que vivia da prostituição ali enclausurada pela desonestidade e cobiça de um antigo patrão que, repelido pela moça, não logrou obter dela um convívio sexual a que tanto desejava. Diante desta recusa, o patrão – joalheiro venal – acusou a jovem de ter-lhe furtado uma joia valiosíssima. Por esta calúnia a jovem foi condenada e levada à prisão, da qual saiu para o prostíbulo buscando se sustentar e obter recursos para ajudar o tratamento médico de Ugolin.
Com a proximidade do Natal, Ugolin pedia a Pierre van Paassen, que o acolhera no afeto de seu carinho e amor, somente um par de sapatos.
Os dias foram passando e o convívio entre ambos estreitando-se. O escritor aguardava a noite de Natal para entregar a Ugolin o par de sapatos anelado. Na noite véspera do Natal, Ugolin não apareceu, pois um grupo de jovens alcoolizados amarraram o jovem excluído a um poste após despi-lo.
Diante da balbúrdia o Abade de La Roudaire, sacerdote da igreja local, interrompeu a humilhação fazendo fugir os delinquentes. Retirando do posto o jovem exangue, o abade levou-o até a casa paroquial para ali passar a noite. Pela manhã, o religioso não logrou encontrar Ugolin no leito onde o tinha deixado.
Mais tarde o abade descobriu que Ugolin havia cometido suicídio. O mais terrível é que a irmã, ao saber do ocorrido, igualmente fugiu à vida pelo suicídio.
Apesar de a Igreja proibir a celebração da eucaristia para os suicidas, o funeral para ambos foi acompanhado do ato religioso pelo abade, que após orar junto aos corpos dos irmãos, cuja vida fora um extenso rosário de aflições, sofrimento e abandono, dirigiu-se aos fiéis que lotavam a igreja afirmando que aqueles jovens infelizes não seriam considerados por Deus como suicidas, mas na condição de assassinados pela maldade e crueldades humanas.
A emotividade envolvia a todos os presentes na palestra. Divaldo busca, então, encaminhar a apresentação para os conceitos morais que a narrativa enseja.
Tanto o autor da história, Pierre van Paassen, quanto o abade de La Roudaire, não conseguiram consolar e auxiliar mais efetivamente a Ugolin e a irmã, pois que não aceitavam a doutrina da pluralidade das existências e por essa razão não conseguiram explicar as razões do grande sofrimento que ambos os jovens enfrentavam na vida. Teria Deus os esquecidos ou tratava-se de castigo da Divindade? Era a questão insistentemente formulada por Ugolin e que o religioso e o escritor não conseguiam responder adequadamente.
O princípio da reencarnação – associado ainda à existência de Deus, a possibilidade de comunicação entre ambos os planos da vida, a existência da alma e o seu progresso gradativo e a pluralidade dos mundos habitados - formam a base da Doutrina Espírita.
Abençoada Doutrina que nos faculta o desenvolvimento de objetivos transcendentais, além de ser O Consolador prometido por Jesus que vem explicar que os nossos sofrimentos têm uma razão de ser. Não se trata de castigo, mas sim oportunidades que a Divindade nos oferece por merecimento – a lei de Ação e Reação – ou por necessidade de evolução ensejando a oportunidade de desenvolver qualidades que ainda não possuímos – Prova.
Não há, portanto, razão para nos deixarmos envolver pelo manto de pessimismo que os dias atuais vem rodeando a sociedade, nos estertores do Mundo de Provas e Expiações ao qual pertencemos.
Compete-nos – exclusivamente a nós – fazermos desse conhecimento libertador o instrumento com o qual construiremos a nossa evolução moral e espiritual.
Em que pese os dias tumultuosos da atualidade onde as aflições, ódios, intolerâncias, sofrimentos e violências, dias em que as pessoas – ao invés de se amarem umas às outras como preconizado por Jesus – elegem se armarem umas contra as outras – no âmbito material e emocional - urge aceitar e viver a proposta de Jesus, amando mais, tornando-nos, assim, mais gentis, tolerantes, pacíficos e mansos de conformidade com os ensinamentos registrados no Sermão da Montanha, permitindo a formação de uma humanidade mais justa e feliz.
[1] A narrativa completa e detalhada pode ser obtida no livro “Divaldo Franco e o Jovem” da edito
Fotos: Sandra Patrocinio Texto: Djair de Souza Ribeiro
(Texto em português recebido em email de Jorge Moehlecke)
ESPANHOL
DIVALDO FRANCO EN AMPARO, SP - 20 de noviembre de 2016.
Nacer, morir, renacer y progresar siempre, tal es la ley.
El Núcleo Educacional SEPI -Servicio Espírita de Protección a la Infancia-, de la ciudad de Amparo, San Pablo, abrió sus puertas e instalaciones para recibir a un público estimado en 1.000 personas, a fin de escuchar a Divaldo Franco, en la noche del día 20 de noviembre de 2016.
Ante un público expectante, Divaldo ocupó la tribuna y dio comienzo a su conferencia, citando un pensamiento de Mahatma Gandhi: Si un solo hombre alcanzara la plenitud del amor, neutralizará el odio de millones. Este pensamiento se tradujo en la práctica cuando, el propio Ghandhi, mediante la prédica de la no violencia, logró liberar a millones de criaturas del control militar, político y económico ejercido por Inglaterra sobre el pueblo de la India.
Pero fue Jesús, en la condición de modelo y guía de la humanidad, quien a través de sus ejemplos y enseñanzas, nos presentó la propuesta del amor.
Esa proposición de Jesús, dejó de ser una cuestión teológica y es encarada como una solución psicoterapéutica, en la medida en que los pensamientos afines con el amor y la serenidad producen energías armoniosas, que estimulan el sistema endocrino a que, mediante su funcionamiento efectivo, preserve la salud orgánica.
En los días actuales, la sociedad confunde el sentimiento del amor con la libido –atracción sexual o con el acto en sí mismo– cuando en la realidad existe una enorme diferencia entre ambos.
El amor es permanente y portador de felicidad, proporcionando alegrías duraderas, mientras que la libido es transitoria y desaparece, devoradora.
Cuando el sexo se manifiesta sin el amor, su paso es breve, frustrante, insaciable. Pero, cuando interviene el amor, la sensación se presenta con el grado de una emoción duradera, con todos los componentes fisiológicos, sin el salvajismo de la posesión, del abandono ni del agotamiento. Citando la frase de Thomas Hardy, acerca de que el hombre contemporáneo ha perdido la dirección de Dios, Divaldo amplía ese pensamiento, agregando que la criatura moderna ha perdido también la dirección de sí misma, una circunstancia que la conduce a vivir exclusivamente para atender cuestiones inmediatas, que la inducen al individualismo, el sexualismo y el consumismo, dejando de lado el AMOR.
La contribución psicoterapéutica del amor –según la propuesta de Jesús- presenta resultados insuperables, porque está dirigida al Ser profundo, y restablece el interés del paciente por los objetivos saludables de la vida, de los cuales se ha apartado.
Para enmarcar sus palabras, aprovechando la cercanía de la Navidad, Divaldo emociona a todos, e ilumina nuestros corazones con el relato de la obra publicada en 1939, titulada Estos días tumultuosos, del escritor y periodista holandés-canadiense Pierre van Paassen (1895–1968), que narra la historia de un joven francés de nombre Ugolin [1].
El protagonista de la narración era un joven con deformaciones físicas -provocadas por la violencia de su padre. Él vivía en las calles de París, en la época posterior a la guerra.
Abandonado y excluido de la sociedad, Ugolin subsistía gracias a la generosidad ajena y a pequeños favores. Huérfano, sólo tenía como familia a su hermana, que vivía de la prostitución, enclaustrada en ella, por la deshonestidad y la codicia de su antiguo patrón que, rechazado por la joven, no logró obtener de ella una convivencia sexual, algo que mucho deseaba. A raíz del rechazo, el patrón –joyero especulador– acusó a la joven de haberle hurtado una joya valiosísima, y a consecuencia de esta calumnia, la joven fue condenada y enviada a la prisión, de la cual salió en dirección al prostíbulo, tratando se sustentarse y obtener recursos para colaborar con el tratamiento médico de Ugolin.
Como se acercaba la Navidad, Ugolin le había pedido a Pierre van Paassen -quien lo había amparado con su afecto, su cariño y su amor-, solamente un par de zapatos.
Los días fueron pasando y la convivencia entre ambos se fue estrechando. El escritor aguardaba la noche de Navidad para entregarle a Ugolin, el par de zapatos que anhelaba. La noche de la víspera de la Navidad, Ugolin no apareció, pues un grupo de jóvenes alcoholizados ataron al joven excluido a un poste, después de haberlo desnudado.
A raíz del alboroto, el Abad de La Roudaire, sacerdote de la iglesia de la localidad, interrumpió la humillación, lo que hizo que huyeran los delincuentes. Luego de liberarlo de la situación, el abad llevó a la casa parroquial al joven, extenuado, para que pasara allí la noche. A la mañana, el religioso no encontró a Ugolin en el lecho donde lo había dejado.
Más tarde, el abad descubrió que Ugolin se había suicidado. Lo más terrible fue que la hermana de Ugolin, al enterarse de lo ocurrido, también huyó de la vida mediante el suicidio.
A pesar de que la Iglesia había prohibido la celebración de la eucaristía para los suicidas, el funeral para ambos estuvo acompañado, en el acto religioso, por el abad, quien después de orar junto a los cuerpos de los hermanos, cuya vida había sido una extensa sucesión de aflicciones, sufrimiento y abandono, se dirigió a los fieles que colmaban la iglesia, y manifestó que aquellos jóvenes desventurados no serían considerados por Dios como suicidas, sino como asesinados por la maldad y la crueldad humana.
La emoción envolvía a todos aquellos que presenciaban la disertación. Divaldo buscó, entonces, orientar su exposición hacia los conceptos morales que la narración sugiere.
Ni el autor del relato, Pierre van Paassen, ni el abad de La Roudaire, consiguieron consolar o auxiliar con mayor efectividad a Ugolin y a su hermana, pues ellos no aceptaban la doctrina de la pluralidad de las existencias, y por esa razón no consiguieron explicarles los motivos del terrible sufrimiento que ambos jóvenes soportaron durante su vida. Tal vez, ¿podía Dios haberse olvidado de ellos, o se trataba de un castigo de la Divinidad? Era la pregunta que reiteradamente se plantaba Ugolin, que ni el religioso ni el escritor consiguieron responder adecuadamente.
El principio de la reencarnación –asociado además a la existencia de Dios, la posibilidad de la comunicación entre los dos ámbitos de la vida, la existencia del alma y su progreso gradual, y la pluralidad de los mundos habitados- constituyen la base de la Doctrina Espírita. Una bendita Doctrina que nos propicia el desarrollo de objetivos trascendentales, además de que es El Consoladorprometido por Jesús, que ha venido para explicar que nuestros sufrimientos tienen una razón de ser. No se trata de castigo sino de oportunidades, que la Divinidad nos ofrece por merecimiento –mediante la ley de Acción y Reacción– o por la necesidad de evolución, propiciando la ocasión para que desarrollemos cualidades que aún no poseemos, a través de la prueba.
No existe, por lo tanto, una razón para envolvernos en el manto del pesimismo, con el que los días actuales están acosando a la sociedad, en medio de los estertores del Mundo de Pruebas y Expiaciones al cual pertenecemos.
Nos compete –exclusivamente a nosotros– convertir ese conocimiento liberador en el instrumento con el cual edificaremos nuestra evolución moral y espiritual.
Pese a los días tumultuosos de la actualidad, cuando las aflicciones, los odios, las intolerancias, los sufrimientos y la violencia, días en que las personas -en vez de amarse las unas a las otras, como Jesús preconizó– eligen armarse las unas contra las otras –tanto en el ámbito material como en el ámbito emocional.Urge aceptar y vivir la propuesta de Jesús, amando más, volviéndonos así más gentiles, tolerantes, pacíficos y mansos, de conformidad con las enseñanzas registradas en el Sermón de la Montaña, a fin de que demos lugar a la formación de una humanidad más justa y feliz.
[1] La narración completa y detallada se puede encontrar en el libro Divaldo Franco y el Joven.
Fotos: Sandra Patrocinio Texto: Djair de Souza Ribeiro
(Texto em espanhol recebido da tradutora MARTA GAZZANIGA [marta.gazzaniga@gmail.com], Buenos Aires, Argentina)
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