1º de dezembro de 2014
Na parte da tarde do dia 1º de dezembro fomos visitar as ruínas do anfiteatro romano de El Jem, uma cidade no nordeste da Tunísia, a cerca de duzentos quilômetros da capital, Túnis. O El Jem é o maior anfiteatro da África e o quarto do mundo, com uma capacidade de 35.000 pessoas.
Todos se encontravam expectantes. Aquele velho anfiteatro escondia entre as suas pedras a história de um grande e esplêndido período, a história de Roma, de um império... em seu esplendor houve o derramamento do sangue de centenas de cristãos. Estávamos ali, e todos sentíamos uma grande expectativa. Mais de dois mil anos se passaram. Aquelas ruínas sobreviveram, apesar das guerras e tumultos que ali aconteceram!
Caminhávamos lentamente, observávamos os vestígios aparentes. Aquelas pedras, embora silenciosas, tinham a capacidade de transmitir o clamor distante de um povo acostumado a se divertir com o derramamento de sangue dos mártires e gladiadores. A brisa suave despertou as lembranças de recordações sem memória, chorávamos lágrimas secas.
Junto às pedras começamos a leitura de um texto evangélico. A oração de abertura foi realizada por Xavi Llobet, suas palavras sábias e sensatas projetavam em cada um de nós a luz da recordação, a preparação para o banquete espiritual. Então, Divaldo com a sua generosa eloquência teceu comentários, lentamente, sobre o advento do Espírito da Verdade, cujo capítulo foi aberto aleatoriamente, calando fundo em nossas almas.
Foi emocionante! Quase não nos atrevíamos a respirar para que o jovem octogenário não perdesse o fio do estudo comovedor. As pedras duras sobre as quais nos sentávamos apoiavam-nos silenciosamente para que escutássemos as lúcidas palavras proferidas por Divaldo. A história nos rodeava, ora melancólica, ora alegre. Recordávamos, então, que a sua alma, de Divaldo, foi sempre feliz, e que aquelas pedras guardavam as reminiscências daqueles que por ali passaram.
Foi um momento em que o tempo parou para todos nós, e o espaço perdeu a sua dimensão. Estávamos no meio da dissertação evangélica, em um estado que você só pode alcançar quando a fé desperta a alma do ser em evolução. A palavra de Divaldo nos transportou no espaço atemporal, ao momento crucial quando a humanidade discutia no passado os seus vícios, e hoje debate sobre sua nova fusão, a da intuição e a do sentimento.
O sol começou a dizer adeus com um sorriso maroto, foi o momento em que terminou o estudo de o Evangelho. Uma chuva de cores energéticas desceu sobre nós, fortalecendo a nossa esperança no futuro, quando Divaldo, com sua voz vibrante, entoou uma bela oração. Todos nós sentimos que momentos como aqueles são os que fazem a diferença entre o homem velho que já se vai, e o ser novo que desperta para a imortalidade do Espírito.
Texto em Espanhol: Longina
Fotos Manuel Cemyd
Texto em Português: Paulo Salerno
(Informações recebidas em email de Jorge Moehlecke)
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